Renascer das cinzas
Esta é uma história centrada em Kai *nada de novo aqui*, o seu ponto de vista sobre o mundo e claro, a sua ligação com Dranzer. Bem, na realidade, como sou eu que escrevo, até é o meu ponto de vista, mas vocês percebem a ideia, não? ^_~
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Eles gritam.
Eu ouço.
Gritam, gesticulam, desdenham, vociferam, insultam-nas.
Tolos.
Não compreendem.
Não respeitam.
Todos aqueles que são superiores herdam esse direito chamado respeito inconfundível aos que são mais fracos!
Tolos… mas também, que mais podem fazer? Tolas marionetas, correm, andam, brincam, gozam, não compreendem que o vosso destino não é vosso para decidir?!
Tolos… mas também, que mais podem fazer? Tolos mortais, sentem-se impotentes, as vossas vidas, não são mais que castelos de cartas que até o vento pode levar. Não admira que confrontados com verdadeiro poder, ruam tão depressa. Os vossos sumptuosos castelos, cheios de ar. Tal como as vossas cabeças!
É tudo tão inútil, tão… fútil.
Porque perdem tempo a construir os vossos castelos, se tão facilmente desmoronam?! Acordem! Acordem para o mundo – ele é frio e cruel! Aceitem, ou então escondam-se debaixo das saias da mamã!
Disciplina.
Força.
Poder.
Filosofias tão simples: porque teimam as vossas cabecinhas vazias em negá-las?
Só assim se pode prosseguir. É a única forma de segurar os castelos de cartas – se não podes vencê-los, junta-te a eles.
Aliados muitas vezes provam ser verdadeiros pesadelos, o melhor mesmo é dar cabo deles. Mas há forças com as quais não podemos lutar.
Por isso, há que aliar.
Convencer.
Persuadir.
Cedo…
Passamos a... dominar.
Mesmo….
A mais poderosa força à face deste meu planeta.
Tornei-me forte.
Impus a minha vontade, satisfiz os meus desejos – só eu me limito.
Mentira.
Às forças da natureza, essas, nada as limita. Mas nós, comuns mortais… nada somos comparados com o seu esplendor. Só podemos cobiçar a sua força.
Ou alimentar-nos dela…
Ah, sabe tão bem...
O Poder! Nas minhas mãos desejosas! Sou egoísta – é meu! Todo meu.
Eu já não te temo.
Não… eu, eu respeito-te. E tu respondes com obediência. É assim que deve ser!
És superior.
A todos.
Tão bela… traz-me conforto todos os dias, basta o teu toque para que me sinta imparável!
Não há limite físico para ti. Limitas tudo o que te rodeia e alimentas-te de tudo o que te rodeia.
Dranzer…
Minha amiga.
Minha aliada.
Minha fonte de Poder.
Eu controlo-te.
Mas será que te controlo mesmo?
Ou o teu poder me controla a mim?
Creio que já sei a resposta.
As chamas…
Sim, essas. Elas controlam tudo.
Tu vives do seu calor, da sua força, do seu esplendor.
E que esplendor esse!
È um ciclo vicioso que culmina num prémio definitivo: o poder. Quem o tomará? Eu quero tomá-lo! Oh sim… mas é uma luta eterna, um choque de titãs – os vencidos, dominados, contra os vencedores, dominantes.
Eu sou um vencedor! Eu dominei. Mas tão pouco sou dominado – deixei-me levar, arrastar.
Não consegui resistir.
Não existe bem ou mal, certo ou errado, são tudo conceitos que criamos nestas nossas cabeças que achamos que são grande coisa. Mas na realidade, quem decide tudo, são os poderosos!
Os grandes.
É onde eu estou. É onde ficarei. Ganhei o direito a esse título, raios! E não desisto dele, já disse, sou egoísta!
Por isso, desculpo-me do teu poder, do teu doce chamamento.
Não pude evitá-lo!
Estavas ali, a chamar por mim, a pedir para ser levada!
E só eu te podia dominar de qual forma…
Forte, imponente, majestosa! Voas alto, olhas o mundo de cima. Nada te trava, todos te temem!
Elas também te dão calor, também te dão força, também te dão alimento.
Chamas…
Cruéis…
Tão cruéis para mim.
Mas porquê? Eu compreendo-vos como ninguém! Eu também vos preciso!
Quero sentir-vos.
Toquem-me.
Quero cuidar-vos.
Deixem-me.
Quero alimentar-vos.
Tomem-me.
Quero amar-vos.
Amem-me.
Mas o vosso amor… é uma espada de dois gumes, cada um mais afiado que o outro. Quanto maior o poder, mais difícil controlá-lo.
Mais dor nos traz. Mas a dor já não é um limite para mim. Já sofri por mil vidas. Não sofrerei mais. Sou mais forte. Vocês fizeram-me forte.
Não importa como. Vocês, só vocês.
Vocês, e as vossas chamas.
Chamas de amor, chamas de amizade.
Chamas de ódio, de rancor.
Dranzer.
Dranzer Negro.
Chamam-me. Tomam-me. Amam-me. Sou vosso. Não importa de qual.
Vocês, são o… mesmo. Não é? Afinal, só existe o poder.
Mas vocês não me perdoam, pois não? Deixei-te por ela, Dranzer. E voltei para ti. Perdoa-me Dranzer Negro. Não posso escolher entre as duas. Cada uma melhor do que a outra. Não é justo!
Porque não posso ter as duas?
Posso, não posso?
Mas será que vos mereço?
Mereço a vossa devoção? A vossa confiança? O vosso poder?
Digam-me o que fazer. Fazê-lo-ei. Não porque mo dizem, não porque mo pedem.
Porque quero fazê-lo.
Porque _eu_ quero fazê-lo.
Quero renascer…
Das cinzas…
Purificado. Começar tudo de novo. Tal como _eu_ quero.
Não serei dominado.
Fim
Tão? Ficaram convencidos ou nem por isso? Espero que tenham compreendido o verdadeiro significado desta história, por isso reviews people! Tou à espera, ok? :-D
