Capitulo 4:

Uma escolha muito difícil

Draco olhou assustado para a própria filha, antes de murmurar um contra-feitiço e a cobra desaparecer.

Flint foi o único a não parecer espanto.

Com uma gargalhada sinistra Flint desaparatou, deixando a família Malfoy em um misto de susto e incredulidade.

A primeira coisa que Virginia fez, foi correr para abraçar a filha, que soluçava na cama.

Draco continuou parado, fitando o lugar em que Marcus esteve há segundos.

- Calma, meu amor, já passou... – Virginia beijou o topo da cabeça da filha, que tremia de medo, enquanto os soluços diminuíam.

Draco caminhou até a cama da filha e a abraçou também, levantando o olhar para a mulher, assustado.

***

- Eu não acredito... – murmurou, Draco, sentando na beirada da cama, enquanto a mulher saia do banheiro, após dar uma poção do sono para Bia, que dormia profundamente. – A minha filha uma ofidioglota.

- Estou tão surpresa quanto você. – Virginia recostou-se na cama, sua cabeça parecia que ia explodir.

- Como? Como ela pode ser ofidioglota? Ninguém da minha família foi.

- Nem da minha...

- Por que eu não acabei logo com aquele desgraçado! – exclamou referindo-se á Marcus Flint.

- Draco, o que importa agora é a segurança de Bia. Agora que sabemos que ela herdou esse dom sabe-se lá de quem, não podemos deixa-la livre desse jeito.

- Espere aí! – exclamou. – Uma vez eu ouvi uma conversa... Eu não dei importância na época, pois estava pouco me lixando para a minha família, mas, Voldemort era uma espécie de padrinho meu.

Virginia não entendeu. Como poderia uma pessoa como Voldemort ser padrinho, um ser que deve proteger na ausência dos pais, de alguém?

- Ele seria meu padrinho porque Lucio achava que isso era uma honra, mas seria com uma condição: que eu seguisse a arte das trevas. Meu pai tinha tanta certeza que eu seguiria, que concordou na hora. Mas Voldemort foi mais esperto. Ele disse que, caso o combinado não acontecesse, uma praga atingiria a família Malfoy. Lucio sempre me avisou sobre isso, mas eu não me importava comigo mesmo. Mas hoje eu percebi que a família Malfoy não para em mim. Você faz parte da família Malfoy agora. Bia faz parte da família Malfoy e... – olhando para a barriga da esposa – Richard também faz parte da família Malfoy.

- Draco, isso é impossível! Como Voldemort poderia fazer com que Beatriz fosse uma ofidioglota? Alias, isso nem é tão ruim assim... – ela tentava acalmar a si mesma que Beatriz não estava sob o efeito da maldição.

- Ele tem como fazer com que Bia seja uma ofidioglota, você não conhece o poder das trevas! E sim, isso é uma coisa ruim! Gina – ele segurou suas mãos, como que temendo que ela também caísse na maldição, - Salazar Sonserina era um ofidioglota! Voldemort era um também!

- Mas o Harry também é...

- O Potter é um ofidioglota graças ao desgraçado do Voldemort! Bia é uma ofidioglota por MINHA culpa! – ele quase gritou, desesperado ao pensar na hipótese.

- A culpa não é sua! Você sabe disso! – ela olhou suplicante para ele, pedindo para que ele não se culpasse por nada.

Eles passaram um tempo em um silencio, e ela perguntou em tom de voz baixo:

- E não tem um meio de "cortar" essa maldição?

- Tem. – respondeu, com os cotovelos apoiados no joelho e as mãos no queixo.

- E como... Como seria? O que teríamos que fazer?

- Para que a maldição fosse quebrada eu teria que assumir os lados das trevas. Teria que me tornar um novo Voldemort. É por isso que Flint veio aqui. Isso foi um aviso. Voldemort deve ter dito isso á eles antes da batalha final.

- Você não pode fazer isso! – ela adiantou-se á dizer.

- Eu não posso deixar essa maldição sobre vocês três!

- Você não vai fazer isso! – ela quase berrou, em tom de termino de conversa. – O mundo não quer um novo Voldemort!

- Mas é o único meio de deixar vocês seguros! A Bia ser uma ofidioglota é o mínimo das maldições...

- Você acha que o Richard pode não sobreviver? – ela perguntou depois de um tempo.

- Voldemort não gostaria que ele morresse. Ele quer todos vivos para sofrer...

- Merda! – ela exclamou, chutando o ar, com lágrimas nos olhos. – Nem com esse desgraçado morto nós temos paz!

Draco respirou fundo antes de dizer:

- Voldemort está vencido, mas a guerra ainda não acabou...

***

Sete meses se passaram e nenhuma ameaça voltou a acontecer. Nada que pudesse confirmar a Gina e Draco que a maldição era mesmo verdade, por mais que eles desconfiassem que fosse.

        Eles dobraram a vigilância com Beatriz, e ela, agora, dormia no quarto ao lado do deles, e a casa era protegida por aparatação. - Somente quem era permitido aparatava e desaparatava dentro da casa -, e a lareira não era mais usada como meio de comunicação.

        A barriga de Gina estava cada vez maior, e Draco cada vez mais "coruja". Mas não era isso o que parecia naquela noite, em que os dois estavam sozinhos, já que Bia havia ido passar o final de semana na casa da madrinha, Angelina Weasley.

- Vamos Draco! Por favor! Vamos aproveitar que a Bia saiu com o Rony e a Carol!

- A gente pode aproveitar aqui, vendo tv. – disse sem se mexer no sofá em que estava deitado.

- Ah Draco! Vamos jantar fora! Nós vamos ao teatro, jantamos e ficamos assim – ela se aconchegou nos braços dele e continuou: - ,bem juntinhos...

- Não Gina. – disse Draco, a empurrando de leve. – Não quero sair hoje...

        Gina olhou para ele, assustada com tal atitude, Draco nunca fora daquele jeito. Sempre fora atencioso e carinhoso desde que se apaixonaram. O que estaria acontecendo?

- Pois bem, Draco Malfoy: eu vou sozinha! – e pegando a bolsa, caminhou até a porta. Outra surpresa: Draco não fez nada para impedi-la. Saiu batendo a porta com força. Teria que ir de carro – com o motorista, é claro -, pois o teatro que iria era trouxa.

***

A peça de teatro era ótima. Se chamava: "Os miseráveis", baseada na obra de um escritor francês , Victor Hugo. (NA: Pra quem não leu o livro, eu recomendo. O filme é meio chatinho, mas o livro é emocionante).

        Ao sair do teatro, foi até um restaurante Italiano que ficava a esquina do teatro.

        Sentou-se á uma das mesas do fundo, de onde podia observar todo o restaurante. Logo o garçom veio lhe atender. Fez o pedido e ficou observando as pessoas em volta.

        Havia um casal sentado em uma mesa próxima a porta. Um grupo de amigos conversava animadamente duas mesas depois dali. Uma mulher loira dava comida na boca de uma criança de aparente um ano.

        Virginia levou a mão à barriga e sorriu. Richard chutava freneticamente a barriga da mãe.

        Voltou a olhar para a porta e congelou. Richard pareceu perceber, pois ficou quieto no mesmo instante em que o pai e a tia entravam no restaurante.

Draco e Hermione entraram e caminharam para uma mesa próxima a de Virginia.

A ruiva, imediatamente, pegou um cardápio que estava na mesa ao lado e colocou e coloco na frente do rosto. Agora, poderia escutar a conversa e eles não a descobririam. Mas não sabia se realmente queria escutar aquela conversa.

Os dois sentaram á mesa de frente para Gina. O garçom chegou para atende-los.

- Eu vou querer um suco de laranja, por favor – pediu Hermione. – Estou amamentando, não posso beber nada que contenha álcool.

- Eu não quero nada – disse Draco sério. Parecia estar tenso e olhava tudo ao redor, mas como os dois estavam de costas para Virginia, não notaram a sua presença.

        O garçom saiu e eles começaram a conversar:

- Fala logo o que quer, Granger!

- Relaxa Draco... – disse sorrindo, passando a mão sobre a de Draco, que estava deitada sobre a mesa.

        Draco retirou a mão bruscamente, com uma visível cara de nojo.

- O que foi? Está preocupado com a barriguda? – perguntou cinicamente.

- Primeiro: ela não está barriguda, está grávida. Segundo: você também estava grávida. E o seu filho, onde está?

- Com a minha querida sogrinha. Rony saiu com a Carol e eu com você. Ambos se divertindo, não acha? Claro que a nossa diversão é bem mais animada do que um parque florestal! – disse revirando os olhos. E olhando insinuante para ele, em seguida, roçando seu pé ao dele por sob a mesa.

- Você não ama o seu marido? – perguntou tremendo. Tudo bem que ele amasse sua esposa com todas as forças, mas ele era homem, e aquele toque era perturbador.

        Hermione pode perceber e isso fez com que seu sorriso alargasse.

- Amo, claro que amo. Mas isso não significa que eu não possa me divertir, não é? – Como Draco estava ao seu lado, a morena colocou a mão sobre a sua coxa.

        Os músculos de Draco se contraíram no exato momento em que a mão feminina de Hermione tocou o tecido de sua calça.

        Ele engoliu em seco quando ela se aproximou de seu ouvido e sussurrou:

- Ora Draco, você não gosta de se divertir?

- Senhora, aqui está o seu suco. – o garçom voltara com o suco em uma bandeja.

        Draco respirou aliviado quando o rosto de Hermione se afastou para bebericar o suco, mas voltou logo em seguida, beijando-lhe o pescoço.

- Vamos Draco... é só uma brincadeira...

Ela puxou o rosto de Draco e beijou-o, finalmente, nos lábios.

        Gina, segurando as lagrimas e os chutes de Richard voltara a dar com mais forças, levantou-se e parou na frente dos dois se beijando.

        Percebendo a sombra que parara entre eles, os dois se separaram e olharam para a ruiva grávida perante eles.

- Gina?! – Draco nunca se sentiu tão assustado na vida. – O que você está fazendo aqui?

        Hermione não parecia nenhum pouco abalada, ao contrario, seu sorriso estava cada vez maior.

- Brincando, oras! – respondeu sorrindo sarcástica. – Não é de mais essa brincadeira? Alias, essa brincadeira está um pouco seca, não acham?

Ela levou a mão ao copo com suco, e jogou seu conteúdo no rosto de Draco, que levou um susto.

- É... melhorou um pouquinho. – virou-se e saiu, entrando no primeiro beco e aparatando para casa, deixando o motorista sem saber o que fazer com o carro.

        Já em casa, Virginia se jogou no sofá, chorando compulsivamente. Estava sozinha em casa. Com um aperto enorme no peito, e o ar lhe faltava. Para piorar tudo, Richard não parava de se mexer e ela estava sentindo cólica. Muita cólica. Sentiu algo descer em suas pernas. Abaixou-se para ver o que era: uma poça de sangue manchava o branco sofá da sala.

        Mais lagrimas. Mais dor. Mais sangue.

- Por favor Richard, agora não. Ainda faltam dois meses, meu amor.

        Mas as dores não paravam e ela estava perdendo as forças. Estava desmaiando, e a ultima coisa que viu foi um cabelo platina aproximar-se de si...

***

- O que? – perguntou alterando-se. Como aqueles idiotas poderiam lhe exigir uma coisa dessas? Ele não podia! Não devia!

- Rápido Sr. Malfoy! Sei que é uma escolha difícil, mas temos que agir o mais rápido possível! – pediu o medibruxo, nervoso.

        Draco pensou por uns segundos. Como poderia escolher entre a vida do filho e da esposa? Como? Mas não conseguiria permitir que Virginia morresse magoada com ele. E eles já tinham Bia, e se ela sobrevivesse e o perdoasse, poderiam ter outros filhos. E foi pensando nisso que ele disse com a voz firme:

- Salve-a. Faça o que fizer, salve Virginia!

CONTINUA...

Nota da autora: Gente, me perdoem!!! Vocês não sabem como foi difícil escrever esse capitulo e fazer a Gina sofrer desse jeito. Quem me conhece, sabe que eu amo ela!!! E o Draco, hein? Mas, todo o comportamento dele será explicado no capitulo 5.

Poxa galera, comentem! Não é possível que eu esteja escrevendo tão mal assim!

E, pra quem estava estranhando não ter nada haver com Forças do destino 1, agora pode ficar tranqüilo! Eu só estava esperando o momento certo para isso. O próximo capitulo volta a falar sobre a nossa pequena Eros, alguém lembra dela?

Pois bem, o cap5 não deve demorar. Bjs estalados, 'Ká Radcliffe.