Capitulo 1...
Os passos ecoavam rapidamente pelo corredor da mansão Kinomoto. Fujitaka, em seus trajes militares, procurava a família, em total urgência. Abrindo portas e mais portas de enorme casa, encontrou Kaho, Sakura e Touya, na sala de leitura, cada um concentrado em uma atividade. Os três pares de olhos os encararam, surpresos com a expressão um tanto desesperada e aflita do General.
"Meu marido, o que lhe aconteceste?", Kaho perguntou, aproximando-se do general, tocando de leve seu ombro.
"Entramos em guerra", ele foi objetivo, sentindo que não poderia atrasar um assunto tão importante. Os dois filhos levantaram-se, assim que o pai pronunciou a noticia. Touya parecia assustado, porém Sakura, calmamente, perguntou.
"Desculpe-me, papai, mas me destes a entender que a guerra já estava por terminada. Que não havia nada com que nós devêssemos nos preocupar"
"Sim, minha filha. Estava realmente findada, e eu agradecia aos ancestrais por isto.. Só que sérios imprevistos fizeram o governo reviver antigas desavenças com o atual imperador chinês", ele argumentou. Touya, indignado, ressaltou.
"E que imprevistos seriam estes, meu pai?"
"Secretos. Não dizem respeito a nenhum de vocês", Fujitaka respondeu secamente. "Estarei em meu escritório. Não me incomodem". Os olhos fitaram a caçula, que assentindo com a cabeça, se retirou da sala. O general fez o mesmo, enquanto Kaho sentava-se, praguejando para o filho.
"Não acho justo esta estranha empatia que se pai tem com Sakura. Ele não dispensa as mesmas atenções conosco", ela disse, e meneou com a cabeça. Não gostava de conspirar com a irmã, por quem tinha um imenso amor.
Enquanto isto, Fujitaka escutou batidas em sua porta. Sabendo de quem se tratava, ele pediu para que ela entrasse.
"O que queres de mim, meu pai?", Sakura perguntou, e ele pediu para que ela se sentasse, apontando a cadeira em sua frente.
"Esta guerra irá destruir nossa nação, Sakura. Todos a querem, sem saber das terríveis conseqüências pelas quais nos passaremos"
"Eu adoraria participar desta luta, papai. É tão vantajoso honrar a pátria em que se nasceu", ela disse, suspirando sonhadoramente. Sabia muito bem o que os homens que residiam no poder pensariam em ter uma mulher, educada com a filosofia Ninjutsu, lutando sobre suas terras. Seria desonroso para a família Kinomoto, já que na sociedade, a mulher tinha o papel submisso de servir fielmente o marido e cuidar dos filhos. Mas não era isso que Sakura Kinomoto queria para o seu destino...
"Cale-te, guria. Sabes apenas lutar para me servir. Não serei louco a ponto de deixar uma mulher partir para o campo de batalha!", o pai a repreendeu bruscamente. Ela rapidamente esqueceu suas idéias, perguntando.
"E qual será minha missão agora, papai?"
"Por enquanto, aguardaras em completo silencio. Assim que as tropas inimigas chegarem, tu terás muito trabalho", ele disse, entregando papéis a mão da filha.
"O que é isso?", ela perguntou, curiosa, enquanto procurava a informação para que pudesse trabalhar.
"São informações que dizem o lugar onde o general chinês se alojara para comandar seu exercito. Quero que quando eles chegarem, tu vá até lá e pesquise sobre o que eles planejam. Em seguida, queime aquele Dojo abandonado"
"Tentarei fazer o melhor"
A japonesa de olhos verdes se retirou da sala do pai, com os pensamentos imersos em seus novos problemas. Certamente, os chineses seriam fortes oponentes. Lembrava de seu mestre ninja, que lhe ensinara que se avalia um inimigo não pelo físico, e sim pela mente. E ela teria que agir cuidadosamente para entrar na mente destes tão astutos e traiçoeiros guerreiros...
A porta se abriu lentamente. A bela mulher, andou em passos leves e silenciosos, até a mesa do primeiro ministro japonês. Com os lábios em carmesim puro, ela esboçou um sorriso sensual.
"Foi você , não foi, meu querido?", ela perguntou. O homem sorriu, afirmando com a cabeça.
"Do que falas, minha querida?".
"A guerra. Tu planejaste este massacre de nosso povo", ela continuou. Ele sorriu.
"Nosso povo? Esta escoria japonesa que vive a pedir esmolas e nem tem o que por na boca para comer pode ser considerado uma nação? Não... destruindo os fracos, reinaram os fortes...".
"Tens toda razão. Porém, corremos o risco de morrer nesta tua emboscada tão ardilosa", ela ainda afirmou. O homem se aproximou, sentando-se ao lado da mulher.
"Meu próprio plano não me trairia. Tenho tudo planejado. O único que vai morrer é o teu marido", ele retrucou. Os olhos avermelhados da mulher pareceram gostar do que o ministro dissera.
"Te ajudarei no que for necessário. Para ver meu esposo destronado, sou capaz de atos inimagináveis", ela disse, sorrindo. O japonês a puxou pela cintura, acariciando os lábios pintados.
"Então, já descobriste o que mandei?", ele perguntou. Ela meneou a cabeça, desanimada.
"Não... Não verdade, não tive tempo o suficiente. Esta revolução tem deixando ele ocupado e sem tempo para mim".
"Mas temos que descobrir. Como ele pode, simplesmente, saber de todos os planos que com tanto cuidado escondemos?", ele perguntou mais a si mesmo do que para sua acompanhante. A pergunta pairou no ar. A bela mulher sorriu, tentando aliviar a tensão do amante.
"Não te preocupes. Com um pouco de tempo, ele me contara todos os segredos que precisamos. Inclusive este, tão importante..."
"É o que espero. Se ele descobrir meu plano, tu e eu morreremos", ele disse, e ela se assustou. Sabia que seria perigoso planejar contra o próprio marido, mas a paixão que sentia pelo homem que também conspirava contra o general, a levou a passar diante destes medos e juntar-se ao ministro.
"Acho que está na hora de eu me retirar. A guria bastarda é bastante bisbilhoteira. Poderia descobrir tudo", ela disse, se desvencilhando dos braços que a seguravam. O homem também se levantou, arrumando a roupa amassa.
"Faça mais um pequeno favor a mim, meu amor?", ele chamou a atenção da mulher. "Entre no quarto da moleca e descubra algo"
"O que, por exemplo?"
"Qualquer coisa suspeita. Penso que ela nos trará problemas... Sérios problemas", ele suspirou. A mulher sorriu.
"Aquela guria? Não, meu querido. Ela tem a proteção do pai, porém, as circunstâncias me levam a crer que enquanto ele estiver fora, poderei utiliza-la como eu quiser. Inclusive, ela pode nos ser útil", e dizendo isso, ela saiu do aposento.
Sentando-se novamente, ele pensou, intrigado. Por que uma simples guria como aquela, mulher que nem ao menos tinha dotes especias, poderia ser tão protegida pelo pai? Concordava que ela era realmente bela, talvez a moça mais bela da dinastia. Mas apenas isto não seria o suficiente para que o pai a mimasse tanto... Porque, uma simples mulher, merecia tanta atenção...?
As perguntas rodearam sua mente... Lembrou-se que a filha voltaria daqui a alguns dias... Nem achara muito certo o fato de manda-la para a Europa, a fim de que ela se tornasse uma perfeita dama... Mas, por fim, o que desejava era que Tomoyo, o único fruto que a falecida esposa lhe dera, fosse feliz ao lado do marido...
"Syaoran Li!", Shang gritou, vendo seu primogênito aos beijos com uma empregada, na cozinha. O casal se separou, e a jovem de olhos amendoados, fitou o patrão, assustada e com as bochechas em carmesim vivo. Bastou um olhar dele, para que ela desatasse a correr dali. "Posso saber o que se passava aqui?", ele se dirigiu ao filho, que ria da maneira como a cozinheira correra tão rápido dali...
"Nada, meu pai. Só estava me divertindo com a criadagem", o rapaz disse. Shang, tristemente, se lamentou.
"Como podes ser tão irresponsável, meu filho? Estás praticamente a me suceder!"
"Não me importo com seu titulo, meu pai. Tua vida não é o que espero para mim", Syaoran respondeu. O capitão das tropas da China, fitou o filho, se perguntando onde errara na criação do rapaz. Sempre fora tão responsável, e ver agora o filho brincar com a segurança de seu país lhe desgostava por demais.
"Quem lhe disse que eu estava aqui?", a pergunta do chinês tirou o capitão de seus devaneios.
"Tua irmã. Ela teve o juízo de me avisar antes que outro qualquer lhe encontrasse nesta situação comprometedora"
'Ah, Meiling, você me paga', ele pensou, fechando os punhos com força, tentando controlar a fúria. "Mas o que queres comigo? Geralmente, estas horas, estas no ministério, resolvendo seus problemas"
"Entramos em guerra", o homem avisou. Syaoran riu da noticia.
"Até que enfim. Já não agüentava ficar aqui parado sem lutar"
"És muito louco, se pensas que será fácil sobreviver nesta batalha, garoto. Não será uma brincadeira"
"Os japoneses não sabem distinguir uma luta de uma brincadeira, nem que estivesse em frente ao próprio nariz. Sabem que é suicídio entrar numa luta conosco e ainda insistem nesta insanidade", o jovem comentou. Nunca gostara daquela raça. Os julgava fracos, covardes e nem por isso, dignos de pena.
"Não me obrigue a repetir, moleque. Estamos em guerra. Nosso país será invadido por milhares de homens. Achas isto muito razoável?"
"Homens? Só maricas vestidos com roupas masculinas avançam sobre nossa terra. Não devemos temer simples covardes", ele ainda argumentou.
A porta se abriu, enquanto uma delicada jovem adentrava no local. Shang sorriu para a filha, enquanto Syaoran lhe lançava um profundo olhar, cheio de ódio. A garota não se intimidou, sorrindo ainda mais para os dois homens a sua frente.
"Desculpe o incomodo. O imperador lhe chama, meu pai", ela avisou. O capitão assentiu com a cabeça, saindo do local. Meiling faria o mesmo, se não fosse impedida pelo braço forte de Syaoran .
"Sua nojenta fofoqueira! Por que abristes esta tua boca cheia de lábia apenas para falares asneiras a meu respeito?", Syaoran perguntou. A garota, soltando-se do aperto do irmão mais velho, ajeitou a túnica vermelha, e em seguida respondeu calmamente.
"Olha como se diriges a mim, teu ignorante. Só porque és um homem, não pode me comandar como faz com teus soldados"
"Tu és desprezível, Meiling. Se não fosses uma garota, eu lhe quebrava os ossos, e ainda dançava em cima de teu tumulo!", ele ameaçou. Ela riu, achando graça do comentário hilário do irmão.
"Se encostares um dedo em mim, juro que contarei a papai, e tu não irás para a guerra", ela disse, desafiadora.
"Saia daqui, guria. Estas a me enojar!", ele gritou. Amava sua irmã, porém, ela tinha a péssima mania de ser a única que conseguia lhe tirar do sério. Viu morena se retirar, sorrindo com o rompante dele. Passou as mãos pelos cabelos rebeldes e suspirou lentamente, enquanto algumas palavras de seu pai lhe passavam sobre a cabeça.
Guerra... a palavra soou em sua mente novamente, como um aviso de seu prospero futuro. Finalmente, teria a oportunidade que tanto almejara para mostrar sua verdadeira força. E se desse sorte, poderia comandar tropas e matar aqueles nipônicos imprestáveis. Orgulhoso e contente, ele se dirigiu para o quarto, a fim de esperar as fofocas de sua irmã, que com certeza contariam que ele seria o mais novo general das tropas chinesas...
Fim****
Glossário:
Ninjutsu: A verdadeira arte ninja.
Dojo: Local onde se treinavam os futuros samurais. Mas, alguns, treinavam os cidadãos que podiam pagar para que eles aprendessem defesa pessoal, sem matar ninguém.
Meu primeiro capitulo... Espero que tenham gostado... Apostem: Quem seriam aqueles que tramavam contra a nação japonesa?... Curiosos? Esperem até o próximo capitulo, com entradas de novos personagens e muitas novidades!!!
Beijos, de Jenny-Ci
Os passos ecoavam rapidamente pelo corredor da mansão Kinomoto. Fujitaka, em seus trajes militares, procurava a família, em total urgência. Abrindo portas e mais portas de enorme casa, encontrou Kaho, Sakura e Touya, na sala de leitura, cada um concentrado em uma atividade. Os três pares de olhos os encararam, surpresos com a expressão um tanto desesperada e aflita do General.
"Meu marido, o que lhe aconteceste?", Kaho perguntou, aproximando-se do general, tocando de leve seu ombro.
"Entramos em guerra", ele foi objetivo, sentindo que não poderia atrasar um assunto tão importante. Os dois filhos levantaram-se, assim que o pai pronunciou a noticia. Touya parecia assustado, porém Sakura, calmamente, perguntou.
"Desculpe-me, papai, mas me destes a entender que a guerra já estava por terminada. Que não havia nada com que nós devêssemos nos preocupar"
"Sim, minha filha. Estava realmente findada, e eu agradecia aos ancestrais por isto.. Só que sérios imprevistos fizeram o governo reviver antigas desavenças com o atual imperador chinês", ele argumentou. Touya, indignado, ressaltou.
"E que imprevistos seriam estes, meu pai?"
"Secretos. Não dizem respeito a nenhum de vocês", Fujitaka respondeu secamente. "Estarei em meu escritório. Não me incomodem". Os olhos fitaram a caçula, que assentindo com a cabeça, se retirou da sala. O general fez o mesmo, enquanto Kaho sentava-se, praguejando para o filho.
"Não acho justo esta estranha empatia que se pai tem com Sakura. Ele não dispensa as mesmas atenções conosco", ela disse, e meneou com a cabeça. Não gostava de conspirar com a irmã, por quem tinha um imenso amor.
Enquanto isto, Fujitaka escutou batidas em sua porta. Sabendo de quem se tratava, ele pediu para que ela entrasse.
"O que queres de mim, meu pai?", Sakura perguntou, e ele pediu para que ela se sentasse, apontando a cadeira em sua frente.
"Esta guerra irá destruir nossa nação, Sakura. Todos a querem, sem saber das terríveis conseqüências pelas quais nos passaremos"
"Eu adoraria participar desta luta, papai. É tão vantajoso honrar a pátria em que se nasceu", ela disse, suspirando sonhadoramente. Sabia muito bem o que os homens que residiam no poder pensariam em ter uma mulher, educada com a filosofia Ninjutsu, lutando sobre suas terras. Seria desonroso para a família Kinomoto, já que na sociedade, a mulher tinha o papel submisso de servir fielmente o marido e cuidar dos filhos. Mas não era isso que Sakura Kinomoto queria para o seu destino...
"Cale-te, guria. Sabes apenas lutar para me servir. Não serei louco a ponto de deixar uma mulher partir para o campo de batalha!", o pai a repreendeu bruscamente. Ela rapidamente esqueceu suas idéias, perguntando.
"E qual será minha missão agora, papai?"
"Por enquanto, aguardaras em completo silencio. Assim que as tropas inimigas chegarem, tu terás muito trabalho", ele disse, entregando papéis a mão da filha.
"O que é isso?", ela perguntou, curiosa, enquanto procurava a informação para que pudesse trabalhar.
"São informações que dizem o lugar onde o general chinês se alojara para comandar seu exercito. Quero que quando eles chegarem, tu vá até lá e pesquise sobre o que eles planejam. Em seguida, queime aquele Dojo abandonado"
"Tentarei fazer o melhor"
A japonesa de olhos verdes se retirou da sala do pai, com os pensamentos imersos em seus novos problemas. Certamente, os chineses seriam fortes oponentes. Lembrava de seu mestre ninja, que lhe ensinara que se avalia um inimigo não pelo físico, e sim pela mente. E ela teria que agir cuidadosamente para entrar na mente destes tão astutos e traiçoeiros guerreiros...
A porta se abriu lentamente. A bela mulher, andou em passos leves e silenciosos, até a mesa do primeiro ministro japonês. Com os lábios em carmesim puro, ela esboçou um sorriso sensual.
"Foi você , não foi, meu querido?", ela perguntou. O homem sorriu, afirmando com a cabeça.
"Do que falas, minha querida?".
"A guerra. Tu planejaste este massacre de nosso povo", ela continuou. Ele sorriu.
"Nosso povo? Esta escoria japonesa que vive a pedir esmolas e nem tem o que por na boca para comer pode ser considerado uma nação? Não... destruindo os fracos, reinaram os fortes...".
"Tens toda razão. Porém, corremos o risco de morrer nesta tua emboscada tão ardilosa", ela ainda afirmou. O homem se aproximou, sentando-se ao lado da mulher.
"Meu próprio plano não me trairia. Tenho tudo planejado. O único que vai morrer é o teu marido", ele retrucou. Os olhos avermelhados da mulher pareceram gostar do que o ministro dissera.
"Te ajudarei no que for necessário. Para ver meu esposo destronado, sou capaz de atos inimagináveis", ela disse, sorrindo. O japonês a puxou pela cintura, acariciando os lábios pintados.
"Então, já descobriste o que mandei?", ele perguntou. Ela meneou a cabeça, desanimada.
"Não... Não verdade, não tive tempo o suficiente. Esta revolução tem deixando ele ocupado e sem tempo para mim".
"Mas temos que descobrir. Como ele pode, simplesmente, saber de todos os planos que com tanto cuidado escondemos?", ele perguntou mais a si mesmo do que para sua acompanhante. A pergunta pairou no ar. A bela mulher sorriu, tentando aliviar a tensão do amante.
"Não te preocupes. Com um pouco de tempo, ele me contara todos os segredos que precisamos. Inclusive este, tão importante..."
"É o que espero. Se ele descobrir meu plano, tu e eu morreremos", ele disse, e ela se assustou. Sabia que seria perigoso planejar contra o próprio marido, mas a paixão que sentia pelo homem que também conspirava contra o general, a levou a passar diante destes medos e juntar-se ao ministro.
"Acho que está na hora de eu me retirar. A guria bastarda é bastante bisbilhoteira. Poderia descobrir tudo", ela disse, se desvencilhando dos braços que a seguravam. O homem também se levantou, arrumando a roupa amassa.
"Faça mais um pequeno favor a mim, meu amor?", ele chamou a atenção da mulher. "Entre no quarto da moleca e descubra algo"
"O que, por exemplo?"
"Qualquer coisa suspeita. Penso que ela nos trará problemas... Sérios problemas", ele suspirou. A mulher sorriu.
"Aquela guria? Não, meu querido. Ela tem a proteção do pai, porém, as circunstâncias me levam a crer que enquanto ele estiver fora, poderei utiliza-la como eu quiser. Inclusive, ela pode nos ser útil", e dizendo isso, ela saiu do aposento.
Sentando-se novamente, ele pensou, intrigado. Por que uma simples guria como aquela, mulher que nem ao menos tinha dotes especias, poderia ser tão protegida pelo pai? Concordava que ela era realmente bela, talvez a moça mais bela da dinastia. Mas apenas isto não seria o suficiente para que o pai a mimasse tanto... Porque, uma simples mulher, merecia tanta atenção...?
As perguntas rodearam sua mente... Lembrou-se que a filha voltaria daqui a alguns dias... Nem achara muito certo o fato de manda-la para a Europa, a fim de que ela se tornasse uma perfeita dama... Mas, por fim, o que desejava era que Tomoyo, o único fruto que a falecida esposa lhe dera, fosse feliz ao lado do marido...
"Syaoran Li!", Shang gritou, vendo seu primogênito aos beijos com uma empregada, na cozinha. O casal se separou, e a jovem de olhos amendoados, fitou o patrão, assustada e com as bochechas em carmesim vivo. Bastou um olhar dele, para que ela desatasse a correr dali. "Posso saber o que se passava aqui?", ele se dirigiu ao filho, que ria da maneira como a cozinheira correra tão rápido dali...
"Nada, meu pai. Só estava me divertindo com a criadagem", o rapaz disse. Shang, tristemente, se lamentou.
"Como podes ser tão irresponsável, meu filho? Estás praticamente a me suceder!"
"Não me importo com seu titulo, meu pai. Tua vida não é o que espero para mim", Syaoran respondeu. O capitão das tropas da China, fitou o filho, se perguntando onde errara na criação do rapaz. Sempre fora tão responsável, e ver agora o filho brincar com a segurança de seu país lhe desgostava por demais.
"Quem lhe disse que eu estava aqui?", a pergunta do chinês tirou o capitão de seus devaneios.
"Tua irmã. Ela teve o juízo de me avisar antes que outro qualquer lhe encontrasse nesta situação comprometedora"
'Ah, Meiling, você me paga', ele pensou, fechando os punhos com força, tentando controlar a fúria. "Mas o que queres comigo? Geralmente, estas horas, estas no ministério, resolvendo seus problemas"
"Entramos em guerra", o homem avisou. Syaoran riu da noticia.
"Até que enfim. Já não agüentava ficar aqui parado sem lutar"
"És muito louco, se pensas que será fácil sobreviver nesta batalha, garoto. Não será uma brincadeira"
"Os japoneses não sabem distinguir uma luta de uma brincadeira, nem que estivesse em frente ao próprio nariz. Sabem que é suicídio entrar numa luta conosco e ainda insistem nesta insanidade", o jovem comentou. Nunca gostara daquela raça. Os julgava fracos, covardes e nem por isso, dignos de pena.
"Não me obrigue a repetir, moleque. Estamos em guerra. Nosso país será invadido por milhares de homens. Achas isto muito razoável?"
"Homens? Só maricas vestidos com roupas masculinas avançam sobre nossa terra. Não devemos temer simples covardes", ele ainda argumentou.
A porta se abriu, enquanto uma delicada jovem adentrava no local. Shang sorriu para a filha, enquanto Syaoran lhe lançava um profundo olhar, cheio de ódio. A garota não se intimidou, sorrindo ainda mais para os dois homens a sua frente.
"Desculpe o incomodo. O imperador lhe chama, meu pai", ela avisou. O capitão assentiu com a cabeça, saindo do local. Meiling faria o mesmo, se não fosse impedida pelo braço forte de Syaoran .
"Sua nojenta fofoqueira! Por que abristes esta tua boca cheia de lábia apenas para falares asneiras a meu respeito?", Syaoran perguntou. A garota, soltando-se do aperto do irmão mais velho, ajeitou a túnica vermelha, e em seguida respondeu calmamente.
"Olha como se diriges a mim, teu ignorante. Só porque és um homem, não pode me comandar como faz com teus soldados"
"Tu és desprezível, Meiling. Se não fosses uma garota, eu lhe quebrava os ossos, e ainda dançava em cima de teu tumulo!", ele ameaçou. Ela riu, achando graça do comentário hilário do irmão.
"Se encostares um dedo em mim, juro que contarei a papai, e tu não irás para a guerra", ela disse, desafiadora.
"Saia daqui, guria. Estas a me enojar!", ele gritou. Amava sua irmã, porém, ela tinha a péssima mania de ser a única que conseguia lhe tirar do sério. Viu morena se retirar, sorrindo com o rompante dele. Passou as mãos pelos cabelos rebeldes e suspirou lentamente, enquanto algumas palavras de seu pai lhe passavam sobre a cabeça.
Guerra... a palavra soou em sua mente novamente, como um aviso de seu prospero futuro. Finalmente, teria a oportunidade que tanto almejara para mostrar sua verdadeira força. E se desse sorte, poderia comandar tropas e matar aqueles nipônicos imprestáveis. Orgulhoso e contente, ele se dirigiu para o quarto, a fim de esperar as fofocas de sua irmã, que com certeza contariam que ele seria o mais novo general das tropas chinesas...
Fim****
Glossário:
Ninjutsu: A verdadeira arte ninja.
Dojo: Local onde se treinavam os futuros samurais. Mas, alguns, treinavam os cidadãos que podiam pagar para que eles aprendessem defesa pessoal, sem matar ninguém.
Meu primeiro capitulo... Espero que tenham gostado... Apostem: Quem seriam aqueles que tramavam contra a nação japonesa?... Curiosos? Esperem até o próximo capitulo, com entradas de novos personagens e muitas novidades!!!
Beijos, de Jenny-Ci
