Cap 8 - Salvando nosso amor

Embora Seiya o denunciasse pelo sumiço de Saori, o "delegado" ignorou as acusações contra Julian, e manteve Seiya prisioneiro numa sala improvisada como cela.
Shiryu e Shunrey tentaram interceder por ele, entretanto nada conseguiram. Shiryu teve a idéia de roubar a chave das correntes que prendiam Seiya. Estava em poder do carcereiro.
Os dois encenaram uma discussão de casal para distrair o sujeito.

Nesse meio tempo, Saori já havia despertado. Entrou em pânico, ao perceber que estava presa naquele quartinho.
Julian mentira sobre os ratos e baratas. Pelo menos o lugar era limpo. Entretanto, ela estava com fome e sede. O maquiavélico Julian queria realmente tortura-la.
Muitas horas depois, um capanga levou água e pão para a garota. Mas nem isso diminuiu seu desespero.
Ela gritou, chutou a porta, entretanto ninguém escutou. Era um local isolado, ao qual quase ninguém tinha acesso.
Por sua vez, Seiya não se conformava por estar ali, sem poder ajudar sua amada.
Ele só queria salva-la. Todas as desavenças tornaram-se insignificantes ante a possibilidade de perde-la.
Ficava imaginando Saori no meio daqueles bichos imundos, e morria de remorso por tê-la tratado tão mal.

O tempo estava passando. Por volta das 22:00 horas, Shiryu e Shunrey conseguiram roubar as chaves. Shiryu deu uma paulada na cabeça do carcereiro, que caiu duro.
- Só assim pra conseguirmos libertar o Seiya!
Eles correram até a sala onde o amigo se encontrava preso. Depois de meia hora tentando encontrar a chave certa, eles abriram o cadeado das correntes que prendiam Seiya.
- Rápido! Precisamos resgatar a Saori! - apressava Seiya, impaciente.
Os três desceram ao porão. O difícil seria localizar o cativeiro onde ela estava trancada.
Mas o pior estava por vir...

O Titanic colidiu com o iceberg. Um enorme rombo no casco do navio provocou uma inundação, justamente na parte em que Saori estava.
Ela se desesperou ao perceber aquela água invadindo o lugar.
- Vou morrer afogada! Socorro!
A água começou a cobrir seu corpo.
Seiya e seus amigos se deram conta de que havia algo errado. Aquela água toda não era normal.
De repente, eles ouviram gritos de mulher.
- É ela! Mas onde está?
Seiya ficou tão desesperado que começou a correr de um lado para outro, na tentativa de descobrir onde sua amada estava.
Shunrey pediu:
- Silêncio! Não estou mais ouvindo a Saori...
Com sua intuição feminina, Shunrey indicou uma portinha:
- Eu acho que os gritos vieram dali!
Seiya não teve dúvidas: derrubou a porta.
Lá estava Saori, desmaiada e quase submersa pelas águas.
- Saori!! Meu Deus, ela está viva ou...
Shiryu segurou o pulso da garota.
- Está viva, mas precisamos tirá-la daqui imediatamente. A água gelada deve ter provocado hipotermia.
Seiya a carregou no colo até seu quarto. Shunrey lhe arrumou um cobertor para enrolar Saori, enquanto Shiryu corria à cozinha para pegar uma bebida quente.
Ele trouxe chá, e Seiya colocou a xícara na boca de Saori, fazendo com que engolisse o líquido.
Felizmente, ela reagiu. Seu rosto, antes pálido, tornara-se novamente corado. Todos suspiraram de alívio.

A garota tremia de frio. Seiya a envolveu com seus braços, por cima do cobertor.
- Vamos sair, Shiryu - cochichou Shunrey.
Os dois foram se informar sobre o que estava acontecendo com o navio.
Já recuperada, Saori olhou para Seiya. Ele parecia preocupado com ela, com seu bem-estar.
- Obrigada. Você me salvou.
- Salvei a nós dois...
- Como assim?
- Se acontecesse algo com você, eu morreria junto...
Naquele momento, ambos esqueceram de todos os problemas e conflitos. Algo muito maior os unia: o amor.
Beijaram-se ternamente.

"You're still the one
Você ainda é aquele
You're still the one that I love
Você ainda é aquele que eu amo
The only one that I dream of
Aquele com quem eu sonho
You're still the one I kiss good night
Você ainda é aquele que eu beijo boa noite
And after all these time, you're still the one I love.
E depois desse tempo todo, você ainda é aquele que eu amo".

- Você me perdoa? - perguntou ela.
- Só se você me perdoar também...
- Mas você não fez nada.
- Eu fui orgulhoso. Se eu tivesse sido mais tolerante, talvez nada disso teria acontecido. Você quase morreu por minha causa!
- Não, meu amor... O Julian fez isso porque eu disse a ele que não me casaria mais. Ele não suportou minha rejeição.
- Se eu pudesse, mataria esse infeliz!
- Vamos esquecer o Julian. Eu já tomei minha decisão.
Contou sobre o documento assinado por seu avô, no qual ele a entregava a Julian.
- Esse seu avô... Como ele pôde fazer uma coisa dessas?
- Eu fiquei revoltada, mas acho que ele se preocupou com meu futuro... Tinha medo que eu ficasse pobre e desamparada.
- Bem, se você não tivesse ficado noiva daquele canalha, não estaria aqui, e não teríamos nos conhecido...
Eles se beijaram de novo, desta vez foi um beijo profundo, enquanto ambos trocavam carícias mais íntimas...
Entretanto, seus amigos voltaram, e quase os flagraram. Os dois fingiram que nada acontecera, mas Shiryu e Shunrey não eram ingênuos.
Eles traziam uma notícia preocupante:
- O navio se chocou com um iceberg. Acho que vai afundar - apostou Shiryu.

Próximo capítulo:

Será que nossos heróis conseguiram sobreviver ao naufrágio?
Não percam o emocionante final de Dois mundos, um amor!