O MUNDO DE METRÓPOLIS

O Mundo de Metrópolis - Parte 9

Lex assinava alguns contratos naquela manhã, na mansão Luthor, quando o telefone tocou. Entregou os documentos ao advogado da LuthorCorp que já estava voltando a Metrópolis, e pediu para que ele o mantivesse informado de qualquer mudança, e só depois que o advogado saiu, Lex atendeu o telefone.

"Lex?", perguntou uma voz do outro lado da linha. "Lembra que você me pediu para eu ficar de olho com as coisas por aqui?"

"Lembro", respondeu Lex, com um pequeno sorriso no canto dos lábios, sabendo do que se tratava.

"Pois é", disse ele, "a coisa toda está uma grande confusão. O Diário Planeta vai mesmo afundar. Lionel não está nem um pouco interessado, e Perry White disse que vai procurar uns investidores para ajudá-lo a reerguer o jornal".

"Mais alguma coisa?", perguntou Lex.

"Não", respondeu ele, "exceto que alguém quer lhe falar com urgência, de preferência, na mesma hora e no mesmo lugar".

"Tudo bem", disse Lex. "Pode deixar combinado, então, para amanhã".

Ao desligar, Lex ficou pensativo. Depois, pegou o telefone celular e procurou um número na agenda.

"Carl?", perguntou Lex. "Pode me dar um pouco de atenção?"

"Claro, Lex!", exclamou ele, do celular, falando do banco de trás da sua limusine, encaminhando-se para o seu escritório em Metrópolis.

"Lembra daquele favor que você me deve?", perguntou Lex, constrangendo, um pouco, o colega que estava com ele ao telefone, e que apenas respondeu um inaudível "sim". "Pois bem", prosseguiu, "quero me faça uma coisa. Procure por um sujeito chamado Perry White. Ele quer encontrar investidores interessados em comprar o Diário Planeta".

"Quer que eu compre o Diário Planeta?", indagou Carl, surpreso, já imaginando suas pretensões.

"Não", respondeu Lex. "Quero que você apenas assine os papéis como investidor principal. Eu entro com o dinheiro", explicou Lex, confundindo-o ainda mais. "Mas quero que diga a ele que há uma condição".

"Que condição?", questionou Carl.

"Que ele seja o editor-chefe do Diário Planeta", respondeu Lex.

"Certo. E se ele se recusar?"

"Ele não vai recusar", disse Lex, com absoluta confiança no que estava para fazer.

Ao desligar o telefone, Lex Luthor ficou pensativo. Muitas coisas haviam acontecido naqueles últimos dias. Olhou o The Ledger daquele dia. A principal manchete ainda era sobre o assassinato do jornalista Peter Sands. A polícia não estava conseguindo resolver coisa alguma. E Lex só conseguia pensar na conversa com Lois Lane. Agora, mais do que nunca, ele sabia que havia alguém que o queria prejudicar, e muito. Até imaginava quem fosse, mas não tinha como provar, e isso o estava deixando cada vez mais impotente.

...

Eram três horas da tarde, e Peter Sands estava sendo enterrado no Cemitério de Metrópolis. Havia pouquíssimas pessoas. De longe, Clark pode ver Catherine Grant e Lois Lane. As duas pareciam muito tristes. Olhou à volta, para ver se havia alguém suspeito, mas nada. Parece que tudo estava mesmo acabado, pensou Clark. Stiles estava morto e, quem quer que fosse que estivesse por trás dele, estava seguro. Clark realmente não tinha mais nada a fazer em Metrópolis. Só precisava saber se Chloe tinha conseguido descobrir mais alguma coisa sobre Stiles. Porém, ele queria estar ali. Queria ver Lois Lane mais uma vez. Havia encontrado com ela na noite anterior, em Smallville, mas havia sido tão breve, e tudo em meio à confusão que era descobrir o suspeito do assassinato do repórter. Agora, parecia que as coisas estavam mais calmas, e olhar para Lois, por mais longe que estivesse dela, e por mais que ele não pudesse ver seus lindos olhos escuros e cheios de expressão, ainda assim, a sensação de estar apenas a alguns metros dela, já o fazia se sentir bem.

...

"Ele tem uma ficha criminal muito extensa, Clark", disse Chloe, conversando com o amigo no The Torch, mostrando-lhe os impressos que conseguiu pela Internet. "Ele já usou vários nomes falsos".

"Então o nome dele era falso?", perguntou Clark, dedutivo.

"Na verdade, não", respondeu Chloe. "Samuel Stiles era mesmo o nome dele. Mas ele também já foi Thomas Atkins, Franco Carbonare, e por aí vai".

"Encontrou alguma ligação dele com alguém que possa ser interessante?", perguntou Clark, insinuante.

"Alguém como os Luthor?", indagou ela, adivinhando o pensamento do amigo. "Não. Não encontrei nenhuma conexão com Lionel ou Lex Luthor. Ele também não se envolvia com o crime organizado em Metrópolis. O sujeito parece que trabalhava mesmo por conta própria ou era muito discreto".

"Será que ele tem alguma coisa a ver com o livro que o Sands estava escrevendo?"

"Não sei, Clark".

...

Era noite em Metrópolis. As ruas estavam úmidas e vazias. Um porsche negro estacionou em um beco, e antes que os faróis fossem apagados, uma pessoa emergiu da escuridão. Lex desceu do carro e se aproximou do sujeito. Ao chegar bem perto, pôde ver o rosto de seu irmão, Lucas.

"Queria me ver?", perguntou Lex, com as mãos enfiadas nos bolsos do casaco.

"É, tenho uma coisa pra você", respondeu ele, entregando-lhe um envelope. "Vai adorar".

Lex pegou o envelope, sorrindo, como se já imaginasse o que era. Ao ver seu conteúdo, fotografias de seu pai, Lionel Luthor conversando e trocando apertos de mão com Samuel Stiles, próximo das docas, em Metrópolis, Lex balançou a cabeça, satisfeito.

"Perfeito", disse, então, guardando as fotografias de volta no envelope.

E antes de ir embora, Lex apertou a mão do irmão.

"Logo, tudo isso vai acabar", disse-lhe, então, Lucas, sorrindo.

Ao entrar no carro, Lex fez um telefonema:

"Srta. Lane?", perguntou. "Tenho algo que vai gostar de saber".

Continua...