Capítulo Quatro
Fuutie olhava incrédula para a senhora à sua frente. Não podia ser verdade o que a mulher acabara de lhe dizer, seu irmãozinho não podia ter sido preso.
Sakura voltou do quarto de Meiling. Estava já com suas roupas de dormir, pronta para se deitar. Estranhou a forma em que encontrou a mais velha das irmãs Li.
"Aconteceu algo, Sra. Fuutie?" – perguntou preocupada enquanto se aproximava. Não obteve resposta, então, olhou para a mulher à porta, que parecia tão ou mais transtornada.
Sentiu uma pressão no peito e, repentinamente, seus pensamentos foram para Shaoran.
"Oh, Céus! Aconteceu algo com ele…" – surpreendeu-se ao perceber que falara aquilo. Conseguiu atrair a atenção das duas mulheres.
"Hanako…" – Fuutie pronunciou atordoada. – "Meu irmão foi preso!" – disse com lágrimas escorrendo por seu rosto.
A princesa arregalou os olhos meneando a cabeça negativamente e abafando um grito com as mãos.
"Mas, por quê?" – quis saber a jovem de olhos verdes. – "Shaoran não fez nada errado…" – falou abaixando a cabeça.
"Os guardas que o levaram estavam procurando pela princesa…" – a senhora Tanashi se pronunciou. A jovem balançava com força a cabeça negativamente enquanto dava alguns passos para trás.
"É… é tudo mi-minha culpa…" – murmurou sentindo seus olhos arderem. Fuutie olhou convalescida para a garota. Aproximou-se dela abraçando-a carinhosamente.
"Não foi tua culpa, minha querida…" – disse tentando passar para a menina uma calma que estava longe de sentir.
"Não, tu não entendes…" – afastou-se. – "Sinto muito por teu irmão, mas não te preocupes!" – forçou um sorriso. Fuutie olhava confusa para aquela moça a quem já considerava uma irmã. Reparou em algo diferente em seu olhar, tão distante da costumeira insegurança. – "Irei tirar Shaoran da prisão!" – assegurou, embora sua voz estivesse cheia de tristeza. – "Nem que para isso precise voltar para minha gaiola dourada…" – declarou tentando não chorar e retirou-se da sala deixando para trás as mulheres confusas.
Alguns minutos se passaram e Sakura voltou a sala usando o mesmo vestido verde que usava quando fugiu e segurando a capa escura em sua mão. Olhou para Fenmei, que fora chamada enquanto estava ausente, e depois para Fuutie e para a Sra. Tanashi, respirou fundo e, enquanto ia em direção a porta, colocou o capuz sobre os ombros.
"Aonde vais a esta hora?" – Fenmei perguntou assustada. Sem voltar-se para a mulher a jovem parou e abaixou a cabeça.
"Vou ao palácio!" – respondeu segurando a porta.
"E o que pensas em fazer quando chegar lá?" – Fuutie perguntou desesperada. – "Pular os muros para poder entrar?".
Virou-se para trás com lágrimas nos olhos e um triste sorriso. Balançou negativamente a cabeça.
"Não!… Eu pretendo entrar pela porta da frente…" – declarou cobrindo a cabeça e saiu fechando a porta atrás de si.
Caminhava com passos apressados, tinha medo de acabar perdendo a coragem de voltar ao palácio. Não poderia deixar o rapaz preso lá por sua causa, principalmente depois de tudo o que ele fez por ela. Perguntava-se como descobriram que ele a estava ajudando. Descobriria cedo ou tarde. Observava o incomum movimento de pessoas pelas ruelas do vilarejo, os guardas deixaram o povo em polvorosa. As pessoas a olhavam desconfiadas das portas de suas casas. O tempo parecia correr e ela logo se viu em frente aos portões do castelo. Reuniu toda a coragem que tinha e ergueu sua voz para que os guardas do portão a ouvissem.
"Abram os portões!" – ordenou. Logo dois soldados olharam da janela da torre de vigília. Várias pessoas olhavam, mantendo distância, o que se desenrolava ali.
"Quem tu pensas que é para ordenar-nos tal coisa?" – perguntou o vigia que estava no comando. A garota ergueu um pouco a cabeça e tirou o capuz, fazendo os dois homens arregalarem os olhos.
"Penso que sou a princesa deste castelo, e ordeno que abram os portões. Imediatamente!" – pronunciou tendo seu desejo atendido ao mesmo tempo.
Podia ouvir vários murmúrios atrás de si. Os portões logo estavam completamente abertos a sua frente. Preparou-se para voltar à fortaleza onde era prisioneira, quando ouviu a voz de Fuutie a lhe chamar. Voltou-se para vê-la.
"Hanako!… Não faças isso!" – pediu passando pela comoção de pessoas. A 'menina' sorriu e voltou-se para frente adentrando a casa nobre. Os soldados faziam reverência quando ela passava.
"Fechem os portões e avisem que ao rei que a princesa retornou!" – disse o vigia. Os portões eram fechados e alguns homens corriam para cumprir a ordem que lhes foi dada.
Fuutie permaneceu olhando o portão fechado durante um bom tempo.
"Oh, meu Deus! Ela é a princesa!" – murmurou abismada.
Esperava na sala por seus pais. Tirara a capa e a deixara sobre uma poltrona. Andava devagar pelo recinto observando aquela ostentação com peso no coração. Sentia-se tão deslocada ali. As portas se abriram atraindo sua atenção.
"Sakura!… Minha querida!" – disse Nadeshiko correndo até ela e abraçando-a. – "Ficamos tão preocupados… Não sabíamos o que poderia ter acontecido contigo…" – afastou-se com lágrimas de emoção nos olhos.
"Não te preocupes, minha mãe!" – ela disse sentindo-se culpada pela preocupação que causou.
"O que foi que aconteceu, meu bem?" – Fujitaka pronunciou-se. – "Fizeram algum mal a ti, lá fora?" – perguntou ao vê-la tão desanimada. Sakura sorriu balançando negativamente a cabeça.
"Não, papai!" – respirou profundamente. – "Apesar de não saberem quem eu era, todos foram muito gentis comigo!…" – lembrou-se de forma gentil dos amigos que fizera.
"Mas olha só para o que estás vestindo, minha filha!" – a rainha exclamou. – "Precisas te trocar. Isso não é traje para uma princesa…".
"Mamãe, por favor,…" – interrompeu a sentença ao ver o capitão entrar pela porta. Ele prestou reverência.
"Alteza, fico feliz por ver que estás bem…" – pronunciou de cabeça baixa. Sakura olhou-o de forma séria.
"Anzen, um homem foi preso há pouco tempo por seus homens e trazido ao palácio…" – viu o homem arregalar os olhos. – "Quero que o libertes imediatamente!" – ordenou.
"Mas de quem estás falando, minha filha?" – Fujitaka perguntou, confuso. A princesa voltou-se para seu pai e suspirou.
"O nome dele é Shaoran Li, ele e suas irmãs me acolheram enquanto eu estava no vilarejo…" – explicou.
"Eu nem ao menos sabia que alguém havia sido trazido para o palácio hoje…" – Fujitaka comentou olhando para Anzen com desconfiança.
"Perdão, majestade, mas não queria incomodá-lo antes de encontrar a princesa…" – desculpou-se rapidamente e voltou-se para a garota. – "O rapaz foi preso sob a suspeita de tê-la seqüestrado, milady!…" – disse tentando explicar-se.
"Não te faças de bobo, capitão!" – ela esbravejou, surpreendendo a seus pais e ao próprio capitão. – "Sabes muito bem que ninguém me tirou do palácio. Eu saí sozinha…" – declarou irritada.
"Eu acredito que tenhamos que conversar a respeito disso, Sakura…" – Fujitaka disse calmamente. – "Mas agora não é o melhor momento para isso. Vejo que estás cansada, seria melhor ires descansar…" – aconselhou, vendo-a acalmar-se.
"Está bem!" – decidiu acatar a ordem do pai. Calmamente olhou para Anzen. – "Apenas quero que libertes o Sr. Li, capitão, e amanhã de manhã traga-o até mim. Tenho uma divida para com ele e sua família…" – disse andando para a porta. – "E, Anzen, é melhor que ele não tenha um arranhão, sequer!" – ameaçou saindo em seguida.
Fujitaka e Nadeshiko se entreolharam confusos com a atitude da filha. Nunca antes ela se comportara daquela forma. Decidiram deixar o assunto para o dia seguinte e, também, se retiraram.
Anzen permaneceu parado no salão, olhando para a porta. Estava furioso. Quem aquela garotinha pensava que era para tratá-lo daquela forma? Já estava cansado de apenas receber ordens e ser rebaixado. Sempre fora fiel para com Tomoeda e o que ganhara com isso? Absolutamente nada. Tinha que descontar sua raiva em alguém e, já que não podia fazer nada contra a menininha petulante, sabia perfeitamente quem seria o alvo.
"Senhor, ordeno que soltem o prisioneiro?" – um soldado perguntou.
"Não!" – respondeu com um sorriso maldoso no rosto. "Continue a interrogá-lo…" – olhou para o soldado de forma ameaçadora. – "Amanhã o soltaremos, sem que ele passe pela princesa…" – começou a caminhar para a saída. – "Isso se ele agüentar até amanhã!" – disse dando ênfase ao 'se'.
O soldado engoliu em seco ao pensar que estaria desobedecendo a uma ordem da princesa ao fazer a vontade do capitão, mas não ousaria desafiá-lo. Não era inexperiente a esse ponto.
Eriol não conseguia dormir, estava preocupado com sua prima, mas não era só isso que o fazia perder o sono. Uma pessoa muito especial fazia-lhe perder a noção de tempo e espaço, quando olhava para seus lindos olhos violetas ou sentia seu suave perfume de flores do campo. Imaginar-se longe dela o maltratava e sabia que ela também sofreria ao descobrir o que estava acontecendo, mas o que poderia fazer? Decidiu dar uma volta pelo castelo, não queria passar mais uma noite virando-se de um lado para outro da cama.
Ao sair do quarto deparou-se com uma pessoa, andando rapidamente pelo corredor e parecia chorar, pois soluçava... Enquanto se aproximava reparou nas roupas que vestia, aparentava ser uma camponesa, mas o que ela estaria fazendo ali? Não entendeu muito bem, até que a mulher virou-se para ele e pôde reconhecer os olhos verdes da prima. Estavam meio vermelhos, provavelmente, havia chorado e ainda iria chorar muito pela tristeza que seus olhos mostravam. Tentou aproximar-se para saber o que acontecia, mas ela saiu correndo ao vê-lo e trancou-se em um dos quartos do majestoso castelo.
"Olá, Sr. Li! Vamos nos divertir um pouco?" – Anzen falou entrando na cela da masmorra, com um sorriso nada amigo, o que fez Shaoran estremecer, pois já estava bem machucado para conseguir proteger-se.
Continua…
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N/A-
Yoruki: *desviando de um ovo podre e uma pedra* Er... olá para todos!!... *sem graça desviando de um saco de meias sujas* Se vocês puderem parar de jogar as coisas em cima de mim eu conseguiria falar e explicar a todos o que aconteceu...
Nina: *se escondendo atrás de Yoru* É sim, se voces forem pacientes e bonzinhos nós contamos*se encolhendo* Foi poque nós nao conseguiamos nos encontrar na net, porque andaram acontecendo uns problemas e... Ai, nos desculpem, por favor
Yoruki: *percebendo que o número de objetos lançados em nossa direção diminuiu*... Bem, a Nina está com o tempo de uso do computador racionado e eu não posso mais usar o computador de casa durante a semana (teoricamente), no final de semana não conseguimos nos falar e foi por isso que não trouxemos o capítulo antes...
Nina: *balançando a cabeça freneticamente *Isso mesmo, nao temos mais o tempo que tinhamos antes, afinal, as minhas provas começaram, meu professor de matematica nao vai com a minha cara, aquele... Isso nao vem ao caso...Mas o capitulo está compensado, o Eriol apareceu e em quem será que ele está pensando? Non faço a minima idéia *ironica*
Yoruki: Prometemos que compensaremos a todos, mas para isso precisaremos de tempo e é por esse motivo que... *começando a sair de fininho* nós passaremos a postar os capítulos quinzenalmente... *correndo para trás da Nina enquanto um tijolo voa em minha direção*... Eu não posso fazer nada, gente... Vocês já devem estar bravos por causa do outro fic, e eu ainda faço isso, não é?... Mas eu juro que não quero morrer...
Nina: Ai*com medo* Isso acontece, voces querem semanalmente ou querem uma historia de qualidade quinzenalmente?*tentando justificar e vendo as pessoas pensarem*Vamo lá gente, nos entendam, por favor!*sorrindo*E Tão perto, tão longe é semanalmente, vamos lá!
Yoruki: Isso mesmo e Suteki da ne é quinzenal, mas será postado em semanas alternadas com Dreams Come True... *abrindo um sorriso forçado*
Nina: *vendo que o pessoal se acalmou* Entao é isso gente, espero que tenham gostado do capitulo e por favor non custa nada clicar no go lá embaixo e deixar seu comentario né? Muito obrigada a todos que deixaram reviews.
Yoruki: Isso mesmo deixem reviews... Isso é muito importante... Beijos e até o próximo capítulo...
Yasashiko-chan
