Olá! Como já deu para perceber, essa fic não é minha, mas de Abby
Lockhart, uma mexicana muito simpática que gentilmente me cedeu essa
fanfiction para tradução. Por isso, quem quiser entrar em contato com ela
deve mandar e-mails em espanhol ou em "portunhol" , ok? O e-mail dela é:
nona_yo@hotmail.com
E se quiserem entrar em contato comigo, meu e-mail é: arthemisys@zipmail.com.br
Espero que gostem da fic e que todos tenham uma ótima leitura!
Lady Arthemisys
CAPÍTULO 1: ANA
Os cavaleiros de bronze acabam de vencer uma de suas batalhas mais importantes: Acabam de salvar a deusa Athena da morte certa no palácio de Poseidon.
Os cinco cavaleiros estão novamente na sede da Fundação Graad, que acabar de ser reconstruída por Saori Kido. Ela se encontra em seu quarto, que fica bem próximo do planetário construído pelo seu avô. Seiya e os outros estão na sala.
Já eram 10 horas da noite. Seiya brinca com seu relógio, enquanto Shiryu olha à janela melancolicamente, certamente pensando em Shunrei ou em seu mestre. Hyoga e Ikki estão sentados, o primeiro em uma poltrona e o segundo está sentado no chão, próximo ao seu irmão caçula. Shun escuta música no seu walkman, acomodado em uma larga poltrona. Sente como se suas pálbebras se negassem a permanecerem abertas por mais tempo. Sente seus braços pesados, cruzados sobre seu peito. A música já se escutava longe. Sente também como seu seus pés deslizassem pelo chão. O jovem suspirou e o sonho o envolveu.
*************************************************************************
Shun corria, não sabia porquê, corria e sentia uma angustia muito grande em seu coração. Seu corpo tinha voltado a ser o de um menino de 10 anos. Sem parar de correr, voltou o seus olhos para trás. Jabu e outros dois meninos vinham correndo atras dele. Eram cruéis com Shun, que não tinha a mesma força que eles, além de que era muito protegido pelo seu irmão maior. Shun tropeçou e caiu no chão. Logo o alcançaram. Jabu ordenou a seus companheiros que agarrassem Shun pelos braços, enquanto este se retorcia inutilmente para se livrar. Não gritou, ainda que seu rosto refletisse todo o seu medo. Jabu se aproximou e o pegou pelo pescoço.
- Pagará pelo que me disse. – disse Jabu – Teu irmão não está aqui para te defender – sorriu.
Shun se encheu de coragem.
- Não falaria assim se estivesse sozinho. – disse Shun. Jabu respondeu dando-lhe um soco.
- Você não responderá assim quando eu rasgar toda a tua cara!
- Deixe-o Jabu! – alguém gritou. Jabu se virou, para se encontrar com outro menino, que o olhava com ira.
- Saia daqui, menino, se não quiser que façamos o mesmo a você.
- Deixe-o ir ou se dará mal, Jabu.
- Por que defende os molengas, Eric? – disse Jabu, voltando a pegar Shun pelo pescoço e apertando-o – Se você é daqueles que certamente tem esperança de se tornar um cavaleiro, não como este lixo – apertou a garganta de Shun ainda mais.
- Por favor, não me faça rir, Jabu. Não acredito que esqueceu que no primeiro dia que cheguei na fundação vocês três me disseram o mesmo. E somente Shun e seu irmão me defenderam. Pela terceira vez: Deixe-o ou te arrependerá.
Jabu perdeu a paciência e o interesse em Shun, e se lançou contra Eric. Dois minutos depois, Jabu estava no chão, choramingando.
- Vai se arrepender – disse – e vocês, soltem esse tonto e ajudem-me – disse a seus companheiros.
Shun se viu livre de seus companheiros, que agora rodeavam seu amigo.
- Não, deixem-no! – dizia Shun agora. Jabu se desviou de um golpe, e o derrubou – Nãoooooo!!!
- Shun, Shun! – as vozes de Ikki e dos outros se escutavam de longe. Eles viriam para ajudar.
*************************************************************************
Shun despertou sobressaltado. Seiya o movia para desperta-lo.
- Shun, Shun o que está acontecendo?
- Acho que dormi. – disse simplesmente – Me desculpe.
- Não tem que se desculpar, Shun – disse Hyoga – todos estamos muito cansados, mas teu sono não foi tranqüilo, e nós ficamos preocupados. Por isso te despertamos.
- Sim, você começou a se retorcer e a falar. – disse Seiya.
- Tive um pesadelo. – disse Shun – Lamento ter preocupado vocês.
Levantou-se. Saiu da sala dirigindo-se ao seu quarto. Não queria voltar a dormir, pois teria esse pesadelo de novo e agora já tinha preocupado seus amigos. Sentou-se no alto da escada. "O que foi isso?" Acabava de reviver em sonho um momento da sua infância. Eric tinha sido seu melhor amigo quando vivia na Fundação. Ainda que ninguém fosse muito forte, sempre se defendiam. Eric tinha confiado a Shun um segredo. Eric também iria ser enviado a um centro de treinamento para se tornar um cavaleiro, mas seu segredo foi descoberto por Tatsumi e desde então, Shun não o tinha visto novamente. Que tinha se passado com seu amigo?
Soou a campainha e Tatsumi foi, como sempre, resmungando até a porta.
- Sempre eu, já estou farto do meu trabalho como mordomo... Saia do caminho, Shun! Já sei que todos são uns preguiçosos. – disse enquanto descia as escadas. Shun se levantou para ver melhor de quem se tratava.
Tatsumi abriu a porta. Atrás dela apareceram três pessoas. Uma garota da idade de Shun e atrás dela, como se a estivessem protegendo, dois rapazes. Shun os olhou da escada. A jovem, em silêncio, passou seu olhar de Tatsumi a Shun e sorriu. O coração de Shun deu um salto. Os olhos dela, igual que seus cabelos, eram de um negro tão profundo e ao mesmo tempo tão brilhantes como a noite. Seu vestido branco delineava o contorno de seu corpo. Suas sandálias e sua tiara de ouro brilhavam com a luz vinda da sala. Um amuleto oval, cor verde-jade, como os cabelos de Shun, ornava o seu pescoço. Shun tinha a impressão de tê-la visto antes. Os dois jovens que estavam detrás dela vestiam roupas normais. Um era muito parecido com a moça. O outro era muito moreno e de olhos verdes.
- Bem, o que querem? Não tenho o dia todo... – disse Tatsumi, percebendo os pensamentos de Shun.
- Preciso falar com a senhorita Saori Kido – disse a garota, desviando seus olhos dos de Shun.
Tatsumi levou as mãos até a cintura.
- E se pode saber para quê? – perguntou.
- Não – disse a garota.
- O que quer dizer, menina? – disse Tatsumi pondo-se rubro.
- Que o assunto que tenho que discutir com ela não lhe diz respeito – ela respondeu.
- Então não pode vê-la. – disse o mordomo – Boa noite – e fechou a porta.
Shun achou que isso foi muito grosseiro da parte de Tatsumi e desceu as escadas pensando em sair para pedir desculpas à jovem, tratar de convencê- la de que dissesse o assunto, afim de que Tatsumi a permitisse de ver Saori. Mas Shun não teve tempo de fazer isso, pois quando Tatsumi mal deu de ombros à porta, esta se voltou a abrir com um grande barulho, como se um relâmpago tivesse caído sobre ela, obrigando-a a abrir.
A moça e seus acompanhantes estavam no mesmo lugar, com suas mãos direita levantadas, como que estivessem fazendo um juramento.
- Tatsumi – disse ela com voz autoritária – no passado, várias vezes você me causou muito sofrimento. Não continue fazendo isso. Tenho que falar com Saori imediatamente.
Seiya e os demais haviam saído da sala ao escutar o estrondo e olhavam a cena próximos a Shun. Tatsumi parou diante da garota altivamente, pensando que era ao menos 30 centímetros mais alto do que ela e de seus acompanhantes. A jovem não se moveu. Fez apenas um gesto como se estivesse abrindo uma cortina e Tatsumi foi arremessado contra a parede.
Hyoga correu em direção ao quarto de Saori, sem dúvida para protegê-la, pois temia que ela fosse atacada. Enquanto isso, os outros ficaram na escada. A garota moveu os olhos até encontrar novamente os de Shun e falou de novo:
- Shun, leve-me até Saori. É muito importante. – Shun se surpreendeu. Como ela sabia o seu nome?
-Diga-me quem é, para que eu possa anunciar você à Saori. – disse Shun.
A menina sorriu.
- Meu nome é Ana. – disse ela.
- Não podem deixa-la passar – disse Tatsumi, levantando-se e lançando-se contra ela. O jovem moreno e o outro fizeram com que Tatsumi voltasse a se chocar contra a parede. Shun baixou o olhar, pois não suportava por mais tempo a profundidade dos olhos de Ana, sentia perdesse dentro deles. Seiya respondeu por Shun:
- Sinto muito, Ana, mas Tatsumi tem razão. Não podemos deixar você passar. Não sabemos quais são as suas verdadeiras intenções. Não se ofenda.
Shun voltou a olhá-la. A menina parecia muito triste. Uma lágrima deslizou pelo seu rosto.
- Não tem problema, Seiya. Você sempre gostou de cumprir com o seu dever. – disse Ana, deixando Seiya perplexo – Porém eu devo cumprir com o meu dever. Eu sinto muito... – disse levantando o seu braço direito, apontando em direção à eles com a palma da sua mão. Os dois jovens que a acompanhavam a imitaram, mas ela fez um gesto negativo com a cabeça e eles baixaram seus braços.
Os quatro cavaleiros de bronze ficaram em posição de defesa. Antes que pudessem fazer algo, um pequeno grito foi escutado por detrás deles. O corpo de Shun estava envolto em um pequeno redemoinho de chamas da cor verde. Ikki saiu correndo em direção ao seu irmão e se surpreendeu enormemente. As chamas esverdeadas não queimavam, mas começaram a elevar Shun do solo.
- Que está fazendo?! – gritou Shun.
Momentos depois, o corpo de Shun estava flutuando no ar, guiado pela mão de Ana e aproximando-se cada vez mais dela, mas Shun já não se movia, nem dizia nada. Tinha perdido os sentidos.
-Deixe-o!! – gritou Ikki.
- Logo veremos – disse Ana. Cerrou a sua mão e Shun desapareceu.
- O que fez com ele?! – gritou Ikki. Ana o olhou nos olhos, cruzando as mãos sobre o peito, mas com a mão direita ainda fechada.
- Eu sinto Ikki, não é o meu desejo fazer mal ao seu irmão... – disse ternamente – Diga à Saori que a espero amanhã no Coliseu. Se ela quiser levar todos os cavaleiros, não me importarei. Mas se quiserem voltar a ver Shun vivo, estejam lá antes do pôr-do-sol. Boa noite – ela deu meia-volta e saiu, seguida pelos dois rapazes.
- Espere! – gritou Seiya, mas só recebeu como resposta o eco de sua voz.
Seiya, Ikki e Shiryu saíram atrás deles, mas não os encontraram. Haviam desaparecido.
A voz de Ana ressonava nas mentes de todos. "Antes do pôr-do-sol". Foram até o quarto de Saori para explicarem o que tinha acontecido. Ela se surpreendeu muito.
- Seu nome me é desconhecido, mas eu sinto que já a tinha visto antes... – disse Seiya.
- Curioso – acrescentou Hyoga – eu estava pensando o mesmo – Ikki fez um gesto afirmativo, concordando com a suspeita dos dois.
- E o que queria? – perguntou Saori.
- Falar com você, senhorita – disse Tatsumi – ela não quis me disser o assunto e eu neguei que ela entrasse. Então ela abriu a porta com um relâmpago e...
- Essa menina tem poderes assombrosos. – interrompeu Seiya – Não queríamos deixar ela passar, pois você poderia correr perigo.
- O que me intriga – disse Shiryu – é que, apesar de seus poderes, não os utilizou para nos tirar do caminho e chegar até Saori... – todos o olharam – Bom, isso é o que um inimigo normal teria feito.
- Admito que tens razão – disse Hyoga.
- E se não é um inimigo, porque ela levou o meu irmão? – disse Ikki, percebendo-se uma certa preocupação no tom de sua voz.
- Não sei Ikki. – disse Hyoga – Mas eu não vi nenhuma maldade em seus olhos. Seus olhos eram bons, eram como os olhos do Shun... – continuou – Era como se quisesse nos ajudar, mas não sabia como.
- Então, o que faremos? – disse Shiryu.
- Não podemos abandonar o Shun. Devemos ir ao Coliseu amanhã. – disse Hyoga.
- Não podem fazer isso!!! – gritou Tatsumi – A senhorita não deve se expor a isso e ainda por cima com a proteção de somente quatro cavaleiros de bronze...
Ikki perdeu a paciência e agarrou Tatsumi pelo colarinho do terno.
Eu já estou cansado de você! Não podemos abandonar o meu irmão!
- Shun não... – Tatsumi começou a falar, mas se corrigiu – é muito difícil proteger a senhorita com APENAS quatro cavaleiros de bronze...
- Eu posso resolver isso... – disse uma voz. Era Kiki, aprendiz de Mú de Áries o que fez com que Tatsumi empalidecesse. Posso pedir ao meu mestre e a Miro de Escorpião que venham.
- Isso será fabuloso, Kiki! – disse Seiya. Minutos depois, os dois cavaleiros dourados apareceram, graças aos poderes telecinéticos de Mú.
- Estou muito intrigado com tudo o que me disseram – disse Mú – Eu os ajudarei.
- E eu – acrescentou Miro.
Todos foram dormir, pois já era muito tarde. Antes de dormir, Seiya orou para que os deuses protegessem Shun de onde quer que estivesse.
CONTINUARÁ.
E se quiserem entrar em contato comigo, meu e-mail é: arthemisys@zipmail.com.br
Espero que gostem da fic e que todos tenham uma ótima leitura!
Lady Arthemisys
CAPÍTULO 1: ANA
Os cavaleiros de bronze acabam de vencer uma de suas batalhas mais importantes: Acabam de salvar a deusa Athena da morte certa no palácio de Poseidon.
Os cinco cavaleiros estão novamente na sede da Fundação Graad, que acabar de ser reconstruída por Saori Kido. Ela se encontra em seu quarto, que fica bem próximo do planetário construído pelo seu avô. Seiya e os outros estão na sala.
Já eram 10 horas da noite. Seiya brinca com seu relógio, enquanto Shiryu olha à janela melancolicamente, certamente pensando em Shunrei ou em seu mestre. Hyoga e Ikki estão sentados, o primeiro em uma poltrona e o segundo está sentado no chão, próximo ao seu irmão caçula. Shun escuta música no seu walkman, acomodado em uma larga poltrona. Sente como se suas pálbebras se negassem a permanecerem abertas por mais tempo. Sente seus braços pesados, cruzados sobre seu peito. A música já se escutava longe. Sente também como seu seus pés deslizassem pelo chão. O jovem suspirou e o sonho o envolveu.
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Shun corria, não sabia porquê, corria e sentia uma angustia muito grande em seu coração. Seu corpo tinha voltado a ser o de um menino de 10 anos. Sem parar de correr, voltou o seus olhos para trás. Jabu e outros dois meninos vinham correndo atras dele. Eram cruéis com Shun, que não tinha a mesma força que eles, além de que era muito protegido pelo seu irmão maior. Shun tropeçou e caiu no chão. Logo o alcançaram. Jabu ordenou a seus companheiros que agarrassem Shun pelos braços, enquanto este se retorcia inutilmente para se livrar. Não gritou, ainda que seu rosto refletisse todo o seu medo. Jabu se aproximou e o pegou pelo pescoço.
- Pagará pelo que me disse. – disse Jabu – Teu irmão não está aqui para te defender – sorriu.
Shun se encheu de coragem.
- Não falaria assim se estivesse sozinho. – disse Shun. Jabu respondeu dando-lhe um soco.
- Você não responderá assim quando eu rasgar toda a tua cara!
- Deixe-o Jabu! – alguém gritou. Jabu se virou, para se encontrar com outro menino, que o olhava com ira.
- Saia daqui, menino, se não quiser que façamos o mesmo a você.
- Deixe-o ir ou se dará mal, Jabu.
- Por que defende os molengas, Eric? – disse Jabu, voltando a pegar Shun pelo pescoço e apertando-o – Se você é daqueles que certamente tem esperança de se tornar um cavaleiro, não como este lixo – apertou a garganta de Shun ainda mais.
- Por favor, não me faça rir, Jabu. Não acredito que esqueceu que no primeiro dia que cheguei na fundação vocês três me disseram o mesmo. E somente Shun e seu irmão me defenderam. Pela terceira vez: Deixe-o ou te arrependerá.
Jabu perdeu a paciência e o interesse em Shun, e se lançou contra Eric. Dois minutos depois, Jabu estava no chão, choramingando.
- Vai se arrepender – disse – e vocês, soltem esse tonto e ajudem-me – disse a seus companheiros.
Shun se viu livre de seus companheiros, que agora rodeavam seu amigo.
- Não, deixem-no! – dizia Shun agora. Jabu se desviou de um golpe, e o derrubou – Nãoooooo!!!
- Shun, Shun! – as vozes de Ikki e dos outros se escutavam de longe. Eles viriam para ajudar.
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Shun despertou sobressaltado. Seiya o movia para desperta-lo.
- Shun, Shun o que está acontecendo?
- Acho que dormi. – disse simplesmente – Me desculpe.
- Não tem que se desculpar, Shun – disse Hyoga – todos estamos muito cansados, mas teu sono não foi tranqüilo, e nós ficamos preocupados. Por isso te despertamos.
- Sim, você começou a se retorcer e a falar. – disse Seiya.
- Tive um pesadelo. – disse Shun – Lamento ter preocupado vocês.
Levantou-se. Saiu da sala dirigindo-se ao seu quarto. Não queria voltar a dormir, pois teria esse pesadelo de novo e agora já tinha preocupado seus amigos. Sentou-se no alto da escada. "O que foi isso?" Acabava de reviver em sonho um momento da sua infância. Eric tinha sido seu melhor amigo quando vivia na Fundação. Ainda que ninguém fosse muito forte, sempre se defendiam. Eric tinha confiado a Shun um segredo. Eric também iria ser enviado a um centro de treinamento para se tornar um cavaleiro, mas seu segredo foi descoberto por Tatsumi e desde então, Shun não o tinha visto novamente. Que tinha se passado com seu amigo?
Soou a campainha e Tatsumi foi, como sempre, resmungando até a porta.
- Sempre eu, já estou farto do meu trabalho como mordomo... Saia do caminho, Shun! Já sei que todos são uns preguiçosos. – disse enquanto descia as escadas. Shun se levantou para ver melhor de quem se tratava.
Tatsumi abriu a porta. Atrás dela apareceram três pessoas. Uma garota da idade de Shun e atrás dela, como se a estivessem protegendo, dois rapazes. Shun os olhou da escada. A jovem, em silêncio, passou seu olhar de Tatsumi a Shun e sorriu. O coração de Shun deu um salto. Os olhos dela, igual que seus cabelos, eram de um negro tão profundo e ao mesmo tempo tão brilhantes como a noite. Seu vestido branco delineava o contorno de seu corpo. Suas sandálias e sua tiara de ouro brilhavam com a luz vinda da sala. Um amuleto oval, cor verde-jade, como os cabelos de Shun, ornava o seu pescoço. Shun tinha a impressão de tê-la visto antes. Os dois jovens que estavam detrás dela vestiam roupas normais. Um era muito parecido com a moça. O outro era muito moreno e de olhos verdes.
- Bem, o que querem? Não tenho o dia todo... – disse Tatsumi, percebendo os pensamentos de Shun.
- Preciso falar com a senhorita Saori Kido – disse a garota, desviando seus olhos dos de Shun.
Tatsumi levou as mãos até a cintura.
- E se pode saber para quê? – perguntou.
- Não – disse a garota.
- O que quer dizer, menina? – disse Tatsumi pondo-se rubro.
- Que o assunto que tenho que discutir com ela não lhe diz respeito – ela respondeu.
- Então não pode vê-la. – disse o mordomo – Boa noite – e fechou a porta.
Shun achou que isso foi muito grosseiro da parte de Tatsumi e desceu as escadas pensando em sair para pedir desculpas à jovem, tratar de convencê- la de que dissesse o assunto, afim de que Tatsumi a permitisse de ver Saori. Mas Shun não teve tempo de fazer isso, pois quando Tatsumi mal deu de ombros à porta, esta se voltou a abrir com um grande barulho, como se um relâmpago tivesse caído sobre ela, obrigando-a a abrir.
A moça e seus acompanhantes estavam no mesmo lugar, com suas mãos direita levantadas, como que estivessem fazendo um juramento.
- Tatsumi – disse ela com voz autoritária – no passado, várias vezes você me causou muito sofrimento. Não continue fazendo isso. Tenho que falar com Saori imediatamente.
Seiya e os demais haviam saído da sala ao escutar o estrondo e olhavam a cena próximos a Shun. Tatsumi parou diante da garota altivamente, pensando que era ao menos 30 centímetros mais alto do que ela e de seus acompanhantes. A jovem não se moveu. Fez apenas um gesto como se estivesse abrindo uma cortina e Tatsumi foi arremessado contra a parede.
Hyoga correu em direção ao quarto de Saori, sem dúvida para protegê-la, pois temia que ela fosse atacada. Enquanto isso, os outros ficaram na escada. A garota moveu os olhos até encontrar novamente os de Shun e falou de novo:
- Shun, leve-me até Saori. É muito importante. – Shun se surpreendeu. Como ela sabia o seu nome?
-Diga-me quem é, para que eu possa anunciar você à Saori. – disse Shun.
A menina sorriu.
- Meu nome é Ana. – disse ela.
- Não podem deixa-la passar – disse Tatsumi, levantando-se e lançando-se contra ela. O jovem moreno e o outro fizeram com que Tatsumi voltasse a se chocar contra a parede. Shun baixou o olhar, pois não suportava por mais tempo a profundidade dos olhos de Ana, sentia perdesse dentro deles. Seiya respondeu por Shun:
- Sinto muito, Ana, mas Tatsumi tem razão. Não podemos deixar você passar. Não sabemos quais são as suas verdadeiras intenções. Não se ofenda.
Shun voltou a olhá-la. A menina parecia muito triste. Uma lágrima deslizou pelo seu rosto.
- Não tem problema, Seiya. Você sempre gostou de cumprir com o seu dever. – disse Ana, deixando Seiya perplexo – Porém eu devo cumprir com o meu dever. Eu sinto muito... – disse levantando o seu braço direito, apontando em direção à eles com a palma da sua mão. Os dois jovens que a acompanhavam a imitaram, mas ela fez um gesto negativo com a cabeça e eles baixaram seus braços.
Os quatro cavaleiros de bronze ficaram em posição de defesa. Antes que pudessem fazer algo, um pequeno grito foi escutado por detrás deles. O corpo de Shun estava envolto em um pequeno redemoinho de chamas da cor verde. Ikki saiu correndo em direção ao seu irmão e se surpreendeu enormemente. As chamas esverdeadas não queimavam, mas começaram a elevar Shun do solo.
- Que está fazendo?! – gritou Shun.
Momentos depois, o corpo de Shun estava flutuando no ar, guiado pela mão de Ana e aproximando-se cada vez mais dela, mas Shun já não se movia, nem dizia nada. Tinha perdido os sentidos.
-Deixe-o!! – gritou Ikki.
- Logo veremos – disse Ana. Cerrou a sua mão e Shun desapareceu.
- O que fez com ele?! – gritou Ikki. Ana o olhou nos olhos, cruzando as mãos sobre o peito, mas com a mão direita ainda fechada.
- Eu sinto Ikki, não é o meu desejo fazer mal ao seu irmão... – disse ternamente – Diga à Saori que a espero amanhã no Coliseu. Se ela quiser levar todos os cavaleiros, não me importarei. Mas se quiserem voltar a ver Shun vivo, estejam lá antes do pôr-do-sol. Boa noite – ela deu meia-volta e saiu, seguida pelos dois rapazes.
- Espere! – gritou Seiya, mas só recebeu como resposta o eco de sua voz.
Seiya, Ikki e Shiryu saíram atrás deles, mas não os encontraram. Haviam desaparecido.
A voz de Ana ressonava nas mentes de todos. "Antes do pôr-do-sol". Foram até o quarto de Saori para explicarem o que tinha acontecido. Ela se surpreendeu muito.
- Seu nome me é desconhecido, mas eu sinto que já a tinha visto antes... – disse Seiya.
- Curioso – acrescentou Hyoga – eu estava pensando o mesmo – Ikki fez um gesto afirmativo, concordando com a suspeita dos dois.
- E o que queria? – perguntou Saori.
- Falar com você, senhorita – disse Tatsumi – ela não quis me disser o assunto e eu neguei que ela entrasse. Então ela abriu a porta com um relâmpago e...
- Essa menina tem poderes assombrosos. – interrompeu Seiya – Não queríamos deixar ela passar, pois você poderia correr perigo.
- O que me intriga – disse Shiryu – é que, apesar de seus poderes, não os utilizou para nos tirar do caminho e chegar até Saori... – todos o olharam – Bom, isso é o que um inimigo normal teria feito.
- Admito que tens razão – disse Hyoga.
- E se não é um inimigo, porque ela levou o meu irmão? – disse Ikki, percebendo-se uma certa preocupação no tom de sua voz.
- Não sei Ikki. – disse Hyoga – Mas eu não vi nenhuma maldade em seus olhos. Seus olhos eram bons, eram como os olhos do Shun... – continuou – Era como se quisesse nos ajudar, mas não sabia como.
- Então, o que faremos? – disse Shiryu.
- Não podemos abandonar o Shun. Devemos ir ao Coliseu amanhã. – disse Hyoga.
- Não podem fazer isso!!! – gritou Tatsumi – A senhorita não deve se expor a isso e ainda por cima com a proteção de somente quatro cavaleiros de bronze...
Ikki perdeu a paciência e agarrou Tatsumi pelo colarinho do terno.
Eu já estou cansado de você! Não podemos abandonar o meu irmão!
- Shun não... – Tatsumi começou a falar, mas se corrigiu – é muito difícil proteger a senhorita com APENAS quatro cavaleiros de bronze...
- Eu posso resolver isso... – disse uma voz. Era Kiki, aprendiz de Mú de Áries o que fez com que Tatsumi empalidecesse. Posso pedir ao meu mestre e a Miro de Escorpião que venham.
- Isso será fabuloso, Kiki! – disse Seiya. Minutos depois, os dois cavaleiros dourados apareceram, graças aos poderes telecinéticos de Mú.
- Estou muito intrigado com tudo o que me disseram – disse Mú – Eu os ajudarei.
- E eu – acrescentou Miro.
Todos foram dormir, pois já era muito tarde. Antes de dormir, Seiya orou para que os deuses protegessem Shun de onde quer que estivesse.
CONTINUARÁ.
