Capítulo Dois
Começou a caminhar para longe do palácio o mais rápido que podia. Tinha que encontrar um lugar onde pudesse ficar e se esconder. Seu coração batia acelerado e quando estava quase alcançando a rua principal, perdendo assim o muro do palácio de vista, ouviu algo que a fez paralisar, voltando-se para trás.
"Hei, tu com a capa. Pares onde estás!" – falou a voz autoritária que ela sabia pertencer ao capitão da guarda do palácio. Ele era um homem forte e alto. Andava mancando por causa de um ferimento que recebera na perna em uma guerra quando ainda era soldado. Tinha cabelos negros e olhos castanhos. Usava uma capa vermelha e a armadura com o brasão de Tomoeda no peito: uma bela árvore rodeada por cravos silvestres e flores de cerejeira entrelaçadas, tendo na base duas espadas cruzadas e um livro. Era seguido por dois soldados mais novos, usando cotas de malha e capacetes.
"Não te aproximes, Anzen! Deixa-me em paz…" – ela ordenou pondo-se a correr em seguida. O homem arregalou os olhos, assustado ao ouvi-la falar, e vacilou por um instante.
'Não pode ser…' – pensou desesperando-se e balançando a cabeça. Virou-se para os dois soldados que estavam atrás de si. – "O que estão esperando?… Sigam-na e tragam a princesa de volta!" – gritou andando o mais rápido que podia.
A porta foi aberta, dando passagem a um jovem com os cabelos castanhos bastante bagunçados e uma bela mulher de cabelos caramelo e olhos esverdeados.
"Devo tomar meu caminho, mana. Ainda tenho que passar em casa, antes de começar o trabalho…" – ele disse recebendo um sorriso.
"Está certo. Tenhas um bom dia hoje!" – ela desejou, beijando-lhe a bochecha.
"Fuutie…" – ele murmurou incomodado, ficando vermelho e fazendo-a rir. Virou-se para ir embora, quando ouviu alguém o chamar.
"Tio Shaoran, espere!" – a voz pediu apressada.
"O que foi que houve, Meiling?" – perguntou ele, voltando-se para fitar a sobrinha que trazia uma caixinha comprida nas mãos.
"O senhor ia esquecer sua flauta, tio!" – ela disse entregando o estojo do instrumento a ele.
"Obrigado, meu bem!" – abaixou-se e beijou a testa dela. – "Agora, eu vou!" – sorriu, guardando o estojo dentro da blusa. Colocou-se a caminhar pela rua estreita. Passou por algumas ruelas até chegar à via principal da cidade. Assim que entrou nela, viu uma mulher vestida de forma estranha vir correndo na sua direção, com dois soldados um pouco atrás. Deu um passo para trás, voltando para o caminho pelo qual havia vindo e esperou que ela passasse por ali. Pegou-a pelo braço, fazendo-a soltar uma exclamação de surpresa e a puxou correndo pelo labirinto da cidade.
Sakura não entendia o que estava acontecendo ou quem era aquele rapaz que a estava puxando, mas não via mais os soldados que estavam atrás dela, então deixou que ele a continuasse guiando.
Shaoran entrou em um beco e escondeu-se atrás de algumas caixas que estavam ali. Viu que a garota continuava em pé, estática, tentando recuperar o fôlego. Agarrou-a pela cintura e tampou a boca evitando que ela gritasse pelo susto e acabasse denunciando sua posição. Foi o tempo exato de se esconderem e os soldados passaram correndo pela frente do beco.
Os dois ficaram em silêncio apenas escutando a respiração ofegante um do outro. Shaoran pensou que deveria ter enlouquecido ao ajudar alguém que estava fugindo dos guardas do palácio. Observou a figura da moça sentada no chão de cabeça baixa, com aquele capuz não conseguia enxergar seu rosto.
"Por que aqueles soldados estavam atrás de ti?" – ele perguntou em voz baixa. Ela ergueu a cabeça e tirou a touca, balançando levemente os cabelos. Tal ação o deixou maravilhado com a beleza da moça misteriosa.
"Eu roubei algumas frutas, cheguei de muito longe e estava com muita fome." – ela respondeu envergonhada e pedindo a Deus que ele acreditasse.
"De onde vens?" – ele inquiriu se abaixando um pouco.
"Venho de longe e… e não creio que isso te diga respeito." – ela respondeu tentando fugir daquele assunto.
"Desculpe-me... Sou Li Shaoran e você?" – ele falou educadamente, após receber a resposta atravessada da mulher.
"Eu sou... – ela parou para pensar rápido em um nome. – Sou Ohana Hanako" – disse lembrando-se do nome da boa senhora que cuidara dela quando era criança, mas que infelizmente falecera.
"Bom, senhorita Ohana, eu já vou indo! Tenho muito trabalho a fazer, espero que sigas em frente e sem te meteres em problemas…" – ele falou já saindo do local.
"Espera, Li! Tu és um aldeão?" – ela perguntou se levantando e andando atrás dele.
"Sou, sim." – ele respondeu simplesmente.
"Eu poderia ir contigo? Preciso de trabalho e gostei do vilarejo." – ela perguntou, pondo-se a frente do rapaz.
"Eu não sei. – ele relutou um pouco, mas ao ver aquelas esmeraldas olhando-o tão meigamente resolveu ceder. – Está bem, faremos uma experiência e eu ando precisando de ajuda mesmo…".
"Fico muito agradecida e garanto que não te arrependerás..." – ela disse, alegre. – "Não sei muita coisa, mas estou disposta a aprender…" – adicionou sorrindo. - "Farei o possível para te ajudar!"
"Mas, já que vais comigo, tires esta capa…" – aconselhou vendo-a ficar confusa. – "Não achas que será estranho se a virem usando uma capa de chuva numa manhã em que o sol brilha no céu?" – perguntou vendo-a confirmar enquanto tirava a manta.
O vestido que ela usava tinha uma bela tonalidade verde. Estava um pouco rasgado, mas a malha parecia nova. Ela segurou a capa na mão, dobrando-a o máximo que pôde e olhou para o rapaz, que parecia analisá-la. Sentiu-se tensa por um instante, o que ele estaria pensando? Será que a reconhecera?
"Teu vestido precisa de alguns ajustes…" – ele disse apontando para a altura do ombro onde o tecido estava abrindo. – "Acho que minha irmã poderá arrumar isso para ti mais tarde, agora vamos que eu preciso trabalhar…" – fez um sinal para que ela o seguisse. Ela suspirou aliviada e apressou o passo para manter-se o mais perto possível dele. Olhava desconfiada para os lados. E se os guardas aparecessem?… Conforme caminhava sua aflição foi passando e, olhando para o jovem gentil que a ajudava, ela pôs-se a pensar em uma canção…
Never dreaming what we'd have to go through
Now here we are, I'm suddenly standing
At the beginning with you…".
"Como tu permitiste que isto acontecesse?" – o rei perguntou, batendo a mão na mesa.
"Desculpe-me majestade, mas ela sumiu e creio que alguém a tenha ajudado." – Anzen respondeu, ainda curvado diante da raiva do rei.
"Quem poderia ajudá-la? Tens alguma pista?" – Fujitaka perguntou tentando se controlar.
"Achamos isto enquanto a perseguíamos, majestade." – Anzen entregou-lhe um estojo de veludo preto.
"Uma flauta... Não vejo no que isso possa nos ajudar." – Fujitaka falou observando o instrumento leve e de uma beleza rara.
"A quem quer que pertença este instrumento, deve ter visto a princesa passar. Talvez até mesmo a tenha ajudado na fuga…" – explicou vendo o rei levantar-se. – "Mas não te preocupes, majestade, faremos de tudo para achar o dono desse instrumento e a princesa…" – Anzen falou com uma raiva mal controlada na voz.
"E o que estás esperando, então, capitão? Saias imediatamente e trates de cumprir com o teu dever desta vez…" – Fujitaka falou curto e grosso, vendo o homem sair apressado da sala em seguida.
Continua…
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N/A – **Foi utilizado um trecho da música At the beginning, que é intrepetrada por Donna Lewis e Richard Marx nos créditos finais do desenho da Anastacia, da FOX**
Nina: Oi pessoal! *música de suspense * E agora? O que acontecerá? Ela conseguiu fugir e conheceu o Shaoran. Mas não será tão fácil assim, o capitão vai procurá-la? *música mais alta* E agora Yoru? O que vai acontecer?
Yoruki: *não ouvindo nada por causa da altura em que está a música* ...O que está acontecendo aqui?... Alguém pode me dizer da onde é que está vindo essa musiquinha??... *olhando para todos os lados a procura de um aparelho de som*...
Nina: Fui eu *meio envergonhada e abaixando o som* É que eu queria deixar um ar de suspense no ar...Porque a Sakura fugiu e tudo o mais e não se sabe o que vai acontecer no próximo capitulo, já que estão atrás dela.
Yoruki: Ah, sim!!... Bem,... o que vai acontecer no próximo capítulo é... *passa um trem aqui por perto, um jato liga as turbinas e um caminhão de som está passando pela rua*... E é basicamente isso!... *olhando para todo mundo que está sem entender nada*...
Nina: Não entenderam? Então deixa para lá, no próximo capitulo vocês entendem direitinho. As coisas vão acontecendo naturalmente, como * passa um trio elétrico na maior altura falando que o carnaval está chegando* não é mesmo? Agora outras coisas eu não posso falar não, já falei demais e a Yoru pode acabar me dando uma bronca.
Yoruki: Vamos parar com a palhaçada e agradecer ao pessoal que deixou review no primeiro capítulo...
Nina: Vamos...Não vou dizer o nome de todos e agradecer porque iria ficar muita coisa, mas eu fico imensamente feliz que vocês tenham gostado da fic e peço que continuem deixando reviews porque é muito importante. Muito obrigada mesmo gente, vocês são muito legais.
Yoruki: Eu agradeço de coração a todas as pessoas que leram o capítulo anterior. E também quero dizer, a quem estava reclamando sobre o tamanho do capítulo, que eles vão se tornar maiores, pelo menos um pouquinho maiores, então não fiquem tristes, ok?^_~
Nina: Isso mesmo. Beijos pessoal e até domigo.*acenanado*
Yoruki: Beijos e uma boa semana para todos!...
Yasashiko-chan.
