ALÉM DO INVISÍVEL (CAPÍTULO I I I)

A noite se aproxima, e os preparativos para a festa de Endemyon já estão terminados. Em seu quarto, a jovem se prepara para a festa, onde vestirá a túnica que foi um presente de Afrodite, Deusa da beleza, quem consagrou Endemyon quando nasceu.

Então, vestida com uma túnica branca com fios dourados em toda a silhueta e com uma pedra preciosa no ombro direito e com o colo enfeitado com um lindo colar igual à pedra preciosa dourada, Endemyon estava incrivelmente linda naquela noite. Linda era pouco para descrevê-la. E às seis horas da noite, hora que separa o dia da noite, iniciou-se a festa em comemoração ao aniversário de Endemyon. Como não confundir aquela garota com uma Deusa viva?

Era realmente a sobrinha de Afrodite, pois não poderia Ter ganho tal beleza de pais mortais. Mas isto também é um fato a ser levado em consideração: apesar de ser dona de uma beleza impossível de não se notar, Endemyon era mortal . Uma humana, talentosíssima, belíssima, dotada de todas as virtudes, mas uma humana...

Em meio as cantorias e aos pandeiros e flautas que animavam aquela festa, Endemyon tinha o olhar longe, ainda lembrando da noite anterior. Mas agora já não com a felicidade de antes, pois ela percebeu que aquele encontro era algo para ficar em sua memória e apenas isso. Não poderia repetir, não poderia Ter qualquer esperança, apesar de não negar a vontade de reencontra- lo. "Mas ele nem sabe o meu nome!!", lembrou-se de súbito.

E não hesitou em correr ate seu cavalo e ir novamente procurar por Hypnus. Mas quando estava para fazer isso, foi detida por sua mãe, que como ela havia previsto durante a conversa com velha senhora na Ágora, pediu para que ela cantasse. E ela, para não brigar novamente com a mãe, decidiu ir logo cantar, mas assim que terminasse, iria imediatamente procurar Hypnus!!

Mesmo que contrariada, ela foi para o centro do salão, onde havia um palco. Lá, ela cantou divinamente. Outra canção, uma de sua autoria, tão bela quanto a outra que lhe conferiu o prêmio.

Endemyon era tão apaixonada pela arte da música que se esquecia do mundo ao seu redor quando cantava e tocava. Por este motivo ela não percebe que há alguém a mais ali ouvindo-a cantar. Se abrisse os olhos certamente ficaria estática, mas não os abriu, continuou sua encantadora música. Próximo ao fim da canção, quando a música faz uma pequena pausa para cantar a última frase, abre os olhos, e finalmente vê quem a está ouvindo: Hypnus!!! Como não ficar paralisada numa situação dessas? Mas Endemyon não repetiu o ato da última vez em que encontrou-o. Ao invés disso, retomou sua voz em um tom ainda mais belo, e cantou mais uma vez, desta vez sem olhar para mais ninguém ao seu redor. Havia umas 500 pessoas presentes ali, mas naquele momento só Hypnus estava diante de seus olhos.

De repente, em suas mentes, não havia mais ninguém no salão além de eles dois, e o som da voz e da harpa de Endemyon. E quando a música terminou, todos aplaudiram, mas ela não os ouviu. Só conseguia olhar para ele, que também a aplaudia. E ao fim dos aplausos, Endemyon desceu meio que em transe do palco, indo diretamente de encontro a ele. E foram para um dos jardins do palácio.

- Como você me achou? ( Perguntou Endemyon a Hypnus )

Eu não entendi muito bem porque você me deixou daquele jeito, saiu em desparada com seu cavalo, mas eu não pude deixar de procurá-la novamente. Precisava ouvir sua música outra vez.

Veio somente pela música?

Na verdade não... Precisava ver você outra vez... E outras mil vezes... Não fuja de novo, Endemyon...

Como sabe meu nome?... Não me recordo de Ter lhe contado.

Esqueceu-se de que sou um Deus?... ( Disse enquanto sorria para ela, e segura sua mão. )

Não... Não esqueci, mas então, como descobriu?

Fui ao Olimpo, falei com Afrodite, que me contou tudo sobre você.

Não acredito que saiu de seu templo e foi até a distante Olímpia, onde está o Monte Olimpo, só para descobrir quem sou eu...

Eu iria onde tivesse que ir, até muito mais longe...

E porque não me procurou aqui para perguntar a mim mesma?

Não queria assustá-la com minha intromissão em sua vida. Tive receio de que se assustasse com minha ousadia.

Ousadia?!?... Mas você mesmo disse que é um Deus, então se há alguma ousadia aqui, é da minha parte, pois eu não sou nenhuma bem feitora, não fiz nada de tão importante e bom para Ter um Deus interessado em me conhecer. Ainda mais um Deus como Hypnus, o Senhor do Sonho...

Já disse que não gosto desses títulos, não vindos de você... Eu não sei o que está acontecendo comigo, não sei que espécie de... Nem sei como chamar... Coisa... Está acontecendo comigo...

Eu não estou entendendo onde quer chegar, Hypnus...

O que eu quero dizer é que, quando eu a vi entrar em minha floresta e não demonstrou medo algum ao entrar em meu templo e tocar minha harpa sem autorização, vi que havia algo de muito diferente em você... Diferente de qualquer coisa que eu já tenha visto.

Endemyon, que já havia se sentido confortávelmente bem ao lado de Hypnus na noite anterior, agora mais uma vez na presença dele, com ele segurando sua mão, não estava mais conseguindo controlar-se, e percebia que ele também não fazia o mínimo esforço para se controlar. Então ela continuou.

Você está querendo dizer que se interessou por mim por causa da minha coragem e ousadia?

Também, mas o outro motivo foi que, quando eu a vi tocando e cantando em meu templo, percebi que estava diante da criatura mais perfeita que meus olhos já puderam contemplar. Eu vivo nos Campos Elíseos desde o primeiro dia de minha existência, e lá somente aqueles que foram bons em vida podem entrar, e mesmo assim eu nunca pude ver de tão perto nenhuma pessoa, seja ela uma Deusa ou humana, como você é, Endemyon.

O que está dizendo?... Você... Você está me confundindo...

Porque?!... Eu só estou falando a verdade... Venha comigo ao meu templo outra vez... Eu preciso dizer uma coisa muito importante à você...

Hypnus mal pôde terminar o que dizia à Endemyon quando foi surpreendido por um chamado vindo de muito longe da Terra. Partido dos Campos Elíseos, de onde Hades o chamava a retornar ao seu Templo em Elíseos, Cimmery. Através de um feixe de luz, Hypnus recebeu o chamado e viu-se obrigado a voltar. Porém não queria deixar Endemyon esperando por ele. Então não hesitou em perguntar à ela :

Endemyon, eu estou sendo chamado imediatamente à voltar para os campos Elíseos, mas não quero deixá-la... Venha comigo?

Mas eu... Eu não sei se devo... E minha mãe, minha música... Se eu for, poderei voltar?

Não temos tempo!! Eu devo ir imediatamente!! Venha comigo!! Eu amo você!!

O que?!?... Mas eu sou só uma... E você...

Ela não pôde continuar a falar nem a pedir explicações. Hypnus não podia esperar mais. Então Licycmus, sua mãe, chegou ao jardim onde estavam e, tendo ouvido todo o acontecido, dirigiu-se à filha :

Endemyon, minha filha, se é esta a sua vontade, eu estarei esperando por você, minha querida... Se deseja ir com Hypnus, seja muito feliz. Eu esperarei que possamos nos ver mais uma vez nesta vida.

Com um terno abraço em sua mão, Endemyon, que sempre foi super protegida por todos à sua volta, não sabia muito bem o que estava fazendo, mas decide ir com Hypnus, por também não conseguir conter sua paixão por ele.

Mãe, eu voltarei a vê-la um dia... Eu te amo... Adeus.

E assim, a belíssima jovem despede-se também de seu mundo, desta Terra, e tomando novamente sua mão, Hypnus a leva consigo para Elíseos.

Antes de iniciarem a viajem, Hypnus faz um corte em seu braço, despejando seu sangue sobre as mãos de Endemyon, para que ela possa suportar a viajem ate os Campos Elíseos, pois somente através do sangue de um Deus pode-se chegar vivo à este mundo superior, onde os demais que habitam as planícies floridas já morreram e continuam sua jornada lá, colhendo os frutos de sua bondade aqui na Terra, desfrutando de uma nova existência de perfeita harmonia após terem partido desta vida.

Uma viajem longa, atravessando luz e escuridão. Finalmente chegam ao mundo superior, onde a harmonia impera. O paraíso habitado pelos escolhidos dos Deuses, que se localiza muito, muito acima do rio Aqueronte, na Planície Infinita, onde não existe guerras ou fome, violência ou qualquer tristeza. A Terra sagrada, livre dos sofrimentos físicos e os tormentos morais. Enfim chegam a Campos Elíseos.

Maravilhada com a beleza daquele lugar, Endemyon está afônica. Mas não menos linda, ao contrário, parecia que a beleza de Elíseos misturava-se à beleza de Endemyon, tornando-a ainda maior.

Hypnus, então, leva-a ate o seu templo, Cimmery, onde eles viverão. Em Cimmery, tudo era dourado. As paredes, os portais, os móveis, as colunas, as cortinas, até os aros das janelas. O ouro imperava ali. Endemyon já estava acostumada a viver no luxo, mas não em um lugar como este. E também era muito grande. Imensamente grande aquele templo. Ela se perguntava mentalmente se conseguiria viver ali, pois apesar do luxo e de estar ao lado de seu amor, estava longe de sua Terra, de sua mãe e amigos. Mesmo com as dúvidas, estava feliz. Para tranqüilizar sua amada, Hypnus olhou-a nos olhos e disse:

Endemyon, este é o seu novo lar. Aqui você e eu vamos viver. Não tem que se preocupar com mais nada, com nenhuma das misérias humanas que você estava acostumada a ver e ouvir falar na Terra.

Eu sei, já ouvi falar sobre os Campos Elíseos. Minha mãe costumava me dizer que quando era amiga íntima de Afrodite, a Deusa contava à mamãe tudo sobre o Mundo Superior onde vocês Deuses costumam vir para Ter paz e também para onde as pessoas boas vêm quando morrem

Não gosto muito do tom que você usa ao se referir a mim... Parece que você não consegue me enxergar como seu futuro marido. Não coloque este abismo entre nós em suas palavras.

Me desculpe... Eu ainda não estou acostumada a isto tudo. A este lugar... Eu sou humana Hypnus... Querendo você ou não isto é uma realidade.

Percebendo a verdade nas palavras de Endemyon, Hypnus começa a perceber que fez algo que não deveria, mas já estava feito, e ele não estava arrependido do que fez.

Minha querida, eu preciso falar com o Senhor Hades, enquanto isto fique aqui e me espere. Eu não vou demorar.

Você disse Hades???... Ele não é o Imperador das Trevas?... Como pode ser o senhor também de um lugar como este?

Tudo o que esta relacionado à morte está também ligado a ele. Hades é o soberano aqui, como eu sou soberano nos sonhos. Não pense que tudo que está ligado a Hades é sombrio...

As coisas começam a ficar um pouco mais claras agora... Não se demore, por favor...

Não demorarei.

Enquanto Hypnus foi falar com o seu soberano, Endemyon foi conhecer o Cimmery, o que levaria algum tempo realmente. A jovem vai até o terceiro andar do templo, e descobre aquele andar não possui divisórias, é imensamente grande, então conclui: esta é o quarto de Hypnus, que de agora em diante será dela também. Realmente deveria ser extremamente grande, uma vez que Hypnus é o Deus do Sono, então a importância ao local de dormir deveria ser levada em consideração. Então, sentindo-se cansada, Endemyon deita-se na imensa e dourada cama e adormece finalmente, já que desde a noite anterior, quando conheceu Hypnus não dormia.

Algumas horas depois Hypnus estava retornando ao seu templo, quando uma voz conhecida lhe chama a atenção.

Então meu irmão, você já está de volta ao nosso mundo...

Thânatos?... Como está meu irmão?

Descansado, realizado... Entediado...

Nunca está satisfeito, não é mesmo?... Aqui temos tudo

Exatamente por isto... Eu estou precisando de alguma emoção a mais para me agitar.

Mas você não mudará nunca mesmo não é?... Bom, eu preciso voltar a Cimmery.

Porque tanta pressa?... Não aproveitou bem seu dia no mundo dos humanos?... Não sei como você consegue gostar daquele lugar... Somente as guerras que acontecem lá valem a pana para mim.

Bem, eu realmente tenho que ir...

Deixando seu irmão Thânatos sem entender o motivo de sua pressa, Hypnus chega ate seu templo, onde encontra sua amada dormindo. E não ousa acordá- la. Apenas fica ao seu lado, resguardando seu sono, como faz com todos os seres, mas com ela era muito diferente, e muito mais especial.

E na manhã seguinte, Endemyon acorda e começa a perceber que sua vida mudou, esta consciência ela só estava começando a Ter nesse momento, mas não se arrependia também. Então levantou-se e foi olhar-se no espelho. Ainda estava com a túnica que foi presente de Afrodite, que estava usando no dia anterior, seu aniversário. Ela percebe que há um armário, que assim como todos os móveis daquele templo era muito grande. Ao abri-lo tem uma surpresa: Hypnus havia lhe presenteado com inúmeras túnicas para ela usar ali em Elíseos. Após se banhar e se perfumar, veste uma das túnicas, azulada e vai encontrar Hypnus, que ela supôs que estivesse no andar de baixo do templo. E o encontra vestido com uma espécie de armadura. Ele, que estava escrevendo em alguns papéis para entregar a um servo, logo deixa sua tarefa de lado para ir falar com ela.

Está mais linda hoje, querida, mas você já acordou? Achei que dormiria ate mais tarde...

Bem, eu tenho que conhecer melhor este lugar... Se só o seu templo é uma imensidão, imagine o que eu não vou demorar para conhecer tudo lá fora...

Não se preocupe mais com o tempo... Aqui não tem muita utilidade a contagem de tempo...

Ao perceber que o servo o esperava para terminar de assinar os papéis, Hypnus lago termina sua tarefa para ficar com sua amada. Eles então vão até o jardim de Hypnus, onde há todo o tipo de flores. Os cheiros se misturam, numa agradável brisa perfumada.

Não imaginava nada parecido com isto quando minha mãe me falava daqui. ( Diz Endemyon com uma coroa de flores em seus longos cabelos louros, longos e lisos)

Bem, agora você já sabe como é... Esta mais acostumada com a sua nova vida, meu amor?

Na verdade, ainda tenho algumas dúvidas, mas nada que me impeça de ser feliz!!

Não sabe o quanto eu fico feliz ao ouvir isto...

Um silêncio tomou conta daquele jardim, e eles somente se olhavam, como se fossem parte de um quadro, imóveis... E apaixonados. Mas ele quebra o silêncio.

Endemyon, eu me dei conta de que já a conheço há muito tempo. Desde que você nasceu... Como desde os tempos mais remotos eu cuido do sono de todas as criaturas que dormem, eu não posso me preocupar em reparar em cada um... Porém sempre tive você em minha memória, mas como só podia vê-la quando a noite caia e ninguém chamava pelo seu nome, eu não sabia como você se chamava, mas agora que a tenho tão perto, jamais vou deixar que se vá...

Hypnus, eu sempre chorava em meus sonhos, apesar do seu conforto ao meu sono, eu não tinha noites agradáveis como a de ontem desde que eu deixei de ser criança e passei a perceber que não possuía a felicidade que todos achavam que eu tinha...

Porque você chorava, minha querida?... Lágrimas não combinam com seu rosto

Nunca fui amada por ninguém... Eu tinha minha mãe e amigos, mas eu falo de amor carnal... da paixão que consome, que faz o coração ser o nosso guia, guia de nossas ações e pensamentos... Eu nunca tive isto... Ontem eu completei vinte anos e nunca ao menos fui beijada...

Você não tem que se preocupar mais com isto... Agora você tem a mim, e pode acreditar: eu nunca mais irei amar ninguém como amo você...

Eu estou me sentindo diferente, mas é muito agradável esta sensação...

Antes de iniciar qualquer outra conversa que pudesse fazer aquele momento tão esperado adiado mais uma vez, Hypnus e Endemyon se beijam. Um beijo tão incrivelmente cheio de paixão que causaria inveja ao próprio Eros, Deus do amor.

Ao perceber que o inevitável aconteceria a qualquer momento, Endemyon não faz nada para impedi-lo, ao contrario, demonstra ainda mais paixão a cada novo beijo, que inicia-se com um fogo ainda maior.

Quando estavam em total harmonia com sua paixão, eles não poderiam esperar que fossem surpreendidos por uma pessoa que os observava de longe.

Hypnus?!?... O que está acontecendo aqui?!?

Thânatos?!?... Eu é que pergunto o que você faz aqui... Este é o meu jardim!!

Quem diria, você sempre tão calmo, finalmente está aproveitando sua autoridade divina para alguma coisa... Uma ninfa para começar não é nada mal...

Ela não é uma ninfa!!

É neste momento que Endemyon encara Thânatos pela primeira vez, olhando-o com certa raiva por ele Ter dito tais palavras. E assim como Hypnus, Thânatos ficou impressionadíssimo com a beleza de Endemyon. Olhando-a com olhos desejosos, como costuma fazer com todas as ninfas que freqüentam seu templo. Endemyon não pôde deixar de perceber a semelhança entre eles : Eram gêmeos.

Hypnus percebeu o olhar de Thânatos à Endemyon e não o deixou prosseguir. Segurando sua belíssima noiva pela mão, disse ao irmão :

Thânatos, ela é Endemyon, minha noiva, nós vamos nos casar em pouquíssimo tempo.

Disse que ela sua o que?!?... Não acredito que irá se casar com uma das ninfas, mesmo que tão incrivelmente bela como ela !!!

Ela não é uma ninfa, é uma ninfa!! É a mais talentosa das cantoras que eu já tive o prazer de ouvir!! E por favor, veja-a agora como parte de nossa família.

Como quiser, irmão... Mas o que nossa mãe, Nyx disse a respeito do seu casamento?

Eu irei falar com ela agora... Era o que pensava em fazer.

Não era exatamente isto que eu pude perceber que você estava para fazer!!

Por acaso estava nos observando, Thânatos?!?... Desde quando tem este direito?!?

Percebendo a hostilidade criada entre seu noivo e seu cunhado, Endemyon resolveu enfim se intrometer na discussão e dizer algo que fizesse aquela situação se tornar menos tensa.

Hypnus, agora que já conheço seu irmão, meu cunhado Thânatos, porque não vamos ver sua mãe para que possamos falar sobre nosso casamento?

É... Você tem razão, minha querida, vamos agora!

E deixando Thânatos furioso ali por saber que toda a beleza de Endemyon era somente de seu irão e que nunca poderá se aproximar dela, Hypnus vai ate o templo de Hades, onde Nyx, a Deusa da Noite, mãe dele e de Thânatos o esperava.

Na entrada do templo, Hypnus diz á Endemyon que ela não deve se preocupar, pois sua mãe é uma Deusa muito boa, e certamente não fará objeção ao casamento deles.

Em uma enorme sala, toda em tons de marfim e ouro, Nyx esperava seu filho e sua futura nora para lhes dar as bênçãos.

Uma figura elegante, de longos cabelos negros e com cachos perfeitos caindo sobre os ombros e as costas, os olhos também negros e profundos que demonstravam muita serenidade e ao mesmo tempo um mistério ora ameaçador, ora agradável. Esta era Nyx, a Deusa da Noite, mãe dos gêmeos Hypnus e Thânatos, e fiel guardiã do templo de Hades quando este está no Mundo das Trevas.

Em sua presença, Hypnus beija sua mão, e recebe um beijo na testa. Afastando-se respeitosamente, apresenta Endemyon à sua mãe :

Mãe, esta é Endemyon, minha noiva ... Viemos para... ( Mas ele não teve tempo de continuar, pois sua mãe completou a frase para ele )

Veio me pedir permissão e bênção para se casar com esta belíssima jovem... Meu filho, sabe que não precisa disto...Já pode fazer o que quiser há muito tempo... (Disse sorrindo para ele e para Endemyon )

Não, minha mãe, sabe que sua opinião é muito importante para mim!!

Veja seu irmão : ele não me pede autorização alguma para fazer suas orgias ou festas, que devo dizer, me incomodam muito...

Não sou como ele... Só minha aparência é... Então mãe, me dará sua bênção e à Endemyon?

Mas é claro meu filho... Aproxime-se minha jovem, deixe-me vê-la mais de perto...

Endemyon se aproxima e Nyx a abraça. Sorrindo para sua nora, Nyx sabe da paixão que a jovem sente pelo seu filho, e já pôde perceber desde que chegaram àquele templo sobre os sentimentos dele por ela. Feliz por ver seu filho tão apaixonado, ela diz, advertindo :

Hypnus, eu lhes dou as bênçãos que quiserem, mas saibam que seu irmão não os deixará em paz... E deve Ter em sua mente que está para se casar com uma mortal, meu filho... Embora sua paixão seja realmente impressionante, pois eu somente vi algo assim quando Eros e Psique se casaram, eu espero que não esqueça-se que ela tem tempo, mas você não, porque é um Deus e imortal... Ela não...

Minha mãe, eu já sei de tudo... Não me arrependo de absolutamente nada!! Eu amo Endemyon, e amo muito a senhora também!!

Abraçando sua mãe e despedindo-se dela, vai ate Endemyon e vai com ela de volta para Cimmery, feliz por saber que tem as bênçãos de sua mãe e porque tudo que sempre sonhou está se realizando.

E Endemyon que não parava de sorrir de felicidade agora estava mais calma pois tinha em Nyx uma Segunda mãe. Já estava se acostumando a vida em Campos Elíseos, o que não é nada difícil...

Os preparativos para o grande casamento de Hypnus e Endemyon já estavam quase no fim, e o grande dia logo chegará. Nada pode abalar a felicidade deles, e os Campos Elíseos, onde só a felicidade existe, está ainda mais bonito e feliz pela maior festa jamais realizada lá.

Em meio a tanta felicidade, somente uma pessoa não estava feliz e satisfeita como todos ali : Thânatos !! E assim como a previsão de Nyx, ele não permitiria não Ter Endemyon e ver seu irmão com ela. Ele a queria e não iria deixar que a situação ficasse como estava.

( Continua... )

E ai, gente. Olha só, eu queria pedir desculpas pela demora neste novo capítulo, eu explico : no dia seguinte que eu postei os dois primeiros capítulos compactados desta fic, eu peguei uma conjuntivite muito forte e não pude me dedicar direito a fic, mas aqui está a continuação dela. Lembrando mais uma vez que esta mito é verdadeiro, constando na mitologia grega mesmo, mas passagens como os diálogos, saíram da imaginação desta escritora maluca que vos escreve. Bom, continuo esperando e-mails e pedidos de autorização no meu ICQ. Beijos e obrigada por lerem a minha fic. ( luthy@dorio.com.br ) ( ICQ : 244009777). Luciana Athena (Luthy Lothlórien).