Capítulo 5 – Primeiros Dias
Os primeiros dias de aula foram bem difíceis. Principalmente por que eu não estava acostumada a ter esse tipo de aulas. Mas tenho me esforçado bastante pra conseguir bons resultados.
Nós da Grifinória temos três aulas em conjuntos com as outras casas (Trato de Criaturas Mágicas com o pessoal da Corvinal, Herbologia com o pessoal da Lufa-Lufa e Poções com o pessoal da Sonserina).
Por enquanto Trato de Criaturas Mágicas tem sido minha matéria favorita já que é a única em que eu consigo fazer tudo certo. O mesmo não se pode dizer da aula de Poções. Por sorte eu não era a única que não conseguia preparar as poções corretamente. Por sorte (ou azar) o professor nos dividiu em duplas (nos obrigando a fazer duplas com o pessoal de Sonserina) e eu acabei fazendo dupla com Severo Snape (o garoto que o Black disse durante a cerimônia de seleção que não devia lavar o cabelo a séculos).
Snape não era o que se podia dizer "o melhor ajudante" e se limitava a dizer que se eu prestasse atenção conseguiria fazer as poções corretamente. Pois eu digo que se ele me ajudasse ao invés de me perturbar, eu conseguiria!
Como já era previsível, Black se tornou a atração preferida das meninas de toda a escola. Confesso que sinto um pouco de ciúmes disso, mas ainda não cheguei a um acordo sobre o que eu realmente sinto por ele. Potter, Black, Lupin e Pettigrew formaram o que se pode dizer um "quarteto explosivo". Já logo na primeira semana eles pegaram duas detenções por causa de brincadeiras que fizeram com outros alunos (brincadeiras que incluem deixar um aluno da Sonserina inconsciente por dois dias! Aluno este que, por caso, é o Snape!).
Lily e eu nos tornamos amigas da Alice Satins. Lily é claro, se tornou a melhor aluna da sala. Sua aplicação e dedicação eram de causar inveja a qualquer um. E por isso ela não se dava muito bem com o quarteto, pois eles sempre estavam aprontando nas aulas e na sala comunal, o que a deixava extremamente irritada. Eu e Alice também estudávamos bastante, mas também nos divertíamos muito com as brincadeiras do quarteto (o que Lily sempre nos recriminava!).
Lembra quando uma vez usei a palavra maroto pra designar o sorriso tanto do Lupin quanto do Black? Pois bem, acabei designando todos eles como marotos... tudo aconteceu ontem à noite graças a mais uma de minhas crises de insônia. Não sei como alguém pode ter tanto problema para dormir...
Eu estava sem sono e resolvi descer para a sala comunal pra tentar me distrair com alguma coisa, pois achava que a sala estaria vazia, já que era bem tarde... mas assim que cheguei me deparei com o quarteto sentado no fundo da sala conversando baixo, o que com certeza deveria ser sobre mais uma das suas inúmeras brincadeiras...
"Não, pode ser perigoso. Vocês podem se machucar" - era a voz de Lupin que falava num tom apreensivo.
"Mesmo assim... acho que vale a pena correr o risco... é por uma boa causa" - Potter falou com um tom de travessura a vista.
"É, e nós não deixamos um amigo não mão" - Sirius concordou. Por que ele tinha que ter aquela voz? E por que ela mexe tanto comigo?
"Posso saber o que os marotos estão planejando a esta hora da noite?" – perguntei, não me contendo de curiosidade, aparecendo de surpresa na frente deles. Já disse que sou uma pessoa muito curiosa?
"Perlinha... não acha que é muito tarde pra você está acordada?" - Potter perguntou e eu percebi pelo jeito que ele falava, que estava tentando esconder alguma coisa.
"O mesmo eu digo pra vocês, marotos!" – respondi ironicamente.
"De que foi que você nos chamou?" - Sirius perguntou, enquanto sua maravilhosa voz penetrava nos meus ouvidos de tal maneira que eu quase entrei em transe.
"Marotos" – respondi tremendo da cabeça aos pés.
"De onde foi que você tirou isso?" - Lupin se manifestou pela primeira vez.
"Não sei... mas todas as vezes que olho pra vocês quatro reunidos essa palavra me vem a cabeça... então acho que é a palavra perfeita para designar vocês" – brilhante. Como explicar algo que nem eu mesma sei de onde tirei?
"Adorei Pê... MAROTOS! Você é um gênio!" - Sirius disse no mesmo momento em que eu me sentei na mesa entre ele e Lupin.
"Tá bom, tá bom... podem parar de disfarçar... vão me dizer ou não o que estavam planejando?" – De boba eu só tenho a cara. Eles acharam mesmo que conseguiriam disfarçar?
"Bom é que..." - Sirius começou.
"É que eu e o meu amigo Sirius aqui estávamos combinando uma aposta" - Potter continuou.
"Que tipo de aposta?" - perguntei, mas depois que ouvi a resposta preferia não ter perguntado.
"Nós fizemos uma aposta que eu consigo sair com mais meninas de Hogwarts que ele".
"E eu disse que com certeza eu ganho essa aposta" – completou Sirius.
"Ahn" - disse com a voz triste – "que pena que vocês só poderão colocar em prática esse plano a partir do terceiro ano".
"Por que está dizendo isso?" - era a primeira vez que eu escutava a voz do Pettigrew naquele dia.
"Porque as visitas a Hogsmeade só são permitidas a partir do terceiro ano e eu não acho que um passeio pelos jardins da escola seja considerado uma saída".
"É Pê, você tem razão... temos que pensar nisso Tiago" - desde quando o Sirius tinha intimidade comigo pra me chamar de Pê? Mas, quem sou eu pra discordar!
"Como você sabia disso?" - Potter perguntou. E eu sorri. Do jeito que sempre faço quando sei a resposta de uma pergunta.
"Hogwarts, uma História não foi pedido como material escolar apenas para enfeitar a mesa de cabeceira!"
"Você é mesmo um gênio!" - Potter respondeu com seu sorriso maroto estampado no rosto.
"Ah eu sei disso... meus pais estavam muito inspirados quando me fizeram". – respondi sem prestar atenção no que falava. Às vezes eu falo cada coisa. Todos riram com isso, inclusive eu.
"Não sabia que você era tão engraçada" - Potter disse, ainda rindo.
"É, eu tenho meu senso de humor".
"Ao contrário da sua amiguinha, Evans" - Pettigrew se pronunciou mais uma vez. E eu simpatizava cada vez menos com ele.
"Bom, a Lily acha que como ela não veio de família de bruxos deve ser a melhor aluna daqui para mostrar que ela pode ser melhor que as pessoas que vieram da família de bruxos".
"E você não concorda com ela?" - Lupin perguntou com um tom de quem concordava com o que eu tinha acabado de dizer sobre minha amiga.
"Na verdade não, Remo. Eu não preciso ser melhor que ninguém desde que eu possa ser tão boa quanto o resto" – o que particularmente, eu acho melhor do que pirar de tanto estudar.
Desta vez todos mergulharam num silêncio tão grande que eu não sabia se tinha dito a coisa certa. Mas pra quebrar o gelo resolvi voltar com o assunto que eles estavam conversando antes de eu chegar...
"Bom, mas chega de desconversar... vão me dizer ou não o que estavam planejando?" – Ou eles acharam que iam me fazer esquecer?
"Já te dissemos, Pê" – Black deve realmente achar que eu sou boba. Posso ser boba por ficar admirando ele. Mas fora isso, não tenho nada de boba.
"Black, não acha que eu acreditei que fosse isso? Mas se não querem me contar tudo bem. Não vou obrigar vocês. Então acho melhor eu subir e deixar vocês terminarem esse assunto secreto. Boa noite". – brilhante saída. Se fazer de vítima sempre dá certo. Mas acho que com os marotos não funcionou muito bem.
"Boa noite" - disseram os quatro e eu pude perceber pela cara de cada um que eles se sentiram aliviados que eu estava saindo.
Quando eu estava começando a subir as escadas de volta para o dormitório, Sirius me chamou, me deixando muito intrigada.
"Ei Perla... posso te fazer uma pergunta?"
"Duas, você quer dizer. Porque a primeira você acabou de fazer" - Sirius deu um sorriso. Aquele sorriso que desarma qualquer pessoa, que tira qualquer garota de seu estado normal...
"Porque você só chama o Remo pelo primeiro nome e chama o resto pelo sobrenome?" - ele continuava com o sorriso...
"Bom Black, é que eu tenho um bloqueio muito grande com o nome Lupin. Por isso eu prefiro chamá-lo de Remo. Como ele não se queixou até agora acho que então não tem problema!" - e dito isso me virei e já estava subindo as escadas novamente quando Sirius me chamou mais uma vez.
"Ei Pê... acha que consegue me chamar pelo primeiro nome também?" - Sirius perguntou e a minha vontade naquela hora era de pular no seu pescoço e o cobrir de beijos chamando-o de Sirius... mas me contive.
"Quem sabe um dia, Black! Quem sabe um dia!"
Posso até estar gostando do Black, mas isso não quer dizer que eu vou me entregar tão fácil assim. Qual é... tenho meu orgulho!
N/A: Eu sei, a fic tá ruim... mas prometo que vou tentar melhorar as coisas!
