Capítulo 13...
Sakura seguiu calada com Yukito, até a biblioteca. Não estava preparada para discutir assunto nenhum, mas sabia que seu amigo era persistente e pela expressão em seu rosto compenetrado, o assunto era sério e de extrema importância. Ao chegarem lá, ele abriu a porta e pediu para que ela entrasse primeiro, como um cavalheiro, e logo em seguida, adentrou e fechou a porta atrás de si.
"O que desejas, Yukito?", ela perguntou, assim que estavam acomodados.
"Sakura, sei que ainda estás traumatizada, mas quero que me contes o que lhe houve. Lhe suplico para que confies em mim e que digas tudo", ele pediu, juntando as mãos dela entre as dele.
Sakura engoliu um seco, fitando os olhos castanhos preocupados. Tudo? Jamais poderia confessar isso à outra pessoa que não fosse Tomoyo. Yukito lhe era muito querido, mas nunca poderia confidenciar que se deitara com Syaoran, muito menos que se apaixonara pelo chinês. Não tinha a idéia do que o japonês seria capaz de fazer se soubesse disso tudo.
"Yukito, por favor...", ela falou em tom de súplica. "Não quero tocar nestes assuntos, pois me sinto um pouco triste, sabe?".
"Bem", a feições dele ganharam ar risonho. "Então está bem. Mas, agora...", ele subitamente parou, e Sakura o encarou ainda mais de perto. "Eu gostaria de lhe dizer algo".
"Pois fales, eu estou ouvindo".
"Sakura... Não sei se já notaste, mas para mim, você sempre foi mais do que uma simples amiga", ele novamente fez uma pausa, e Sakura entendeu o que ele iria dizer. "Eu a amo".
"Oh, Yukito, eu...", ela não sabia o que dizer, pois não o amava. Amava a apenas um homem. Syaoran Li.
"Você ama outro homem, Saki?", ele perguntou, simplesmente. Sakura, depois de pensar um pouco, assentiu.
"Yukito, eu jamais imaginei que me amasse, dessa maneira. E eu... sim, eu amo outro homem", ela explicou, e se arrependeu rapidamente de ter dito aquelas palavras. A expressão dele era de uma mágoa tão profunda que a garganta dela secou e que um pedido de desculpas quase escapou.
"Ele a ama?".
"Não", ela disse, rapidamente.
"Case-se comigo, Sakura", ele pediu, acariciando a face da ruiva. Ela se sobressaltou, mas mesmo assim, o encarou, perplexa.
"Mesmo eu não o amando?".
"Mesmo assim", ele sorriu. "Compreendo que cheguei um pouco atrasado, mas mesmo assim, não medirei esforços para fazê-la feliz. Eu lhe juro".
"Não sei, Yukito...", ela disse, olhando para o nada, temendo mostrar a tristeza que continha nos olhos para ele. "Um casamento é feito de amor e paixão. E não é isto que sinto. Me perdoe, porém não posso viver uma mentira. É isso que seria nosso casamento".
"Minha querida Sakura, não me negues", ele pediu, aproximando-se mais. "Todos esses dias, meu coração tem aguardado sua volta, para que eu pudesse lhe confessar tudo que sinto. Não suportarei mais esconder meu amor, passando a vida ao seu lado apenas como um amigo".
Desta vez, a bela ninja o olhou intensamente. Não queria uma vida igual Yukito lhe oferecia. Mas o amigo lhe era tão querido, e ela sabia que jamais teria uma chance com Syaoran. Inspirando profundamente, ela o questionou.
"Estás ciente de que, mesmo nos casando, eu jamais poderei amá-lo como tu desejas?".
"Sim", a voz dele não foi mais do que um sussurro rouco.
"Deste modo", ela fez uma pausa, e esboçou um doce sorriso. "Ficarei honrada em ser sua esposa".
Ele nada disse, apenas abriu um sorriso contente e radiante e a abraçou, levantando-a ligeiramente em seus braços. Sakura se viu perdida nas lembranças de Syaoran e do modo como ele a amara, e chorou todas as lágrimas que podia, sem retesar nenhuma. Precisava extrair aquele amor que jamais a levaria a lugar algum. Quando se separaram, o sorriso de Yukito morreu e ele a fitou, com os olhos cheios de preocupação.
"Não chores, meu amor", ele pediu, secando-lhe as amostras de sua dor. "Prometo lhe fazer feliz".
"Não duvido disso, Yukito".
A porta se abriu, e Fujitaka apareceu, com um sorriso no rosto. Denunciava em sua face que havia escutado a aceitação de Sakura.
"Minha pequena", ele murmurou, contente. Depois, se virou para olhar Yukito, e disse, amigável. "Eu poderia conversar com minha pequena filha a sós, Yukito?".
"Logicamente", ele beijou gentilmente as mãos de Sakura e saiu da sala.
"Venha cá, Saki", o pai a chamou, estendendo os braços. Ela não se impediu , caindo naquele abraço tão reconfortante. Ele, depois de tomá-la no colo e sentar-se na poltrona, indagou. "Estou tão orgulhoso e feliz por você. Deverias estar também, mas só vejo lágrimas e nada mais".
"Yukito é um bom homem. Me fará feliz e eu o honrarei como deve ser".
"Tens a absoluta certeza disso?", ele perguntou, e Sakura levantou a cabeça, para olhar os olhos castanhos do pai, confusa.
"Não era isto que esperavam? Que eu me casasse com Yukito?", ela perguntou, e Fujitaka deu um leve sorriso.
"Mas, me pergunto, quando te olho, se o que realmente queres é viver a vida inteira com um homem que não amas", ele explicou. Sakura nada disse, apenas anuiu de leve com a cabeça. "Tu amas outro, cerejeira?".
"Oh, papai! Não repitas estas palavras! Meu coração está tão dolorido", ela afundou o rosto no peito confortador do pai. Ele a abraçou ainda mais forte.
"Eu a entendo. Casei-me com uma mulher que também não amava e que não amo".
"O que disse?", Sakura perguntou, surpresa. Um brilho de tristeza se apossou do olhar do general.
"A única mulher que eu amei realmente foi tua mãe, minha pequena", ele afirmou, perdido nas memórias tão contentes que vivera com a gueixa. "Nadeshiko era uma prostituta, e mesmo assim, me apaixonei por aqueles olhos verdes, a vasta cabeleira negra. Porém, devido a minha posição, jamais pude tê-la".
"Eu adoraria ter conhecido minha mãe", Sakura confessou, com os olhos marejados.
"E ela se orgulharia de uma filha tão corajosa e bonita", ele falou. "Mas, infelizmente, eu a perdi por achar que minha posição era mais importante. Hoje vejo o quanto isso nada vale, perto das grandes alegrias que desperdicei com minha errada decisão".
"Você sempre afirmou que minha mãe foi seu maior erro, papai".
"Ela foi à vítima de meu maior erro, Sakura. E o maior erro foi ter deixado a mulher da minha vida escapar, preocupado com o que os outros pensariam a meu respeito. Eu deveria ter lutado e jamais ter abandonado ela".
"A culpa não foi sua, papai", Sakura o consolou. "Minha mãe, eu tenho certeza absoluta, também o amou. Como não poderia?".
Fujitaka nada respondeu. E Sakura respeitou aquele silêncio. Entendia a situação de seu pai, apesar de ele nem imaginar a dela. Amar sem poder viver tal amor. Mas, a garota de olhos verdes tinha uma esperança: Que Yukito restaurasse seu coração partido e cicatrizasse as feridas tão grandes que assombravam sua alma.
**
Syaoran estava a observar aquele quarto por muito tempo. A suave fragrância de cereja ainda impregnava o local, os objetos simples. Sentiu um aperto no coração, e fechou os olhos para impedir o choro.
Um homem jamais chora, qualquer seja sua dor. Enfrenta com bravura os problemas e sempre anda de cabeça erguida. Sempre. O pai lhe dissera isso, uma vez, enquanto eles treinavam. Pois bem, seu pai jamais amara alguém impossível. Havia casado com Yelan, a mulher que sempre desejara e que pudera ter sem complicações. Porém, Syaoran vivia, há semanas, com a solidão e com o gosto terrível da amargura. Sakura partira, e ele ainda lembrava de tudo que haviam compartilhado como a mais doce das lembranças.
Sentou-se na cama que ela dormia, desolado. Nestes últimos dias, abandonara o propósito da guerra para se dedicar unicamente a sua dor e a suas lembranças. Muitas vezes não resistia e chorava, preferindo remoer o passado a visualizar um futuro sem ela.
Sakura Kinomoto. A mulher que amava
Ouviu leves batidas na porta, e notou um guarda entrar. O mandara para saber notícias da japonesa.
"O que soubeste, soldado?", ele perguntou, com firmeza. O homem, parecendo desconfortável, rapidamente falou.
"Ela está de casamento marcado, capitão".
Casamento? Ele não podia acreditar. Toda a sua dor foi dando lugar a uma imensa raiva e a sincera vontade de arrebentar algo. Se aquele homem não saísse rapidamente dali, seria o alvo. Cerrou os punhos e se viu obrigado a perguntar.
"Com quem?".
"Yukito Tsukishiro. Um nobre japonês".
Não notou a saída do soldado. Ora, como fora tolo! Estúpido ao acreditar que ela o amava! Aquela japonesa mentirosa! Fizera tudo para conseguir as informações que precisava, até enganá-lo!
Levantou-se e passou as mãos pelos cabelos, deixando-os em completo desalinho. Respirou fundo. Estava tão decepcionado consigo mesmo e com a capacidade de ser tão tolo a ponto de acreditar que aquela dissimulada o amava! Amor? Que palavra era aquela?!
Ele mesmo sabia a resposta. Era uma fantasia, uma mentira. Possivelmente uma ilusão que, mais cedo ou mais, tarde, teria seu encanto quebrado. E era aquilo, por pior que se sentisse ao admitir, que estava sofrendo. O amor era uma doença e ele estava doente.
O chinês sentiu, para seu desespero, os olhos arderem. A tristeza voltar a seu coração, a mágoa dividindo espaço com ela. Bateu o punho na pequena mesa, vendo-a quebrar e se estatelar no chão. Oh, nada importava mais! Sua vida não tinha rumo! Estava cansado. Daria tudo para que um buraco se abrisse e que o chão o engolisse, levando com ele aquele maldito amor e aquele ódio.
As lágrimas. Uma a uma, caindo por seu rosto, deixando uma trilha úmida de tristezas em sua face. Queria enxugá-las e levantar a cabeça, passando por cima desse problema como se ele nada fosse. Já se deitara com tantas mulheres, e esquecera todas. Por que diabos, com Sakura Kinomoto, havia de ser diferente?
Sentira, quando a tivera em seus braços, uma emoção tão forte que temeu não conseguir mais respirar. Ela fora doce e sensual, inocente e ousada. Dormira e se aninhara em seu peito, murmurando o quanto o amava. Dissera palavras tocantes, fizera ele acreditar na infinidade daquele sentimento. Caíra em desgraça por um par de grandes olhos verdes, que, por mais que detestasse admitir, haviam lhe roubado a alma. Estava vazio por dentro.
Sentou-se no chão, vencido. Afundou a cabeça nos braços e não evitou os gemidos de pura frustração, as lágrimas mornas repletas de sua dor. Sim, tinha o ódio. Como esquecer que fora enganado e que seu coração estava despedaçado? Mas, também existia o amor. A vontade louca de chamar por ela, e matar o noivo engomado, que roubaria ela para sempre de seus braços, de sua vida. Deus, como pudera ser tão estúpido?, ele repetia para si mesmo, sem se conformar com sua burrice e com sua inocência.
Ergueu os olhos, e por um minuto, visualizou a bela garota japonesa. Era isso que ela era ainda. A sua garota. Viu ela correr para seus braços, sorrir com a boca perfeita e afirmar, solene e sinceramente que o amava mais do que a vida. Viveria sempre assim? Com a ilusão daquela flor matando lentamente sua alma? Não queria isso. O que mais queria é ter impedido que ela partisse. Ter feito algo e não ter cruzado os braços, aceitando a partida dolorosa.
"Syaoran?", escutou uma voz doce, o chamar.
Olhou para Meiling, que caminhava devagar até ele. Ela se ajoelhou e tomou seu rosto entre as mãos, sorrindo tão docemente como jamais fizera.
"Ela me enganou, Meiling", ele sussurrou, para depois tomá-la nos braços e a abraçar.
Meiling sentiu o quanto ele chorava em seu ombro. Mas não acreditava que ela o enganara. Sua amiga também o amava, e deveria estar sofrendo.
"Oh, não, meu pequeno lobo!", ela exclamou, o chamando como quando eram pequenos. "Ela te ama".
"Não diga isso", ele implorou, com a voz rouca. "Jamais diga isso".
Syaoran largou a irmã e voltou a fitar o chão. Lutou contra as lágrimas, mas cada vez que pareciam ter cessado, voltavam com mais força.
Meiling sentou-se ao lado dele, acariciando os cabelos rebeldes. Sobre a luz do sol, pareciam dourados. Amava demais o irmão e jamais o vira chorar. Aquela visão partia seu coração.
"Não perca as esperanças", ela sussurrou, e quando ele a fitou, ela sentiu-se desarmada, sem saber o que dizer.
Todos sempre admiraram os olhos imensamente dourados de Syaoran Li. Vivazes e vorazes, avaliavam tudo com uma precisão surpreendente. Mas, naquele momento, lembravam pedras que alguém esqueceu de polir. Opacos, sem vida. Avermelhados, marejados e ainda prometendo um choro retido. Ele parecia ter perdido tudo. À vontade de viver, principalmente.
"Ela queria informações, Meiling. Fui apenas o meio mais rápido de conseguí-las", ele murmurou. Meiling sorriu, gentil.
"Ela vai se casar porque você jamais lutaria por ela, Syaoran. Sakura sabe disso".
"Não tentes defendê-la".
Observou ele novamente voltar a chorar. Permitiu-se refletir. Sakura não podia permanecer solteira. Quando escutara o que o guarda dissera para Syaoran, não ocultara um gemido de surpresa. Mas a entendia. Amar e jamais poder viver esse amor. Era essa sua sina. Amava Nui e sabia que jamais poderia casar-se com ele,, ou construí uma família. Oh, agora não era esse o problema.
"Syaoran".
"Deixe-me".
"Não fiques assim".
"Saías, Meiling".
Syaoran observou ela assentir, resignada e sair do aposento. Levantou-se foi até as pequenas grades que davam para fora. Era fim de tarde. Prometia uma noite chuvosa.
Fechou os olhos e sentiu-os cansados. Entregou-se aos braços de Morfeu, deitando-se na cama
Ainda estava de noite? Não sabia dizer. Espiou pelas pequenas grandes, e notou que a chuva caia fina. Não estivera errado e acertara no mal tempo. Saiu daquele lugar e foi para seu quarto.
Lavou o rosto e notou em seu pequeno espelho, as profundas olheiras que maçavam sua máscula face. Reprimiu sua dor. Havia acabado. Nada durava para sempre e ele aprendera isso da forma mais difícil.
Olhou pela janela, observando a escuridão. Observou uma árvore rosada e observou, tristemente, que se tratavam de belas flores de cerejeiras. Fitou uma, em especial. Era pequena, porém, com a coloração mais escura, diferenciava-se das outras. Era especial.
Como achara que Sakura havia sido.
"Syaoran?", ele escutou uma voz doce. Olhou pela janela.
Era ela.
Sua Sakura.
Ela o olhava, com um meigo sorriso. Toda ensopada, vestindo o quimono verde que Meiling dera a ela. Syaoran esfregou seus olhos de leve. Mas ela ainda continuava lá, depois de abri-los novamente. Não era mais uma de suas torturantes ilusões.
"Syaoran?", ela o chamou novamente.
Não se deu ao luxo de olhar novamente. Descendo o mais rápido que pode, ele parou em frente à porta do Dojo. Não queria se iludir novamente. Será que não seria produto da sua mente? Para verificar, olhou pela fresta da sua porta. Ela ainda estava lá, olhando para cima, o procurando. O chamando sem palavras, mas com gestos.
Abriu a porta e notou o sorriso nos lábios carnudos. Os olhos verdes, mesmo molhados, brilhavam muito. Pediam que ele fosse até ela. E foi isso que ele fez, sem poder se conter.
Caminhou, em passos decididos. A chuva que caía já o molhava, mas ele não se importava. Precisava dela demais para deixar que o tempo impedisse suas ações. Assim que estava a centímetros dela, sorriu. Sua Sakura não era um sonho, era a mais pura realidade. Tocou a face, e notou ela enrubescer. Ainda era sua pequena garota.
"Me perdoe", ela sussurrou, os olhos brilhando do mesmo amor que ele sentia. "Eu jamais poderia me casar com um homem que eu não amasse. Eu o amo, Syaoran Li. Preciso tanto de você! Somente de você".
O que responder? Sentia o mesmo. Aquele sentimento que deixava seu corpo em brasa, que impedia seu coração de bater normalmente. Abaixou os lábios, tocando os dela. Sentindo o doce sabor, a maciez da boca, Syaoran a abraçou. Era ali o seu lugar. Do lado dela. Somente do lado dela.
Beijaram-se, lânguidos de uma paixão que não tinha fim. Ergueu-a no colo, sem deixar de beijá-la. Deus, como pudera achar que ela o enganava?
Caminharam até o Dojo, onde, descendo as escadas em meio a beijos e carícias, caíram na cama da masmorra.
Era tão bom... Poder novamente prová-la, e ouvir os suspirosa de pura satisfação. Os suspiros de amor. A despiu sem pressa, amando aquele corpo, sentindo na alma todo o turbilhão de sentimentos que ela causava a ele. A possuiu com ternura, o desejo aplacado pela doçura daquele momento que ele só achara possível viver em seus sonhos.
Saciado, observou a expressão sonhadora, enquanto ela se aconchegava em seus braços.
"Eu te amo, Sakura Kinomoto", ele disse, observando os olhos dela se encherem de lágrimas.
"Eu também te amo, Syaoran Li".
Acordou, olhando tudo em volta. Onde estava sua Sakura? Ele sonhara novamente! Como era tolo. Naquele momento, ela dormia pensando em como seria seu caro quimono de noiva. Enquanto ele, em suas sempre noite mal dormidas, pensava nela.
Levantou-se da cama, e tomou uma importante decisão. Estava na hora de atacar. Poderia vencer essa dor guerreando. Sempre fora assim, e não seria agora que mudaria.
Tinha que lutar. Livrar-se do amor, livrar-se da dor.
**
Eriol observou Tomoyo conversar com Sakura sobre os preparativos do casamento da noiva ruiva. Animada, a morena não percebia que o inglês não tirava os olhos dela. Era tão graciosa. Tão formosa. E Eriol amaldiçoava o marido dela, que por sinal, estava no meio da conversa.
Praguejou baixo. Jamais confrontara Touya, por respeito aos sentimentos dele por Tomoyo. E por ela também, já que sabia o quanto a dama de enfureceria se ele sem metesse a discutir com o marido dela. Já não eram mais crianças. Mas, não queria mais nada do que acertar um grande soco nas fuças metidas de Touya.
"Eriol!", Sakura o chamou.
Eriol notou a grande amiga. Nestes últimos dias, nem pudera conversar com ela. Mas, mesmo à distância, notava a tristeza daqueles olhos verdes. Lembrou-se de quando a conheceu. A havia chamado carinhosamente de esmeralda.
"Fales, esmeralda".
Sakura sorriu, certamente lembrando da infância. Notou a carranca de Touya. Ciúmes da irmã? E, finalmente observou Tomoyo. Ela estava com as bochechas brancas coradas e a raiva nos olhinhos lilás. Ciúmes, também? Resolveu provocar um pouco mais.
"Sakura, estou com sincera vontade de matar Yukito", ele sorriu, ao notar a dúvida na doce expressão.
"Por que?".
"Por que ele vai roubar minha preciosa esmeralda".
Sakura novamente riu, e Touya ameaçou se levantar. Tomoyo desviou o rosto. Eriol teve a vontade de rir daquelas reações. A bela morena, em sua graciosidade, não tinha a mínima descrição e mostrava muito bem seus sentimentos e frustrações.
"Venha cá, meu amigo atrevido!", Sakura lhe deu a mão, e juntos, rumaram para o belo jardim.
Sakura sorria, era gentil. Mas não era a garota que conhecera. Queria tanto perguntar o que acontecera a ela, mas não se atrevia. Esperou ela falar.
"Amas muito minha cunhada, não é?";
Eriol a fitou por alguns minutos, avaliando a perspicácia da amiga, e depois sorriu. Para que negar? "Sim".
"Oh, meu amigo. Sabes o quanto eu amo meu irmão, não sabes? Odiaria que ele sofresse. Porém, não posso permitir que tu e minha querida Tomoyo sejam infelizes".
"Não te preocupes, pequena ninja".
"O que disse?", ela perguntou, surpresa. Eriol sorriu.
"Eu já sei de tudo. Tomoyo me contou. Espero que não te zangues com ela, pois sabes que podes confiar em mim", ele explicou. Sakura abaixou os olhos por um momento, e depois novamente sorriu.
"Ora, porque me incomodaria? Bem, mas não estamos aqui para falar de mim, não senhor. Quero que saibas que lhe ajudarei".
O inglês a fitou, incrédulo. Sakura jamais faria isso, se fosse aquela que conhecera antigamente. Jamais desafiaria o pai ou magoaria o irmão. "Mas... eu... Esmeralda, eu realmente não a entendo".
"Não é para entenderes, querido. Tive uma conversa com o meu pai", ela afirmou, séria. "E ele me disse palavras que me fizeram ver que meu irmão será muito mais feliz, e que você e Tomoyo também, se este casamento acabar".
"Eu não tenho forças para fazer isso", Eriol afirmou, desanimado. "Tomoyo já impôs muitas barreiras, e algumas eu não posso transpor".
"Não se dê por vencido, Eriol. Jamais faças como eu", ela suspirou, triste.
"O que lhe houve quando estavas perdida? Sua história não me convenceu".
"Eu me apaixonei por um inimigo", ela disse, tão rapidamente, que houve um tempo para ele assimilar a idéia.
"Quem é, Esmeralda?".
"Syaoran Li".
"Li?", ele repetiu, lembrando das palavras de Fujitaka. Ele afirmara que Shang Li, o general supremo das forças armadas chinesas, não pudera participar da batalha. Enviara o filho no seu lugar.
"Sim", ela respondeu, num sussurro. "Tu sabes bem do que falo. Este sentimento tão forte, corroendo suas estranhas e fazendo todos os planos da sua vida sumirem apenas porque essa pessoa sorriu para você. Eu o amo tanto, e não sei se poderei esquecer aquilo que sinto, mesmo me casando com Yukito".
"Não podes cancelar o casamento, preciosa", ele afirmou carinhoso. Entendia perfeitamente a dor de sua melhor amiga. Sofria igualmente.
"E não o farei", ela afirmou, convicta. "É só que...".
"Roubando minha noiva, Eriol? Deixo-a por um minuto sozinha e vc já se apossa?", ouviu uma voz em tom divertido e sorriu para Yukito, que já tomava Sakura pela mão.
"Não pude resistir", ele brincou. "Irá se casar com uma pedra preciosa, meu amigo. Cuide desta esmeralda".
"Cuidarei", ele sorriu, apaixonado para Sakura. "Tomoyo tem uma notícia. Pediu que eu os chamasse".
Seguiram até a sala, onde toda a família
estava reunida. Eriol fitou Tomoyo, notando o brilho de felicidade nos olhos. O
que havia acontecido
"Bem", Touya sorriu, com a voz repleta de emoção. "Aconteceu algo que eu e meu amor esperamos por muito tempo".
"Eu estou grávida", Tomoyo afirmou.
"O que?!"
CONTINUA....
N/A:
Oi, pessoal, td bem com vcs?
Comigo tá tudo absolutamente perfeito. E melhor ainda, por ter recebido toda a ajuda de vcs. Não poderia fazer este trabalho no meu texto se vcs, verdadeiros anjos da guarda, não estivessem aqui para ajudar uma menina perdida como eu! Muito obrigado!!!
Anna Li Kinomoto: Eu também amo o Li! Quem não ama, não é mesmo? Se precisar aprender a colocar negrito, talvez eu possa te ajudar. Bjs!
Hime Hayashi: Obrigado pela ajuda, e tenho que lhe dizer que haverá uma grande surpresa no final! Muitos Beijos!
Shaiene-chan: É, se eu fosse a Sakura, jamais teria tido coragem( e pernas), para escapar de lá! Bjs!
Nina-KinomotoLi: Que bom que vc está gostando! Bjs!
Suu-chan: Muito obrigado pela ajuda, amiga! Sem vcs, ei jamais teria conseguido! Bjs!
Miaka Hiiragizawa: Muito obrigado pela ajuda! E vc, que sempre posta no meu fic, eu agradeço muito! Desde de o primeiro cap, hein? Bjs
Bjus, de Jenny-Ci
