LOIS LANE
Após ter sofrido um estranho incidente na estrada, o qual a impediu de ir à mansão Luthor, os motivos que trazem Lois Lane à Smallville vêm à tona.
Capítulo 4 - Os Interesses de Lois Lane
Cansada, Chloe chegou em casa e simplesmente mergulhou no sofá. Olhando para o nada, relembrou a conversa que teve com Lois Lane no hospital, quando esta lhe pediu para que seus pais, em Metrópolis, não soubessem o quê tinha acontecido naquela manhã. Preocupada, Chloe finalmente teve certeza de que a prima estava envolvida em alguma coisa muito séria. Levantou-se e foi para o quarto. Olhou a mochila de Lois no canto, ao lado da cama. Ainda não havia sido desfeita. Pensativa, Chloe resolveu que era hora de tirar as coisas a limpo e evitar que Lois se envolvesse em mais apuros, pois ainda martelava na sua cabeça o comentário de Clark, que nada parecia ter sido roubado de Lois no ataque em plena estrada que dava acesso à mansão Luthor. Portanto, para Chloe, alguma coisa estava muito estranha.
Aproximou-se, então, da mochila de Lois e, sentada ao chão, abriu-a com cuidado, como se fosse alguma coisa frágil. Na verdade, Chloe sabia que, assim como ela, Lois era esperta e sempre se lembrava como deixava as coisas pela última vez. Era mais do que precaução jornalística, era algo da própria família, sempre atenta ao que está à sua volta. Remédio eficaz contra curiosos. Chloe não queria se indispor com Lois, mas era inevitável. Foi tirando algumas coisas, uma a uma, como o livro de Ben Hecht e Charles MacArthur, e uma blusinha, até encontrar uma caderneta vermelha. Tirou-a, com cuidado. Era de couro e tinha as iniciais "L.L." em alto relevo.
Olhou-a, e antes de abrir, ficou pensando se realmente devia fazê-lo. Era como se alguém invadisse as informações no seu computador. Algo extremamente desconfortável. Mas pelo bem de Lois, Chloe abriu. Do seu interior, cairam uns recortes do jornal Diário Planeta, que estavam dobrados. Abrindo-os, descobriu que se tratavam de artigos recentes a respeito do cientista Virgil Swann e de Lionel Luthor. Não parecia nada tão comprometedor, até que Chloe percebeu. Num dos artigos de Lionel, dizia que ele estaria em Nova York para a inauguração de uma empresa resultado de uma fusão de um dos grupos corporativos da LuthorCorp. Em outro artigo, referente a Virgil Swann, dizia que o cientista havia acabado de voltar de uma viagem da Europa e que passaria a semana em Nova York para ministrar algumas palestras para seus alunos. Desconfiada, Chloe percebeu que as datas de permanência de Lionel coincidiam com a semana que Virgil Swann estaria em Nova York, onde também ficava seu laboratório.
Dobrando como estavam os recortes, Chloe também notou, ao folhear a pequena caderneta, que a maioria das anotações não fazia muito sentido. Eram nomes e telefones, datas e endereços em meio aos garranchos da prima. Mas nas últimas folhas, havia algo interessante, e que chamou muito a atenção de Chloe.
Em meio à anotações enigmáticas de Lois Lane, havia nomes como Belle Reve, o hospital pisquiátrico em que Lex esteve internado e o da Dra. Claire Foster, psiquiatra dele. Então, finalmente, Chloe descobriu que nunca esteve tão confusa. Afinal, o qu6e a prima fazia em Smallville? Estaria ela escrevend alguma coisa a respeito da crise de insanidade de Lex que o afastou temporariamente do controle da LuthorCorp ou estaria ela cogitando de alguma ligação entre Lionel Luthor e o cientista Virgil Swann? Qual era a coerência disso tudo?
Curiosa, Chloe revirou a caderneta, mas nada mais de interessante conseguiu encontrar, e que tivesse relação com Lex, Lionel, Dr. Swann, ou mesmo Smallville. Continuou, então, a olhar dentro da mochila de Lois, mas nada mais encontrou. Nos bolsos laterais, porém, percebeu a existência de algumas fitas cassetes virgens, porém, não havia gravador. Procurou a outra bolsa de Lois, e também não encontrou o aparelho. Deduziu, então, que o mesmo poderia ter sido roubado no suposto assalto, o que tornava tudo ainda mais estranho. Pensativa, ficou olhando para o telefone.
Enquanto isso, no Rancho Kent:
"Que bom que você a encontrou logo, querido", disse Martha Kent ao filho, referindo-se ao salvamento da prima de Chloe, Lois Lane, enquanto tirava uma forma com tortinhas de dentro do forno.
"É, o médico que a atendeu disse que o ferimento na cabeça não foi grave", complementou Clark, sentado à mesa, junto com o pai. "Se bem que eu achei muito estranho quando a Chloe disse, na saída do hospital, que a prima não lembrava de coisa alguma".
"Ah, mas podia ter sido pior, não é mesmo, Jonathan?", perguntou Martha ao marido, dando crédito ao filho.
"Tem certeza de que ninguém estava por perto?", perguntou Jonathan, sempre diligente e preocupado com a exposição de Clark.
"Tenho", respondeu o filho. "Aliás, foi tudo muito estranho porque não levou tanto tempo para eu chegar ao local. A pessoa que fez aquilo devia estar por perto: ou foi alguém muito rápido, ou então já sabia exatamente o que tinha que fazer..."
"Você está começando a pensar como a Chloe", disse Martha depois de trocar olhares com o marido. "Para tudo tem que ter uma teoria da conspiração?"
De repente, o telefone tocou. Martha, que atendeu a ligação, chamou Clark, sorrindo, talvez, pela coincidência, e disse que era Lois Lane, numa chamada do Hospital. Ao ouvir o nome de Lois, Clark sentiu uma coisa estranha, um frio na barriga e uma pontada no peito, uma sensação jamais antes experimentada. Levantou-se apressado, tropeçando na cadeira, para susto de Jonathan que bebia seu café concentrado, e atendeu a ligação na sala de estar. Martha e Jonatham trocaram olhares e sorriram, como se já soubessem o que estava acontecendo.
"Oi, Clark", disse ela, com sua voz suave e bastante cansada.
"Lois?", perguntou ele, sem saber como começar uma conversa com ela. "Como você está?"
"Dopada", respondeu ela, seguido de um riso breve. "Por causa das dores de cabeça tive que tomar um medicamento forte", justificou, e antes que Clark pudesse dizer alguma coisa, continuou: "Mas só liguei mesmo para agradecer. Chloe me contou o que você fez por mim e pedi então a ela o seu telefone para ligar mais tarde. Espero que não se importe".
"Não, de modo algum, quando precisar..."
"Olha, eu ainda estou meio baqueada", interrompeu ela, "acho que vou dormir mais um pouco. Falamos outro dia, tudo bem?"
"Tudo bem, eu até queria mesmo falar com você..."
"Tchau, Clark", disse ela, interrompendo-o mais uma vez, e desligando, logo na seqüência.
Atordoado, Clark ficou olhando para o fone do aparelho mudo, e antes de colocá-lo de volta ao gancho, ouviu alguém bater à porta.
"Eu atendo!", disse para os pais, que achavam que ele ainda estava ao telefone.
"Clark, precisamos conversar com urgência!", disse Chloe, assim que ele abriu a porta.
Mais confuso, ainda, Clark avisou, da porta, que estava saindo. Caminhando até o celeiro com o amigo, Chloe disse-lhe, ainda bastante alarmada pela descoberta, que acreditava que a prima podia estar envolvida numa grande confusão. Ele arqueou as sobrancelhas e disse:
"Acabei de falar com ela pelo telefone".
"Bom, não quero dizer agora, já, nesse momento. Mas ela anda metida numas investigações que vão desde o internamento do Lex até uma possível ligação de Lionel com aquele cientista, Virgil Swann", disse ela, eufórica.
Ao ouvir da suposta ligação de Lionel com Swann, Clark ficou estático e já não ouvia mais nada do que Chloe estava dizendo. Seria mesmo possível?
"Acho que ela estava indo para entrevistar Lionel na mansão Luthor quando sofreu aquele incidente na estrada, pois nas suas coisas encontrei umas fitas cassetes, mas nenhum gravador. A pessoa que a atacou deve ter levado".
"Andou mexendo nas coisas dela?", perguntou Clark, em tom de censura e já se recompondo da descoberta da amiga. Acostumado, porém, com os seus métodos não ortodoxos, deixando a questão de lado, perguntou: "Por quê você acha que levariam um gravador?"
"Quando pequena, um gravador para Lois era como um diário de papel, ela tinha o costume de gravar tudo o que tinha feito, e o que pretendia fazer. Acredito que tenha informações muito importantes registradas no cassete que deve estar dentro do aparelho".
"Você acha que Lionel tem alguma coisa a ver com o que aconteceu com Lois?", perguntou Clark, acompanhando o raciocínio de Chloe, que apenas inclinou a cabeça e deu de ombros.
"Tudo bem", disse Clark, resoluto. "Vamos fazer o seguinte... Eu vou até a mansão Luthor e você tenta tirar mais alguma coisa da sua prima".
"Ela não vai me dizer nada. Nem adianta, Clark", resistiu Chloe.
"Bom, então tente descobrir se ela está certa dessa possível conexão de Lionel com Virgil Swann", pediu Clark, preocupado com a possibilidade. Se Lionel estava interessado nos trabalhos do cientista astrônomo que revelou a Clark sua origem, seu segredo então podia estar comprometido.
Chloe concordou e pegou o carro de Pete, que o tinha emprestado naquela tarde, já que seu conversível estava na oficina para conserto. Dali, ela pretendia seguir direto para a escola, para pesquisar na Internet as mais recentes notícias a respeito de Virgil Swann e Lionel Luthor. Assim que a amiga sumiu na estrada, Clark usou sua velocidade para chegar à mansão Luthor.
Instantes depois, no escritório de Lex:
"Na verdade, meu pai está em Metrópolis a semana toda, Clark", disse Lex, servindo-se de uma bebida, enquanto Clark permanecia imóvel a poucos metros, em frente à mesa.
Clark ficou pensativo, enquanto Lex se preparava para ouvi-lo com atenção:
"Lois Lane", disse Clark, imaginando a hipótese de que, talvez, não fosse com Lionel a entrevista dela na mansão Luthor. "Você a conhece?"
"Nunca ouvi falar", respondeu Lex, indiferente. Percebendo, porém, a inquietação do amigo, perguntou o quê estava acontecendo.
"Nada demais, Lex. Amanhã eu explico".
Mais tarde, em Metrópilis:
Tão logo chegou à fachada do prédio da LuthorCorp, Clark viu, ao longe, Lionel Luthor saindo pela porta da frente, acompanhado de dois seguranças e caminhando na direção do carro. Tendo acabado de atender ao telefone celular, o pai de Lex estava completamente alheio ao fato de que estava sendo observado. Clark usou sua super audição para ouvir se o que Lionel falava era comprometedor.
"Está feito", disse uma voz rouca ao telefone.
"Pegou tudo?", perguntou Lionel, secamente, enquanto entrava no carro.
"Apenas o gravador", respondeu.
"Ela deve ter anotações em algum lugar", disse Lionel.
"Além de me fazer agredir uma garota em meio a uma estrada deserta, quer agora que eu invada domicílios?", perguntou, em tom de indignação.
"Os métodos são seus", respondeu Lionel. "Apenas não me venha com serviço incompleto!", completou, desligando o aparelho na seqüência.
Enquanto o motorista ligava o carro, Lionel pensou ter visto alguma coisa se mover rápido demais do outro lado da rua. Porém, nada viu além da umidade no asfalto e a quietude de uma das poucas ruas tranqüilas nas agitadas noites de Metrópolis.
Continua...
Após ter sofrido um estranho incidente na estrada, o qual a impediu de ir à mansão Luthor, os motivos que trazem Lois Lane à Smallville vêm à tona.
Capítulo 4 - Os Interesses de Lois Lane
Cansada, Chloe chegou em casa e simplesmente mergulhou no sofá. Olhando para o nada, relembrou a conversa que teve com Lois Lane no hospital, quando esta lhe pediu para que seus pais, em Metrópolis, não soubessem o quê tinha acontecido naquela manhã. Preocupada, Chloe finalmente teve certeza de que a prima estava envolvida em alguma coisa muito séria. Levantou-se e foi para o quarto. Olhou a mochila de Lois no canto, ao lado da cama. Ainda não havia sido desfeita. Pensativa, Chloe resolveu que era hora de tirar as coisas a limpo e evitar que Lois se envolvesse em mais apuros, pois ainda martelava na sua cabeça o comentário de Clark, que nada parecia ter sido roubado de Lois no ataque em plena estrada que dava acesso à mansão Luthor. Portanto, para Chloe, alguma coisa estava muito estranha.
Aproximou-se, então, da mochila de Lois e, sentada ao chão, abriu-a com cuidado, como se fosse alguma coisa frágil. Na verdade, Chloe sabia que, assim como ela, Lois era esperta e sempre se lembrava como deixava as coisas pela última vez. Era mais do que precaução jornalística, era algo da própria família, sempre atenta ao que está à sua volta. Remédio eficaz contra curiosos. Chloe não queria se indispor com Lois, mas era inevitável. Foi tirando algumas coisas, uma a uma, como o livro de Ben Hecht e Charles MacArthur, e uma blusinha, até encontrar uma caderneta vermelha. Tirou-a, com cuidado. Era de couro e tinha as iniciais "L.L." em alto relevo.
Olhou-a, e antes de abrir, ficou pensando se realmente devia fazê-lo. Era como se alguém invadisse as informações no seu computador. Algo extremamente desconfortável. Mas pelo bem de Lois, Chloe abriu. Do seu interior, cairam uns recortes do jornal Diário Planeta, que estavam dobrados. Abrindo-os, descobriu que se tratavam de artigos recentes a respeito do cientista Virgil Swann e de Lionel Luthor. Não parecia nada tão comprometedor, até que Chloe percebeu. Num dos artigos de Lionel, dizia que ele estaria em Nova York para a inauguração de uma empresa resultado de uma fusão de um dos grupos corporativos da LuthorCorp. Em outro artigo, referente a Virgil Swann, dizia que o cientista havia acabado de voltar de uma viagem da Europa e que passaria a semana em Nova York para ministrar algumas palestras para seus alunos. Desconfiada, Chloe percebeu que as datas de permanência de Lionel coincidiam com a semana que Virgil Swann estaria em Nova York, onde também ficava seu laboratório.
Dobrando como estavam os recortes, Chloe também notou, ao folhear a pequena caderneta, que a maioria das anotações não fazia muito sentido. Eram nomes e telefones, datas e endereços em meio aos garranchos da prima. Mas nas últimas folhas, havia algo interessante, e que chamou muito a atenção de Chloe.
Em meio à anotações enigmáticas de Lois Lane, havia nomes como Belle Reve, o hospital pisquiátrico em que Lex esteve internado e o da Dra. Claire Foster, psiquiatra dele. Então, finalmente, Chloe descobriu que nunca esteve tão confusa. Afinal, o qu6e a prima fazia em Smallville? Estaria ela escrevend alguma coisa a respeito da crise de insanidade de Lex que o afastou temporariamente do controle da LuthorCorp ou estaria ela cogitando de alguma ligação entre Lionel Luthor e o cientista Virgil Swann? Qual era a coerência disso tudo?
Curiosa, Chloe revirou a caderneta, mas nada mais de interessante conseguiu encontrar, e que tivesse relação com Lex, Lionel, Dr. Swann, ou mesmo Smallville. Continuou, então, a olhar dentro da mochila de Lois, mas nada mais encontrou. Nos bolsos laterais, porém, percebeu a existência de algumas fitas cassetes virgens, porém, não havia gravador. Procurou a outra bolsa de Lois, e também não encontrou o aparelho. Deduziu, então, que o mesmo poderia ter sido roubado no suposto assalto, o que tornava tudo ainda mais estranho. Pensativa, ficou olhando para o telefone.
Enquanto isso, no Rancho Kent:
"Que bom que você a encontrou logo, querido", disse Martha Kent ao filho, referindo-se ao salvamento da prima de Chloe, Lois Lane, enquanto tirava uma forma com tortinhas de dentro do forno.
"É, o médico que a atendeu disse que o ferimento na cabeça não foi grave", complementou Clark, sentado à mesa, junto com o pai. "Se bem que eu achei muito estranho quando a Chloe disse, na saída do hospital, que a prima não lembrava de coisa alguma".
"Ah, mas podia ter sido pior, não é mesmo, Jonathan?", perguntou Martha ao marido, dando crédito ao filho.
"Tem certeza de que ninguém estava por perto?", perguntou Jonathan, sempre diligente e preocupado com a exposição de Clark.
"Tenho", respondeu o filho. "Aliás, foi tudo muito estranho porque não levou tanto tempo para eu chegar ao local. A pessoa que fez aquilo devia estar por perto: ou foi alguém muito rápido, ou então já sabia exatamente o que tinha que fazer..."
"Você está começando a pensar como a Chloe", disse Martha depois de trocar olhares com o marido. "Para tudo tem que ter uma teoria da conspiração?"
De repente, o telefone tocou. Martha, que atendeu a ligação, chamou Clark, sorrindo, talvez, pela coincidência, e disse que era Lois Lane, numa chamada do Hospital. Ao ouvir o nome de Lois, Clark sentiu uma coisa estranha, um frio na barriga e uma pontada no peito, uma sensação jamais antes experimentada. Levantou-se apressado, tropeçando na cadeira, para susto de Jonathan que bebia seu café concentrado, e atendeu a ligação na sala de estar. Martha e Jonatham trocaram olhares e sorriram, como se já soubessem o que estava acontecendo.
"Oi, Clark", disse ela, com sua voz suave e bastante cansada.
"Lois?", perguntou ele, sem saber como começar uma conversa com ela. "Como você está?"
"Dopada", respondeu ela, seguido de um riso breve. "Por causa das dores de cabeça tive que tomar um medicamento forte", justificou, e antes que Clark pudesse dizer alguma coisa, continuou: "Mas só liguei mesmo para agradecer. Chloe me contou o que você fez por mim e pedi então a ela o seu telefone para ligar mais tarde. Espero que não se importe".
"Não, de modo algum, quando precisar..."
"Olha, eu ainda estou meio baqueada", interrompeu ela, "acho que vou dormir mais um pouco. Falamos outro dia, tudo bem?"
"Tudo bem, eu até queria mesmo falar com você..."
"Tchau, Clark", disse ela, interrompendo-o mais uma vez, e desligando, logo na seqüência.
Atordoado, Clark ficou olhando para o fone do aparelho mudo, e antes de colocá-lo de volta ao gancho, ouviu alguém bater à porta.
"Eu atendo!", disse para os pais, que achavam que ele ainda estava ao telefone.
"Clark, precisamos conversar com urgência!", disse Chloe, assim que ele abriu a porta.
Mais confuso, ainda, Clark avisou, da porta, que estava saindo. Caminhando até o celeiro com o amigo, Chloe disse-lhe, ainda bastante alarmada pela descoberta, que acreditava que a prima podia estar envolvida numa grande confusão. Ele arqueou as sobrancelhas e disse:
"Acabei de falar com ela pelo telefone".
"Bom, não quero dizer agora, já, nesse momento. Mas ela anda metida numas investigações que vão desde o internamento do Lex até uma possível ligação de Lionel com aquele cientista, Virgil Swann", disse ela, eufórica.
Ao ouvir da suposta ligação de Lionel com Swann, Clark ficou estático e já não ouvia mais nada do que Chloe estava dizendo. Seria mesmo possível?
"Acho que ela estava indo para entrevistar Lionel na mansão Luthor quando sofreu aquele incidente na estrada, pois nas suas coisas encontrei umas fitas cassetes, mas nenhum gravador. A pessoa que a atacou deve ter levado".
"Andou mexendo nas coisas dela?", perguntou Clark, em tom de censura e já se recompondo da descoberta da amiga. Acostumado, porém, com os seus métodos não ortodoxos, deixando a questão de lado, perguntou: "Por quê você acha que levariam um gravador?"
"Quando pequena, um gravador para Lois era como um diário de papel, ela tinha o costume de gravar tudo o que tinha feito, e o que pretendia fazer. Acredito que tenha informações muito importantes registradas no cassete que deve estar dentro do aparelho".
"Você acha que Lionel tem alguma coisa a ver com o que aconteceu com Lois?", perguntou Clark, acompanhando o raciocínio de Chloe, que apenas inclinou a cabeça e deu de ombros.
"Tudo bem", disse Clark, resoluto. "Vamos fazer o seguinte... Eu vou até a mansão Luthor e você tenta tirar mais alguma coisa da sua prima".
"Ela não vai me dizer nada. Nem adianta, Clark", resistiu Chloe.
"Bom, então tente descobrir se ela está certa dessa possível conexão de Lionel com Virgil Swann", pediu Clark, preocupado com a possibilidade. Se Lionel estava interessado nos trabalhos do cientista astrônomo que revelou a Clark sua origem, seu segredo então podia estar comprometido.
Chloe concordou e pegou o carro de Pete, que o tinha emprestado naquela tarde, já que seu conversível estava na oficina para conserto. Dali, ela pretendia seguir direto para a escola, para pesquisar na Internet as mais recentes notícias a respeito de Virgil Swann e Lionel Luthor. Assim que a amiga sumiu na estrada, Clark usou sua velocidade para chegar à mansão Luthor.
Instantes depois, no escritório de Lex:
"Na verdade, meu pai está em Metrópolis a semana toda, Clark", disse Lex, servindo-se de uma bebida, enquanto Clark permanecia imóvel a poucos metros, em frente à mesa.
Clark ficou pensativo, enquanto Lex se preparava para ouvi-lo com atenção:
"Lois Lane", disse Clark, imaginando a hipótese de que, talvez, não fosse com Lionel a entrevista dela na mansão Luthor. "Você a conhece?"
"Nunca ouvi falar", respondeu Lex, indiferente. Percebendo, porém, a inquietação do amigo, perguntou o quê estava acontecendo.
"Nada demais, Lex. Amanhã eu explico".
Mais tarde, em Metrópilis:
Tão logo chegou à fachada do prédio da LuthorCorp, Clark viu, ao longe, Lionel Luthor saindo pela porta da frente, acompanhado de dois seguranças e caminhando na direção do carro. Tendo acabado de atender ao telefone celular, o pai de Lex estava completamente alheio ao fato de que estava sendo observado. Clark usou sua super audição para ouvir se o que Lionel falava era comprometedor.
"Está feito", disse uma voz rouca ao telefone.
"Pegou tudo?", perguntou Lionel, secamente, enquanto entrava no carro.
"Apenas o gravador", respondeu.
"Ela deve ter anotações em algum lugar", disse Lionel.
"Além de me fazer agredir uma garota em meio a uma estrada deserta, quer agora que eu invada domicílios?", perguntou, em tom de indignação.
"Os métodos são seus", respondeu Lionel. "Apenas não me venha com serviço incompleto!", completou, desligando o aparelho na seqüência.
Enquanto o motorista ligava o carro, Lionel pensou ter visto alguma coisa se mover rápido demais do outro lado da rua. Porém, nada viu além da umidade no asfalto e a quietude de uma das poucas ruas tranqüilas nas agitadas noites de Metrópolis.
Continua...
