N.A: Este capítulo é um pouco diferente dos outros... Espero que gostem...
Disc. CCS não me pertence e o poema é de Alexandre O'Neil!!!!!
Este capítulo é dedicado à MeRRy-aNNe, à MiDoRi, à MARY e à Kakura, não viveria sem vocês!!! Bjinhos p/ todas!!!!
Capítulo Nove
Há palavras que nos beijam...
= Bachi Shine =
Pousou lentamente o livro que lia sobre o colo e antes do fechar, quer dizer antes do tentar colocou um marcador, uma flor seca, na página em que ia. Olhou pela janela, estava um lindo dia de sol, o céu estava limpo, os passarinhos cantavam, o sol brilhava e algumas crianças, com chapéus na cabeça, corriam felizes pela rua como se nunca tivessem feito outra coisa na rua e por segundos ela invejou-as...
Elas não sabiam o que era sofrer como ela estava a sofrer naquele momento, elas não sabiam a luta que ia no seu espírito... por um lado ela queria que eles morressem mas por outro não queria... eles ainda eram crianças, deviam ter uns 18 no máximo 19 anos, porque os considerariam tão perigosos ela não sabia, ele não lhe tinha contado...
- Seria demasiado perigo...
Era o que ele tinha dito mas mesmo assim ela achava que não, que podia ser mais perigoso que as torturas dos horríveis e desprezíveis anciões. Ambas as suas mãos passaram por debaixo da capa do livro e elevaram-no um pouco antes dela lhe pegar decentemente e andar umas páginas para trás, não precisava de marcador para aquela página, já a sabia de cor mas mesmo sim podia lê-la e relê-la e achar que tinha encontrado uma palavra nova, um sentimento novo...
Começou a ler...
"Gostava de perceber o que raio é isto que tenho aqui no peito, não são remorsos ou satisfação, é algo assim para o .... para o esquisito. Ele estava ferido, era minha obrigação, não o podia deixar ferido no meio da rua... Foi difícil trazê-lo para aqui, afinal ele ainda deve ter uns bons dois anos mais do que eu e é um homem...
Pus uma venda antes de lhe tirar a roupa, o que era dispensável visto que a túnica roxa que ele trazia já estava mais do que rasgada, praticamente ele tinha toda a pele à mostra, pele negra, não de cor natural mas da cor de sangue seco...
Ele estava, está, completamente cheio de feridas e chagas, quem quer que o maltratou queria que ele ficasse marcado para toda a vida, provavelmente até que ele morresse... Não percebi o porquê, até porque ele era jovem, pareceu-me forte, ainda podia trabalhar... não percebi até reparar na marca na palma da sua mão, uma marca mágica... ele era um bruxo...
«Boa» pensei «Era só o que me faltava...» ainda para mais ele tinha um dos olhos tão ferido que eu com medo que ele o tentasse abrir lhe coloquei uma ligadura em trono, agora ele parecia um pirata com pala branca, ri baixinho, mas não o suficiente, ele acordou...
Os olhos dele eram... eram... eram uma mistura de azul claro com verde marinho, assim que vi o seu olhar, afoguei-me nele...
Com medo do que se estava a passar corri para a cozinha dizendo que tinha algo ao lume. Quando voltei, ele sorriu para mim e disse:
- Obrigado Menina Shine...
Nesse momento, tudo ao meu redor desapareceu e só ele e eu existíamos..."
Sorriu, se ela pudesse prever como as coisas se iam complicar, ela tinha descrito tudo duma forma tão simples como se a vida fosse assim, simples...
A sua face tronou-se séria, não era, a vida não era nada simples!!!!
Fechou os olhos e deixou a sua mente e os seus sentidos se perderem no tempo...
"Ele estava a montar a cavalo, lá ia ele outra vez, de novo para ao pé daqueles que o tinham tentado matar, voltou a sentir as lágrimas banharem-lhe a face, não sabia se chorava ou era apenas a memória de ter chorado. Ele lançou-lhe um olhar que era um misto de gratidão e algo mais. Agarrou-lhe nas rédeas e disse:
- Não vás...- em seguida baixou a cabeça e completou a frase com um tímido- por favor...
Ele sorriu-lhe tristemente e disse:
- Bem sabes que tenho que voltar... se não o fizer eles virão atrás de mim...
Engoliu a seco e assentiu num gesto de cabeça. Soltou as rédeas, voltou-se de costas e começou a partir, até que ouviu:
- Eu volto... volto para ti...
Piscou os olhos e voltou-se a tempo do ver chicotear o cavalo e partir a galope... Sorriu e tronou a sentir que chorava..."
~ Há palavras que nos beijam
como se tivessem boca.
Palavras de amor, de esperança,
De imenso amor, de esperança louca. ~
Levou a mão ao nariz e tentou impedir o choro que já a tinha dominado. Queria que ele voltasse, ele tinha que voltar para ela, ela tratava dele, ela tomava conta dele, ela amava-o ... ele tinha que voltar...
- Yuri... parvo porque tinhas que ir!??!- murmurou entre soluços.
E entre lágrimas que desciam o seu rosto, o peso da solidão e da dor voltaram a apoderar-se dela...
{Yuri Sakamoto}
Olhei para a rapariga que segurava pelo pescoço, era uma criança tal como o casal que tinha que matar. Tanto ódio, tanta dor, tanto sofrimento só por um pedaço de estúpida magia.
- Nenhum pedaço de magia é estúpido!!!- ouvi a voz do meu mestre repetir na minha mete.
Estaria ele certo...
Olhei em redor, toda a família, todas as atenções se centravam em mim, menos as da Kinomoto, todos os sentidos dela estava direccionados para o Li, ela tentava fazer algo que se assemelhava a um jogo psicológico com ele, ele queria soltá-la devagar para que quando me respondesse não tivesse nenhum contacto físico com ela, mas de cada vez que ele a soltava ela apertava-o mais...
- Ela sabe...- pensei- ela sabe que ele a vai soltar para se entregar...
Por segundos cheguei a sentir algo por eles, não sabia se pena, se piedade, se compaixão... por segundos não os quis matar, quis largar a rapariga à minha frente, pedir desculpa a todos e sair de mansinho, mas os segundos chegaram ao fim e eu voltei a ser eu...
Não podia, pela Bachi eu não podia, eu tinha prometido que voltava, eu prometi que voltava para ela, para ao pé dela, mas se eu não os matar sem dúvida que os anciões "acabam o que começaram" e matam-me... ou pior matam-na...
Não posso deixar que nada lhe aconteça, ela recolheu-me quando estive sem casa, tratou de mim, sarou-me as feridas físicas e psicológicas, ela ensinou-me sentimentos que eu nunca pensei que existissem...
~ Palavras nuas que beijas
Quando a noite perde o rosto;
Palavras que se recusam
Aos muros do teu desgosto. ~
Ver aos que os grandes anciões chegaram, mandar matar um casal de crianças por um punhado de magia...
- "Vocês vão lá pé ante pé... colocam a bomba... matam os Li... apanham o
Li Júnior sozinho... contam-lhe que lhe mataram os papás e aproveitam-se da confusão do rapazinho para o matarem..."
Lembro-me do meu pai, tios e primos voltarem sorridentes para casa, comigo pela mão, o meu pai que nunca na vida tinha sido dado a afectos, pegou-me ao colo e disse:
- Filho estamos livres... só temos que fazer um trabalhinho de "crianças" e voltamos para o "Mundo da Luz"...
Sorri e perguntei inocentemente:
- Para ao pé da mamã...
O meu pai sorriu tristemente antes de passar a sua mão pelos meus cabelos e dizer.
- Quem sabe...
Eu acreditava que quem "desaparecia" no meu mundo de sombras, era porque ia para o "Mundo da Luz", a minha mãe e tias há muito tinham desaparecido, por isso para mim elas estavam todas no "Mundo da Luz", era o que dava ser duma família de mágicos poderosos, eram sempre chamados para combater e por vezes não regressavam, as mulheres raramente voltavam, era a forma dos Anciões nos controlarem, uma maneira de nos mostrarem como nos dominavam, como escolhiam quem vivia e quem morria, como eles nos eram superiores.
No dia seguinte vi a minha família partir, eles riam e brincavam uns com os outros e comigo também dizendo que me trariam algo do "Mundo da Luz", com um pouco de sorte eu iria para o "Mundo da Luz", sorri e disse-lhes adeus.
Sentei-me ao pé da porta da minha casa e esperei que eles regressassem, esperei todo o dia, a noite caiu mas mesmo assim eles não voltavam, comecei a ficar preocupado, uma das minhas vizinhas quis levar-me para dentro mas eu recusei determinantemente dizendo que esperaria pela minha família. Esperei grande parte da noite até ver duas figuras no horizonte, levantei-me e corri em seu encontro.
Eram o meu pai e o meu primo mais novo, ele devia ser apenas três anos mais velho do que eu na altura mas já podia ir combater e eu não, eles vinham mais que feridos, o meu primo era praticamente levado ao colo pelo mais pai que estava cheio de feridas. Entraram em casa sem dizer palavras, o meu pai deitou o meu primo numa cama, o meu primo respirava pesadamente e a sua cara era a de uma dor incrível.
- Hemorragia interna...- murmurou o meu pai entre dentes de forma a eu não ouvir, mas mesmo que eu ouvisse eu não faria a menor ideia do que aquilo era.
O meu pai sentou-se num banco perto do meu primo e fez uma magia de forma a amenizar a sua dor um pouco, a face do meu primo descontraiu-se um pouco mas mesmo assim mostrava ainda linhas de sofrimento.
O meu primo acabou por morrer, assim como o meu pai que esgotou todas as suas energias a tentar salvá-lo. Fiquei sozinho, amaldiçoei aqueles que tinham feito sofrer a minha família, desejei a sua morte, e até mesmo depois de saber que eram crianças da minha idade eu não os conseguia perdoar. Fui adoptado por uma vizinha minha, a mesma que me tinha mando ir para casa, ela era como uma tia para mim, tratou de mim como se fosse filho dela, ensinou-me magia, explicou-me como este mundo funcionava e tentou tirar de dentro de mim a força destrutiva que se apoderara de mim.
Até que há cerca de 2meses atrás algo aconteceu, os anciões, chamaram-me e enviaram-me para destruir o avião onde a Kinomoto ia. Falei com uns terrorista e através de dinheiro comecei a controlá-los, fiz deles fantoches para destruírem o avião por dentro, para o fazerem cair, mas no último instante o parvo ficou com remorsos e matou-se sem mandar abaixo o avião...
Fui bem castigado... mas ao mesmo tempo foi uma benção... porque a Bachi recolheu-me, tratou de mim e ensinou-me a amar...
~ De repente coloridas
Entre palavras sem cor,
Esperadas inesperadas
Como a poesia ou p amor. ~
= Bachi Shine =
Levantei-me e tronei a caminhar até ao pé da janela abrindo-a em seguida. Uma rabanada de vento entrou, passou por mim, brincou em volta dum jarro de flores a um canto da sala e em seguida fez passar as páginas do meu diário, até achar uma que gostou.
Uma página que continha uma única frase, uma página deserta de dor, de sofrimento, de esperanças, de mentiras, de falsidade, de maldade, uma página que apenas continha uma única e absoluta verdade...
Yuri Amo-te!
~ (O nome de quem se ama
Letra a letra revelado
No mármore distraído
No papel abandonado) ~
Fechei os olhos e imaginei à minha frente, imaginei o seu sorriso, os seus olhos e imaginei um abraço, que ele me abraçava protegendo de tudo e todos, dizendo-me que nunca mais iria partir, que ficaria comigo para sempre, e que nem mesmo a morte nos separaria...
{Yuri Sakamoto}
De súbito senti-a. Senti a Bachi, os seus braços pequenos e frágeis passarem em redor do meu corpo. Senti a minha mão largar o colarinho da rapariga que não caiu no chão porque um rapaz a agarrou.
Ouvi a sua voz sussurrar que eu era a pessoa mais importante na sua vida, que havíamos de vencer e ficar juntos, a sua voz a dizer-me que ela me amava...
~ Palavras que nos transportam
Aonde a noite é mais forte,
Ao silêncio dos amantes
Abraçados contra a morte. ~
Senti de súbito um fogo nas costas, alguém me tinha atacado, antes de cair murmurei:
- Também te amo Bachi...
E antes de tudo ficar negro ainda consegui ouvir:
- SAKURA CUIDADO!!!!
Fim do Capítulo 9
N.A: Então.............................. o que acham............................ Deve ser de mim mas quando escrevi as últimas duas quadras doíam-me o coração... devo estar demasiado sentimental!!!!
Bjs
e não se esqueçam de dizer o que pensam, afinal já lá dizia alguém lá da Grécia, ou seria o Descartes @_@, "Penso, Logo existo!"
CACL
Disc. CCS não me pertence e o poema é de Alexandre O'Neil!!!!!
Este capítulo é dedicado à MeRRy-aNNe, à MiDoRi, à MARY e à Kakura, não viveria sem vocês!!! Bjinhos p/ todas!!!!
Capítulo Nove
Há palavras que nos beijam...
= Bachi Shine =
Pousou lentamente o livro que lia sobre o colo e antes do fechar, quer dizer antes do tentar colocou um marcador, uma flor seca, na página em que ia. Olhou pela janela, estava um lindo dia de sol, o céu estava limpo, os passarinhos cantavam, o sol brilhava e algumas crianças, com chapéus na cabeça, corriam felizes pela rua como se nunca tivessem feito outra coisa na rua e por segundos ela invejou-as...
Elas não sabiam o que era sofrer como ela estava a sofrer naquele momento, elas não sabiam a luta que ia no seu espírito... por um lado ela queria que eles morressem mas por outro não queria... eles ainda eram crianças, deviam ter uns 18 no máximo 19 anos, porque os considerariam tão perigosos ela não sabia, ele não lhe tinha contado...
- Seria demasiado perigo...
Era o que ele tinha dito mas mesmo assim ela achava que não, que podia ser mais perigoso que as torturas dos horríveis e desprezíveis anciões. Ambas as suas mãos passaram por debaixo da capa do livro e elevaram-no um pouco antes dela lhe pegar decentemente e andar umas páginas para trás, não precisava de marcador para aquela página, já a sabia de cor mas mesmo sim podia lê-la e relê-la e achar que tinha encontrado uma palavra nova, um sentimento novo...
Começou a ler...
"Gostava de perceber o que raio é isto que tenho aqui no peito, não são remorsos ou satisfação, é algo assim para o .... para o esquisito. Ele estava ferido, era minha obrigação, não o podia deixar ferido no meio da rua... Foi difícil trazê-lo para aqui, afinal ele ainda deve ter uns bons dois anos mais do que eu e é um homem...
Pus uma venda antes de lhe tirar a roupa, o que era dispensável visto que a túnica roxa que ele trazia já estava mais do que rasgada, praticamente ele tinha toda a pele à mostra, pele negra, não de cor natural mas da cor de sangue seco...
Ele estava, está, completamente cheio de feridas e chagas, quem quer que o maltratou queria que ele ficasse marcado para toda a vida, provavelmente até que ele morresse... Não percebi o porquê, até porque ele era jovem, pareceu-me forte, ainda podia trabalhar... não percebi até reparar na marca na palma da sua mão, uma marca mágica... ele era um bruxo...
«Boa» pensei «Era só o que me faltava...» ainda para mais ele tinha um dos olhos tão ferido que eu com medo que ele o tentasse abrir lhe coloquei uma ligadura em trono, agora ele parecia um pirata com pala branca, ri baixinho, mas não o suficiente, ele acordou...
Os olhos dele eram... eram... eram uma mistura de azul claro com verde marinho, assim que vi o seu olhar, afoguei-me nele...
Com medo do que se estava a passar corri para a cozinha dizendo que tinha algo ao lume. Quando voltei, ele sorriu para mim e disse:
- Obrigado Menina Shine...
Nesse momento, tudo ao meu redor desapareceu e só ele e eu existíamos..."
Sorriu, se ela pudesse prever como as coisas se iam complicar, ela tinha descrito tudo duma forma tão simples como se a vida fosse assim, simples...
A sua face tronou-se séria, não era, a vida não era nada simples!!!!
Fechou os olhos e deixou a sua mente e os seus sentidos se perderem no tempo...
"Ele estava a montar a cavalo, lá ia ele outra vez, de novo para ao pé daqueles que o tinham tentado matar, voltou a sentir as lágrimas banharem-lhe a face, não sabia se chorava ou era apenas a memória de ter chorado. Ele lançou-lhe um olhar que era um misto de gratidão e algo mais. Agarrou-lhe nas rédeas e disse:
- Não vás...- em seguida baixou a cabeça e completou a frase com um tímido- por favor...
Ele sorriu-lhe tristemente e disse:
- Bem sabes que tenho que voltar... se não o fizer eles virão atrás de mim...
Engoliu a seco e assentiu num gesto de cabeça. Soltou as rédeas, voltou-se de costas e começou a partir, até que ouviu:
- Eu volto... volto para ti...
Piscou os olhos e voltou-se a tempo do ver chicotear o cavalo e partir a galope... Sorriu e tronou a sentir que chorava..."
~ Há palavras que nos beijam
como se tivessem boca.
Palavras de amor, de esperança,
De imenso amor, de esperança louca. ~
Levou a mão ao nariz e tentou impedir o choro que já a tinha dominado. Queria que ele voltasse, ele tinha que voltar para ela, ela tratava dele, ela tomava conta dele, ela amava-o ... ele tinha que voltar...
- Yuri... parvo porque tinhas que ir!??!- murmurou entre soluços.
E entre lágrimas que desciam o seu rosto, o peso da solidão e da dor voltaram a apoderar-se dela...
{Yuri Sakamoto}
Olhei para a rapariga que segurava pelo pescoço, era uma criança tal como o casal que tinha que matar. Tanto ódio, tanta dor, tanto sofrimento só por um pedaço de estúpida magia.
- Nenhum pedaço de magia é estúpido!!!- ouvi a voz do meu mestre repetir na minha mete.
Estaria ele certo...
Olhei em redor, toda a família, todas as atenções se centravam em mim, menos as da Kinomoto, todos os sentidos dela estava direccionados para o Li, ela tentava fazer algo que se assemelhava a um jogo psicológico com ele, ele queria soltá-la devagar para que quando me respondesse não tivesse nenhum contacto físico com ela, mas de cada vez que ele a soltava ela apertava-o mais...
- Ela sabe...- pensei- ela sabe que ele a vai soltar para se entregar...
Por segundos cheguei a sentir algo por eles, não sabia se pena, se piedade, se compaixão... por segundos não os quis matar, quis largar a rapariga à minha frente, pedir desculpa a todos e sair de mansinho, mas os segundos chegaram ao fim e eu voltei a ser eu...
Não podia, pela Bachi eu não podia, eu tinha prometido que voltava, eu prometi que voltava para ela, para ao pé dela, mas se eu não os matar sem dúvida que os anciões "acabam o que começaram" e matam-me... ou pior matam-na...
Não posso deixar que nada lhe aconteça, ela recolheu-me quando estive sem casa, tratou de mim, sarou-me as feridas físicas e psicológicas, ela ensinou-me sentimentos que eu nunca pensei que existissem...
~ Palavras nuas que beijas
Quando a noite perde o rosto;
Palavras que se recusam
Aos muros do teu desgosto. ~
Ver aos que os grandes anciões chegaram, mandar matar um casal de crianças por um punhado de magia...
- "Vocês vão lá pé ante pé... colocam a bomba... matam os Li... apanham o
Li Júnior sozinho... contam-lhe que lhe mataram os papás e aproveitam-se da confusão do rapazinho para o matarem..."
Lembro-me do meu pai, tios e primos voltarem sorridentes para casa, comigo pela mão, o meu pai que nunca na vida tinha sido dado a afectos, pegou-me ao colo e disse:
- Filho estamos livres... só temos que fazer um trabalhinho de "crianças" e voltamos para o "Mundo da Luz"...
Sorri e perguntei inocentemente:
- Para ao pé da mamã...
O meu pai sorriu tristemente antes de passar a sua mão pelos meus cabelos e dizer.
- Quem sabe...
Eu acreditava que quem "desaparecia" no meu mundo de sombras, era porque ia para o "Mundo da Luz", a minha mãe e tias há muito tinham desaparecido, por isso para mim elas estavam todas no "Mundo da Luz", era o que dava ser duma família de mágicos poderosos, eram sempre chamados para combater e por vezes não regressavam, as mulheres raramente voltavam, era a forma dos Anciões nos controlarem, uma maneira de nos mostrarem como nos dominavam, como escolhiam quem vivia e quem morria, como eles nos eram superiores.
No dia seguinte vi a minha família partir, eles riam e brincavam uns com os outros e comigo também dizendo que me trariam algo do "Mundo da Luz", com um pouco de sorte eu iria para o "Mundo da Luz", sorri e disse-lhes adeus.
Sentei-me ao pé da porta da minha casa e esperei que eles regressassem, esperei todo o dia, a noite caiu mas mesmo assim eles não voltavam, comecei a ficar preocupado, uma das minhas vizinhas quis levar-me para dentro mas eu recusei determinantemente dizendo que esperaria pela minha família. Esperei grande parte da noite até ver duas figuras no horizonte, levantei-me e corri em seu encontro.
Eram o meu pai e o meu primo mais novo, ele devia ser apenas três anos mais velho do que eu na altura mas já podia ir combater e eu não, eles vinham mais que feridos, o meu primo era praticamente levado ao colo pelo mais pai que estava cheio de feridas. Entraram em casa sem dizer palavras, o meu pai deitou o meu primo numa cama, o meu primo respirava pesadamente e a sua cara era a de uma dor incrível.
- Hemorragia interna...- murmurou o meu pai entre dentes de forma a eu não ouvir, mas mesmo que eu ouvisse eu não faria a menor ideia do que aquilo era.
O meu pai sentou-se num banco perto do meu primo e fez uma magia de forma a amenizar a sua dor um pouco, a face do meu primo descontraiu-se um pouco mas mesmo assim mostrava ainda linhas de sofrimento.
O meu primo acabou por morrer, assim como o meu pai que esgotou todas as suas energias a tentar salvá-lo. Fiquei sozinho, amaldiçoei aqueles que tinham feito sofrer a minha família, desejei a sua morte, e até mesmo depois de saber que eram crianças da minha idade eu não os conseguia perdoar. Fui adoptado por uma vizinha minha, a mesma que me tinha mando ir para casa, ela era como uma tia para mim, tratou de mim como se fosse filho dela, ensinou-me magia, explicou-me como este mundo funcionava e tentou tirar de dentro de mim a força destrutiva que se apoderara de mim.
Até que há cerca de 2meses atrás algo aconteceu, os anciões, chamaram-me e enviaram-me para destruir o avião onde a Kinomoto ia. Falei com uns terrorista e através de dinheiro comecei a controlá-los, fiz deles fantoches para destruírem o avião por dentro, para o fazerem cair, mas no último instante o parvo ficou com remorsos e matou-se sem mandar abaixo o avião...
Fui bem castigado... mas ao mesmo tempo foi uma benção... porque a Bachi recolheu-me, tratou de mim e ensinou-me a amar...
~ De repente coloridas
Entre palavras sem cor,
Esperadas inesperadas
Como a poesia ou p amor. ~
= Bachi Shine =
Levantei-me e tronei a caminhar até ao pé da janela abrindo-a em seguida. Uma rabanada de vento entrou, passou por mim, brincou em volta dum jarro de flores a um canto da sala e em seguida fez passar as páginas do meu diário, até achar uma que gostou.
Uma página que continha uma única frase, uma página deserta de dor, de sofrimento, de esperanças, de mentiras, de falsidade, de maldade, uma página que apenas continha uma única e absoluta verdade...
Yuri Amo-te!
~ (O nome de quem se ama
Letra a letra revelado
No mármore distraído
No papel abandonado) ~
Fechei os olhos e imaginei à minha frente, imaginei o seu sorriso, os seus olhos e imaginei um abraço, que ele me abraçava protegendo de tudo e todos, dizendo-me que nunca mais iria partir, que ficaria comigo para sempre, e que nem mesmo a morte nos separaria...
{Yuri Sakamoto}
De súbito senti-a. Senti a Bachi, os seus braços pequenos e frágeis passarem em redor do meu corpo. Senti a minha mão largar o colarinho da rapariga que não caiu no chão porque um rapaz a agarrou.
Ouvi a sua voz sussurrar que eu era a pessoa mais importante na sua vida, que havíamos de vencer e ficar juntos, a sua voz a dizer-me que ela me amava...
~ Palavras que nos transportam
Aonde a noite é mais forte,
Ao silêncio dos amantes
Abraçados contra a morte. ~
Senti de súbito um fogo nas costas, alguém me tinha atacado, antes de cair murmurei:
- Também te amo Bachi...
E antes de tudo ficar negro ainda consegui ouvir:
- SAKURA CUIDADO!!!!
Fim do Capítulo 9
N.A: Então.............................. o que acham............................ Deve ser de mim mas quando escrevi as últimas duas quadras doíam-me o coração... devo estar demasiado sentimental!!!!
Bjs
e não se esqueçam de dizer o que pensam, afinal já lá dizia alguém lá da Grécia, ou seria o Descartes @_@, "Penso, Logo existo!"
CACL
