Insanidade

ATENÇÃO! ESSE CAPITULO POSSUI UM GRANDE SPOILER DE HP E ODF. COMO JAH DISSE, SE VC NÃO LEU O LIVRO, SUGIRO QUE VC O LEIA ANTES DE PROSSEGUIR, OU ENTÃO DESENCANA E ESTRAGA A "SURPRESA" (Q TODO MUNDO JÁ SABE MESMO...).

Sentiu o sol em seu rosto. Elfos idiotas! Deixaram as cortinas abertas? Não, não podia ser. Lembrava-se de tê-las visto fechadas. Bem, de qualquer forma, não iria levantar para fechá-las. Estava tão aconchegado com aquela mulher em seus braços...

Mulher!? Não tinha dormido com ninguém na noite anterior. Abriu um dos olhos e viu uma cascata de fios incrivelmente vermelhos em seu peito. "Bom", pensou, "se eu estou sonhando, pra que acordar?" Envolveu o corpo que estava sobre ele com um pouco mais de força. Sentiu o cheiro delicado que o cabelo dela exalava. O sonho parecia tão real...

-Só mais uns minutinhos, amor - a mulher resmungou .

-Quantos você quiser... - ele respondeu, ainda sonolento.

Ela se aninhou mais em seus braços e deu-lhe um leve beijo no peito. Não estava sonhando. Ele realmente tinha sentido aquele beijo. Tão doce, tão suave, tão macio. Involuntariamente, sorriu. Há quanto tempo nenhuma mulher lhe beijava daquele jeito? Alguma já o beijara desse jeito? Não que ele se lembrasse agora.

Sentiu ela virar a cabeça em sua direção e levantá-la. Ele abriu os olhos para finalmente descobrir como era o rosto daquela companhia tão agradável. Ela estava com o queixo apoiado sobre as mãos cruzadas em cima dele. Sorria. Um sorriso tão sincero que contagiava. Mas não foi nada disso que chamou a atenção de Draco. Ali, bem na sua frente, estavam aqueles grandes olhos castanhos, tão densos e profundos que pareciam ler seus pensamentos e sentir todas as suas emoções.

-Weasley!? - ele se ergueu , olhando abismado para ela.

-Draco, o que deu em você? - o sorriso tinha desaparecido de seu rosto e seus olhos se encheram de indignação e dúvida.

Draco!? Ela o chamara de DRACO? Desde quando a Weasley lhe tratava com tanta intimidade? E como ele foi parar numa cama com ela? Aquela velha deveria ter colocado alguma coisa em seu chá, não tinha outra explicação. Era isso! A Weasley deveria estar doidinha por ele e armou esse plano com a mulher que aparecera na noite anterior. Como ele fora tão burro?

Olhou à sua volta. Aquele não era seu quarto, não era sua casa. Os móveis baratos, as cortinas claras que não barravam a luminosidade, as roupas espalhadas pelo chão, os livros empilhados nos cantos. Nunca um Malfoy dormiria num lugar como aquele em sã consciência.

-O que você está fazendo aqui? O que EU estou fazendo aqui? - ele já estava levantando a voz.

-Draco, se isso é algum tipo de brincadeira, não tem graça! - ela ainda o olhava assustada, suas bochechas começando a ficar rosadas.

Foi então que Draco ouviu um estrondo. A porta do quarto se escancarou em meio a uma pequena nuvem de fumaça. Entrando no cômodo, ele viu dois garotos que gritavam e pulavam. Eles saltaram sobre a cama, ignorando totalmente Gina e Draco.

-Maldito comensal, eu vou te matar! - um dos meninos disse, apontando para o outro o que parecia ser uma réplica de espada.

-Há, há, há! Você pode até tentar, amigo de trouxas! - o outro respondeu enquanto balançava uma varinha no ar. O objeto, então, emitiu um guincho e se transformou num rato de borracha.

Os garotos desataram rir e caíram deitados na cama. Jogaram o rato e a espada longe, enquanto riam cada vez mais alto. Eles tinham em torno de sete anos, os cabelos loiros platinados e os olhos acinzentados. Draco, no entanto, teve certeza de que eles eram Weasley. Não eram somente as sardas e a maneira tão espontânea com que riam, mas principalmente o fato de que eram idênticos, gêmeos Weasley!

-Michael, Gabriel! Quantas vezes eu já disse para vocês baterem na porta antes de entrar! - Gina estava ficando cada vez mais vermelha, já começava a gritar - Quem tirou a Rachel do berço?

Ela saiu da cama e pegou um bebê que engatinhava perto da porta. A pequenina, que tinha os olhos também acinzentados e os cabelos vermelhos formando cachinhos nas pontas, riu e bateu as mãozinhas quando foi erguida. Gina sentou-se na cama e colocou-a sobre suas pernas. Deu-lhe um beijinho no alto da cabeça e se voltou para os meninos.

-E então? Não vão responder? - sua cara era de poucos amigos.

-Mãe, alguém precisa fazer o papel de trouxa indefeso! - um dos dois se sentou, parando de rir.

-É, quem melhor do que essa chorona pra eu tentar destruir! - o outro acrescentou soltando uma gargalhada falsamente maléfica.

-Michael, não tem graça. Você não é um comensal, então pare com essa bobagem de dizer que vai destruir todos os trouxas que encontrar. E não chame mais a sua irmã assim. - a voz de Gina não estava mais alterada.

-Hei, pai, onde estão nossos presentes? - Gabriel virou-se para Draco e começou a pular na cama de novo.

Draco observava tudo atônito. Por Deus, onde estava? Como tinha ido parar ali? Quem eram aquelas crianças? Essas eram algumas das perguntas que martelavam em sua cabeça antes de ouvir um dos loirinhos chamá-lo de "PAI". Sua mente parou. Arregalou os olhos, abriu e fechou a boca algumas vezes, mas não conseguiu dizer nada.

A essa altura o outro garoto também estava pulando e gritando "presentes, presentes". Gina mandava os dois pararem enquanto tentava sem sucesso acalmar a bebê em seus braços que começara a chorar. Voltando a si, Draco saiu do meio da bagunça, achou algumas roupas pelo chão, vestiu e saiu do quarto.

Olhou para os dois lados do corredor onde estava. Avistou uma escada e foi em direção a ela. Desceu correndo. Precisava sair daquela loucura logo. Chegou ao pé da escada e se precipitou em direção à porta que provavelmente sairia para a rua. Esta, entretanto, se abriu, deixando duas pessoas entrarem.

-Bom dia, Draco! Feliz Natal, querido - uma senhora ruiva e gorducha o abraçava enquanto sorria - Onde está Gina? As crianças já acordaram? Arthur, cumprimente o Draco!

-Bom dia, Malfoy. Feliz Natal - o cumprimento foi frio, apesar de educado.

-Francamente, Arthur, às vezes você é tão infantil quanto o Rony! - a mulher se voltou novamente para Draco - E então, querido, onde estão todos?

A cabeça de Draco latejava. Reconhecera o casal Weasley. Sempre os via no Expresso Hogwarts nos seus tempos de escola. Apesar de estarem bem mais velhos, ele tinha certeza que eram eles. Mas por que eles estavam falando com ele? Por que agiam como se o conhecessem há anos, como se ele fosse seu parente?

-Draco, você está bem? - a senhora Weasley abandonara o sorriso e parecia preocupada - Arthur, acho que ele está passando mal. Veja como ele está pálido! Faça alguma coisa antes que seu genro caia desmaiado!

Do que aquela mulher tinha acabado de lhe chamar? GENRO!? Será que todos tinham enlouquecido? Ele não fazia parte daquela família, ele não era casado com a Weasley! Ele no máximo tinha passado a noite com ela e nem se lembrava disso. Precisava sair dali urgentemente.

Sem esperar que alguém tentasse impedi-lo, Draco passou pelos dois que o separavam da porta e ganhou a rua. Olhou para os dois lados e não reconheceu nada. Colocou as mãos na cabeça e passou-as pelo rosto. Onde estava? Não tinha a mínima idéia. Teve consciência de que era um bairro bruxo, as pessoas que estavam por ali com certeza não eram trouxas, mas não sabia que lugar era aquele e, o mais importante, como voltar à mansão Malfoy.

Escutou vozes dentro da casa. Essas pessoas definitivamente não sabiam falar baixo! Tinha que pensar rápido. Olhou novamente à sua volta e avistou uma vassoura. Correu para ela. Não era muito boa, mas servia. Subiu e se impulsionou para o ar. Ainda conseguiu ouvir a porta abrir antes de ganhar altura.

E agora, pra que lado iria? Resolveu sair logo daquele bairro antes que alguém o alcançasse. Voou por mais ou menos meia hora até avistar o subúrbio de Londres. Sua casa não estava longe. Mais alguns minutos e poderia ver os jardins da mansão Malfoy. Estaria livre daquele pesadelo.

Desceu diante das grades altas e negras que separavam o grande jardim da rua. Tinha alguma coisa muito estranha. As árvores desgrenhadas, a grama alta e as roseiras de sua mãe mortas davam um aspecto de abandono à sua casa. Passara por aquele jardim na noite anterior, não era possível que essa mudança tivesse acontecido em apenas algumas horas.

Forçou a grade. Trancada. Viu que grossas correntes impediam que o portão se abrisse. Vasculhou seus bolsos a procura da varinha. Nada. Devia ter ficado na casa da Weasley. Maldição! Tudo estava dando errado! Tentou aparatar dentro da mansão, mas não conseguiu. Alguém tinha colocado um feitiço anti-aparatação no lugar. Merda, mil vezes merda! Que diabo estava havendo?

Começou a balançar a grade novamente. Em poucos momentos já estava chutando o portão de ódio. Suas mãos estavam arranhadas, o rosto vermelho e suado, mas ele não parecia sentir. Nada o impediria de entrar em sua casa.

Sem se importar com a possibilidade de ser confundido com um ladrão, Draco pulou o portão. Ao cair do outro lado, percebeu que a vassoura em que voara continuava encostada no muro. "Seu idiota, podia ter voado aqui pra dentro!". Sentiu-se mais burro ainda ao ver o estado que tinha deixado suas mãos. "Bom, não vai adiantar muito eu ficar aqui me condenando". Seguiu em direção à entrada da casa amaldiçoando todas as coisas do céu e da terra.

Depois de alguns minutos de caminhada pelo imenso jardim, chegou até a porta de entrada. "Maravilhoso, está trancada também!". Tomara que ele nunca descobrisse o responsável por aquelas brincadeirinhas, ou então que Deus tivesse piedade do engraçadinho por que ele não teria.

Olhou para o alto a procura de alguma janela por onde pudesse entrar. Xingou-se mais uma vez por não estar com a vassoura. "Não vou voltar tudo isso pra pegar aquela droga!". Avistou a janela do segundo andar que dava para uma pequena sala de estar. "É essa mesmo", pensou já começando a escalar a parede de pedra enegrecida pelo tempo.

Conseguiu entrar sem problemas. Assustou-se ao ver o estado em que a sala estava. Irreconhecível. Os móveis fora do lugar, alguns até quebrados, as mantas sobre os sofás rasgadas, as teias de aranha tomando conta de tudo e um cheiro de mofo insuportável. Começava a duvidar que aquilo tudo fosse uma simples brincadeira.

O mais absoluto silêncio reinava. Caminhou até a porta. Abriu-a com um rangido. Esperou para ver se alguém aparecia. Nada. Onde estavam os elfos domésticos? Saiu para o corredor e não se impressionou mais ao constatar que a situação deste não era diferente das outras partes da casa em que estivera. Sentiu um aperto no peito. Ver o lugar onde crescera naquele estado era horrível.

-Hei, tem alguém aqui? - gritou, mas não obteve resposta.

Continuou andando cuidadosamente por sua casa empoeirada e desorganizada. Percebeu que alguém o seguia. Olhou para trás e só encontrou o corredor vazio. Sabia que estava sendo observado. Ah, daria tudo para estar com a sua varinha agora! Viu a porta de seu quarto entreaberta. Seguiu até ela sem alterar o ritmo de seus passos.

Aquele era seu quarto, claro, mas não estava como o vira na noite anterior. Além da poeira e do aspecto de abandono, a decoração estava totalmente diferente. A cama de modelo antigo com almofadas verdes e pretas no centro do cômodo, o baú de brinquedos com o símbolo da Sonserina, o tabuleiro de xadrez bruxo, os móveis que já tinha trocado. Ficou observando por alguns instantes. Era como voltar no tempo, como voltar à época anterior à morte de Lucio. Estava diante de seu quarto de anos atrás.

Escutou um ruído. Lembrou-se de que alguém mais estava ali. Caminhou até a sacada. Abriu-a e esperou alguns instantes. Sentiu que o "espião" estava às suas costas. Sua mão, apoiada no parapeito, encontrou um graveto. "Já que não tenho varinha...". Segurou firme o pequeno pedaço de madeira antes de virar-se bruscamente com o mesmo empunhado.

O pequeno elfo soltou um guincho assustado. Permaneceu parado, o corpo todo tremendo e os grandes olhos arregalados. Draco o reconheceu. Era o elfo que pertencera a Sirius Black e que fora usado por seus pais em uma armadilha para o Potter. Lembrava-se de que depois da morte do último dos Black sua mãe o trouxera para a mansão na esperança de extrair informações. Mas também se lembrava que seu pai o mandara matar quando ele não era mais necessário. O que, então, ele fazia ali, diante de seus olhos?

-O que você faz aqui? Pensei que meu pai tivesse acabado com você - Draco perguntou, a "varinha" apontada para a pequena criatura.

-O que Kreacher faz aqui? - os olhos do elfo se apertaram e se encheram de ódio - O que o senhor, traidor como é, faz aqui?

Draco olhou intrigado para o monstrinho. Do que ele estava falando?

-Veio desonrar mais uma vez a memória de sua mãe? Kreacher pede aos deuses que o senhor Malfoy o encontre logo e o faça sofrer muito antes de matá-lo! - o elfo tremia, mas agora era de raiva.

-Como ousa falar comigo dessa forma, ser repugnante?

-Kreacher não tem medo do jovem senhor Malfoy. Kreacher tem raiva, muita raiva. Kreacher só não foi ainda para junto dos outros elfos por que não quer morrer sem ver mais um traidor ser destruído, não quer morrer sem ter a certeza de que aquela amante de trouxas nunca colocará os pés aqui!

Draco ficou parado, a boca entreaberta, enquanto o elfo saia correndo do quarto. Desonrar a memória de sua mãe? O senhor Malfoy matá-lo? Amante de trouxas? Do que aquele infeliz estava falando? E o que ele fazia vivo? Não, ele era só um elfo doméstico muito velho e muito louco. Precisa da ajuda de alguém que não tivesse perdido a sanidade mental. Iria até seu escritório. Era Natal, ele sabia, mas muitos deveriam estar trabalhando, inclusive ele, para que o negócio com o Ministério alemão fosse fechado logo.

Saiu da casa da mesma forma com entrara. Não perderia tempo tentando abrir a porta principal. Correu pelo jardim, pulou a grade e pegou a vassoura. Em minutos estaria em seu escritório e com certeza encontraria uma explicação plausível para tudo aquilo.

Antes que ele pudesse levantar vôo, no entanto, ele a viu. Parada do outro lado da rua, com o mesmo sorriso superficial, estava a mulher que encontrara na noite anterior. Sem pensar, Draco largou a vassoura e correu para ela.

-O que você fez comigo? O que você fez com a minha vida? - Draco a segurava pelos ombros enquanto gritava. A mulher, ainda sorrindo, apenas olhou-o demoradamente antes de responder.

-Eu não fiz nada, meu caro. Foi você quem fez.

-Como assim EU fiz? Eu não fiz nada! Por Deus, eu fui dormir ontem e acordei num mundo totalmente louco! - Draco a soltara e passava as mãos pelos cabelos nervosamente.

-Acalme-se, querido. Você apenas fez uma escolha. Você não se contentou em rolar na cama por noites e noites pensando naqueles belos olhos castanhos. Você teve coragem. Você enfrentou a todos e a tudo e a convenceu de que o que parecia loucura nada mais era que amor.

-Não, eu não fiz escolha nenhuma! Eu segui minha vida. Eu preservei o nome da minha família, mantive nosso prestigio, salvei minha fortuna e encontrei outras ruivas que fizeram com que eu esquecesse a maldita noite da minha formatura! - Draco gritava e gesticulava, estava totalmente fora de si.

-Não, meu caro, AQUI você não seguiu sua vida. Você seguiu algo que muitos duvidavam que você tivesse: seus sentimentos. Mas, é claro, casar com aquela jovem foi apenas uma das conseqüências que essa sua escolha trouxe, não só para você, mas para muitos outros. Você logo descobrirá do que eu estou falando - os olhos da mulher brilharam por um instante, um brilho que arrepiou Draco - Volte para sua casa, para sua família. É manhã de Natal, seus filhos devem estar sentindo sua falta.

Ele ainda tentou retrucar, dizer que ela estava louca, que ele não tinha família, muito menos filhos, mas a mulher já tinha aparatado dali.

Passou as mãos pelo cabelo e olhou à sua volta. Ninguém. Nada. Caiu de joelhos no chão e socou-o enquanto gritava. Estava perdido. Totalmente perdido.

N/A: Bom, tah aki o terceiro capitulo. Ateh agora foi o q eu mais gostei de escrever. Eu naum disse q vcs conheceriam duas figurinhas únicas? E olha q eles ainda nem começaram a aprontar... E quem serah essa mulher misteriosa? Algumas pessoas disseram q gostaram dela, outras estão desconfiadas. O q eu posso dizer? Nada, ou estrago a surpresa! Esperem pelo desenrolar da historia pra descobrir quem tah certo. Ah, e por favor, naum esqueçam as REVIEWS!!!!

N/A 2: Gente, eu prometo q vou tentar mandar e-mails pra todo mundo q deixar um comentário pra fic, mas soh naum sei quanto tempo vou demorar pra fazer isso. De qualquer forma, quero agradecer a todos q taum lendo. Se taum gostando naum esqueçam de fazer propaganda pra outras pessoas e deixar recadinhos pra mim, blz? Soh to continuando pq vcs taum me dando um super animo. Valeu mesmo, galera!!!! Beijos e ateh a próxima!

N/A 3: No próximo capitulo, muita gente vai aparecer. Prometo deixar o Draco mais confuso ainda. Vou dar mais e mais nós na cabeça dele! HEHEHEHE!!!