Encontros

Caminhava por entre as ruas da Londres bruxa. Decidiu dar uma última volta pelo Beco Diagonal antes de aparatar em casa. As lojas decoradas e a neve que se acumulava nas laterais dos prédios traziam uma certa melancolia a Draco. Seria seu primeiro Natal sem sua mãe. Seus natais nunca foram maravilhosos, principalmente depois da morte de Lucio, mas ela sempre estava lá para que ele se sentisse melhor. Porém, não neste ano. Ele sabia que ninguém estaria esperando por ele quando chegasse à imensa mansão Malfoy. Talvez por isso não sentia vontade de voltar para casa esta noite.

Poucas eram as lojas que ainda estavam abertas, assim como a quantidade de pessoas que circulavam por ali era pequena. "Claro", pensou Draco, "é véspera de Natal". Ao longe avistou um grupo que acabara de sair de uma das lojas. Imediatamente reconheceu os dois ruivos idênticos ladeados por algumas outras cabeças vermelhas caminhando em sua direção. Não estava com vontade de insultar os Weasley mais uma vez, por isso desviou seu caminho para que não se cruzassem. Não conseguiu, entretanto, entrar no pub mais próximo como intencionara. Sentiu-se paralisado ao reconhecer a caçula dos Weasley entre os outros.

Ela sorria com uma sinceridade com que Draco nunca tinha visto ninguém sorrir. Estava diferente do que ele se lembrava. Claro, como não poderia estar? Já se passaram dez anos desde a última vez que ele a vira naquele campo de quadribol. Os cabelos mais curtos emolduravam o rosto pálido, maculado por algumas sardas, que começava a apresentar poucas linhas de expressão. Olhando neste momento, Draco via apenas uma mulher muito bonita, e não a criatura quase mágica que povoara seus sonhos durante vários anos. Por alguns instantes sentiu como se a Weasley que ele vira tivesse sido apenas uma visão. Porém foram somente instantes, somente até que ele encontrasse aqueles densos olhos castanhos.

A mesma sensação de dez anos atrás o invadiu. Foi como se todo o mundo desaparecesse, como se ele fosse sugado da realidade. Não via nada mais ao seu redor além daqueles círculos cor de chocolate. O sorriso havia desaparecido do rosto dela. Seu olhar não era mais divertido e sim intrigado, exatamente o mesmo olhar da última noite em que se viram.

Talvez os dois tivessem permanecido por horas se olhando se um dos irmãos dela não a chamasse. Desviando o rosto para o lado oposto ao que Draco estava, a ruiva voltou a sorrir enquanto caminhava ao lado da família. Draco ainda ficou parado por alguns minutos observando o grupo deixar o Beco Diagonal.

Sentiu-se um perfeito idiota. O que tinha sido aquilo? Tudo bem, ele até entendia o que acontecera naquele campo de quadribol. Era jovem, lembranças agradáveis povoando sua mente, a luz da lua, blá, blá , blá... Afinal de contas, todo adolescente tinha momentos estupidamente "românticos", até mesmo um Malfoy. Mas ficar flertando com a Weasley na cara dos irmãos dela aos 27 anos de idade era demais! Flertando!? Não! Definitivamente ele não estava fazendo nada do gênero, só estava admirado com a beleza dos olhos dela. E como eram lindos... Chega! Já estava se confundindo todo O que tinha acontecido era totalmente sem importância. Ele só estava cansado. Precisava de uma boa noite de sono. Pela manhã, tudo estaria perfeitamente em ordem.

Percebeu que começava a nevar. Deus, já deveria estar muito tarde. Quanto tempo estivera ali, andando sem rumo? Havia uma ótima ceia e uma cama quente lhe esperando, então porque continuar na rua vendo a neve se acumular em seus ombros? Já estava pronto para aparatar dali quando sentiu alguém segurar seu braço. Ao virar, se deparou com uma velha senhora vestida elegantemente. Draco tinha certeza que nunca a vira antes, mas havia algo de familiar naquela mulher, algo que ele não conseguia identificar.

-O que faz um belo jovem como você sozinho pelas ruas na véspera de Natal? - a voz da mulher era fria, mas ela imprimia ternura no que dizia.

-Respondo-lhe com a mesma pergunta: o que faz uma senhora sozinha na véspera de Natal? - a resposta de Draco foi afiada, porém polida. Apesar da abordagem brusca, a mulher parecia pertencer a alguma família importante, talvez por isso ele sentisse que a conhecia.

-Comprando alguns presentes de última hora - ela disse levantando algumas sacolas com caixas coloridas - Sou uma avó um tanto quanto relapsa.

A mulher sorriu para Draco. Involuntariamente, ele estreitou os olhos como que querendo enxergar através daquela expressão. Era um sorriso frio, que não chegava aos olhos. De onde conhecia isso? Definitivamente, não era como o sorriso da Weas... Ah! Por que tinha que pensar nela?

-Acho melhor se apressar, então, senhora, ou estragará o Natal de seus netos - ele soltou o braço e se preparava para sair quando a mulher continuou.

-Na verdade, meu filho teve um contratempo e só chegará com a família pela manhã - ela novamente sorriu e o fitou - Como vê, também passarei a véspera de Natal sozinha.

-E como pode ter certeza que eu estou sozinho? - Draco já começava a perder a paciência com aquela mulher.

-Ora, eu imaginei que estivesse, afinal são quase 10 horas da noite e você não parece apressado para chegar em casa - o sorriso da mulher pareceu vacilar por um momento, apenas um instante - Não aceitaria tomar um chá? Só para me fazer companhia. Você lembra tanto meu filho...

Draco a observou por um minuto. O que será que aquela mulher pretendia? Era muito estranho que uma senhora, provavelmente rica e bem relacionada, abordasse um desconhecido na véspera de Natal e o convidasse para tomar um chá. Por outro lado, que mal havia? A mulher estava sozinha, chateada por estar longe da família. Seria indelicado deixar aquela senhora tão fina tomar chá olhando para os presentes dos netos que estavam longe. E, afinal de contas, ele não tinha nada melhor pra fazer.

-Claro, senhora. Seria um prazer acompanhá-la - ofereceu o braço à mulher, como o perfeito cavalheiro que era quando lhe convinha.

-Obrigada, jovem senhor - a mulher respondeu, passando o braço pelo de Draco - Sou Katherine O`Conell. E o senhor é...

-Draco Malfoy. Desculpe-me, a senhora me parece familiar, mas acredito não conhecer seu nome.

-Na verdade, saí da Inglaterra muito jovem. Meu marido trabalhava na Áustria. Voltei para cá apenas há alguns meses, depois que ele faleceu. Estive em algumas festas do Ministério da Magia inglês talvez por isso eu lhe seja familiar.

Dirigiram-se para uma casa de chá próxima. O dono, que já estava fechando, não pareceu muito feliz ao perceber que dois clientes adentravam a loja. O rosto do homem, todavia, se abriu em um sorriso ao identificar a mulher.

-Senhora O`Conell, que prazer recebe-la! Não espera vê-la por aqui hoje.

-Obrigada, senhor Baker. Eu também não esperava estar aqui hoje. Espero não ter chegado em má hora - apesar de educada, a mulher mostrava-se um tanto quanto arrogante.

-Claro que não, senhora. É sempre uma honra servi-la. Posso leva-los a uma mesa? - o homem perguntou enquanto indicava-lhes o caminho.

-E então, meu caro - a mulher começou quando já estavam servidos - quando pretende se declarar à bela ruiva que vimos há pouco?

Draco sentiu como se tivesse recebido um balde de água gelada na cabeça. Pensou que tivesse entendido errado.

-Desculpe, senhora, o que disse?

-Talvez eu esteja sendo um pouco indelicada, mas não é preciso ser bruxa para ver os olhares que você lançou àquela linda jovem.

Era demais! Aquela mulher aparecia do nada, o arrastava para uma casa de chá em plena véspera de Natal e agora queria se meter em sua vida. Se ele tivesse seguido seus instintos e se livrado dela da forma grosseira com que sempre tratava aqueles que o importunavam, não teria escutado tamanho absurdo. Fora a gota d`água!

-Eu!? Apaixonado por aquela Weasley!? - Draco não estava sendo polido ou cortês, sua expressão era de indignação e nojo - A senhora deve estar louca!

-Não, meu caro - o sorriso frio da mulher permaneceu imutável - e receio que sua atitude só veio acabar com qualquer vestígio de dúvida que eu pudesse ter.

Será que ele era assim tão transparente? Por Deus, não! Ele não estava apaixonado por ela, não PODIA estar! E quem aquela mulher pensava que era para falar com ele daquela forma? Ela nem o conhecia! Colocando sua expressão mais impassível, Draco resolveu que sua boa ação de Natal acabava por ali.

-Sinto informa-la que está enganada. Estudei na mesma escola que aquela "jovem" e posso garantir que nada nunca existiu ou existirá entre nós. Já perdi tempo demais por aqui - ele já se dirigia para a porta, mas ainda escutou a senhora dizer uma última coisa.

-Talvez se você tivesse tido coragem há alguns anos não estivesse sozinho esta noite. Mas, quem sabe? Afinal, é Natal e uma surpresa pode lhe esperar ao amanhecer.

Aborrecido, Draco vestiu seu casaco e saiu para a rua. Definitivamente, precisava de sua cama.

N/A: Oi, galera!!! Apesar te naum ter recebido muitos comentários, to atualizando a fic pq tem gente q tah acompanhando e seria uma falta de respeito com essas pessoas q eu ficasse enrolando. Bom, a fic ainda tah meio parada, mas prometo q o próximo capitulo terá mais ação. Calma, galera, eh o começo, algumas explicações têm q ser dadas! Eu jah comecei a escrever o terceiro capitulo e ele tah sendo o mais divertido de se fazer ateh agora. Esperem pra conhecer duas figurinhas únicas na próxima atualização! E naum esqueçam de comentar! Senaum faço pirraça e paro de postar (hehehe)!!! Ah, agradecimentos a quem jah tah acompanhando! Beijos!!!!

N/A 2:Bom, eu sei q a formatação da fic tah péssima, mas eh q eu naum sei muito de pcs e muito menos do sistema do ff.net. Se soh tah aceitando reviews assinadas, juro q naum sou culpada, naum sei mexer direito com isso! Se alguém quiser me ajudar, serei eternamente grata!!!!