*N.A 1*= Desculpem a demora! Estou longe do meu pc com banda larga, e também tive uma pequena zona em relação aos arquivos dos meus betas! Agora vai!


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ESPADA DOS DEUSES

EPIS"DIO II: Quadribol

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--Capítulo 26--

A Final, Afinal!

Madame Hooch jogou a goles para o alto e antes que Lino terminasse de dizer que o jogo havia começado, Gina e Not zuniram em direção à bola. Not levou a melhor e saiu com ela na palma da mão. Gina virou na vassoura e disparou para o lado oposto do campo. Ele foi olhar para trás para procurá-la e quando voltou a olhar para frente sentiu um tapa na mão, viu Lilá descer com a goles na mão e jogar para o outro lado. Not seguiu a trajetória e viu, do outro lado, Gina esperando o arremesso. Ela não perdeu tempo e disparou na direção das balizas. Not foi atrás, sem perder tempo, junto de Malcon. Gina olhou dos lados e viu os dois na sua cola. Por cima dela Rony passou e BAF, rebateu um balaço, obrigando Malcon a sair da reta. Mas antes que Not a alcançasse, ela mandou a bola pro gol. Draco rebateu com cara de bunda, mas...

- Olha a Lilá ali embaixo e... GOL! Da Grifinória! Gina mandou a goles propositalmente para que Malfoy rebatesse e desse caminho livre para o ataque fulminante de Lilá! Grifinória abre o placar e a torcida vibra!

Gina ergueu o olhar para Lino e sorriu. Quando voltava para o centro do campo atrás da goles passou ao lado de Not.

- Você é boa - resmungou Not com cara de bravo - mas vai precisar ser melhor.

Mais à frente Grão lançava a goles para Not. Ele ergueu o corpo para subir velozmente na vertical, quando percebeu Gina e Lilá na cola dele. Continuou veloz para cima. Já estava a mais de 20 metros quando Lilá deu um leve empurrão e ele trombou em Gina. E ficou de novo sem a goles. Resmungou e disparou de novo até a garota, na vertical. Quando passaram no nível dos gols, ele deu uma cotovelada na goles para lança-la na direção do gol. Dennis defendeu, e a mandou na trave.

- UUUUUUHHH! - gemeu Lino, junto do estádio. - Essa foi quaaaase, Not!

- Ele é demais! - vibrou Gina, ao lado de Lilá, que também sorria. - Eu nunca faria uma coisa dessas...

- Além disso é bonitinho - sorriu Lilá. - Pena que é mais novo que eu...

Dennis fechou a cara para as duas e mandou a bola para Josefa. Gina e Lilá dispararam, trocando a goles entre si. Malfoy levou mais um gol porque teve de desviar de um balaço de Rony.

- Chega disso! - gritou Malfoy. - Crabbe, Goyle, façam alguma coisa!

Rony murmurou entre os dentes.

- Hum... Vão começar a apelar pra porrada? Vocês, cuidado - completou, apontando as artilheiras.

- Qual a graça de se pegar um pomo enquanto está assistindo a isso? - suspirou Hermione, deitada na Ocean Wind, lá no alto. Harry ao seu lado.

- Tem razão. Esses dois jogam muito! Nem dá ânimo sair atrás do pomo. A gente pode perder algum lance legal.

- Hum-rum. - concordou ela, seguindo os sonserinos com o olhar.

- O que aqueles dois estão fazendo? - murmurou Hagrid, olhando no onióculos. Lupin e Sirius dessa vez estavam ao seu lado. - Vão ficar só assistindo?

- Está tão bom que esquecemos que a finalidade desse jogo é capturar o pomo... - comentou Sirius.

- A Gina é um talento tanto no Quadribol quanto nas aulas do Clube dos Duelos. Ela vai ser uma grande bruxa. - falou Lupin, orgulhoso.

- Gostei da idéia dos testes para todos os alunos... - disse Sirius. - Tem gente que podíamos jurar que jamais subiria em uma vassoura. Lilá Brown, o Not, a Hermione!

- Olha lá o pomo. - comentou Harry, calmamente, olhando o cantinho do campo. Hermione forçou o olhar.

- Oh, é mesmo.

Ficaram uns instantes olhando o solo, sem mover um músculo.

- E aí? - perguntou ela.

- E aí? – ele rebateu a pergunta.

- A gente tem que ir, né?

- Ah, é... Né?

- Então... Vamos. Você primeiro.

- Por quê?

- Você achou o pomo. Além disso, se sairmos juntos... Será fácil demais te ultrapassar.

Hermione disse isso num malvado sorriso. Harry fez cara de injustiçado.

- Sua exibicionista! Vou pegar esse pomo na tua frente! E vai ser o maior mico da sua vida!

- Vai com fé. - respondeu.

Harry disparou. As arquibancadas olharam animadas. Pouco depois foi Hermione. Havia um feitiço em volta de todos os jogadores para que não se congelassem durante o jogo. O uniforme, pra começar, era bem mais pesado. O feitiço que os envolvia protegia do vento gelado. Quando os dois dispararam atrás do pomo foi como se estivessem dentro de duas esferas de fogo. Antes que a neve chegasse próximo à pele deles, o feitiço "esquentava o ar", desviando. Ao diminuir a velocidade, o escudo parecia sumir, mas era só aumentar a velocidade que ele novamente aparecia, deixando um rastro de fagulhas laranjas.

- É a vez dos apanhadores! - anunciou Lino. - Olhem a velocidade de uma Ocean! Está chegando muito perto da Firebolt de Potter! Vai lá, Potter!

Harry encurralou o pomo e quando viu Hermione na sua cola passou a mão nele. Mas a bolinha escapou e deu vantagem a Hermione. Ele resmungou e correu para cima, atrás dela. Mas antes que pudessem se aproximar do pomo, dois balaços voaram até eles.

- Ah, CRISTO! - xingou a sonserina, vendo o tchauzinho de Rony. - Palhaço...

- Tsc. Perdemos o pomo. - resmungou Harry, olhando pro lado.

O duelo entre artilheiros continuava. Dennis lançava um olhar quase assassino para Not toda vez que o mal humorado de cabelos azuis se aproximava do gol.

- Devíamos mandar um balaço no meio da cabeça desse imbecil. - murmurou para Parvati Patil.

- Sem essa, Dennis. - disse Parvati. - A gente não é desse tipo de jogador.

- Mas a Sonserina é!

- Então vamos ensiná-la a jogar. - sorriu, indo até Rony, que a chamava.

- Vamos derrubar essa Weasley e mostrar pra ela qual o seu lugar. - rosnou Draco para Crabbe e Goyle. Em seguida olhou Not. - Hey, Not. Você, trate de bater mais nela. Não precisa ficar com dó. Tire-a do seu caminho logo. Com uma fratura será difícil continuar jogando. Quero ela fora do campo.

Not voltou a olhar para frente e voou até o alto. Em seguida olhou para baixo, com o olhar estreito nas artilheiras da Grifinória. E deu um meio sorriso.

- Não mesmo...

- A Sonserina começa a pegar pesado! - disse Lino, bravo. - Os batedores grandalhões não param de mandar balaços para as artilheiras! Querem tirar Gina de campo por que ela é melhor que os seus três juntos? Jogo sujo, imbecis! Ah... Pegar mais leve, professora? Tudo bem...

Hermione reparou que Not não desgrudava do pé de Gina. Aonde ela voava ele estava em sua cobertura. Isso dificultou muito o trabalho de Crabbe e Goyle.

- Not está meio mal. - comentou Harry. - Será que é o frio? Ele anda, anda atrás de Gina... Mas quase não pega a goles.

- Ele está... protegendo a Gina. - disse Hermione, estudando a tática do companheiro de time. - Assim Crabbe e Goyle não podem acertá-la... Ou pelo menos maneiram na força com medo de acertá-lo. Bem... Acho que ele quer ter uma disputa de verdade contra ela.

Not continuava a voar quase ao lado de Gina. Até que ela levantou vôo e ficou quase no centro do campo. Olhou para trás.

- Até quando vai ficar me bajulando?

Ela parou junto dele e ficou à sua frente, a goles no braço. Not ficou muito carrancudo ao escutar o que ela disse.

- Não estou pra perder meu tempo bajulando você...

Gina sorriu, erguendo a goles no ar.

- Ah, não? Então por que ainda não pegou essa goles?

- Momentos de reflexão entre artilheiros! - disse Lino, achando interessante. Ninguém se aproximou dos dois. Nem batedor, nem artilheiro. - Por acaso está querendo convidar a jovem Weasley para o baile de formatura, Not? Então... Fale com o capitão.

Se Not estava bravo agora estava muito mais. Gina riu e balançou a goles. Not avançou e ela desviou. Eles ficaram brincando de "bobinho" um tempão. Gina desviava, passava a goles por detrás das costas numa habilidade de malabarista, e Not, cada vez mais furioso, tentava pegar a bola. Até que ele juntou Gina pelo colarinho.

- Pare de me fazer de bobo! - rosnou. Gina riu, com a goles no alto da mão.

- Então pare de ficar mal humorado. Tenha esportiva, divirta-se! Oh, droga!

Malcon passava veloz por Gina e catou a goles. Ela ficou muito decepcionada, Not resmungou e voou atrás de Malcon.

- Me dê essa goles! - pediu.

- Você vai perdê-la de novo, imbecil! - disse Malcon.

- Não vou, não!

- Jogue sério ao invés de poupar e bajular essa Weasley nojenta!

- Eu não estou bajulando a Weasley!

- Então deixe a gente derrubar ela da vassoura!

Not freou e olhou para trás. As três artilheiras passaram zunindo por ele atrás de Malcon, mas não conseguiram evitar o gol. Not respirou fundo e olhou Hermione, vindo ao seu lado.

- Minhocas carnívoras na cabeça, Not? - sorriu. - Por acaso está escondendo o jogo?

- Não. - disse depressa. - Não estou. Acontece que essa Weasley é muito boa.

- Você é tão bom quanto ela. Jogue seu jogo e esqueça do resto.

- Eles querem machucá-la. - justificou. E ao dizer o resto da frase desviou os olhos de Hermione. - E eu não quero... ela fora do jogo.

- Bom... - disse ela, pensativa e sorriu. - Então esqueça do jogo e preocupe-se com o resto.

- Não quero vencê-la usando a força. Se eu vencer essa partida sabendo que ela está fora não vou me sentir bem. Não vou me sentir bom o bastante.

- Ok. Boa sorte, então. - e subiu atrás de Harry.

*

- Rony não vai gostar de saber disso. - riu Mione para Harry.

- Por quê? - perguntou.

- Acho que a Gina arranjou um "fã". Um fã de cabelo azul espetado.

- Ah!... - resmungou, olhando Not. - Bem, então a recíproca é verdadeira. Gina está encantada com as habilidades dele há uns dois jogos, até ajudou ele quando machucou o ombro. Rony quer se descabelar.

- Ele precisa perder um pouco do preconceito. - sorriu a amiga. - No meio daquele antro de cobras existe uma meia dúzia de gente boa. Eu, por exemplo.

- Convencida.

- Sou mesmo.

- O pomo!

- Hey!

Os dois dispararam para o alto. O pomo voava desesperado.

- Mais uma vez Harry e Hermione estão lado a lado! Opa, olha os batedores da Sonserina em suas Oceans rebatendo os balaços! Desviem, desviem!

Harry e Hermione faziam vários ziguezagues para escapar dos balaços. Com as Oceans era fácil Crabbe e Goyle rebaterem e em poucos segundos estarem do outro lado, rebatendo os balaços de novo.

- Mas esses caras são mesmo uns.... Akh! - xingava a moça, a cada desviada brusca que tinha que dar. - Maneirem, seus... Ah!

- Não temos saída a não ser desviar... Ih! Mione! - dizia Harry, também ziguezagueando pelo campo.

- Que leveza! Que agilidade! Esses apanhadores são TUDO que alguém deseja ver em campo! E... Teeempo! Hora de um intervalo! Uau! Três horas de partida! O tempo simplesmente voou! Por causa do frio os jogadores vão para as tendas se esquentarem. Quinze minutos, minha gente!

Hermione chegou na tenda passando a mão na franja suada e bufando.

- Malfoy, querido... - resmungou para Draco, sentado num sofá, tomando chocolate quente com conhaque. - Poderia parar com essa idiotice de balaços? Olha meu estado! A temperatura... Está pelo menos de dez graus negativos e você me faz ficar ziguezagueando sem parar? Meus reflexos já estão retardados!

- Granger... - disse Malfoy, tirando a xícara da boca e a olhando de cima embaixo. - Você inteira é retardada.

Hermione respondeu com uma careta. Not estava brigando com Crabbe e Goyle. Ele não queria que ninguém jogasse pesado. Enquanto isso Rony, Harry e Gina conversavam tranqüilamente e riam, tomando o chocolate. Hermione se sentou na outra ponta do sofá de Malfoy, com um chocolate quente e suspirou, relaxando os músculos. Krum se aproximou.

- Esse jogo está marravilhoso. - disse animado e todo encapotado. - Ninguém sabe quem irrá ganharr. Os arrtilheirros, os apanhadorres... Estão todos no mesmo nível. Os prrofissionais estão superr animados.

- Ryan já me elogiou muito - gabou-se Malfoy -, creio ter uma grande chance na seleção. É claro.

- Eunice Murray está muito entusiasmada com você e Potterr, Herrmione - sorriu Krum. Draco fechou a cara.

- Uau... É uma honra. Harry já sabe disso? Ele vai adorar.

- Bem... O jogo vai começarr novamente. Boa sorrte parra vocês, estarrei de olho parra ajudarr.

Krum saiu junto de Olívio, que falava com a Grifinória. Os jogadores voltaram para o campo, agora com protetores de pele nas orelhas, fora as botas e luvas peludas que já usavam.

Antes de levantarem vôo, Draco murmurou para Crabbe e Goyle.

- Não se esqueçam do combinado.

- Hehe, claro, Draco. - riu Goyle.

Not olhava o trio desconfiado e partiu para o ar junto deles. Ventava mais do que antes e começava a nevar, como se fosse uma garoa de flocos de neve.

- Reeeeecomeça o jogo! - dizia Lino, deixando a xícara no balcão. - Os artilheiros estão animados! Olha! Vai, Lilá! Passou para Josefa, opa, olha que roubada, Grão! Passou para Malcon, que devolv... Ops, Lilá rouba no meio do caminho e foi... Not! O garoto "porco-espinho supersônico"! Vai desviando, desviando, e gol! Tsc, tsc, tome providências, Weasley! Ops! Quase leva um balaço, heim, Hermione? Ah, não precisa olhar feio para Crabbe. É difícil distinguir um jogador de verde de um de vermelho mesmo... Ahn? Daltônico, professora Minerva? É, talvez... Mesmo porque é fácil confundir Harry e Hermione. Eles são... Iguais, né? Hehehe! É, foi uma ótima piada, hehehe. Sim! Oh! Os artilheiros!

Malcon e Grão tentavam acotovelar Gina, que mantinha a goles protegida. Not veio voando do outro lado do campo. Os dois forçaram Gina a mudar de rota.

- Mas que merd...? - Rony olhava os três e viu Crabbe e Goyle atrás dos balaços. - Ah, não! Cuidado!

Not mordeu os lábios e deitou na vassoura. Os batedores mandaram os balaços com muita força até Gina.

- Vai! - gritou Malcon.

- Agora! - berrou Grão.

Os dois voaram para os lados. Gina olhou para cima e deu de cara com os balaços. Já era tarde.

- Gina! - berrou Rony.

Gina fechou os olhos e tentou se proteger. Not a agarrou por trás, pela gola da capa, com a mão direita. Em seguida ergueu o braço esquerdo como escudo para os dois. Um balaço acertou em cheio o braço, moendo a proteção. O segundo acertou em cheio a cabeça de Not, fazendo-o tombar junto de Gina na maior velocidade. Gina enterrou a cara na neve fofa. Not ainda saiu "catando cavaco", rolando na neve, e só parando a uns bons oito metros da garota. Imediatamente o apito soou.

Gina ergueu o rosto cheio de neve, balançou a cabeça e olhou em volta. Focalizou Not.

- Mas o quê... Not? Not!

Ela se ergueu um pouco zonza e foi até ele. O estádio berrava sem parar. Ela parou e o olhou. Ele não se mexia e continuava enterrado na neve. Ela se ajoelhou ao seu lado, sem saber o que fazer. Hermione e Harry se olharam preocupados.

- Not? Tudo bem? Not...? - Gina, com um pouco de medo, aproximou a mão dele. Pôs sobre seu ombro e balançou levemente. O corpo estava mole. Ela então pôs mais uma, mas nada dele se mover ou gemer. - Hey, Not! Acorde, moleque!

Ela puxou os cabelos arrepiados que lhe cobriam o rosto e viu que sua cabeça sangrava, e muito. Ela sentiu o estômago embrulhar e o virou devagar, para ver seu rosto. Estava desacordado, com aquele machucado na cabeça e no braço esquerdo. Sentiu os médicos caírem apressados ao seu lado, enquanto Rony a puxava para cima. Viu todo o time no chão, um pouco longe de Not, para não atrapalhar o trabalho dos enfermeiros. Krum chegou muito preocupado, passando a mão na testa e bem mais carrancudo que o costume.

- Como meu jogadorr está, doutorr?

Madame Pomfrey chegou aflita e agachou ao lado de Not. Os médicos agora olhavam a cabeça dele, enquanto a fratura do braço já tinha sido imobilizada por um feitiço.

- Será que ele está bem? - murmurou Gina, mordendo o dedo. Harry pôs a mão no ombro dela e a puxou para perto do time da Grifinória. Rony não gostava do que via.

- Canalhas! - xingava. - Iam jogar sujo contra a minha irmã! Ah se eles a acertassem...

Harry desviou os olhos e viu Hermione faiscando de raiva. Correu até Crabbe e Goyle e começou a gritar com eles sem parar, e Harry podia jurar que dali a pouco ela viraria um murro em algum deles. Ou nos dois.

- O que vocês estão pensando da vida?! - berrava. Malfoy chegou atrás dela. Mione virou e agarrou Draco pelo colarinho, rosnando entre os dentes. - Tem idéia do que VOCÊ fez, Malfoy?! Me dê um bom motivo para eu não...

- O que vocês pensam que estão fazendo?! - gritou Madame Pomfrey, segurando a cabeça de Not, quase histérica. - Vocês... potencializaram os balaços para atingir Virgínia Weasley!

Krum arregalou os olhos para os batedores. Hermione largou Malfoy.

- Vocês... Meu Deus... - murmurou a enfermeira.

- Ma... Madame Pomfrey - perguntou Gina, sentindo um desconforto no estômago. - Ele... está... bem?

A enfermeira não respondeu, balançou a cabeça com um leve desespero e quase histérica.

- Levem esse menino logo daqui! Vamos! Levem!

Gina e Harry deram um passo para trás para dar passagem aos médicos, que colocaram Not numa maca.

- Andem logo! Antes que...

Os médicos saíram de campo deixando uma sensação horrível no lugar e todos em silêncio. Gina mordeu os dedos com mais força para não deixar o medo tomar conta de si.

Madame Hooch mandou Crabbe e Goyle para detenção. A ser cumprida. Severamente cumprida. Mas, antes, o jogo deveria continuar. Harry lançou o olhar para os times, que pegavam suas vassouras. Malfoy mantinha o nariz empinado. A neve caía sem parar. Olhou para o lado e viu Hermione andando a passos pesados e possessa da vida. Antes de chegar perto de Harry, passou ao lado da vassoura que estava no chão. Continuou andando e, ao passar exatamente por cima dela, apenas abriu a mão, sem sequer dizer "suba", e a vassoura prontamente subiu para sua mão. Harry ergueu as sobrancelhas. Hermione não era uma "domadora de vassouras" exatamente eficaz. Mas naquela hora...

- Vamos acabar logo com esse jogo. - resmungou ao passar por Harry, sem tirar os olhos de Malfoy. Ela estava realmente muito brava.

- Torcemos pela recuperação da grande revelação do ano, Not! - disse um Lino Jordan muito diferente. Parecia que anunciava um velório. - Vamos recomeçar o jogo! Sonserina tem um jogador a menos... - e, de repente, seu rosto se iluminou. - Então... A festa é sua, Weasley!

Gina, claro, não gostou do comentário. Mesmo sem Not no jogo, a Grifinória não conseguia ir muito adiante. Gina parecia ter medo. O que não acontecia com a Sonserina, que pegava pesado sem sentir a falta do artilheiro.

- Babacas escrotos. - resmungou Rony. - Se fosse um jogador meu...

- Não seria um jogador nosso, Rony. - disse Parvati. - Nós nunca faríamos isso. Nunca precisaríamos disso.

Sonserina disparou no placar. A vantagem antes era 10 pontos para Grifinória, agora eram 70 para Sonserina.

- Tsc, que saco... - resmungou Hermione, mais calma, mas não menos carrancuda. - Esse jogo está uma porcaria sem Not.

O pomo subiu entre ela e Harry, que se olharam. Harry engoliu em seco. Hermione estreitou o olhar. E deu um meio sorrisinho.

- Bem... Está na hora de acabar com essa lenga-lenga, Harry. Até.

Harry disparou ao mesmo tempo que ela atrás do pomo.

- Eu não vou desviar até pegar essa droga de pomo! - berrou a apanhadora, à frente de Harry.

- E nem eu! - gritou, agarrado à vassoura.

- Os apanhadores estão em um racha pelo pomo! - berrou Lino. - Não vão desgrudar do pé dele! Os balaços! Eles continuam atrás do pomo! É uma perseguição implacável!

As arquibancadas se ergueram e começaram a gritar sem parar. O escudo contra o frio trabalhava como nunca, deixando um rastro pelo campo. Harry e Hermione continuavam firmes. Foram até o fim do campo e deram uma brusca volta, invertendo a trajetória. O pomo iniciou uma descida frenética para o chão, na diagonal. Os dois se olharam, atrás do pomo. Continuaram em linha reta e o pomo embaixo deles. Se olharam novamente e sabiam que não tinham outra alternativa. Agarraram-se á única e desesperada saída que tinham no momento.

- Eles... saltaram! - berrou Lino. - Os apanhadores estão em queda livre pelo pomo!

Harry e Hermione calcularam direitinho. Saltaram da vassoura em queda livre, na direção do pomo. Desceram como um bala, carregaram o pomo juntos e abriram um buraco na neve, como um míssil, espalhando neve para todo o lado.

- Nossa! - exclamou Rony. - O que deu neles?!

O estádio novamente parou, junto com os jogadores. Harry estava caído de costas no chão, no meio do buraco da neve. Hermione em cima dele, a cabeça em seu peito. E os braços dos dois esticados para cima, as duas mãos fechadas, uma em cima da outra. Segurando com toda a força do mundo. Harry gemeu e abriu um dos olhos. Balançou a cabeça e olhou a sua mão, junta à da amiga. Ela tirou o nariz de seu peito e também olhou as mãos. Em seguida olhou Harry. Os dois ofegantes de tanta adrenalina. O corpo inteiro doendo. Harry podia sentir o calor da respiração dela e a ponta gelada do seu nariz no dele. Ele deu um sorriso.

- Você está com bafo de chocolate. - riu. Hermione tomou fôlego, mole de cansaço.

- É... Você também está.

Todos esperavam uma reação. Os dois olharam novamente as mãos. Ela abriu vagarosamente as suas. Entre seus dedos, os de Harry. Então foi a vez dele abrir as mãos. E, dentro delas, o pomo. Hermione suspirou. Harry abriu um largo sorriso.

- Ele... pegou o pomo - disse Mione, olhando os lados.

- Pe... Pegou? - murmurou Rony. Uma felicidade gigantesca o consumiu de dentro pra fora, e ele explodiu - HARRY PEGOU O POMO!

Priiiiiiiiii - fez o apito de Madame Hooch, tirando os óculos e erguendo a mão para o alto.

- Vitória da Grifinória!

O estádio explodiu. Lino berrou escandaloso.

- HARRY PEGOU O POMO! GRIFIN"RIA VENCE A COPA DE QUADRIBOL!

Hermione saiu de cima dele, que foi imediatamente agarrado pelo time.

- Nós vencemos! Nós vencemos! Nós vencemos! Nós vencemos! Nós vencemos! Nós vencemos! Nós vencemos! - repetia Rony aos gritos, abraçando Harry com todas as forças.

Em seguida os outros jogadores se jogaram em cima dos dois. O bolo vermelho pulava sem parar. A amiga se levantou, passou a mão na franja e, atrás dela, Sonserina descia das vassouras.

- Yyyyyyyrrrrrraaaaa! - berrou Sirius, pulando no meio do bolinho vermelho, seguido de Lupin e Hagrid, que, claro, jogou todo mundo no chão.

McGonagall aplaudia sem parar e quase se atirava do camarote. Os profissionais aplaudiam sem parar. Eunice sorria de orelha a orelha. Cho tinha um discreto, porém satisfeito sorriso, enquanto aplaudia. Olívio fazia parte do bolinho que rolava na neve. Krum chegou junto ao time derrotado. Por incrível que pudesse parecer, tinha um grande sorriso na habitual cara carrancuda.

- Foi um jogo extrraorrdinárrio! Não tenho palavrras parra dizerr a vocês. Mantiverram-se firrmes durrante todo o jogo. Apesarr da jogada suja... - disse isso olhando um Malfoy com cara de quem cheirou alguma coisa beeeem fedida. - Vocês forram demais. Especialmente Not... E você, Herrmione.

- É... Né? - suspirou ela, desanimada.

*

A Grifinória erguia a taça de Quadribol no alto, a torcida junto dos jogadores, Gina, Rony e Harry sendo jogados para cima, quase chorando de felicidade. Era tudo que Harry podia querer. Sair de Hogwarts campeão. Era tudo que Rony sonhava. Ser popular. A mulherada berrando seu nome, o nome do capitão, o nome do campeão. Abraçava Harry e chorava, esmurrando o peito do amigo de tanta felicidade.

Quando os jogadores foram deixados mais à vontade e a festa se espalhou pelo campo, deixando uma brecha para eles, Harry jogou o olhar para a Sonserina, saindo do campo, junto de Krum. Harry se desvencilhou da multidão e correu até Hermione.

- Mione! Mione! - chamou. Ela estava olhando o chão, e ergueu o olhar com um meio sorriso. - Você não vem festejar com a gente?

Hermione o olhou como se fosse óbvia a resposta. Harry lembrou do "pequeno detalhe", passou a mão na testa e perguntou, ofegante.

- Você... não está feliz? - perguntou. Ela deu de ombros.

- Hum... Metade sim.

- ...Metade?

- É... Uma parte de mim está muito, muito feliz por você. Por Rony. Estou super feliz por ver meus amigos serem campeões, claro que estou orgulhosa de vocês! Mas...

- Mas...? - Harry não entendia. Ela era amiga deles, devia estar pulando com os outros. Hermione respirou fundo e falou, ainda sorrindo.

- Mas... A minha casa perdeu, Harry. A Sonserina foi derrotada. Eu queria vencer, também... Eu joguei para isso.

Harry ficou quieto. Estava tão contente que tinha esquecido disso. Quando estava feliz ele sempre esquecia disso.

- Vá comemorar, Harry! - animou a amiga, batendo as mãos no peito de Harry, sorrindo. - Ande logo! Vocês são campeões! Não vejo um jogo bom desse desde o quarto ano, quando conhecemos Krum! Vai, menino! Vou pro meu quarto, quero tomar um banho quente e me enfiar nas cobertas, que hoje não tenho mais aulas até o treino da noite com a Leah!

Harry sorriu para a amiga e voltou para festa. No vestiário ela encontrou o time conversando até que bem animadinho pruma turma de derrotados. Krum puxava tanta conversa sobre os lances da partida que os artilheiros ficavam excitados demais. Crabbe e Goyle já tinham ido pro "corredor da morte". Ela silenciosamente chegou no armário dos materiais. No armário do lado, Malfoy, sem camisa, juntava as coisas. Hermione não deixou de notar que ele era tão magro e branco que lembrava uma perereca. Não conseguiu agüentar e soltou um risinho. Draco, do seu lado, parou de mexer no armário. A apanhadora olhou com o canto do olho, mas não dava para vê-lo, porque a porta separava os dois. Ela mordeu os lábios para não rir de novo e juntou os livros.

- Foi... - murmurou, contendo a risada. - um jogo... equilibrado.

Malfoy fechou a porta do armário com força, pôs o braço nele, apoiando-se, a mão na cintura, e olhou fixamente Hermione, que tentou prender os olhos seus nos dele para não sentar no chão de tanto rir da macabra visão de Draco Malfoy sendo um animago perereca em sua mente.

- Você não acha que eu vou te agradecer, né? - rosnou, com o olhar faiscando de raiva.

- Não esperava tamanha humanidade de você. Pf...

- Qual a graça?

Hermione só não soltou a gargalhada na cara de Draco porque Krum chegou nos dois.

- Como estão?

- "timos. - disse Hermione.

- Derrotados. - rosnou Malfoy.

- Não seja tão cruel - riu ela, batendo as costas da mão no peito de Draco. Em seguida ela mordeu a boca com muito mais força, sentiu os olhos se encherem de água e cruzou os braços. Malfoy também estava gelado como uma perereca. Tentou manter o olhar em Krum.

- Foi um golpe de sorrte, de Potterr. Ele é mesmo um grrande jogadorr.

- Ah, com certeza. Sei disso desde o primeiro ano. - sorriu Hermione, descruzando os braços e se distraindo, sumindo da cabeça a visão da perereca, digo, do Malfoy sem camisa.

Krum cruzou os braços, olhando-a.

- Você não facilitou parra Potterr, facilitou?

- Eu? Imagina! Nunca! Acredite, ele é mesmo bom. Muito bom! Ele é um dos melhores jogadores que eu...

- Parem com essa conversa nojenta antes que eu vomite nos seus pés! - rosnou Malfoy, saindo do vestiário com as coisas embaixo do braço e blusa de lã. Hermione virou para Draco e disse o que lhe veio na cabeça.

- Ah, Malfoy! Tá estressado? Vai trepar!

Em seguida sentiu um frio na espinha, tinha esquecido que Krum estava ali. Ela pôs as mãos na boca, morrendo de vergonha. Krum a olhou rindo.

- De.. Desculpa, Vítor! - murmurou, vermelhinha.

- Posso... dizerr uma coisa muito grrossa e indiscrreta parra você?

Hermione deu de braços. Krum riu, erguendo o olhar pra Malfoy, que saía do lugar.

- Ninguém nesse mundo consegue desestrressar trrepando com Pansy Parrkinson.

Hermione não agüentou, caiu na risada, junto de Krum.

*

Gina se sentou junto de Hermione, Harry e Rony, no finzinho do jantar. Dois dias depois da vitória, Hogwarts estava bem menos movimentada, porque o pessoal voltava para casa no feriado de fim de ano.

- E aí?... - falou, sentando-se. Olhou meio angustiada para Hermione. - Você sabe... do Not?

Rony e Harry se olharam. A sonserina, desanimada, ergueu as sobrancelhas.

- Ah... Bom... Ele está... na ala hospitalar. Desacordado.

Isso era óbvio. Hermione desconfiou do olhar que recebera. Ela suspirou.

- Ok, tudo bem... Ele não está bem.

Gina ficou estática, olhando-a.

- Como... não?

- Bom... - começou a morena, sem jeito. - Ele não é... como posso dizer... "preparado" como nós, Gina... Se eu, você, Rony ou Harry tivéssemos levado aquela pancada, o máximo que aconteceria seria um ou dois dias desacordados na ala hospitalar. Mas ele... é um bruxo de dezesseis anos que só cumpre tarefas bobas do dia a dia. E além do mais... Os balaços estavam cinco vezes mais poderosos.

- Cinco?! - gemeu Rony. - Mas o que aqueles babacas têm na cabeça?

- Vão ficar o resto do ano de detenção. Ajudando os elfos domésticos nas tarefas mais nojentas possíveis. - e abriu um sorriso enorme.

- Viva o F.A.L.E.! - vibrou Rony. Mas em seguida voltaram a ficar preocupados com a expressão de Gina.

- Gina... - murmurou Harry ao vê-la olhando o prato com os olhos brilhando. - Não fique assim...

- A culpa... é minha, de ele estar assim... - e rapidamente secou uma lágrima com as costas da mão. - Se eu pudesse voltar atrás... Eu não deixaria aquilo acontecer.

Hermione suspirou olhando o teto de braços cruzados. Os floquinhos de neve flutuavam nele. Gina cerrou os dentes.

- E se... algo de ruim acontecer?

- Bom... - disse ela, voltando a olhar Gina. - Leah me ensinou uma grande coisa: não existe destino. Existe escolha. Você tem um caminho traçado, sim, mas nele é você quem decide o que faz. Not decidiu aquilo naquela hora, eu o conheço, ninguém o faria mudar de idéia. Ele está feliz por ter feito o que fez.

Todos se olharam.

- Not podia ser um sonserino como todos os outros, que a gente passa do lado e acha que ele olha com cara de superior. Mas ele é um grande jogador de Quadribol. Ele detesta jogo sujo. Ele quis fazer aquilo, de propósito, pra melar o plano de Malfoy.

Gina ainda ficou olhando Hermione. Queria fazer alguma coisa para ajudá-lo, mas não sabia o quê. Não tinha como. Até que Hermione pôs o dedo no queixo e teve uma idéia.

- Bem... Você pode ficar com ele, Gina, fazendo companhia enquanto ele não acorda.

- O... Quê? - murmurou.

- Vá lá, ele fica muito tempo sozinho, num quarto especial da ala hospitalar... por ser um caso... delicado, ele está separado enquanto não acorda. Vá lá e fique fazendo companhia para ele. Aposto que ele vai adorar ter alguém com quem "conversar".

- Você está sugerindo que a minha... - começou Rony. Harry imediatamente interrompeu, pontuando bem alto e firme.

- É uma ótima idéia, Gina. Se você quer falar com ele, ter notícias, vá lá vê-lo quando não tiver aula.

- Será... que eu posso? - perguntou, estalando os dedos.

- Claro! - disse Hermione, animada. - Hoje vocês não têm aula, né? Eu lembro que não. Vá lá, converse com Madame Pomfrey.

Gina ainda ficou alguns instantes sentada. Olhou os amigos, quase sorrindo.

- Bom... Então, eu vou... Tchau. Até. - e se levantou, animada.

Harry e Rony a seguiram com o olhar até sair do Salão Principal. Depois Harry olhou Hermione, sorrindo.

- Que bom que você a animou.

- Tsc, minha irmã com um sonserino. - ralhou Rony. - Nossa tradição grifinória será manchada para sempre. Bom... Pelo menos ele é bom de jogo.

- Ela vai ficar feliz em poder visitar o... ahn... amigo. - riu Harry, olhando Rony. - Hehe... Pelo menos até ele ficar bom e acordar.

Olharam a amiga e ela não estava feliz. Com os braços cruzados e expressão levemente deprimida. Respirou fundo.

- Não sei... se devia ter feito isso... - murmurou, erguendo o olhar para os amigos.

- Ué? - perguntou Harry, preocupando-se. Rony se ergueu da cadeira. - Por quê?

- Not não vai mais acordar. - disse Mione, olhando os amigos e suspirando. - Ele está... morrendo.

Harry e Rony fecharam a expressão e se ergueram no banco.

- Ele está... o qu? - murmurou Harry.

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*N.A 2*: Tá ficando bom!!! :P