Capítulo 10 - As Provas Finais


Os dias das provas exames finalmente (pra não dizer penosamente) haviam chegado! Era difícil dizer quem estava mais nervoso. Com exceção dos marotos (é claro!), todos os outros alunos da Grifinória estavam num estado de nervo terrível. Sou capaz de afirmar também que a enfermaria nunca foi tão procurada durante o ano todo como estava sendo agora.

A final do torneio de quadribol tinha sido o relaxamento que todos precisavam (ou quase todos!). Grifinória perdeu pra Lufa-Lufa que levou a taça. Depois disso, não havia mais como fugir. O jeito era realmente encarar os exames.

A primeira prova foi a de História da Magia. Confesso que se não fosse as anotações da Lily e a minha leitura do livro "A História da Magia" eu teria entregado aquela prova em branco. Não entendo a razão de termos que estudar tantas Revoltas de Duendes e confederações internacionais de bruxos... quem vai se lembrar disso daqui há um ano? E como se não bastasse a chatice da matéria, ter que resistir ao sono naquelas aulas intermináveis do Binns foram um verdadeiro martírio. Mas pra meu consolo a prova seguinte foi a de Trato de Criaturas Mágicas. Pelo menos em uma matéria eu sabia que teria uma boa nota. Quem sabe melhor até que a dos marotos.

O dia seguinte foi um dos piores. Nada como ter provas de Defesa Contra a Arte das Trevas e Poções no mesmo dia. Depois disso, precisei de uma poção animadora ou era capaz de desmaiar e só acordar no ano seguinte.

Depois de Feitiços, Astronomia e Herbologia, o dia tão esperado havia chegado: o dia da prova de Transformação. Não que a McGonagall não seja uma boa professora, pelo contrário ela é uma das melhores, mas sua disciplina é bem trabalhosa, ou seja, muito difícil. Antes da prova eu recebi um pedido de desculpas do Remo por não ter estudado comigo e um "Boa Sorte" de ninguém menos que Sirius Black. Felizmente eu não me saí tão mal quanto imaginava, mas também não me saí tão bem quanto Sirius achava que eu me sairia.

Férias... nem acredito! Chega de estudos, preocupações, passar noites em claro... apenas esperar o resultado dos exames e depois voltar pra casa!

Voltar pra casa! Mais uma vez essa expressão me assusta. Tudo bem que eu quisesse ter férias, mas eu não quero voltar pra casa. Não quero ficar longe do castelo, da Alice e principalmente não quero ficar longe do Sirius, ainda mais agora que ele não está mais com a segundanista da Grifinória.

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"Vocês duas ainda não arrumaram as malas?" - Alice perguntou enquanto eu estava deitada na cama olhando pro teto e Lily estava entretida lendo "Hogwarts, uma história".

"Não tenho a menor pressa de ir embora!" - respondi de muito mal-humor.

"É mesmo, Perla? Só que é uma pena que o trem não vai ficar esperando você decidir ir embora!" – ela respondeu com ironia.

"Sem nervosismo... e vê se dá um jeito na sua amiga ali! Avisa pra ela que os exames já passaram porque parece que ela não quer me ouvir! Eu vou dar uma volta!" – Lily nem sequer respondeu. Continuou em sua entretida leitura.

Amanhã eu volto pra casa! Mais uma vez. Não que ficar em casa fosse ruim, mas não era como a vida no castelo. Eu não poderia fazer mágicas, primeiro porque ainda sou uma bruxa menor de idade e não tenho permissão de fazer magia fora de Hogwarts e segundo porque ia atrair muito a atenção dos trouxas! O que será de mim longe desse castelo? Longe da sala comunal, dos colegas da Grifinória, de Hagrid, sir Nickholas? O que será de mim longe de Sirius Black? E o que será dele longe de todas as meninas de Hogwarts? Difícil dizer! Enfim, eu estava indo para os jardins quando passei por uma sala cuja porta esta fechada e ouvi algumas vozes.

"Locomotor Mortis" - era aquela doce voz que sempre me alegrava.

"Almofadinhas, olha só a cara dele!" – Potter, seu fiel escudeiro.

"Tô vendo Pontas... o que foi? O bebê vai chorar?" – Eu tinha que fazer alguma coisa. Então eu abri a porta.

"Ora, ora, ora... mas se não é minha dupla favorita: Batman e Robin" - Eu disse assim que abri a porta e dei de cara com Potter e Black.

"Quem é Batman e Robin?" - Potter perguntou curioso. Eu sempre me esqueço que eles não são filhos de trouxas.

"Deixa pra lá... e vejam se não é o meu colega de caldeirão favorito parecendo um coelho empalhado! E vocês dois, que coisa feia fazendo isso com um garoto tão simpático como é o meu amigo Snape" – tive que provocar. Ver Snape naquela situação humilhante era no mínimo... confortante.

"Hei Pê, você num vai dedurar a gente, não é?" - Black perguntou preocupado. Quem ele pensa que eu sou?

"E desde quando você se preocupa em pegar detenções? - provoquei e vi pelo sorriso dele que ele realmente não se importava – "Não. Não quero que vocês peguem mais uma detenção por causa desse aí! Mas vocês vão soltá-lo e deixá-lo ir embora!"

"Ah, mais agora que estava ficando bom!" – Esses meninos. Você dá a mão e eles querem o braço.

"Sem mais, nem menos, Potter. Vocês vão soltá-lo antes que sejam pegos!" – respondi bastante determinada.

"Ah Pê! Só mais um pouquinho!" – Quem resiste a um pedido de Sirius Black? Não, isso já era demais. Eu tinha que fazer alguma coisa.

"Finite Incatatem" - e depois que eu disse isso o corpo de Snape voltou ao normal – "agora Snape, faça o favor de sumir da minha vista antes que eu mude de idéia!"

Snape pode até ter pensado em me lançar algum feitiço, mas vendo três varinhas apontadas pra ele, resolveu ir embora murmurando um "vai ter volta" antes de sair.

"Poxa Perla! A gente estava se divertindo tanto com ele. Vai dizer que você já esqueceu do que ele chamou você e a Lily?" - Potter estava revoltado por eu ter deixado o Snape ir embora. Mas eu tenho certeza de que fiz a coisa certa.

"Não esqueci não, mas também nem me importo! Não sei o que quer dizer sangue-ruim mesmo! Só não queria ver vocês dois metidos em encrenca novamente. Ou vocês queriam pegar uma detenção hoje e perder o banquete de despedida?"

"Ah Perla, obrigado por se importar comigo e com o Almo..., digo Sirius!" - Almo o quê? O que será que ele ia dizer?

"É Perla, tá estudando bastante! Já conseguiu até fazer um feitiço direito!" – Eu já disse que Black é um amor?

"Engraçadinhos!" – respondi – "É melhor eu ir andando porque ainda tenho que arrumar minhas malas, senão eu é quem vou perder o banquete. Vejo vocês mais tarde!"

Arrumar as malas torna-se algo cansativo quando você não tem a menor intenção de fazê-lo. Quando acabei com o difícil e árduo trabalho, já estava na hora do banquete.

Encontrei com a Lily e Alice e fomos para o banquete. A comida estava maravilhosa. O salão estava todo decorado de amarelo, a cor de Lufa-Lufa, já que a casa havia vencido o campeonato das casas. Grifinória ficou em segundo e Sonserina em terceiro. "Pelo menos ficamos na frente de Sonserina" foi o que a Lily disse enquanto todos estavam tristes por termos perdido a taça. Dumbledore avisou que os resultados dos exames estavam na sala comunal de cada casa e assim encerrou-se o banquete.

Todos correram a fim de ver seus resultados. Mas nem eu, nem a Lily tínhamos pressa. Eu sabia que não tinha ido bem e a Lily sabia que não tinha ido mal, de modo que fomos às últimas a chegar na sala comunal. Alice já tinha visto as notas dela e correu triunfante ao nosso encontro.

"Vocês não vão acreditar. Eu fui bem em quase tudo! Minha melhor nota foi em Herbologia, é claro, mas também tirei um 10 em Defesa Contra a Arte das Trevas. Dá pra acreditar? Vou agora mesmo agradecer o Frank" – Frank? Desde quando a Srta Satins chama o Sr Longbottom pelo primeiro nome?

"E eu vou ver as minhas notas. Você não vem, Perla?" - Lily perguntou, ansiosa por ver suas notas.

"Pode ir. Não quero ver nada agora" - E enquanto Lily entrava no meio da multidão que tentava ver suas notas eu me larguei em um sofá perto de onde os marotos estavam.

"E então Perla, como foram as suas notas?" – Eu estou ficando cansada desse mesmo assunto.

"Não sei, Remo. Não vi e não quero saber. Não agora". – respondi de mau humor.

"Espero que você tenha ido bem, principalmente em Transformação, senão não vou me perdoar por não ter estudado com você!" – Ele é um amor. Tão doce, tão gentil.

"Qual é, Aluado? Você pode não ter estudado, mas eu estudei. E convenhamos, eu sei muito mais de Transformação que você, logo a Perla só pode ter ido muito bem!" – Black e suas palavras misteriosas. Aluado de novo!

"Eu espero que você tenha razão, Almofadinhas" – Eu perdi alguma coisa? Black chama Remo de Aluado e Remo chama Black de Almofadinhas? Acho que estou enlouquecendo.

"AH! Vocês não vão acreditar. Obtive extraordinário em quase tudo. - Potter chegou com um sorriso triunfante no rosto" – que novidade.

"E em que você não conseguiu, Pontas?" – vamos ver se eu adivinho. Seria História da Magia?

"Meu caro amigo Almofadinhas, creio que não consegui na mesma matéria que você: História da Magia – Eu não disse? As vezes acho que sou meio vidente – "Mas é claro que nosso amigo Aluado aqui conseguiu nela."

"É claro que eu consegui já que eu prestei atenção em todas as aulas do Binns" – Remo respondeu feliz. É tão legal ver ele se dando melhor que os outros dois em alguma matéria.

"Lupin, então era realmente pra você consegui um extraordinário em tudo só por ter assistido as aulas do Binns." - Eu falei sem nem prestar muita atenção no que eu estava falando. O medo de ver as minhas notas havia me dominado.

"Peraí! É impressão minha ou você chamou o meu querido amigo REMO de Lupin?" – Black repara em cada detalhe.

"Pode ser Black..." – falei sem dar importância pra esse detalhe – "E o que tem demais?" – perguntei de mau humor.

"O QUE TEM DEMAIS?" – ele literalmente gritou pra responder – "VOCÊ PASSOU O ANO TODO DIZENDO QUE TINHA UM BLOQUEIO MENTAL CONTRA O NOME LUPIN E AGORA VOCÊ ME DIZ O QUE TEM DEMAIS?"

"Black, eu estou em um certo transe nervoso por causa das notas dos exames, Ok?" – Ótima saída Perla. Não sei como consegui pensar nisso – "Não vai acontecer de novo!".

"Que pena!" – ele murmurou, bem mais calmo.

"E eu posso saber por quê?" - perguntei curiosa.

"Porque se você tivesse superado o seu bloqueio com o nome Lupin eu pensei que talvez você pudesse superar o seu bloqueio com o nome Sirius" – Ele fica uma gracinha fazendo cara de cachorro sem dono. Que vontade imensa de agarrá-lo.

"Ahn... e ae Lily como foram as suas notas?" – Brilhante. Lily apareceu na hora certa.

"Mais ou menos" - ela respondeu com uma cara de decepção.

"Mais ou menos? Como assim mais ou menos?" – Essa palavra não existe no vocabulário da senhorita Evans.

"Bom, eu consegui notas boas em todas as matérias, mas não fui muito bem em Transformação" – Uma matéria. Ela realmente está reclamando por causa de uma matéria?

"Se você quiser, pode estudar comigo no ano que vem!" - Potter começou. Acho que não preciso dizer o que viria a seguir – "eu consegui um 10 em Transformação e posso muito bem te ensinar. E se você tiver paciência, pode me ajudar com a matéria do Binns".

Paciência era uma das poucas coisas que a Lily não tinha. Principalmente quando era para aturar o Potter. De todas as pessoas que ela não gostava, com certeza o maroto está em primeiro lugar, ganhando inclusive da Petúnia.

"Potter, se no ano que vem eu precisar de alguém pra estudar comigo eu chamo o Lupin! Agora se me dão licença eu vou procurar a Alice. Você vem Perla?"

"Não, eu ainda tenho que ver as minhas notas" - E Lily saiu sem pronunciar nem ao menos um "tchau".

"Aluado, me explica uma coisa, por que as garotas só querem estudar com você?" – Potter e suas teorias furadas. Perdi as contas de quantas garotas pediram pra estudar com ele. Claro, muito mais por causa dele do que pela sua inteligência.

"As garotas, Pontas? Até onde eu saiba, a única que pediu pra estudar comigo foi a Perla. A Lílian só cogitou a possibilidade. Vocês sim, que estudaram com muitas garotas esse ano". – Obrigada por esclarecer as coisas, Remo. E eu sei bem que tipo de estudar foi esse.

"Estudaram muito coisa além das matérias escolares" - Pettigrew falou pela primeira vez. E por mais incrível que possa parecer, eu concordo com ele.

Eu não sei dizer bem, mas o acho um tanto esquisito. Está sempre mudo, andando na cola dos outros marotos e quando menos se espera ele fala alguma coisa. Não sei se é implicância minha, mas desde o dia que o vi pela primeira vez tomei uma antipatia gigantesca pela sua pessoa. E se eu não estava enganada, ele havia pronunciado essa frase com um leve tom de provocação comigo, pois olhava diretamente pra mim quando falava! E como eu não quis responder a provocação dele e também não conseguiria ficar olhando pra cara dele sem dizer nada, murmurei um "preciso ver as minhas notas" e levantei.

A essa hora a sala comunal estava vazia. Todos já tinham visto as suas notas e subido para o dormitório, com exceção, é claro, de mim e dos marotos. Acho que nunca demorei tanto pra andar do sofá de uma extremidade da sala para o quadro de avisos onde estavam as notas, na outra extremidade. Procurar meu nome também não foi uma tarefa fácil. E o que eu vi me deixou petrificada.

"Black, pode vir aqui um instante" - Eu chamei Sirius me sentindo como se um feitiço de petrificação tivesse me atingido. Eu realmente não podia estar vendo o que eu estava vendo!

"Claro. O que foi que aconteceu?" – ele perguntou com aquele sorriso maroto no rosto.

"Será que você pode ver essa nota pra mim?" – perguntei em completo estado de choque.

"Claro, vejamos... é um 10!" – Alguém já ouviu falar em ilusão coletiva?

"E você pode me dizer em qual matéria?"

"Vejamos... Transformação!" – Ele está louco, eu estou louca. Nós estamos loucos.

"Black, você está querendo me dizer que eu tirei um 10 em Transformação?" – Não, ele não estava querendo dizer isso. Definitivamente não.

"É o que está escrito! O que foi? Acha que eu não sou um bom professor?" – Eu? Eu acho que você é mais que um bom professor. Você é um Deus.

"Na verdade, acho que eu não sou uma boa aluna" – respondi sinceramente.

"Então você vai ter que revisar seus conceitos Pê, porque você tirou uma nota maior que quase todo mundo. E também tirou a mesma nota que seu querido professor aqui!" – acho que estou tendo um lapso nervoso.

"Sirius, eu te amo, sabia?" - Disse em total transe.

"Ah que isso Pê, não fiz mais que a minha obrigação!" - e depois que ele disse isso eu me virei e fui para a escada do dormitório, um tanto catatônica, e sem acreditar no que eu tinha visto e sem me dar conta do que eu tinha falado. Já estava subindo os degraus quando Sirius continuou – "Ei Perla!"

"Sim?" – virei pra ele, sem ter a menor idéia do motivo pelo qual ele me chamou.

"Você me chamou de Sirius?"

"Acho que sim!" - respondi e subi para o dormitório. Eu sou louca. Definitivamente.

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Sabe de uma coisa? Emoções fortes deveriam ser proibidas a qualquer ser humano, seja ele pertencente ao mundo dos bruxos ou não. Eu sinceramente não consigo acreditar que ontem a noite eu disse as palavras "EU TE AMO" para Sirius Black?

Por sorte (ou azar, vai se saber!) ele parecia que não tinha entendido o significado das palavras que eu dissera e ficara mais intrigado pelo fato de eu ter chamado-o de Sirius do que pelo "eu te amo". Não sei onde eu estava com a cabeça. Também, não é todo dia que eu tiro um 10 em Transformação. E esse 10 não era o único já que eu havia conseguido um em Trato de Criaturas Mágicas (previsível!). As outras notas não tinham sido "extraordinárias", mas tinham sido "excelente", com exceção de Poções (ainda mato o Snape por isso!) e História da Magia.

E agora, era voltar pra casa. As malas já tinham sido levadas pro trem, e eu, Lily e a Alice encontramos uma cabine onde pudemos ficar a viagem toda sozinhas. Ainda bem que eu não tinha encontrado com Sirius, pois não saberia como agir perto dele. A viagem foi agradável. Alice ensinou para mim e para Lily como jogar "Snap explosivo".

Elas ficaram surpresas com a minha nota de Transformação e Alice falou que no próximo período também ia estudar com o Black. Lily relutou quanto a essa idéia, mas disse que preferia estudar com ele do que com Potter.

E então chegamos em Londres. Atravessamos a barreira e vimos o Sr. E a Sra. Evans nos esperando com Petúnia e sua habitual cara de nojo.

"Lílian, que saudades!" - disse o Sr. Evans pra Lily – "E você Perla, como está? Sua mãe falou pra você voltar conosco!"

"Eu já imaginava, Sr. Evans! E então Petúnia, vai nos ajudar com a bagagem ou vamos ter que transformá-la num sapo?" - Petúnia se escondeu atrás da mãe.

"Essas férias vão ser muito divertidas, Perla. Vamos poder perturbar a Petúnia todos os dias!" - Lily cochichou no meu ouvido com uma voz de quem havia acabado de ganhar um super presente!

"Ei meninas...- Alice gritou, vindo ao nosso encontro – "Espero cartas de vocês duas nesse verão. Não vão me esquecer!"

"Pode deixar Alice - Lily disse enquanto a abraçava – "E boa viagem pra você!"

"Obrigada Lily! Boas férias pra você! E pra você também, Perla" - Ela disse enquanto me abraçava – "não deixa de me escrever também."

E enquanto Lily colocava a bagagem no carrinho que o Sr. Evans havia acabado de trazer uma voz me chamou. E eu tive medo de me virar pra ver quem era. Mas acabei me virando. E dei de cara com Lupin.

"Remo" – disse tentando esconder minha decepção por não ser meu maroto favorito.

"Perla, eu queria te pedir desculpas por não ter estudado contigo. Que bom que você se saiu bem!" – Por que diabos eu não gosto dele?

"É, o Black te contou, não é! Bom, não precisa pedir desculpas Remo. Mas nem pense em fugir, que no próximo ano você me escapa" - eu disse em tom de brincadeira – "Eu tenho que ir. Boas férias pra você".

Mas antes que o Lupin pudesse responder Black e Potter haviam aparecido.

"Lily, boas férias pra você!" - Potter gritou pra Lily, mas ela fingiu que não ouviu e não respondeu! – "e pra você também, Perla".

"Obrigada! Boas férias pra vocês" – disse sorrindo para os três – "Juízo e se comportem."

"Nós somos comportados... e também temos bastante juízo!" – Black respondeu me fazendo rir.

"Pena que vocês não o usem, Black".

"Pê, ontem você me chamou de Sirius. Por que não me chama de novo?"

"Não se esqueça que ontem eu estava num transe nervoso! – disse tentando escapar da tentação de chamá-lo novamente pelo primeiro nome - Eu tenho que ir meninos" – disse ao ver o Sr. Evans e Lily fazendo sinal para eu ir.

"Não vou perder as esperanças, Pê!" - Black terminou numa voz melancólica que me fez sentir pena por estar sendo tão dura com ele. Mas afinal, ainda temos seis anos pela frente para eu chamá-lo de Sirius. Por que apressar as coisas?