Parte I
- Como ele está?
- Sofreu apenas alguns arranhões, mas está inconsciente...
Era um dia atípico... Bem, não é novidade para ninguém que eles pudessem estar no hospital, mas o motivo que os levou até este lugar é que era estranho. Mais estranho ainda é que o hospital tinha enchido de repente por conta de um único enfermo.
Sim, 29 mulheres, todas loiras (será que burras... acho que não), e mais toda uma tropa de homens, mais cinco adolescentes esperavam por notícias de um certo loirinho que se encontrava desacordado faz algumas horas, desde sua entrada no hospital.
- Como isso foi acontecer?- Perguntava Trowa a si mesmo desolado com o acidente de Quatre.
- Não fique assim Trowa, você sabe que ele não teve culpa de nada.- Dessa vez, era Duo consolando-o.
- Além do mais, ele não seria tão irresponsável...- Anne, atenciosamente.- Não é igual a muitos que eu conheço por aí - falou com deboche se referindo, lógico, ao Duo, que na hora soltou um muxoxo de descontentamento.
- Mas, afinal de contas, o que aconteceu que até agora eu não entendi?- Protestava Wu-Fei (é assim mesmo que se escreve?) querendo saber o quê que acontecera com o pequeno árabe.
Assim que recebeu a notícia, ele havia corrido feito desesperado para o hospital. Havia recebido um telefonema de lá informando que Quatre, que estava voltando de sua colônia natal, havia caído numa ribanceira para evitar que se chocasse de frente com o outro carro que vinha em sua frente devido a uma ultrapassagem mal-feita e se encontrava inconsciente no hospital.
- Com licença, gostaria de informações sobre Quatre Raberba Winner - falou polida, mas preocupadamente Trowa.
- Você mora com o rapaz do acidente de hoje? - Um médico que estava próximo ao balcão de recepção não pode evitar ouvir Trowa, e, por sorte, ele era o médico responsável por Quatre.
- Sim, como ele está? - falou exasperadamente.
- Bem, ele não sofreu muitos danos físicos, apenas alguns cortes no corpo.
- ... - tranqüilizou-se, um pouco, mas continuava atento ao médico.
- Mas ele mexeu um pouco com a cabeça e isso me preocupa um bocado. Ainda mais porque ele está desacordado, numa espécie de coma... Ainda não podemos dizer qual a gravidade do problema, mas acredito que não seja muita coisa.
- Bem... O jeito agora é esperar até que ele acorde... - do nada surge ninguém mais ninguém menos que Iria no meio da conversa.
- Olá Iria, como você vai? - perguntou Anne e Duo já eufóricos com a presença da amiga/médica/irmã do Quatre ali no mesmo lugar que eles.
- Estou bem, obrigada - falou com o mesmo sorriso que lembrava o meigo loirinho - vocês não querem descansar? Os outros já foram embora para não fazer muito tumulto por aqui e estão aguardando notícias lá em casa.
(T)- Não, valeu, mas eu quero ficar aqui até que ele acorde.
(D)- Ele quis dizer N"S...
(I)- Seja como for, sintam-se à vontade, pois eu assumi o caso a poucos minutos, portanto ele está agora sob meus cuidados. Alguém gostaria de vê-lo agora? Ele já foi liberado para visitas...
(D)- Eu quero!
(T)- Eu gostaria muito...
(C)- Hei eu também!!!
(A e H)- E nós dois...
(I)- OK, OK... Podem entrar todos de uma vez. Vamos?
Eles entraram com cuidado e ficaram a observar o corpo de Quatre envolto em lençóis, subindo e descendo lentamente conforme respirava.
(A)- Pobre Quatre...
Os outros apenas assentiram o que Anne tinha falado. Quando de repente, Quatre começa a abrir os olhos, lentamente, como se quisesse se acostumar com a claridade.
Todos ficaram numa grande expectativa. Iria, por ser a médica, se aproximou de Quatre para ver se ele realmente tinha acordado do "coma" em que ele se encontrava...
(I)- Quatre, você está bem?
- Sim, obrigado Iria. - Todos ali presentes, até Heero, se assustou com a forma que ele havia se dirigida à irmã. Apesar de ter sido muito polido e formal, não havia traços daquela doçura e gentileza características dele. Ele havia sido... Frio.
Mesmo com a frieza demonstrada por Quatre, Duo, preocupado com o amigo resolveu se pronunciar:
(D)- E aí Quatre? Puxa, nós estávamos muito preocupados com você!!
Quatre apenas lhe dirigiu um olhar frio, na verdade, gélido e de total indiferença. Ele ficou a observar o quarto inteiro e encarou um por um de seus amigos.
- Algum problema, meu anjo? - Trowa achou aquela atitude nada digna dele, e estranhou sua atitude... Realmente tinha algo estranho...
Quatre pareceu irritado com o tratamento de Trowa e disparou:
- Como você me chama de anjo como se fôssemos antigos conhecidos? Que liberdade é essa???
CONTINUA...
