O MUNDO DE METRÓPOLIS
O Mundo de Metrópolis - Parte 3
"Oi, Lana", disse Clark, aproximando-se do balcão no Talon, enquanto a via de longe, arrumando algumas tortas na vitrine de doces.
"Oi, Clark!", exclamou com um sorriso breve, e largando o quê estava fazendo para lhe dar atenção. "Soube o quê aconteceu. Você está bem?", perguntou ela, referindo-se ao fato de que Clark encontrou um corpo na estrada e havia sido inquirido pela xerife Parker, na noite passada.
Clark apenas balançou a cabeça, como se quisesse dizer que estava tudo mais ou menos, ou pior não poderia estar. Mas, ao final, apenas sorriu. Lana também sorriu. Vê-lo diante de si, ainda a deixava um pouco nervosa. As coisas nunca mais foram as mesmas entre eles depois do incidente com Lex, no celeiro, e que a vitimou num acidente fatal, obrigando-a a um árduo tratamento fisioterápico. Mas Lana ainda sentia alguma coisa bastante forte por Clark, e ficava cada vez mais difícil de evitar. Estar diante dele parecia apenas dificultar a situação, principalmente depois que ele lhe revelou que não a amava.
"Bom, não vai me oferecer um café?", perguntou ele, sorrindo.
"Claro!", disse ela, voltando a si, e virando-se para pegar a cafeteira. "Um simples?"
"Isso", respondeu ele.
"Na verdade", disse uma voz que vinha de trás de Clark, "dois simples".
Lana e Clark se viraram.
"Chloe!", exclamou Lana, pegando mais uma xícara.
"E, aí, pessoal?", indagou ela. "Clark, tenho novidades".
Clark ergueu as sobrancelhas e esperou ouvir alguma novidade realmente boa da amiga.
"Lembra que eu lhe falei que Peter Sands estava escrevendo um livro?", perguntou Chloe, sob o olhar atento de Clark e Lana.
"Lembro", respondeu ele, referindo-se à conversa que havia tido com Chloe naquela mesma manhã no jornal da escola.
"Pois é", disse ela, "ele realmente estava escrevendo um livro. Consegui falar com a mulher que limpava o apartamento dele, em Metrópolis".
"Foi até Metrópolis?", perguntou Clark, cada vez mais surpreso com a destreza da amiga.
"Na verdade, foi muito mais simples", explicou Chloe. "Encontrei o telefone de Sands na lista e, imaginando que ele podia estar morando com alguém com quem eu pudesse conversar, telefonei", Clark e Lana se entreolharam, sorrindo, como se devessem ter adivinhado do que a amiga era capaz. "Então, uma mulher atendeu", continuou Chloe. "Ela disse que limpava o apartamento dele uma vez por semana. Fiz uma série de perguntas e ela me respondeu a todas elas, prontamente".
"Puxa", disse Lana, servindo-lhe o café, "e ela não sabia que ele morreu?"
"Bom, ainda bem que essa foi a minha última pergunta", disse Chloe, e antes de Lana ou Clark perguntassem o porquê, ela explicou: "Ela deve ter passado mal, pois a ligação caiu".
"Nossa, Chloe", comentou Clark, "fico imaginando como você deve ter perguntado à ela..."
"Ah, eu apenas perguntei como ela estava se sentindo em relação à morte dele", disse ela, dando de ombros, como se não tivesse feito nada demais.
Lana sorriu, apesar da tragidicidade da situação, enquanto Clark balançou a cabeça, como se reprovasse os métodos da amiga.
"O quê descobriu?", perguntou ele, antes que começasse realmente a ficar chateado com os métodos de Chloe.
"Algumas coisas", respondeu. "Ela me confirmou que parecia que ele estava mesmo escrevendo um livro, pois ficava dias inteiros na sua mesa de trabalho, transcrevendo gravações. Ela só não pôde me dizer o teor dessas gravações porque ele as ouvia com um fone de ouvido. Ele era mesmo muito esperto...", comentou ela, sorrindo.
"Mas se ela ia uma vez por semana ao apartamento dele, como podia deduzir que era um livro que ele escrevia, e não um artigo, já que ele era jornalista?", perguntou Lana, curiosa.
"Calma, Lana", pediu Chloe, sentando-se ao lado de Clark. "Ela ouviu, certa vez, Sands falar ao telefone com alguém. E ele ficava dizendo que já estava terminando o livro. Repetia isso muitas vezes, como se a pessoa na outra linha estivesse cobrando um prazo".
"Agora faz sentido", disse Lana.
"Ela sabe do quê se tratava esse livro?", perguntou Clark.
"Não", respondeu Chloe. "e o mais estranho de tudo, é que ela me disse, antes, é claro, de saber que Sands está morto, que hoje, quando chegou ao apartamento dele, sua mesa estava totalmente vazia, como se todo o material no qual ele estava trabalhando tivesse sumido".
"Será que alguém invadiu o apartamento dele?", especulou Lana.
"Ele também pode ter escondido tudo antes de vir para Smallville", cogitou Clark, imaginando que o repórter podia temer algum intrometido, na sua ausência.
"Também acho", concordou Chloe. "Além do mais, Maria, a mulher com quem conversei, disse que o apartamento estava mesmo revirado. Claro que ela não pensou na hipótese de um ladrão, pois, pelo que ela me disse, nada parecia ter sumido. Mas ela comentou que era como se alguém estivesse procurando alguma coisa".
"E ela achou que foi Sands que fez a desordem?", perguntou Lana, não acreditando que a mulher falasse sério ao pensar que não parecia ter sido o trabalho de um invasor.
"Ela disse que Sands era muito desorganizado e tirava tudo do lugar para encontrar um único pé de meia, o que eu acho um exagero", respondeu Chloe. "E é claro que eu penso muito mais além".
Clark cruzou os braços e, pensativo, perguntou:
"Quais eram os principais contatos dele em Metrópolis?"
Chloe sorriu. Era o seu sorriso de satisfação, de quando havia descoberto alguma coisa realmente grande.
"Essa é a melhor parte", disse ela, tirando um papel de dentro da bolsa.
"Perguntei à ela quem costumava freqüentar o apartamento de Sands", continuou Chloe, referindo-se, ainda, à conversa com a empregada do jornalista assassinado, "mas ela me disse que ele não recebia visitas nos dias em que estava por lá. Porém, comentou que ele recebia muitos telefonemas de uma tal de Cat. Como não sabia o sobrenome e nem nada mais que pudesse identificar essa tal de Cat, pedi para ver se conseguia encontrar algum telefone."
Chloe mostrou o papel, onde havia anotado um número de telefone.
"Já ligou para ver de quem se trata?", perguntou Lana.
"Melhor, ainda", respondeu. "Liguei para a empresa de telefonia de Metrópolis e pedi o endereço do dono desse número de telefone, já que não constava na lista".
Clark pegou o papel de Chloe, e também viu o endereço anotado, junto com um nome.
"Catherine Grant?", perguntou ele, como se já tivesse visto aquele nome em algum lugar.
"Lembra do artigo que lhe mostrei há alguns meses?", indagou-lhe Chloe. "Aquele que foi publicado no Diário Planeta pela minha prima, Lois Lane?"
"Logo depois que ela veio pra cá, certo?", perguntou Lana, com a confirmação imediata de Chloe, que ainda guardava lembranças ruins daqueles dias.
E Clark lembrou do nome. Catherine Grant constava como a redatora chefe do editorial em que foi publicado o referido artigo. E, em sobressalto, Clark ficou imaginando se a prima de Chloe tinha alguma coisa a ver, e mesmo que não tivesse, se ela sabia o quê o amigo de Grant andava fazendo, pois, se ela soubesse, provavelmente já estaria atrás da notícia. Preocupado, também pensou na possibilidade dela estar correndo algum perigo. Porém, antes de perguntar o que Chloe achava disso tudo, lembrou das pequenas desavenças havidas entre as primas e pensou que o melhor seria se ele fosse a Metrópolis primeiro. Falaria com a tal Catherine Grant e descobriria mais algumas coisas a respeito de Peters Sands. Talvez, afinal, Lois Lane sequer soubesse dos fatos.
Continua...
O Mundo de Metrópolis - Parte 3
"Oi, Lana", disse Clark, aproximando-se do balcão no Talon, enquanto a via de longe, arrumando algumas tortas na vitrine de doces.
"Oi, Clark!", exclamou com um sorriso breve, e largando o quê estava fazendo para lhe dar atenção. "Soube o quê aconteceu. Você está bem?", perguntou ela, referindo-se ao fato de que Clark encontrou um corpo na estrada e havia sido inquirido pela xerife Parker, na noite passada.
Clark apenas balançou a cabeça, como se quisesse dizer que estava tudo mais ou menos, ou pior não poderia estar. Mas, ao final, apenas sorriu. Lana também sorriu. Vê-lo diante de si, ainda a deixava um pouco nervosa. As coisas nunca mais foram as mesmas entre eles depois do incidente com Lex, no celeiro, e que a vitimou num acidente fatal, obrigando-a a um árduo tratamento fisioterápico. Mas Lana ainda sentia alguma coisa bastante forte por Clark, e ficava cada vez mais difícil de evitar. Estar diante dele parecia apenas dificultar a situação, principalmente depois que ele lhe revelou que não a amava.
"Bom, não vai me oferecer um café?", perguntou ele, sorrindo.
"Claro!", disse ela, voltando a si, e virando-se para pegar a cafeteira. "Um simples?"
"Isso", respondeu ele.
"Na verdade", disse uma voz que vinha de trás de Clark, "dois simples".
Lana e Clark se viraram.
"Chloe!", exclamou Lana, pegando mais uma xícara.
"E, aí, pessoal?", indagou ela. "Clark, tenho novidades".
Clark ergueu as sobrancelhas e esperou ouvir alguma novidade realmente boa da amiga.
"Lembra que eu lhe falei que Peter Sands estava escrevendo um livro?", perguntou Chloe, sob o olhar atento de Clark e Lana.
"Lembro", respondeu ele, referindo-se à conversa que havia tido com Chloe naquela mesma manhã no jornal da escola.
"Pois é", disse ela, "ele realmente estava escrevendo um livro. Consegui falar com a mulher que limpava o apartamento dele, em Metrópolis".
"Foi até Metrópolis?", perguntou Clark, cada vez mais surpreso com a destreza da amiga.
"Na verdade, foi muito mais simples", explicou Chloe. "Encontrei o telefone de Sands na lista e, imaginando que ele podia estar morando com alguém com quem eu pudesse conversar, telefonei", Clark e Lana se entreolharam, sorrindo, como se devessem ter adivinhado do que a amiga era capaz. "Então, uma mulher atendeu", continuou Chloe. "Ela disse que limpava o apartamento dele uma vez por semana. Fiz uma série de perguntas e ela me respondeu a todas elas, prontamente".
"Puxa", disse Lana, servindo-lhe o café, "e ela não sabia que ele morreu?"
"Bom, ainda bem que essa foi a minha última pergunta", disse Chloe, e antes de Lana ou Clark perguntassem o porquê, ela explicou: "Ela deve ter passado mal, pois a ligação caiu".
"Nossa, Chloe", comentou Clark, "fico imaginando como você deve ter perguntado à ela..."
"Ah, eu apenas perguntei como ela estava se sentindo em relação à morte dele", disse ela, dando de ombros, como se não tivesse feito nada demais.
Lana sorriu, apesar da tragidicidade da situação, enquanto Clark balançou a cabeça, como se reprovasse os métodos da amiga.
"O quê descobriu?", perguntou ele, antes que começasse realmente a ficar chateado com os métodos de Chloe.
"Algumas coisas", respondeu. "Ela me confirmou que parecia que ele estava mesmo escrevendo um livro, pois ficava dias inteiros na sua mesa de trabalho, transcrevendo gravações. Ela só não pôde me dizer o teor dessas gravações porque ele as ouvia com um fone de ouvido. Ele era mesmo muito esperto...", comentou ela, sorrindo.
"Mas se ela ia uma vez por semana ao apartamento dele, como podia deduzir que era um livro que ele escrevia, e não um artigo, já que ele era jornalista?", perguntou Lana, curiosa.
"Calma, Lana", pediu Chloe, sentando-se ao lado de Clark. "Ela ouviu, certa vez, Sands falar ao telefone com alguém. E ele ficava dizendo que já estava terminando o livro. Repetia isso muitas vezes, como se a pessoa na outra linha estivesse cobrando um prazo".
"Agora faz sentido", disse Lana.
"Ela sabe do quê se tratava esse livro?", perguntou Clark.
"Não", respondeu Chloe. "e o mais estranho de tudo, é que ela me disse, antes, é claro, de saber que Sands está morto, que hoje, quando chegou ao apartamento dele, sua mesa estava totalmente vazia, como se todo o material no qual ele estava trabalhando tivesse sumido".
"Será que alguém invadiu o apartamento dele?", especulou Lana.
"Ele também pode ter escondido tudo antes de vir para Smallville", cogitou Clark, imaginando que o repórter podia temer algum intrometido, na sua ausência.
"Também acho", concordou Chloe. "Além do mais, Maria, a mulher com quem conversei, disse que o apartamento estava mesmo revirado. Claro que ela não pensou na hipótese de um ladrão, pois, pelo que ela me disse, nada parecia ter sumido. Mas ela comentou que era como se alguém estivesse procurando alguma coisa".
"E ela achou que foi Sands que fez a desordem?", perguntou Lana, não acreditando que a mulher falasse sério ao pensar que não parecia ter sido o trabalho de um invasor.
"Ela disse que Sands era muito desorganizado e tirava tudo do lugar para encontrar um único pé de meia, o que eu acho um exagero", respondeu Chloe. "E é claro que eu penso muito mais além".
Clark cruzou os braços e, pensativo, perguntou:
"Quais eram os principais contatos dele em Metrópolis?"
Chloe sorriu. Era o seu sorriso de satisfação, de quando havia descoberto alguma coisa realmente grande.
"Essa é a melhor parte", disse ela, tirando um papel de dentro da bolsa.
"Perguntei à ela quem costumava freqüentar o apartamento de Sands", continuou Chloe, referindo-se, ainda, à conversa com a empregada do jornalista assassinado, "mas ela me disse que ele não recebia visitas nos dias em que estava por lá. Porém, comentou que ele recebia muitos telefonemas de uma tal de Cat. Como não sabia o sobrenome e nem nada mais que pudesse identificar essa tal de Cat, pedi para ver se conseguia encontrar algum telefone."
Chloe mostrou o papel, onde havia anotado um número de telefone.
"Já ligou para ver de quem se trata?", perguntou Lana.
"Melhor, ainda", respondeu. "Liguei para a empresa de telefonia de Metrópolis e pedi o endereço do dono desse número de telefone, já que não constava na lista".
Clark pegou o papel de Chloe, e também viu o endereço anotado, junto com um nome.
"Catherine Grant?", perguntou ele, como se já tivesse visto aquele nome em algum lugar.
"Lembra do artigo que lhe mostrei há alguns meses?", indagou-lhe Chloe. "Aquele que foi publicado no Diário Planeta pela minha prima, Lois Lane?"
"Logo depois que ela veio pra cá, certo?", perguntou Lana, com a confirmação imediata de Chloe, que ainda guardava lembranças ruins daqueles dias.
E Clark lembrou do nome. Catherine Grant constava como a redatora chefe do editorial em que foi publicado o referido artigo. E, em sobressalto, Clark ficou imaginando se a prima de Chloe tinha alguma coisa a ver, e mesmo que não tivesse, se ela sabia o quê o amigo de Grant andava fazendo, pois, se ela soubesse, provavelmente já estaria atrás da notícia. Preocupado, também pensou na possibilidade dela estar correndo algum perigo. Porém, antes de perguntar o que Chloe achava disso tudo, lembrou das pequenas desavenças havidas entre as primas e pensou que o melhor seria se ele fosse a Metrópolis primeiro. Falaria com a tal Catherine Grant e descobriria mais algumas coisas a respeito de Peters Sands. Talvez, afinal, Lois Lane sequer soubesse dos fatos.
Continua...
