Capítulo 19
Sakura apenas assentiu para os guardas, que eretos e com a expressão sombria e sisuda, guardavam as portas enferrujadas da prisão. Entrou e ignorou as perguntas que os soldados fizeram de voz baixa, um para o outro. Eles queriam saber o que uma dama, filha do falecido general japonês, fazia em um lugar como aqueles? A resposta era bem simples, mas pertencia somente a ela.
Desceu as escadarias de cimento, e assim que viu as primeiras celas, teve a sincera vontade de chorar ou de simplesmente, recuar e voltar para o aconchego de sua casa, não sendo obrigada a passar por tudo aquilo. O que teriam feito com Syaoran num lugar de tão más condições? Temia que ele nem tivesse sobrevivido ao ferimento que seu irmão fizera nele, já que possivelmente, não havia cuidados médicos capazes na cadeia. Rezara muito, mas sabia que o tivesse que vir viria, não importa o quanto ela tentasse mudar. Viu o único soldado que guardava as celas, cantarolando uma cantiga antiga. Aproximou-se e apertou ainda mais a pequena bolsinha de couro que levava. Nela, havia uma pequena surpresa que facilitaria sua entrada naquele lugar proibido.
"Srta. Kinomoto!", a rapaz, que parecia bem novo, sorriu, meio desconfiado, arqueando uma sobrancelha.
"Soldado!", ela postou-se ao lado dele e abanou a mão, dando um suspiro forçado. "Não está com calor? Faz segundos que estou aqui e já bebi bastante de minha água", ela sorriu, sedutora, vendo o garoto corar. "Como é o seu nome?".
"Kamui Kiomoto, minha senhorita. Ao seu inteiro dispor", ele prestou uma reverência graciosa.
"Você parece estar cansado, bom soldado", ergueu a pequena bolsa e notou os olhos negros do pequeno homem brilharem. "Gostaria de um gole de água?".
"Se me permiti, gostaria de perguntar o que uma dama tão prendada faz aqui dentro da cadeia e...", Sakura pôs o dedo indicador nos lábios dele, que corou ainda mais.
"Satisfaça sua sede", deu a ele a bolsa e piscou as pálpebras. "Depois conversamos...".
Satisfeita com a própria encenação, notou o soldado beber em goles longos. Depois de terminar, ele entregou a ela a bolsa e sorriu, satisfeito. Ela retribuiu o sorriso.
"Muito obrigado, minha senh...", sem terminar as palavras, ele caiu no chão, desacordado.
Riu novamente, com gosto. A pequena erva chinesa que Meiling lhe dera há tempos atrás realmente funcionava, e ficou feliz em averiguar isso com seu plano simples. Com cuidado para não despertar o rapaz, espiou e notou que havia apenas duas celas e uma porta que ela não sabia onde levava. Pulou o corpo imóvel e observou que na primeira cela não havia ninguém. Já na segunda, um velho fitava o chão, parecendo fazer contas com os dedos. Resolveu se informar, por isso, assobiou para chamar sua atenção. O homem sorriu para ela, dizendo, contente.
"Terminei de contar, novamente, os tijolos do chão. Percebo que havia um a menos do que eu imaginava. É impressionante como depois de tanto tempo, ainda descobrimos que faltou umn detalhe".
Sakura não pode deixar de sentir pena do ancião que mesmo parecendo cansado e doente, ainda lhe era tão gentil e não a tratava com descortesia. Deveria estar ali a há anos, e contar aqueles tijolos parecia ser o único meio para não enlouquecer de saudades de sua terra. "Meu senhor, poderia me informar onde se encontra o prisioneiro Syaoran Li?".
"Syaoran Li?", o velho sorriu novamente, e se levantou, com as pernas meio bambas, aproximando-se da porta. "O chinês foi transferido para a área de baixo, para tratar do ferimento, que estava inflamando. E quem é você, minha senhorita?".
"Sakura Kinomoto", disse o nome em um sussurro, prestando atenção apenas na porta pequena que, provavelmente levava a ala de baixo. Controlou as batidas disparadas do seu coração, e sorriu com ternura para o velho, que sorriu de volta, com um brilho de uma satisfação que Sakura não entendia.
"Filha, posso lhe dar um simples, mas útil conselho?".
"Claro", ela afirmou.
"Escute-o antes de julgá-lo, está bem?".
Finalmente Sakura fitou os olhos acinzentados do senhor. Não entendeu o sentido da frase, mas de alguma maneira, aquelas palavras só serviram para confirmar seus últimos pensamentos. Se fosse perder Syaoran, antes iria dizer a ele o que sentia, deixando assim o orgulho e o medo de lado. Jamais se perdoaria se ele morresse com a errônea idéia de que ela não o amava. "Senhor, não diga que me viu. Peço-lhe que guarde segredo de minha presença aqui".
Ele assentiu. "Vá, pequena".
Nem precisava daquele encorajamento para ir até lá. Caminhou em passos apressados, e abriu a pesada porta, com toda a delicadeza que pode, preocupada com o barulho que poderia causar. Desceu novamente uma pequena escada e viu estar diante de uma grande sala, que parecia estar deserta e imersa no breu. No silêncio, escutou uma rouca respiração e uma tossidela forte. Guiou-se na escuridão pelo som daqueles suspiros e encontrou uma vela. A acendeu e preparou-se para fitá-lo. Ao voltar-se, o coração se apertou e ela sentiu o força daquele amor tocar seu âmago.
Ele dormia, parecia mais um anjo do que um ser humano. Os cabelos caíam sobre sua testa, e os lábios entreabertos moviam-se a cada breve respirar. O tórax estava desnudo, envolto apenas por uma faixa que descia do ombro ferido até a cintura. Aproximou-se e se ajoelhou ao lado dele, fitando Syaoran e sentindo o amor dentro de si transbordar e sair em forma das mais saudosas lágrimas. Com o dedo, acariciou uma madeixa dourada que caía sobre os olhos, apreciando a maciez do fio macio e reluzente. Fechou os olhos e se recordou daquela noite memorável no Dojo. Ainda sentia a pele quente sobre sua mão, que inexperiente, procurara agradar. E ele sempre sorria. Gostaria que ele sorrisse naquele momento, e afirmasse que estava tudo certo. Que nada e nem ninguém iria separá-los.
"Sakura...", ela o ouviu suspirar e arregalou os olhos.
'Ele está sonhando comigo?', Sakura imobilizou-se. No momento seguinte, um par de olhos penetrantes havia se aberto.
"Eu ainda estou sonhando?", ele perguntou, meio zonzo.
A japonesa não sabia o que dizer. Estava petrificada, atraída por aqueles maravilhosos olhos. Não conseguia desviar o olhar. Até que ele se mexeu um pouco, e gemeu.
"Não é um sonho! Meus ferimentos estão ardendo!", ele gritou, e sentou-se na pequena cama, a balançando. Assumiu a carranca e fitou os olhos verdes, desconfiado.
"Como você tem passado, Syaoran?", ela perguntou, timidamente. Ele riu, irônico.
"O que veio fazer aqui, Sakura? Rir da minha situação e da minha derrota? Vamos, ria a vontade! Só peço que não ria muito, pois no dia do meio enforcamento, tem que sobrar alguma graça, não é mesmo?".
"Não é isso... Eu queria falar com você".
"Não temos nada para falar. Acho que já fui humilhado o suficiente", ele desviou o olhar e cruzou os braços, para depois gritar mais uma vez. "Maldito machucado! Não posso nem me mexer normalmente que essa porcaria começa a arder".
"Tenho que trocar as bandagens, para não infeccionar", ela levantou-se para buscar mais panos, mas uma mão forte segurou seu pulso.
"Não quero que me toque e nem que cuide de mim. Já me trataram e eu apenas estou descansando".
Ele estava irritado e muito zangado, os olhos brilhando de uma fúria nunca presente. Sakura entendia que perder a guerra era uma grande humilhação e que capitão nenhum queria passar por isso. Ajoelhou-se novamente em frente a ele. "Peço que perdoe meu irmão. Ele estava fora de controle com a morte de Tomoyo e descontou isso em você.".
"Perdemos nossos entes queridos na guerra, Sakura. Não há como evitar".
"Eu sei disso mais do ninguém", ela sorriu, tristemente, ao se lembrar da cunhada e de seu pai. "Mas não é fácil aceitar".
"Não, não é", ele suspirou. "O que veio fazer aqui, afinal? Creio que não é para se desculpar pelo seu irmão. Eu o entendo. Ele lutou como um guerreiro. Não preciso que o defenda".
"Como eu disse antes, eu gostaria de conversar com você sobre algo muito importante".
"E eu repito, Sakura! Não tenho o que te falar!", ele gritou.
A japonesa se assustou um pouco, mas sentou-se ao lado dele e notou as correntes que prendiam o pé dele, machucando a pele e já formando feridas. Sentiu as lágrimas rolarem mornas por seu rosto, e não as impediu de cair, já que aquela cena lhe cortava o coração e a fazia imaginar o que mais ele estaria passando, além do que aparentava. Jamais pensara que veria o forte e decidido Syaoran Li num a situação como aquela.
"Por que está chorando?", ele perguntou, com a voz brava, mas as feições preocupadas.
"Eu jamais quis ver você assim, Syaoran", ela secou com a ponta dos dedos o insistente choro. "Meu coração dói tanto ao pensar no que tem passado nesse dias".
"Não mais do que o meu coração dói, por me sentir impotente em relação a essa maldita batalha e a esse ferimento que parece se agravar cada vez que cuidam dele", ele fitou as correntes e riu, melancólico. "Devia estar contente e muitíssimo aliviada. Vou morrer daqui a alguns dias e você finalmente estará livre de minha pessoa".
"Jamais estarei livre".
Era isso que gostaria que ele entendesse, de uma vez por todas. Que não importava a distância e nem o tempo, aquele amor a perseguia, a fazia recordar de bons e maus momentos que vivera ao lado dele. E não queria esquecer. Se pudesse, nunca sairia do lado dele. Temia pensar que daqui a alguns dias o perderia para sempre. Que ele morreria pelas mãos do Japão, seu país.
"Não precisa fazer teatro para mim, Sakura. A falsidade não combina com o seu rosto".
"Não estou fazendo teatro!", a ruiva o encarou, temerosa com a sua explosão. Mas sabia que não importava o momento, ele sempre a tirava do sério. Ele tinha um dom especial de mexer com seu coração e a fazer perder a cabeça com simples palavras. "Choro porque nossa situação não é das melhores, e eu me sinto inútil de não ser de grande ajuda. Não posso livrá-lo da morte e não sei nem ao menos o que lhe dizer para consolar você nesse terrível momento".
"Nunca existiu nossa situação, japonesa...", ela notou o brilho das lágrimas nos olhos dele, e fechou os próprios, para não guardar aquela imagem tão triste. Ser motivo do desespero e da mágoa dele era mais do que ela poderia suportar. "Você jamais me amou".
"Como pode dizer isso?!", ela levantou-se e pôs as mãos no quadril, indignada. "Eu o amo, Syaoran Li! A cada dia que passa, recordo do que vivemos juntos e me pergunto se o destino seria tão cruel a ponto de não nos deixar tentar uma vida juntos! Eu choro todas as manhãs, pois sonho que você está do meu lado, zelando minha vida, me amando, e sei muito bem que a realidade é diferente. E quando eu deito a cabeça no travesseiro para adormecer, lembro de como era bom estar abraçada com você! Amar é isso, Syaoran! Quando entenderá que vim aqui para esclarecer que não amo mais ninguém, além de você, homem teimoso?!", e terminando, afundou o rosto nas mãos e recomeçou a chorar.
A sala mergulho em silêncio. Não sabia se ele a olhava, ou se ria de sua histeria, mas também não importava com a reação dele. Queria apenas sumir, que o chão se abrisse e que ela caísse dentro dele. Depois de dizer tudo aquilo, estaria vulnerável a rejeições, a palavras duras, a mais tristezas. Surpreendia-se por não estar calma, como prometera a si mesma. Estava na frente do homem que amava e qualquer palavra proferida por ele não a machucaria mais do que os dias de solidão que fora obrigada a passar.
"Mentirosa", ele praticamente cuspiu as palavras. "Não minta para mim, Sakura!".
Fez a única coisa que veio em sua mente. Com passos rápidos, alcançou a pequena cama e se inclinou sobre ele, que tinha os olhos ameaçadores e curiosos, aguardando sua reação. Num impulso impensado, abaixou os lábios e o beijou.
Estavam quentes, mas mesmo assim, os lábios dele não tinham ação. Aguardou alguns minutos, enquanto sentia mais lágrimas em sua face. Mas ele não correspondeu. Assim que ia levantar a cabeça, preparando-se para ver a expressão de nojo nas feições dele, uma mão ágil firmou-se sobre sua cintura e se sentiu sentada no colo dele, enquanto os lábios começavam a dança sensual sobre os seus, a língua áspera buscando espaço dentro da sua boca. Enlaçou a nuca dele com as mãos e tentou, com os lábios, mostrar que as palavras eram da mais pura veracidade. O beijo prolongou-se ao máximo, e era onde ambos despejavam tantas emoções que sentiam, e que palavras não poderiam dizer. Ele deixou de lhe beijar os lábios para fitar os seus olhos, acariciando sua bochecha com os dedos calosos.
"Não é mentira?", ele sussurrou. Ela deu um sorriso doce e meneou a cabeça.
"Não, Syaoran. Eu te amo".
"Oh, pelos deuses!", ele gemeu, e olhos brilharam como uma jóia. Novamente se viu dentro daqueles braços, para um abraço amoroso.
Há quanto tempo quisera sentir tal sensação em seu corpo? Aquele calor delicioso, seguido por uma brisa entorpecente em seus cabelos, causa pela respiração tão profunda... Afundou o rosto no peito dele, esperando as palavras que ele logo pronunciou, num sussurro verdadeiro.
"Eu também a amo... Mais do que amo a mim mesmo".
Ficaram apenas abraçados, temendo quebrar o encanto do momento se algo falassem... As respirações estavam mais calmas, mas os corações, unidos depois de tempos separados, saltavam, batiam com tal selvageria que Sakura pensou não poder suportar aquela pressão em seu peito. Queria gritar, liberar toda aquela ânsia em seu coração. Os olhos dourados novamente procuraram os seus, e se sentiu tragada pelas lágrimas que a face máscula apresentava. Com a ponta dos dedos, seguiu a trilha de uma delas, que solitária, descia, dizendo simplesmente.
"Me desculpe por ter te abandonado e por ter feito você chorar. Me perdoe por ser uma tola e fugir do inevitável".
"Me perdoe também. Eu sempre imaginei que o que sentia por você era uma simples atração, mais uma de minhas conquistas, que sempre acabavam dando em nada. Mas naquele dia em que discutimos sobre o modo de eu educar meus soldados, notei que a sua partida entristecia meu coração. Notei que finalmente amava. Naturalmente, senti medo daquela nova descoberta. Medo de não fazer você feliz e de não poder atender a todas as suas expectativas, já que sempre fui ignorante na arte de amar. Por isso acho que a deixei partir. Pensava que seria mais feliz longe de alguém como eu".
Sakura deitou a cabeça no peito dele e disse, com a voz embargada de emoção. "Eu parti por que tinha a certeza de que você jamais me amaria ou retribuiria meus sentimentos. Achava que te conhecia o suficiente para presumir que não nutria esse sentimento especial por ninguém. Quando vim para cá, Yukito me pediu em casamento e me ofereceu proteção, amor e um relacionamento promissor", ele sentiu o corpo dele ficar tenso, mas não interrompeu a narrativa. Precisava que ele escutasse tudo para que compreendesse o porque de todo o seu sofrimento. "Espero que entenda o porque de eu estar dizendo tudo isso. É que eu sempre achei que você não iria me buscar. Você deve entender que eu não podia me esconder da vida porque estava sem você. Por isso, aceitei a proposta. Mas não amo o Yukito. Somente o amo como um irmão. Ele jamais me significou algo mais. Você foi a primeira pessoa que eu realmente amei".
Syaoran acariciou os longos cabelos soltos, sorrindo, não querendo parar de escutar a voz da amada. Quando ele a vira, imaginara que fosse um sonho, de tão bela e reluzente que ela se encontrava em sua frente. Mas não fora um sonho. Os ferimentos começaram a latejar. E mesmo tentando fazer parecer que não, havia se alegrado e quase chorado de felicidade ao ver que não era mais um de seus devaneios. E agora, escutava o queria. Não precisava de mais na vida. O fato de amar Sakura Kinomoto era tudo o que lhe realmente importava.
"Posso lhe pedir um favor, meu amor?", ele sussurrou no ouvido dela, e ela ergueu os olhos, assentindo levemente, com um sorriso doce. "Promete que irá me ver no dia de minha morte. Que assistirá eu ser enforcado".
"Não posso!", ela novamente soluçou, abandonando a expressão suave. "Como quer que eu o veja ser morto, Syaoran? Temos que lutar! Tenho que te tirar daqui!".
"Não adianta tentar lutar, querida. Eu aceitei minha sina, e sei que morrerei em paz por escutar essas palavras vindas de você".
"Você não quer viver?".
"Mais do que tudo", ele respondeu, sorrindo. "Mas acredito que em vida, eu jamais poderei acompanhar seus passos. Como espírito, eu poderei vagar eternamente lhe guardando e não permitindo que nada de mal lhe aconteça".
Sakura, dessa vez, não chorou, apenas assentiu, muito de leve. Entendia o desejo dele, pois sabia que, em liberdade, Syaoran fugiria para a China. E ela? O que fazer ao saber que mesmo vivo, ele não poderia estar ao seu lado? Naquele momento, tinha que respeitar o que ele queria. Calou-se por alguns instantes, que lhe pareceram uma eternidade. Depois, esboçou o que era para ser um doce sorriso, e disse, com coragem que ela não sabia de onde vinha.
"Prometo estar contigo no momento em que você me pedir para ficar".
Viu ele sorrir, satisfeito, e também sorriu. Afinal, não era isso o que sempre desejara? E estava vivendo aquele momento com ele. Agradecia a Deus por permitir isso. Fechou os olhos e voltou a encostar a cabeça no peito dele, sentindo com prazer os braços a apertarem ainda mais. Lentamente, ele deitou na cama, trazendo-a junto, e ela ouviu ele suspirar.
"Estou pesando muito?", ela perguntou, preocupada com os ferimentos dele.
"Não, você é leve como uma pluma", ele sorriu ao ver ela corar. Beijou a testa dela. "Só estou pensando o que poderíamos fazer se essas correntes não estivessem em meu pé".
"Syaoran!", ela ralhou docemente. "Disse que me amava só para me levar para cama?", ela tentou parecer brava, mas o sorriso travesso a denunciou.
"Minha senhorita?! Como pôde pensar isso de mim?", ele brincou.
"Comporte-se, Sr. Li", ela achegou-se ainda mais e disse, perto do ouvido dele. "Se não, eu vou embora sem lhe dar mais nenhum beijinho".
Syaoran tentava, mas era difícil. Pensara muitas vezes que seu desejo reprimido jamais iria se libertar. E agora, ela estava em seus braços. Era fácil imaginar como mostrar intensidade da paixão que aqueles olhos verdes lhe despertavam. Mas havia muito mais naquele desejo, Havia carinho e reverência pelo único corpo que realmente atiçava o seu. Viu ela bocejar e fechar momentaneamente os olhos. "Está com sono, Sakura?".
"Um pouco. Não dormi pensando no que teria que dizer a você quando o visse".
"Então durma".
"Aqui?", ela já quase fechava os olhos. "E se alguém me ver?".
"Durma, meu amor", ele fechou os olhos também. Pensara ter enfrentado um exército inteiro só por ter finalmente libertado o amor que sentia em seu coração.
Em seu mundo do sonho, eles estavam juntos, sem correntes, sem medos, se nada que os impedisse de ficar juntos para todo o sempre. Adormeceram serenamente, abraçados, apoiando-se mentalmente e fisicamente. Sakura apenas abriu os olhos mais uma vez, ao observar ele dormir. Disse, guardando suas lágrimas.
"Jamais o esquecerei, Syaoran Li", murmurou. "Você faz parte de mim".
**
Touya saiu da cadeia com os olhos rasos das mais puras e genuínas lágrimas. Quando Sakura saíra da mansão, realmente muito cedo, ele já imaginara que ela iria ver o capitão, e se aventurara a seguir a irmã. Mas não a impedira, querendo ver até onde ela chegaria para conseguir realizar tal intento. A seguira desde de o momento em que ela drogara o soldado, e depois quando ela conversara com um idoso prisioneiro coreano.
Quando ela encontrou o chinês, notara que ele estava chateado. Nada fizera, esperara no silêncio. Mas foi apenas no momento em que ela disse a ele que o amava, que ele percebeu a verdade que acercava o casal.
Ele a abraçara, dissera que também a amava muito. Comungando com seus pensamentos, Touya percebeu o mal que iria fazer se matasse o chinês. Sabia que não podia recuar, que se não o executasse, estaria dando um mau exemplo a sua nação. Além do que, conversara com o imperador há semanas atrás e ele havia lhe dito que era ordem dele matar o chinês. Assim o faria. Temia apenas o que sua pequena irmão iria fazer depois daquilo.
Eles estavam dormindo, naquele momento. Como dois anjos. O chinês segurava a cintura dela, e ela se aconchegava contra o peito dele. Pareciam um ser só, unidos pela força do amor. Não quisera estragar o último momento dos dois, por isso, nada dissera. Ficara tragado pelas emoções que o assolaram a ver aquela cena e depois partira, temendo que eles acordassem com algum ruído seu.
Só parou de andar quando chegou próximo há uma pequena e muito antiga ponte, localizada na parte mais pobre e simples da cidade. Estava tudo deserto, ainda era bastante cedo. Subiu na ponte e ficou a observar o fluxo do rio. As águas estavam bastante calmas, os peixes podiam circular livremente. Lembrou-se da noite passada, agitada.
Touya quisera adormecer, mas não pudera. Passara a noite inteira escutando os choros de Sakura. Culpara-se interiormente, mas nada fizera para reverter à situação. Temia estragar tudo, pois jamais poderia dar falsas esperanças a ela ou consolá-la, pois era o culpado, em parte, de todas as lágrimas dela. A morte do chinês era predestinada antes mesmo do ataque que ele fizera a mansão Kinomoto. E ainda havia a questão de Tomoyo. Touya sabia que mesmo sem intenção, Syaoran comandara o soldado que matara sua esposa. Fechou os olhos e tentou controlar o aperto no coração. Era assim que se sentia sempre que se lembrava da sua falecida esposa.
"As águas me fazem recordar dela", uma voz chamou sua atenção, e ele voltou-se para Eriol, que do seu lado, não o fitava, e sim as águas serenas.
"Sim. Calmas, belas e transparentes", ele suspirou e depois perguntou, um tanto ríspido. "O que faz aqui, Hiiragizawa?".
"O mesmo que você. Tento esclarecer meus pensamentos", o inglês respondeu, sem alterar a voz.
Nenhum dos dois nada disse depois daquelas palavras. Ficaram apenas a observar o rio. Finalmente Eriol olhou para Touya e disse.
"Eu quero lhe pedir perdão, Touya".
"Por que?", o japonês devolveu para o acompanhante um olhar confuso. Eriol deu um breve suspiro, para depois falar, com a voz carregada de emoção.
"Quando estávamos na guerra, eu tentava proteger Tomoyo e a senhora sua mãe, porém havia realmente muitos soldados inimigos, e eu não conseguia dar conta de todos, tentando dar o melhor de mim. Por um descuido meu, um grande homem me aprisionou enquanto o outro ameaçou Tomoyo de morte. Ela muito corajosa e também um tanto descuidada, o agrediu e fugiu, mas o homem que me segurava correu atrás dela, gritando claramente que sua intenção era vingar a humilhação que o companheiro fora obrigado a passar. Eu tentei seguí-los, mas havia muitas pessoas e nos perdemos, além do que eu tinha que arranjar um local seguro para sua mãe, que estava muito assustada. Se não fosse por mim, talvez Tomoyo ainda estivesse viva. Em parte, a culpa da morte dela foi minha e não há uma noite em que eu durma sem pensar no que poderia ter acontecido se eu fosse mais cauteloso. Entendo seu sofrimento por isso ofereço minhas desculpas, mesmo sabendo que isso não a trará de volta para nossas vidas".
Touya fitou as próprias mãos, apoiadas na ponte, pensativo. O inglês dissera muitas verdades, e por um momento, ele mesmo o culpara pela morte de sua mulher. Mas sabia que Eriol a amava e que jamais faria isso propositalmente.
"Hiiragizawa, a culpa não foi sua. Eu pensava que sim, inicialmente, movido pela raiva e pela dor da perda. Mas agora entendo que você a amou demais, e um homem assim não merece meu ódio e tão pouco meu julgamento, que eu nem mesmo tenho o direito de fazer", ele deu um breve sorriso. "Ela acabou morrendo amando você, Eriol. E eu me sinto mais culpado por isso. Por não ser capaz de fazê-la te esquecer".
Eriol ajeitou os óculos e disse, simplesmente. "Mesmo me amando, Touya, você sabia muito bem que nem eu e muito menos ela sacrificaríamos a sua família para vivermos juntos. Ela estava grávida de um filho seu, e isso a fazia raciocinar com a mente, e não com o coração. A respeito por ser uma mulher admirável que punha a sua felicidade, Touya, de seu bebê e de sua família antes dela mesma".
Aquelas palavras fizeram Touya se sentir um tanto frustrado. Tomoyo havia renunciado há muitas coisas para que ele e a família Kinomoto pudessem ser felizes. Isso o fez pensar se não teria sido melhor ele jamais ter se casado com ela, ter a amado em silêncio e permitido sua felicidade. Iria responder quando Eriol tirou do bolso uma pequena corrente de ouro e entregou em sua mão.
"Essa corrente pertence a você, Touya. Eu iria queimar junto aos restos mortais de Tomoyo, mas no último momento, decidi que deveria ficar contigo, pois você é o marido dela e dono legal de seus pertences".
"Fique com ela, Eriol", Touya estendeu a mão, recusando-se a fitar a pequena corrente, temendo não agüentar a força com que as lembranças sempre retornavam. "Tomoyo preferiria que fosse você a ficar com ela, já que o amava tanto".
Eriol deu um sorriso triste. "Eu não preciso de uma corrente para lembrar dela. Em cada brisa do vento, eu sinto como se escutasse sua risada. Às vezes, posso até vê-la, com seu sorriso doce e sua maneira sempre tão cálida de encarar a vida. Ontem mesmo, eu adormeci em frente ao túmulo dela. Pus novas flores e não resisti. Naquele lugar, eu me sinto em contato com ela. Apesar de saber que não posso mais tocá-la e nem mesmo observá-la, posso me lembrar. É disso que o amor é feito. Das mais doces recordações. E o que eu mais gosto de lembrar é dela sorrindo, ao saber que ia ter seu primeiro filho. Nunca vi brilho assim nos olhos de nenhuma outra mulher. E devo isso a você, Touya. Você deu a ela o brilho maternal. Embora eu jamais suspeitasse que aqueles seriam seus últimos dias, algo me dizia que tal felicidade era demais para ser real. Essa corrente sempre esteve com ela, e era-lhe muito especial. Acredito que tenha sido um presente de seu pai. Lembro-me de Tomoyo dizer, há muito tempo, que nada nesse muito é mais forte do que o amor que sentimos por nossos entes queridos. Um objeto, apesar de tão significativo, não me parece necessário para que mim recorde o que eu e ela passamos juntos".
"Eu também acredito que essa pequena corrente pertença a ela, Eriol. Não há razão para que fique comigo e nem com você".
Tomoyo morava no coração de ambos, sabia disso. Mesmo envelhecendo sozinho, ele também sabia que jamais iria esquecer tudo o que passara ao lado daquela mulher delicada. Beijou a pequena corrente e a atirou no rio, observando Eriol seguir a trilha do pequeno objeto até ele sumir na água.
"Se não amassemos a mesma mulher, Hiiragizawa, seríamos bons amigos", ele comentou, e notou Eriol assentir com a cabeça.
Naquele momento, Touya deixou de odiar o inglês e passou a ter por ele uma grande admiração e respeito. Um homem que era digno do amor de Tomoyo, que sempre havia amado ela e que renunciara a sua própria felicidade para que ela pudesse ter a dela não podia despertar seu rancor. Sem nenhum argumento, os dois caminharam juntos até os portões da mansão Kinomoto. Sabiam que o fato de jamais esquecerem Tomoyo os tornava dois homens que não deveriam se odiar. Mas sim respeitar os sentimentos e tentar seguir a vida sem rancor por nada que possa ter acontecido no passado.
**
Sakura acordou, bocejando suavemente. Levantou-se a olhou para os lados, tentando recordar-se da onde se encontrava. Sorriu ao sentir uma mão pressionar seu ventre. Olhou para cima e viu o sorriso reluzente de Syaoran.
"Dormiu bem?".
"Não...", ela brincou. "Você ronca muito".
"Ora!", ele se fez de ofendido.
Sakura levantou-se da cama e ajeitou as roupas amassadas, os cabelos emaranhados. Em seguida, arrumou o penteado nos cabelos e fitou Syaoran, que a observava, divertido.
"Não sei como pode estar de tão bom humor", ela notou o sorriso dele esmaecer e dar lugar a uma expressão séria.
"Você, minha querida, me deu os últimos e melhores momentos que um homem poderia querer ou querer. Eu estou sorrindo porque admiro essa beleza pura que você conserva".
Sorriu, mas sua verdadeira vontade era cair nos braços dele e libertar aquelas fortes correntes que os separavam. Mas não fez nada disso. Apenas se aproximou e sentou-se ao lado dele, acariciando a face máscula.
"Eu já devo ir".
"Já? Mas ainda é muito cedo...", ele disse.
"Não, Syaoran. Já deve ter anoitecido".
Ele virou-se bruscamente, e ela viu o principio das lágrimas nos olhos dourados. Tentou pensar em algo que pudesse animá-lo ou que pudesse ao menor confortar a ambos naquela situação. Mas não conseguiu, pois nem nela mesma, achava forças para encontrar uma saída para o destino deles.
"Syaoran, querido...", ela suspirou as palavras. "Não chore, por favor".
"É difícil não chorar", ele não a encarava, mas ela sabia o quanto ele estava sofrendo. A voz saía rouca e tão triste...
"Eu sei".
Com delicadeza, levantou as duas mãos e segurou o rosto amado. Ele parecia derrotado e muito enfraquecido. Gentilmente, beijou os lábios amados e o abraçou, com todo o seu amor.
"Não se esqueça, Syaoran. No dia da sua morte, eu serei aquela que estará sorrindo para você. Não o abandonarei naquele momento. Eu vou estar com você".
"Prometa".
"Eu prometo".
Beijaram-se mais uma vez, com carinho. Depois, ela desvencilhou-se dos braços dele e caminhou em direção as escadarias. Ao virar-se para olhá-lo por uma última vez, viu ele esconder o rosto na dobra do cotovelo, e os gemidos de dor ecoando por todo o salão negro. Apressou-se, temendo voltar e não poder depois se separar dele novamente.
O soldado que ela drogara ainda dormia. Saiu da cadeia no mesmo silêncio em que havia entrado. Constatou o céu noturno e fitou as belas estrelas. Estava exausta, e por mais que tentasse parecer feliz, não podia. Só saber que ele a amava não era o suficiente. Queria permanecer a existência toda ao lado dele, dividindo sua vida. Mas não era possível. Devia enfrentar os fatos.
Depois de alguns minutos, chegou na mansão Kinomoto. Ao invés de entrar, decidiu visitar os dois pequenos santuários colocados próximos ao templo que havia na mansão. Num deles, o de seu pai, havia um ramo de cravos. E no de Tomoyo, um ramo de Magnólias, parecendo ter sido trocadas recentemente. Sentou-se entre os dois e aspirou o aroma leve que aquele lugar exalava. Sorriu ao visualizar, depois de olhar para o jardim, ela e Tomoyo brincando. Fujitaka observando, com o seu sorriso tão carinhoso.
"Oh, Tomoyo e papai... Como eu gostaria que estivessem aqui comigo...".
Uma leve brisa balançou as flores postas nos santuários e nela, ela pode escutar a voz dessas duas pessoas tão amadas. Interpretou isso como resposta, e deitou-se no chão, não se importando com a fina garoa que caia. Naquele momento tão delicioso, tinha sua paz. Apertou as mãos, como se pudesse aliviar a dor no coração.
"Sakura?".
Ela olhou para o lado e viu Yukito. Ele sorria, com carinho. Sentou-se e viu ele fazer o mesmo.
"Sente muito a falta deles, não é?", ele perguntou, sorrindo docemente, com um ar compreensivo.
"Muito".
"Mas não é só isso, dessa vez".
Sakura encarou os olhos dele, que muito gentis, brilhavam a luz das pequeninas estrelas, aquela que ainda não haviam sido encobertas pelas nuvens tempestuosas. Os óculos sempre lhe deram uma expressão austera e intelectual, mas ela sabia que ele era na verdade um homem doce e animado. Ele a compreendia. Não havia como esconder nada dos olhos tão espertos e que pareciam enxergar através da sua alma.
"Dessa vez não, Yukito".
"Pode me contar, Sakura. Eu jamais a julgarei por qualquer que tenha sido sua ação ou situação. Não é meu direito".
A japonesa se preparou mentalmente. Para explicar seus sentimentos, deveria primeiro esclarecer muitas coisas das quais ele não tinha conhecimento. Respirou fundo e indagou. "Você jamais se perguntou porque eu não aprendia artes marciais com vocês, quando éramos pequenos".
Ele fez uma expressão pensativa. "Lembro-me de só eu, Tomoyo e Touya fazermos. Achava estranho, mas faz tanto tempo... O que isso tem a haver?".
"Naqueles dias, eu estava treinando artes marciais com um mestre muito famoso. Meu pai sempre teve um espião. Ele entrava na sede do governo, descobria as tramóias e tudo mais. Era por isso que meu pai jamais havia sofrido atentado algum, diferente de todos os outros governantes".
"Disso eu sei. Uma vez, há tempos atrás, Touya me perguntou se eu sabia quem era aquele em que seu pai depositava tanta confiança. Mas jamais soube... Você sabe quem era?".
"Sou eu, Yukito", ela já sabia que os olhos dele iriam se arregalar. Que a boca dele iria se abrir de tão surpresa. E que conseqüentemente, viriam mais perguntas a partir de sua revelação.
"Você??? Como pode ser você, Sakura??? Uma moça tão delicada como você?!?", ele praticamente gritou.
"Eu me candidatei a tal cargo. Estava ansiosa para viver uma vida diferente de todas as minhas colegas, de Tomoyo, enfim, de todas as outras mulheres que eu conhecia. Meu pai, no princípio, repudiou a idéia e disse que isso era uma fase ruim, que eu logo esqueceria essa louca idéia. Mas depois, ao pensar com mais calma, averiguou que eu tinha certas habilidades físicas e que seria uma grande vantagem para ele me usar em seus serviços. Eu era da família. Jamais poderia traí-lo. Na minha última aventura, fui enviada para o Dojo onde os chineses se encontravam".
"Então...", ele pareceu finalmente assimilar tudo. "Você jamais foi seqüestrada. Foi para lá porque seu pai pediu".
"Exatamente. Ao chegar lá, reuni as informações necessárias, mas no último instante, fui presa. O capitão ordenou que eu ficasse em sua custódia até que a guerra acabasse".
"Syaoran Li? Aquele com quem eu lutei?", ao ver ela assentiu, ele sorriu. "Eu não sei o porque, ele parecia me odiar".
"Eu lhe explicarei o porque. Bem, com o passar dos dias, eu e ele deixamos de nos odiar para termos uma certa cumplicidade. Apesar de não demonstrar, eu gostava muito dele e do modo tão diferente como ele me tratava, sempre falando o que tinha na mente e não o que me agradava. Até que... que...".
"Pode falar, Sakura", ele pegou as mãos pequeninas entre as suas, a encorajando.
"Eu me apaixonei, Yukito", ela observou o outro ficar tenso, mas nada dizer, esperando a continuação de sua história. "Eu me entreguei a ele. No dia seguinte, eu já havia vindo para cá. Mas agora... Quando ele foi preso, eu fui vê-lo. Ele confessou que me amava. Sei que parece um resumo meio pobre de tudo o que nos houve, mas se eu contar todos os detalhes, atravessaremos a noite aqui. Além do que, meus sentimentos por ele não podem ser expressos por simples palavras. É preciso estar dentro do meu coração para entender".
Os olhos de Yukito, castanhos e límpidos, começaram a brilhar. A chuva, fina, começou a piorar, mas nenhum dos dois se importou. O japonês apenas sorriu, mas a tristeza era palpável em sua face.
"Eu jamais quis ferir seus sentimentos, Yukito. Eu aceitei sua proposta porque eu pensei que jamais poderia ver Syaoran novamente. Mas o destino pregou uma peça comigo e eu novamente cai nos braços dele. Não me odeie, por favor. Sei que tem todo o direito de estar zangado. E não peço que entenda, pois nem eu mesma sei como pude me apaixonar por aquele homem teimoso. Mas aconteceu, e eu não me arrependo. Eu não posso me casar com você amando Syaoran como eu amo. Isso seria não te respeitar e também não respeitar a mim".
Ele assentiu, muito de leve, e estendeu os braços. Sakura não entendeu o porque, e ele disse, com aquele sorriso doce e gentil. "Venha até aqui, Saki".
Não soube o porque, mas se sentiu obrigada a cair nos braços dele. Ele a abraçou com força e com carinho, e no seu ouvido, sussurrou. "Eu sempre soube que você me escondia algo. E fico feliz em ver que você confiou em mim o suficiente para me dizer tudo o que passou. Eu a amo demais para te odiar só porque você não retribui meus sentimentos. Admiro aquele que pode domar seu coração genioso. Tenho respeito por seus sentimentos e espero que entenda que mesmo não tendo você ao meu lado como sempre quis, pode contar comigo como os amigos que sempre fomos. E que sempre seremos, eu sei disso. E... o nosso casamento está anulado".
"Obrigada, Yukito".
Por muitos minutos, eles ficaram na chuva, sem se importar com o fato de estarem completamente molhados. Desfrutaram a amizade e o amor que sentiam um pelo outro. Sakura sorriu. Iria sempre pode contar com seu grande amigo e irmão, Yukito.
Continua
E aí, pessoal?
Como estão passando o carnaval? Eu estou aqui, olhando para minha janela e vendo a chuva passar... Mas não estou desanimada! Na verdade, estou muito contente. Esse capítulo foi escrito com muito carinho, pois eu gostaria de esclarecer perfeitamente a relação de Sakura e de Syaoran. Espero ter conseguido! Vamos aos agradecimentos:
Quero agradecer a Mel, minha melhor amiguinha da net, por estar me ajudando quando me faltam as idéia. E olha que isso acontece muitas vezes... T adoru, miga!
Quero agradecer ao Di... Bom, eu sei que você não vai comentar, pois atualmente está sem computador, mas eu gostaria de te agradecer pelo apoio nos últimos momentos difíceis que eu fui obrigada a passar... E a suas idéia também!
A linda e maravilhosa Nina... A gente tem conversado bastante, né? Gostaria de te agradecer pela amizade prestada e dizer que pode contar comigo para tudo, está bem? Grandes Bjs!
Quero dedicar também esse cap a Miaka, a nossa aniversariante do mês. Foi no dia 16, né? Parabéns, e também quero agradecer por ter me ajudado... Muuuuito obrigada e que passe esse mês cheio de luz com muita felicidade, pois você merece!
Quanto as fotos que eu prometi, foi para a Dark Angel... Minha amiguinha linda, eu já lhe mandei um e-mail agradecendo do coração o momento especial pelo o que você me fez passar. O 100º review, para uma iniciante como eu, é realmente muito importante. Agradeço a você por ter me dado a oportunidade de ver eu chegando aonde estou! Espero que tenha gostado das fotos!
Aos meus outros grandes amigos:
Hime Hayashi: Obrigada pelos elogios, e eu devo admitir. Geralmente a Meiling faz um papel malvado, mas eu sabia que como a irmã do Syaoran, ela também seria muito bem vista pelos leitores. E eu acredito que não conseguiria fazer ela amando o Syaoran de outra forma a não ser fraternal. Isso eu deixo para os escritores mais experientes ^_^... Arigatou pelo Review.
Lan Ayath: Esse Li é mesmo muito orgulhoso, não é mesmo? Mas acho que não te decepcionei dessa vez, né? Arigatou pelo review!
Leticia Himura: Esse sempre foi mesmo o problema do pai da Tomoyo, não saber expressar seus sentimentos. Quanto a Tomoyo, eu achei que isso fosse dar um ar diferente ao texto, a morte dela iria abalar muito todos, não é mesmo? Quanto ao mensseger, eu vou te adicionar e a gente conversa outro dia, tá? Arigatou pelo review!
Fab Lang: Fab, eu estava mesmo precisando conversar com você! Será que nessa semana do carnaval você não estaria ocupada? Eu tenho algumas duvidas para esclarecer contigo! E obrigada pela elogios, e para mim, não foi problema nenhum classificar seu fic como GRANDE e ESPECIAL. Ele é mesmo! Arigatou pela review!
Yoruki Mizunotsuki: Acho que agora você deve estar super irritada comigo, para o destino que eu reservei ao nosso casalzinho, não é mesmo? Mas acho que quanto a parte da prisão, não deixei a desejar, né? A gente conversou, outro dia, lembra? Foi por pouco tempo, mas adorei te conhecer, mesmo que seja pela net! Arigatou pela review!
Mel: Oi, meu amor! Ah, que saudades conversar com você na net, amiga! Estou aqui agradecendo novamente o seu apoio. Devo dizer que sem você, eu não poderia pensar em nada. E como você mesma diz: "Eu não sou má. Eu sou dramática!". Sábias palavras, não é mesmo? Que Deus tenha iluminado esse seu feriado, está bem? Arigatou pela review!
Xyanya: Quantas perguntas, hein? Espero, pelo menos, ter respondido alguma delas! Continue a ler! Arigatou pelo review!
Polly-Chan: Bem, espero que continue a ler. Quanto a gravidez de Sakura... Só o tempo dirá... Arigatou pela review!
Bella-Chan: Fico tão feliz que você esteja lendo meu fic! Sabe porque? Por que eu sou fã de carteirinha da fic "Sangue Compartilhado". E espero logo continuação! Você tem menssenger? Adoraria conversar com você! Arigatou pelo review!
Anna: Anotei o numero do seu icq! Agora sim a gente vai poder conversar! E obrigada pelos elogios, pois esse é meu verdadeiro objetivo! Emocionar os leitores! Arigatou pelo review!
DarkAngel: Oi, amiga! Acho que já te agradeci, mas não me canso de pensar que sem sua ajuda, eu não poderia estar tão contente! Esse seu review enorme me animou, sabia? Bom, as fotos já chegaram e eu devo agradecer por ter me mandado aquela do beijo da Sakura e do Syaoran! É linda! Arigatou por tudo, amiga!
Nina Kinomoto Li: Olá, menina maravilhosa! Estou aqui para te agradecer pela ajuda prestada e pelo review também. Viu... Estou te ensinando a ser má... Você é minha mais pródiga discípula! Arigatou por tudo!
Miaka Hiiragizawa: Acho que pra você eu também já agradeci, mas não custa lembrar né? Parabéns! Arigatou por tudo e muitas felicidades nesse carnaval!
Bom, eu também gostaria de fazer uma pequena propagando, pois eu estou realmente empolgada!
Leiam: "Entre A Cruz E Espada" (A continuação é maravilhosa!) e Heart Of Sword, pois a Miaka tá pondo todo o talento dela lá, tá bom??
Alguém aí gosta de Inuyasha?? Eu amo de paixão, e gostaria muito de conversar com vocês sobre esse desenho maravilhoso! Quem ama como eu, eu aconselho a ler Uma Canção Para A Eternidade, de Naru-L e Sangue Compartilhado, de Bella-Chan!
Acho que é só isso! Ja Ne!
