Capítulo 20
+Dedicado a Nakuy-Zan+
Shang Li demorou alguns segundos a mais naquele lugar. O vento batia, muito de leve, em seus cabelos, já não tão castanhos e com alguns fios grisalhos, enquanto pétalas de flores brancas caíam sobre ele. Sentiu-se até lembrar de uma canção, muito antiga, que costumava dizer que feliz é o homem que pode descansar sobre as pétalas de uma árvore. Sorriu muito de leve, ao encarar o céu límpido. Apesar de ser considerado por todos o general das tropas armadas da China, havia algo que a maioria das pessoas não via ou talvez, nem soubesse que existia. Um coração. Um coração de pai que estava sofrendo muito.
No dia em que Syaoran partira, rumando para a batalha, ele sentira algo ruim. Um aperto no peito. Uma sensação terrível de perda que ele não pode controlar e vinha assombrando suas noites, antes tão calmas. Mas só foi descobrir o porque mais tarde. Meiling havia ido com o irmão. Naquele dia, se sentira o homem mais miserável por não ser capaz de cuidar da filha como um pai devia. Afinal, ela era a única memória viva de Yelan.
Sua falecida esposa não era nada convencional. Gostava de guerras e adorava assistir ele lutando e batalhando. Participava de reuniões importantes e tinha opiniões fortes sobre todos os assuntos bélicos. Tinha um espírito indomável e uma vontade de se mostrar diferente de todas as outras mulheres. Isso jamais o envergonhara. Era isso que chamou sua atenção, quando a conheceu. Apesar de ser de família rica, Yelan era humilde e acreditava que a maior riqueza do homem não podia se tocada e sim sentida.
Tocou o altar que guardava as cinzas de sua esposa, com o nome escrito em ouro puro. Yelan era mais alta do que a maioria das mulheres, com longos cabelos negros e lisos, que chegavam até a cintura e geralmente presos por uma fita branca, característica dela. A pele mais branca do que a neve, os traços delicados e os lábios avermelhados. Os olhos eram azuis, de um azul muito profundo que de longe poderia ser confundido com o negro de uma noite de verão. Não se vestia em a seda e ouro, preferindo tecidos simples e delicados, que combinassem com seu corpo esbelto. Ainda se lembrava do dia em que a vira pela primeira vez.
Ela vergava um quimono azul claro, com detalhes de beija-flores coloridos. Os cabelos estavam soltos e caíam como um manto sobre os ombros pequenos. Ele estava ofegante, e sorria. Um sorriso puro e sem a falsidade da maioria das mulheres da alta sociedade. Esse sorriso inconfundível Meiling herdara da mãe.
Jamais havia culpado a filha pela morte de Yelan. Acreditava fielmente que ela era o presente que os Deuses haviam enviado para amenizar a dor da perda de Yelan. Quando a viu pela primeira, Meiling era muito pequena, tão frágil em seu colo, bocejando com a boca delicada e com aquele cheiro característico e tão gostoso dos bebês. O que mais lhe chamou a atenção foram os olhos rubis, que brilhavam muito, como raras e polidas pedras preciosas, e as covinhas que já apareciam.
Mas o que poderia fazer? Não sabia nem ao menos se a filha estava viva. Syaoran cuidaria dela, mas não era o bastante o olhar vigilante de um homem. Ele bem sabia disso. Muitos acidentes poderiam acontecer. Só de pensar, sentia os olhos úmidos das lágrimas que só chorara na morte de Yelan. Fechou os olhos para tentar amenizar a dor de tantas lembranças.
E seu filho? Syaoran lhe era tão importante quanto o ar que respirava. Era o primogênito e o herdeiro legal de seus mais diversos bens. Quando o garoto nascera, Shang pensara estar olhando para a sua cópia mais fiel, desenhada com perfeição. Os cabelos castanhos, os olhos dourados e a força contida em sua expressão tão séria e tão compenetrada. O criara para ser um bom homem, e muitas vezes se perguntava se falhara de algum modo. Seu filho era tão despreocupado, não se apegava a nada e nem a ninguém.
Ouviu passos e tentou recuperar a compostura, pois afinal, só em sua solidão podia expressar em sua face a dor que sentia. Olhou para trás e viu um dos oficiais, Yu Ta, chegar. Sua expressão era desesperada e muito preocupada. Aproximou-se e observou ele prestar referência, desajeitado e muito inseguro.
"O que houve, oficial?", ele perguntou, mas em seu íntimo ele já sabia. Provavelmente... Abaixou a cabeça, esperando as palavras que não demoraram a vir.
"O Japão venceu, meu senhor. Um navio trazendo nossos homens aportou a pouco e a noticia já se espalha por toda a China".
Um navio?, ele pensou, encarando os próprios pulsos, cerrados e estendidos ao longo do corpo. Praguejou interiormente, não por ter perdido a guerra. Ele sabia que isso era uma possibilidade, e já estava preparado para o que pudesse acontecer. Mas e seus filhos? O motivo da sua preocupação? Lembrou-se de uma conversa que tivera com Meiling, dias antes de Syaoran partir para o Japão.
"Ele parece nem ao menos se importar se ficaremos sozinhos ou não... Provavelmente vai se esquecer de despedir-se de nós, como fez quando foi para o treinamento", a chinesa suspirava, enquanto caminhava com o pai por um passeio pelas propriedades da mansão Li. "Está cada vez mais intratável e diz que eu o incomodo muito, mas apenas fico preocupada com que ele se sinta sozinho. Mas não... ele tem a companhia das empregadas, e eu freqüentemente me esqueço disso, o pegando flertando com elas... aquele conquistador miserável... por onde passa atrai mulheres como mel atrai abelhas".
Shang soltou uma gostosa risada. Syaoran jamais fora bom usuário de palavras gentis, apenas quando queria algo ele melhorava o inconfundível mau humor. Mas nas situações normais, ele era bastante grosso e fechado em seu mundo próprio, preocupado com os próprios problemas e com as futuras conquistas. Não que admirasse essas características no filho, mas as desavenças entre ele e Meiling eram bastante engraçadas e ele não podia deixar de rir.
"Ora, pequena, você já deveria estar acostumada com o comportamento de seu irmão. Não se irrite por motivos sem sentido. Ele, neste momento, não deve estar pensando em você e sim aproveitando seus últimos momentos aqui", ele aconselhou, sorrindo. Meiling fez um beicinho, e balançou a cabeça.
"Mas papai, ele parece não se importar em nunca mais nos ver. Essa guerra pode tirar a vida dele e ele brinca com a idéia. Se faz de arrogante!".
Meiling sempre tentara demonstrar para Syaoran que o amava muito. Mas ele nunca estava disposto a dar uma chance para ela. Fitou os olhos da filha caçula e parou de andar, obrigando Meiling a fazer o mesmo. Tocou o queixo dela e sorriu.
"Eu entendo que você ame muito seu irmão e teme perdê-lo. Sinto a mesma angústia, mas não podemos deixar que nossos medos superem nossas esperanças. Creio que ele é um forte guerreiro e que mesmo se nosso país não ganhar, ele voltará para nós".
A chinesa olhou para ele por alguns minutos e deu um sorriso triste. "Acho que ele não gosta de mim porque nossa mãe morreu no meu parto. Talvez ele acredite que eu seja culpada e por isso seja tão distante. E de uma certa forma...", ela deixou de encarar o pai para fitar o chão, envergonhada. "Eu sou mesmo. Se eu não tivesse nascido, talvez mamãe pudesse estar aqui, com você e com Syaoran. O senhor me perdoa por ter tirado a vida dela, papai?".
Shang abraçou a filha com carinho. Não havia palavras para especificar a tristeza que sentia naquele momento por ser obrigado a escutar aquelas palavras dela. Ela estava totalmente enganada. Numa voz bem calma e controlada, ele afirmou. "Querida, eu jamais a culpei. Desde o momento em que eu a vi, sabia que você seria o motivo do meu orgulho eterno. Syaoran jamais a odiou e nem tem motivos para isso. Não a nada o que perdoar. A vida tem um curso e devemos respeitar, não é mesmo?".
"Eu não quero que Syaoran vá embora", ela disse, com uma determinação que ele não pode deixar de notar. "Eu não posso permitir que ele vá embora".
"Ora, filha... Fala como se pudesse evitar...".
A garota nada havia respondido, mas um brilho travesso havia surgido em seus olhos, enquanto continuavam o calmo passeio.
Deveria ter percebido que aquele brilho escondia um plano ardiloso. Meiling era muito esperta, podia ter arquitetado todos as estratégias sozinha e conseguido embarcar no navio que seguira para o Japão. Endireitou-se e fitou Yu, que esperava uma resposta, meio impaciente.
"Eu vou verificar o estado dos soldados e conversar com alguns, para saber dos detalhes de nossa luta".
"Se quiser, meu senhor, eu posso fazer isso", o oficial se ofereceu, mas Shang tinha uma preocupação maior do que os detalhes da batalha que ocorrera em solo nipônico. Tinha que zelar por sua família. Ou pelo que restava dela.
"Não, oficial. Fui explícito em minhas seguintes ações e não quero objeções de sua parte", a voz firme fez o alto homem estremecer. "Fui claro o suficiente?".
"Sim, senhor".
Por mais que ordenasse, seus pés queriam correr. Mas ele foi calmo e muito altivo, tentando transparecer que o destino da guerra não afetava nele em maneira alguma. De certa forma, a derrota da China não lhe fora tão sofrida. Sim, sentia-se envergonhado por não ter levado seu país a vitória, mas seu filho e sua filha eram aquilo que importava salvar naquele instante.
Chegando ao porto, observou as mulheres e os homens que esperavam a desembarque dos soldados. Alguns sorriam com lágrimas nos olhos, indo abraçar os seus entes queridos, agradecendo aos Deuses por terem poupado a vida de tão jovens rapazes. Outros, com o passar do tempo e da espera, iam perdendo a esperança e choravam em silêncio, temendo afetar o momento de alegria dos vizinhos e amigos. A guerra era triste. Um general sabia disso mais do que ninguém, já que lutava por idéias e via mentes brilhantes fazerem o mesmo, sem nem poder concretizar metade dos sonhos. Nunca houvera garantia de que seus filhos sairiam vivos. No fundo, cada cidadão não estava preocupado com o desfecho da batalha vergonhosa. E sim com o desfecho que a família tomaria. Para ninguém, a vida seria a mesma, não importando se os filhos voltavam ou não.
Aproximou-se e começou a procurar entre todos os que desciam do navio. A cada soldado que descia, seu coração se apertava mais e mais. Até que a avistou.
Meiling descia, segura e decidida, pelas escadarias de madeira. Do seu lado, e segurando sua mão, estava um Nui, um soldado que ele conhecia de longa data, filho de um bom e honrado homem. A garota estava com as roupas surradas, com alguns cortes nos braços e parecia mais magra. Mas caminhava firmemente, os olhos ainda brilhando de uma emoção cerrada. Correu dentre todos aquelas pessoas e quando ficou frente a frente com a sua caçula, pensou estar diante de uma visão.
"Papai?", os olhos ergueram-se e ela sorriu, um sorriso tímido. Não era mais aquele sorriso com a espontaneidade de antes da guerra.
"Sim, querida", a voz saiu rouca, carregada de emoção. "Não vai vir me dar um abraço?".
Ela soltou-se lentamente do soldado e correu para abraça-lo. Nunca sentira uma sensação tão deliciosa. A embalou em seus braços num delicioso carinho, aspirando o perfume de Lótus, a pele tão macia da pequena filha. Ainda se lembrava de ela, criança e levada, correndo para seus braços, em busca de amparo. Sua primeira palavra. Seu primeiro sorriso. Tudo isso era sagrado e importante, faziam parte de um passado feliz e não de um presente devastado pela guerra. Afastou-se um pouco para mirar o rosto que lhe parecia mais maduro, e disse, num sussurro cansado.
"Matou seu pai do coração, filha", ele tentou levar com humor, mas as lágrimas não conseguiam parar de cair por seu rosto cansado. "Onde está seu irmão?".
Naquele instante, tanto Meiling quanto Nui desviaram os olhares para pontos diferentes, envergonhados, abaixando a cabeça. Shang apertou mais forte a mão da filha e tentou não pensar no pior, ainda com um sorriso confiante no rosto.
"O que houve com Syaoran, minha filha?".
"Papai... ele... ele foi preso", ela jogou-se contra ele com força, chorando. "Eu não pude evitar, papai... Não pude fazer nada. Ele me proibiu de ir para a guerra. E quando soubemos de sua prisão... Oh, fui tão covarde...".
O general a abraçou, analisando a situação enquanto se perdia nas mechas negras dos cabelos de Meiling. Era bem provável que fosse enforcado, ou morto de qualquer outra maneira. Era difícil aceitar. Mas ele tinha que ser forte. Como Syaoran, se tivesse vivo naquele momento, seria também. Tentou usar a racionalidade e olhou para frente.
"Vamos para casa, Meiling".
"Papai...", ela soltou-se dele e foi para perto de Nui. O soldado parecia nervoso, mas mesmo assim agarrou a mão de Meiling entre as suas e sorriu para ela, confiante. "Não quero me separar de Nui".
"O que está dizendo?", ele perguntou, calmamente. Mas qualquer pessoa veria o que acontecia entre sua filha e o soldado. Eles estavam apaixonados. A idéia repudiaria qualquer pai de rica família. Mas não era justo julgar a situação pela aparência que ela tomava. Aprendera, há muitos anos, que o interior era o que mais contava.
"Senhor, eu lhe peço permissão para desposar sua filha", a voz de Nui não era mais do que um sussurro, mas um sussurro corajoso.
"O quê?", ele olhou para o casal, incrédulo. Virou-se para filha e a encarou com o olhar confuso.
"Desde de o primeiro momento, Nui me protegeu. Ele que descobriu que eu estava escondida e mesmo assim, não me denunciou. Perguntou o que eu queria fazer. Com o tempo, eu e ele fomos nos tornando amigos, e depois, veio o amor", ela sorriu, muito timidamente. "O senhor deve estar nos achando muito tolos, mas eu não posso viver sem Nui. Ele se tornou parte de mim. E se não permitir que nos casemos com a sua benção, nos casaremos sem ela. Pois aprendi, nessa longa e árdua viagem, que devemos lutar por aquilo que queremos. Uma grande amiga me ensinou isso", ela pareceu-se lembrar de alguém e sorriu.
Novamente, ela estava parecendo Yelan. As faces estavam coradas, a expressão firme, muito determinada. Não estava intimidada. Nui nada falara, mas a todo momento, seus olhos brilharam de um grande orgulho. O mesmo orgulho que ele mesmo sempre sentira por sua falecida esposa. Não conseguia achar um motivo plausível para separar os dois, porque mesmo ele sabia que Nui seria um bom esposo para Meiling. Confiava nele suficientemente para entregar a filha. Deu um leve sorriso.
"Você ama minha filha, rapaz?".
"Sim!", ele respondeu, quase que imediatamente e num grito que chamou a atenção de outras pessoas também.
"Você me faz lembrar da época que eu era jovem, Nui", ele aproximou-se do casal e segurou a mão de ambos entre as duas suas. "Em meu curto casamento, eu fui muito feliz. E espero sinceramente que vocês possam ser felizes como eu fui".
Meiling dessa vez, não o abraçou e sim ao futuro marido, que a pegou nos braços com carinho e devoção. Observou a cena a distância, mas feliz, afinal, desde de que colocara seus filhos no mundo, seu objetivo era que eles fossem felizes e realizados em seus planos.
Por um lado, essa guerra havia dado a Meiling chances de ser feliz. De ter encontrado quem a merecesse de verdade. Nui era uma boa pessoa e iria cuidar dela muito bem, a amando e a protegendo. Ele não perdia uma filha, apenas ganhava um. Sabia disso. Caminhou entre as pessoas do porto, olhando para o céu. Pode visualizar a imagem de Yelan, que lhe sorria. Em breve, seu filho também zelaria por eles lá de cima. Fechou os olhos e proferiu, com uma lágrima solitária caindo pelo rosto já envelhecido pelo tempo.
"Yelan... Eu fiz tudo o que fiz por você, meu amor. Espero que Meiling possa ser tão feliz quanto eu fui com você".
Uma nuvem branca atravessou o céu, e ele escutou muito de longe, uma voz dizer, doce e calma. "Você fez tudo o que eu esperava que você fizesse, meu amor"...
**
Touya observou com carinho, Sakura dar um abraço apertado em Eriol. Ele iria voltar para a Inglaterra, divulgar seu romance. Conseguira inspiração, e nos últimos dias de sua estada no Japão, se trancou na biblioteca e começou a escrever. Ele não sorria como de costume, nem possuía mais o humor tão característico dele. A guerra deixara feridas que sorrisos não podiam esconder. Eriol era verdadeiro o suficiente para deixar transparecer toda a sua tristeza. O admirava por aquela franqueza. Sakura sorria, tentando animá-lo, mas para ela, também era duro perder uma pessoa tão querida. O inglês sempre fora muito amigo da japonesa e essa amizade, por maior que fosse a distância, não iria findar. Do seu lado, Yukito assistia aquela cena em silêncio, e pela primeira vez, em muitos anos, não tinha aquele ar de tranqüilidade. Ao contrário, seus olhos estavam cansados e ele fitava Sakura estranhamente, como se lamentasse algo. Touya nada sabia, mas também não queria se intrometer.
"Sentirei falta de Eriol", Yukito disse. "Tivemos longas conversas e aprendi a respeitar a cultura dele. Sinto que ele também aprendeu a respeitar a nossa, agora que ficou mais tempo aqui e vivenciou tantos momentos, não é mesmo?".
"Sim... Provavelmente... Não o veremos mais".
"E isso o alegra?".
"Não...", Touya sentiu a garganta seca. A admiração pelo inglês e pela maneira simples e direta de encarar a vida era sua fonte de energia para continuar a lutar. "Fará falta a presença dele aqui".
"Touya...", o amigo o encarou por alguns segundos, e depois sorriu. "Fico feliz que tenha entendido o verdadeiro significado dessa dura lição".
"Creio que sim", suspirou longamente. "Talvez eu sempre tenha entendido, mas jamais tenha tido coragem de aceitar. Eriol a amava tanto ou mais do que eu. Lutou por ela, sofreu por ela. Não é justo que eu o odeie. Seria egoísmo da minha parte mostrar meu lado ruim a Tomoyo, que no paraíso, descansa em paz. Seria errado macular tão belo anjo com um ódio infundado".
Eriol caminhou até eles, já não mais tão seguro, com a cabeça baixa. Despediu-se de Yukito com um caloroso aperto de mão. Depois, virou-se para ele e deu um fraco sorriso.
"Touya, eu... eu gostaria de dizer algo, antes de partir".
"Pode falar".
"Perdemos muito tempo brigando pelo amor da mesma mulher, tolamente, se me permite dizer. Tomoyo era uma pessoa especial e eu notei que, na verdade, ela amava a nós dois, só que de maneira diferentes".
"Não precisa dizer isso, Eriol", o japonês afirmou. "Ela o amava muito e suas palavras de consolo não vão mudar o que aconteceu. Eu já aceitei o fato e não vejo porque você tentar desmentir isso".
"Sim, mas também nutria amor por você. Sacrificou o nosso romance por temer o que você faria, o que você pensaria. Ela se importava muito com você e com o seu bem estar. E eu, intimamente, admirava essa beleza interior dela. Com o passar do tempo, deixei de te odiar, para poder finalmente aceitar que somos donos dos mesmos sentimentos e que aquela a quem mais amamos nos compreendia. Por isso, Touya, eu espero que jamais me odeie, por qualquer que sejam nossos erros do passado. Eu não carrego nenhum rancor, eu o respeito por conseguir ter dentro do seu coração esse amor eterno e tão puro".
"Eu não o odeio, Eriol. Antigamente, sim, mas creio que estava cego pelo ciúmes. Mas agora, como você disse a pouco, não podemos pensar no que fizemos no passado, e sim o que vamos fazer no futuro".
O aperto de mão foi bastante longo, e nele, Touya sentiu uma força que revigorou ele mesmo. Os olhares foram compreensivos e mútuos, deixando transparecer que apesar não parecer, aquela era uma espécie e de amizade peculiar. E quanto Eriol subiu na carruagem, Touya sentiu que Tomoyo os observava. Pois era aquele homem que ela sempre amou. E que sempre iria amar.
A carruagem foi sumindo de suas vistas, e um aceno de mão foi visto, mas nada mais. Sakura tinha os olhos muito inexpressivos, mas mesmo assim, caminhou até ele e sorriu, parecendo fazer força para executar tão simples gesto.
"Você é um homem muito forte, meu irmão", ela acariciou sua face. "Tomoyo deve estar orgulhosa de ter casado com você".
Aquelas o fizeram voltar-se para observar a pequena irmã partir. Ela caminhava em direção ao túmulo de Tomoyo e de seu pai. Certamente iria conversar com eles, como vinha fazendo ultimamente. Depois da conversa que tivera com Syaoran na prisão, a jovem se entregara muito ao próprio lado espiritual. Não era mais tão nervosa e passava muito tempo na vila, ajudando as famílias pobres. Seu olhar verde era sempre voltado para o céu, a rezar. Touya se orgulhava muito das atitudes dela, mas sentia falta da garota travessa e animada que sempre lhe causara tantas alegrias.
"Ela não será a mesma depois que aquele homem morrer", a voz de Yukito o despertou de seus devaneios.
"Eu sei disso. Ela o ama muito", virou-se para o amigo e disse, compreensivo. "Mas como sabe disso?".
"Ela me contou".
"E o que fez?", Touya, indagou, curioso.
"O que ela teria feito por mim. A abracei, deixei que ela chorasse. Mas não é o bastante".
"O que quer dizer?".
"Apesar de ela tentar aparentar força e muita coragem, não podemos esquecer que Sakura é uma garota. E como qualquer uma, sofre muito. Não é justo admirarmos essa reação dela a situação. Por que se notarmos bem, ela está tão ou mais deprimida do que antes. Recebeu tantos choques de uma vez só e manteve-se firme e forte. Mas ela não é feita de pedra. Um dia, cedo ou tarde, irá desmoronar", Yukito compreendia perfeitamente, por isso, suas palavras pareciam tão naturais. Ele sofria, como qualquer homem rejeitado por sua amada, mas respeitava profundamente os sentimentos de Sakura. Touya achou-se covarde, por um instante, perto do amigo.
"Nesse dia, ela contará comigo", ele afirmou, tentando transparecer confiança também.
"Mas não é o bastante, Touya. Não a nada que possamos fazer?".
"Não, Yukito", Touya virou-se e começou a caminhar, dizendo por sobre o ombro. "Minha irmã é importante, mas meu país também é. Ele cometeu grandes atrocidades. É injusto que ele sobreviva depois disso".
O jovem japonês entendeu as palavras, mas não podia simplesmente ignorar os murmúrios que escutava ao longe. Era Sakura, chorando. E aquelas lágrimas, mesmo não sendo vistas, também machucavam seu coração. Sua dor foi tão grande que tomou uma decisão. Ao invés de tomar o caminho de casa, virou na direção oposta. Era seu dever como homem fazer a mulher amada feliz.
**
"Ai!", Syaoran exclamou, enquanto sentia a bandagem ficar mais apertada em torno de seu torço. "Tome cuidado com isso, japonês! Está cuidando de um capitão! Deve respeito".
O velho médico deu uma tossidela, e depois o encarou, com os olhos zangados. "Para quem vai morrer daqui a alguns dias, você está bem atrevido!".
Sim, o chinês até havia se esquecido desse detalhe. Sua morte fora anunciada para daqui a alguns dias. Não chorara, não esperneara e nem tentara escapar, como pensara em fazer, no início da guerra. Aceitara com resignação seu destino e não queria ter tolas esperanças, por isso, não alimentava nenhuma infantilidade com relação ao futuro mais do que certo. Era natural que temesse a morte. Mas era um Li. Sua família não se ajoelhava perante nenhuma situação. E com ele seria assim também. Encarou o médico e disse, com a maior tranqüilidade que conseguiu reunir. "O senhor já deve ter visto muitos homens morrerem na forca, não é?".
"É sim", ele limpou as mãos sujas no avental e reuniu mais algumas bandagens. "E não é uma visão muito bonita. Mesmo sendo japonês, não admiro a violência com que os nossos inimigos são mortos. Mas tenho uma família para sustentar, e não devo me queixar do que faço ou do que deixo de fazer. Meu único trabalho e me certificar que vocês estejam fortes para quando chegar a hora da morte de vocês".
"Algum já se salvou?", ele perguntou, curioso.
"Ora, ora, meu rapaz... Ainda tem esperanças de salvar seu pescoço? Pois algo eu te digo: Nos firmamos na esperança para não acreditarmos na nossa ignorância. Sabe o que isso quer dizer? Tolos são aqueles que acreditam que a sina pode ser diferente. Quando você é sentenciado, não pode ser ingênuo de acreditar que milagres existem. Eu, particularmente, jamais vi um homem condenado se salvar".
"Eu não acredito que vou me salvar, e se quer saber...".
"Com licença...".
Syaoran mirou a porta, e seu semblante despreocupado tornou-se sisudo. O médico pediu licença, sentindo o clima pesado e os olhares em choque. Logo, só estavam os dois naquela sala.
"O quer aqui?", ele não se esforçou para parecer tranqüilo e muito menos cordial. Apesar de ter entendido bem os sentimentos de Sakura, não suportava Yukito Tsukishiro e o que menos queria fazer era falar com ele.
"O que acha que vim fazer aqui? Brincar de boneca?", o sarcasmo na voz do japonês apenas aguçou seus sentidos. Sentiu-se tentando a levantar, mas o ferimento ainda estava sendo tratado e as correntes feririam seus pés.
"Hahahaha... Muito engraçado, Tsukishiro. Agora que terminou de fazer palhaçada, vai me dizer o que veio fazer aqui, ou não?".
"Na verdade, é muito simples".
"Se é tão simples, não sei porque me enrola tanto".
"Por Kami...", Yukito deu um sorriso fraco. "Não sei como Sakura te suporta".
Syaoran se impacientou, começando a dedilhar os dedos no colchão dura da cama que estava em cima. "Você não sabe nada sobre os meus sentimentos e os sentimentos de Sakura! Por isso, não palpite sobre nada!".
"Sei mais do que imagina", o japonês replicou, com muita simplicidade. "Se pudesse sair daqui, Li, o que faria da sua vida? A liberdade tem um gosto delicioso, mas só os verdadeiros homens podem apreciar tal sabor. Mas e você?".
"Por que está me perguntando isso?", as sobrancelhas de Li arquearam-se, e ele cruzou os braços sobre o peito.
"Responda, Li".
"Ora, eu fugiria com Sakura!".
"A protegeria e a desposaria, como ela merece?".
"Que tipo de interrogatório é esse, japonês?", Syaoran estava realmente ficando cansado de tantas perguntas. Amava Sakura, mas esses sentimentos não diziam respeito a mais ninguém a não ser ele e ela. E aquele homem, dentre todos, era o que menos deveria interessar-se por tais assuntos. Pelo o que sabia, Yukito amava Sakura.
"Estou lhe fazendo algumas perguntas...", ele também cruzou os braços e o fitou, desconfiado. "Mas vejo que é muito inseguro em relação aos seus próprios sentimentos e a suas ações futuras".
"Inseguro?", a voz tornou-se perigosa. "Eu não o verdadeiro intuito seu em ver aqui me fazer perguntas pessoais. Não tenho medo de admitir meu amor por Sakura, no entanto, também não tenho o porque de lhe dizer isso. E quanto as minhas ações futuras, creio que se limitaram a minha saída daqui e a entrada no paraíso", riu. "Ou no inferno".
Yukito deu um longo suspiro. Acreditava na teimosia desse homem, mas ele era o único que conseguia lhe fazer perder completamente a paciência. Perguntou-se mentalmente porque Sakura havia escolhido ele, e segundos depois, ao notar o olhar triste do capitão, soube a resposta. Apesar de sua rivalidade, tinha que admitir que o chinês amava Sakura e toda aquela situação o deixava triste. Os olhos dourados do homem não mentiam.
"Sakura é uma mulher muito especial, Li, uma flor dentre ervas daninhas".
"Eu sei disso mais do que ninguém e não preciso que me avise, está bem?".
"O que você sente por ela? O que estou prestes a fazer depende da sua resposta".
"Eu...", não tinha a menor obrigação de confessar o que sentia para aquele homem, ainda mais sabendo que ele nutria os mesmos sentimentos pela japonesa. Mas uma esperança, que ele não sabia da onde vir, lhe dizia que depois daquela conversa, seu destino ia ser diferente. "Quando a vi pela primeira vez, numa noite de festa na mansão Kinomoto, pensei o que qualquer homem com um pingo de masculinidade no sangue pensaria. Sakura é uma mulher belíssima e expira pureza, classe e delicadeza. Depois, quando soube que ela era uma espiã, não pude deixar de admirá-la. Uma mulher que arriscava sua própria reputação para ajudar o pai não é comum, visto que a maioria se esconde atrás do uniforme do marido e não sabe nada sobre armas. Mesmo eu sendo o alvo do plano inicial dela, comecei a sentir um respeito muito grande por ela, e esse sentimento que muito me incomodava crescia dia a dia", deu um sorriso maroto. "Quando eu e ela lutamos pela primeira vez, notei o quanto ela era especial. Me deu muito mais trabalho do que muitos homens, e mesmo ganhando, senti que ela ainda tinha a pose de superiora, como se eu fosse apenas um obstáculo, que logo seria descartado. Era corajosa, não temia minha força. E sempre teve uma confiança em si mesma esplêndida. Acho que foi por isso que decidi mantê-la no Dojo. Porque desde o momento em que a conheci, ela mostrou-se já fazer parte de mim".
Yukito notou ele interromper a narração, emocionado. Controlou-se para não extravasar suas tristezas também. Tudo o que iria fazer era para que Sakura não fosse infeliz. Para que ela pudesse amar e ser amada como ele nunca pudera ser. Voltou a olhar para Syaoran, que já recomposto, voltava a falar.
"Não sei explicar exatamente o momento em que me apaixonei, ou como, ou porque. Na verdade, isso jamais me importou. Talvez tenha sido quando ela provou que apesar de ser inimiga, ela era uma boa pessoa. Pois quando me feri gravemente e ela teve todas as oportunidades de fugir, não o fez. Permaneceu ao meu lado e cuidou de mim com uma dedicação e uma paciência sem limite. Mas nem por isso nossa convivência foi pacífica. Brigávamos muito e freqüentemente eu sabia que ela estava fazendo uma de suas boas ações, como ensinar os soldados a ler, a pintar. Por mais que eu falasse que não admirava tais atos, no fundo, eu sabia que ela era uma mulher excepcional por ter a humildade de ensinar os homens que nem ao menos eram da sua pátria, sem cobrar nada em troca. Geralmente eu tinha meus ataques de ciúmes, pois ela era muito bondosa com todos e comigo, jogava todo o seu veneno. Mas... foi isso que mais me intrigou. Jamais nenhuma mulher havia levantado a voz para mim, e ela o fazia com muita naturalidade. O que sinto por ela, Tsukishiro, é difícil de compreender, pois eu mesmo demorei muito tempo para entender o que eu realmente sentia" , ele apontou para os próprios pés e para as correntes que o prendiam. "Amá-la é como, depois de muito tempo preso, descobrir que a chave do cadeado que te sela está do seu lado. Tentar pegar o vento com a mão, e quando finalmente se tem a sensação de que o capturou, ele fugiu novamente. Um sentimento tão imprevisível como se fará sol ou se choverá no amanhã. Durante algum tempo, eu acreditei que todos esses meus pensamentos eram tolos", pela primeira vez em muitos anos, Yukito viu um homem chorar. "Mas no dia em que ela veio aqui, para me dizer que sentia o mesmo amor que pulsava em meu coração, deixei de me importar com que os outros pensariam de minhas atitudes. Jurei a mim mesmo que se naquele minuto, não pudesse expressar todo o meu amor em palavras, o expressaria em meu olhar. Mas não foi preciso. Eu e minha Sakura compreendemos, sem demora. Fui teimoso e orgulhoso, mas no fim, eu percebi que não posso lutar contra as forças do destino e nem com as decisões que nosso coração toma".
"Você é um homem de nobres sentimentos, Li".
"Por mais que nobres sejam esses sentimentos, eu quero lhe fazer um pedido", ele soltou uma impregnação em voz baixa e depois voltou a encarar o japonês. "Não pense que me agrada o que vou dizer, mas não me resta outra alternativa".
"Pode dizer".
"Case-se com ela, Tsukishiro".
Pasmo, Yukito esforçou-se para não se deixar cair no chão e entreabrir a boca. As palavras do chinês eram firmes. Não pareciam ser algum tipo de brincadeira. "O quê?".
"Não se faça de tolo e muito menos de surdo, pois você não é nenhum de ambos. Sei que a ama e sinceramente, não quero que Sakura se impeça de viver devido a minha morte. Ela me prometeu que não se casaria com você, por causa do nosso amor, mas... No fundo, eu não quero que ela permaneça sozinha. Pode fazer isso, Tsukishiro?".
A oferta era tentadora. Seu rival estava entregando os pontos sem nem ao menos escutar o que ele tinha para dizer. Se a decisão coubesse somente a ele, não recusaria, e aceitaria desposar a mulher que povoava seus mais loucos sonhos. Mas ainda tinha a japonesa. Tinha a plena certeza de que ela não concordaria com isso e que preferia dedicar-se à religião ao trair um juramento de amor. Ficou em silêncio por alguns segundos, mergulhado em seus próprios pensamentos. Não estava ali para retroceder e deixar falar mais alto seu lado pessoal e egoísta. Sakura era a prioridade e sabia que era seu dever fazê-la feliz.
"Ela não poderá se casar comigo, pois irá se casar com outro".
"O QUE ESTÁ ME DIZENDO?!?", Syaoran levantou-se, de sopetão, esquecendo-se dos ferimentos e das correntes. "QUEM É O DESGRAÇADO?".
"Já que se dispõe a essa colocação", Yukito se aproximou. "Esse seria você".
"Não achei graça", Syaoran sentou-se, mais calmo. "Pensei que já tivéssemos passado da fase das piadas".
"Não faço piadas quanto ao destino de Sakura", Yukito remexeu no bolso de seu casaco e de lá tirou uma pistola prateada. "Sabe o que é isso?".
"Deixe-me adivinhar", inconscientemente, seu corpo foi para trás. A morte não agradava até o homem mais destemido. "Uma arma que você usará para me matar e findar com todos os seus problemas pessoais?".
Yukito sorriu. "Apesar de você afirmar conhecer bem os japoneses, ainda tem muito que aprender", ele deu o gatilho na arma e a apontou. "Feche os olhos, Li. Vai ser rápido".
Syaoran nem ao menos se deu ao trabalho de lutar. Deveria saber ao que ele se referia quando havia falado "O que estou prestes a fazer depende da sua resposta". Não fechou os olhos, simplesmente virou a cabeça. Não sabia ao certo aonde ele iria atirar. Ouviu um disparo, mas não sentiu dor alguma. Sorriu, irônico.
"Sinto lhe dizer, Tsukishiro, mas o meu coração fica no meu peito". Não entendeu o porque do sorriso nas faces claras do japonês.
"E eu sinto lhe dizer que sei disso, mas novamente, você foi precipitado em me julgar errado, Li", guardou a arma no bolso. "Olhe para seus pés e verá que tenho a pontaria mais certeira do que qualquer outro homem que já conheceu".
O chinês preparou para ver uma ferida que o impossibilitasse de andar, ou algo do gênero. Mas seus olhos dourados se arregalaram ao ver o verdadeiro estrago que a arma do japonês havia feito. O cadeado era o alvo. Com dificuldade, tirou a corrente que envolvia seus pés e os movimentou, apreciando o movimento. A liberdade tinha um sabor delicioso, como o japonês dissera, a minutos atrás. Mas mesmo assim, confuso, ele fitou Yukito que olhava para as paredes da cadeia.
"Por que fez isso?".
"A resposta é tão curta quanto a pergunta: Por que Sakura precisa de você. Eu não suportaria ter que me lamentar todas as manhã por não ter impedido a infelicidade da pessoa que eu mais amo nesse mundo", o fitou e disse, com a voz forte. "Não gosto de você, e não suporto a idéia de que vocês serão felizes juntos. O destino, na minha opinião, foi muito injusto comigo, não meu deu nem ao menos a chance de provar que eu podia fazer Sakura feliz. Mas como nada disso aconteceu, devo interceder pela felicidade dela. Pois eu sei que ela faria isso por mim. Vá e seja discreto. Corra para o Dojo, pois lá tem algumas provisões, até você ir buscar Sakura".
Syaoran iria agradecer, mas nesse momento, em sua mente, só vinham rápidos pensamentos. Teria uma chance. Uma chance para recomeçar ao lado da mulher que amava. "Me espere, Sakura. Não deixarei você sozinha".
Dentro da cela, Yukito ainda matinha o sorriso na face e a expressão indecifrável. Por dentro, seu coração doía e rugia de sofrimento. Mas ele aprendera com o tempo a mascarar suas emoções em bem próprio e de seus entes queridos. Sabia que o que fizera era certo, que agora Sakura teria uma oportunidade de ser feliz ao lado do chinês. Mas ainda sim, existia a dor. E sabia que por mais que sua consciência estivesse limpa, sua alma jamais entenderia o porque de suas ações. Afinal, que homem ele seria, se não entregasse Sakura ao homem que a tinha por direito?
Continua...
Olá!
Bem, antes de qualquer comentário ao agradecimento, eu gostaria fazer uma pequena homenagem a uma grande pessoa que faleceu a pouco tempo: A Nakuy-Zan.
Foi uma morte trágica, e eu a conhecia a muito tempo. Me machucou bastante, mas acredito que tenhamos que continuar, não é mesmo? Afinal, ela não gostaria que eu parasse de escrever. Tenho certeza que ela está torcendo por mim lá de cima!
Quero agradecer ao apoio especial de Di, que a conhecia e sabia o quanto ela era especial. Me ajudou muito nesse momento! Obrigada!
Vamos aos agradecimentos:
Hime: Muito obrigado pelas palavras, acredite, elas foram um grande incentivo. Pois ser considerada como uma escritora de sentimentos é realmente muito gratificante. A cena do Yukito, eu confesso, deu algum trabalho, pois a situação era de extrema delicadeza, como você pode perceber... Mas se consegui passar essa mensagem aos leitores, estou mais do que satisfeita. Muito obrigado pelo apoio. Beijos!
Leticia Himura: Lê, é o seguinte: Eu estou super ansiosa para você me mandar os episódios! Mas tenho uma novidade para você: Consegui o primeiro e o segundo filme do Inuyasha, numa loja da Liberdade.... Depois, com mais calma, eu lhe dou o endereço. E tenho um convite para fazer, mas isso, eu prefiro fazer no msn, está bem? Obrigado pelos elogios e continue a ler. Beijos!
Bella-Chan: Acho que dei um jeito na sua sanidade mental, não é mesmo? Espero que com esse capítulo você tenha ficado mais tranqüila! Fiquei muito feliz em ver a continuação de Sangue Compartilhado nas páginas da net! É um fic de muito sentimento e que retrata um tema sério e forte. Desculpe a insistência nesse assunto, mas sempre que vejo que você me mandou um review, não posso evitar de citar essa obra prima que você está criando! Beijos!
Miaka Hiiragizawa: Que pena que você está doente, Miaka. Dedico esse capítulo a você, então! Quanto a ajuda, eu gostaria de lembrar que a conversa do Yukito e do Syaoran, em grande parte, foi idéia sua. Não podia deixar de agradecer, não é mesmo? E quanto a propaganda, não é incômodo nenhum! Quando um escritor tem talento, o dever do leitor é elogiar e sugerir! Beijos!
Rafa Himura: Que bom que você está gostando tanto assim do meu texto! São para pessoas como você que eu continuo a escrever, viu? Sem a motivação e a ajuda em bonitas palavras, acredito que ainda estaria sem postar aqui! Beijos!
DarkAngel: Oi, minha amiga do coração! Estou morrendo de saudades de nossos longos papos na internet e de nossas disputas naquele joguinho de nome complicado! Apesar de estarmos a bastante tempo sem nos falarmos, eu devo agradecer ao seu review, que acredito ter sido o maior do capítulo. Suas palavras e esses montes de zerinhos que você disse que estava com preguiça de escrever me incentivaram muito. Ah... Eu fiquei sabendo de algo, que na minha opinião, me entristeceu muito... Bom, mas conversarei com você depois, está bem? Beijos!
Anna: Esses montes de Lindo me deixaram realmente muito contentes! Fico feliz que tenha gostado, está bem?
Yoruki Mizunotsuki: Seu review levantou meu humor em tempos tão difíceis! Quanto ao resgate espetacular... Bem, sem comentário, não é mesmo? Acredito que esse capítulo tenha ajudado você a esclarecer algumas dúvidas, está bem? Ainda continuo sendo a mais malvada??? Espero que sim... Não estou pronta para passar meu posto para ninguém, ainda! Beijos!
Nina Kinomoto Li: Sim, aquela Nina era exatamente você! Afinal, você é provavelmente a pessoa que eu mais converso na net, então, não pude deixar de te mencionar! Não temos nos falado muito, creio que ambas estejamos ocupadas, mas tenho saudade de nossas longas conversas e de alguma boas risadas. Já mandei o e-mail a você respondendo sobre aquele nosso assunto particular. Espero que você responda, está bem? Ah, sem me esquecer: Não se preocupe com suas lágrimas... Aqui em casa, as minhas enchem um balde... Beijos!
Fab Lang: Você deve estar com vontade de me bater, não é mesmo? Estou prometendo te enviar o nosso plano a dias, e nada! Me desculpe, tenho andado seriamente ocupada. Mas não se preocupe, por que hoje mesmo eu mandarei. Sem falta! Beijos!
Lan Ayath: Primeiramente, obrigada pelo review e pelas palavras bonitas. Em segundo, queria te agradecer pelo maravilhoso trabalho que você fez com a foto de Inuyasha e da Kagome. Ficou muito bonito mesmo! Obrigada! Beijos
Muito obrigada a todos os leitores, e eu gostaria de informar que prometo não demorar para postar o próximo capítulo. Estamos na reta final, faltam 3 ou 4, acredito eu? Mas o meu novo fic já está em andamento e logo, logo, vocês o verão pelas páginas da net! Curiosos? Tenho certeza que sim, não é mesmo???
Ja Ne, de Jenny-Ci
