Capítulo 1: Caindo pela Toca do Coelho

- Estou atrasado, estou atrasado. – Ao ouvir constantemente estes gritos, Heero foi retirado de seu sono.

- Hnn ... – Heero acorda e pensa – Na certa é o Duo que, para variar, acordou tarde novamente e ..... que lugar é esse?

Heero analisa o local onde se encontrava. Constata que estivera adormecido sob a sombra de um enorme Carvalho que se encontrava no topo de uma leve elevação em um campo gramado.

- Meu Deus, estou atrasado! – Ao ouvir novamente o som, Heero olha de quem a voz pertencia. Realmente estava certo, era Duo Maxwell, mas ....com enormes e negras orelhas de coelho?

Heero rapidamente se levanta e corre, até se por na frente do coelho Maxwell.

- O que está havendo aqui? – Questiona com sua habitual frieza.

Duo olha para o relógio em seu bolso e diz. – Estou atrasado, está muito tarde! Pobre da minha cabeça. – Deu um beijinho na ponta do nariz de Heero e disparou uma corrida saltitante, até sumir no meio do campo.

- Volte aqui Duo Max.... onde ele foi ? – Questionava totalmente sem graça que Duo desaparecera em meio ao campo.

Heero não tem alternativa e corre até onde o coelho sumiu e vê uma enorme toca de coelho.

- Provavelmente entrou aqui, mas ....... – Heero havia sido empurrado por alguém e começou a cair no interior da toca.

Contrariando todas as leis da física, conforme ia caindo, Heero sentia que diminuía de velocidade. A sua volta, no interior da toca, ele divisa uma enorme bagunça, de onde se sobressaiam portes de geléia abertos, livros espalhados, mapas, pratos, roupas, tudo o que se pudesse imaginar estava lá, fora do lugar.

- Realmente, quase bem próximo ao caos que chega a ser o quarto do Duo. – Fala Heero surpreso por ter feito uma piada enquanto parou de cair e ficou em cima dos pés.

- Onde estão minhas botas, onde está meu casaco, está tão tarde. – Novamente Heero ouve a conhecida voz e ao se virar vê o coelho pondo apressadamente um par de botas pretas junto com uma capa e desaparecer pelo lugar.

Heero estava estagnado num hall de entrada, um lugar cheio de portas.

- Por onde? – Questionava a si mesmo. – Só resta ver onde vão dar e decidir o melhor caminho. Tentava ser racional, mas ali nenhuma lógica funcionava. Várias das portas davam a lugar nenhum, simplesmente levavam aonde estava, outras possuíam um muro atrás e outras ainda que nem portas eram, sendo apenas pinturas na parede.

- Droga! Nada aqui funciona. – Gritava alto, devidamente frustado e com toda sua dignidade perdida. Olhou mais uma vez a sua volta e reparou numa pequena chave dourada em cima de uma mesa de vidro que não estava lá.

Heero imediatamente pegou a chave e procurou em qual das portas ela se encaixava, não tendo sucesso algum.

- Afinal qual é o motivo de se ter uma chave sem que ela sirva. – Gritava Heero, esquecendo todo seu alto controle. Afinal aquele não era um lugar comum em uma situação comum.

Após essas palavras, um vento vindo de lugar nenhum balançou levemente as cortinas que revelaram uma pequena porta.

- Por que não? – Dizia totalmente arrasado. Heero levou a chave e abriu a pequena porta que revelou um lindo jardim.

- Aqui está a saída, mas não posso passar por ela. – bufava de frustração – Não existe nada que eu possa fazer afinal? – Ele põe a chave novamente na mesa ao lado de uma garrafa.

- Uma garrafa? Isto definitivamente não estava aqui antes. – Heero pegou a garrafa e deu uma boa olhada vendo que no rótulo dizia: Me beba.

Com certeza é perigoso, explosivo, venenoso ou sei lá o que, mas que escolha eu tenho? – dizia entre risos por mais uma piada que fizera. Por fim decidiu beber o conteúdo da garrafa.

Não acredito! – Disse incrédulo depois de por a garrafa na mesa e começar a encolher. Poucos minutos depois, Heero não passava a ter mais que 25 cm.

- Agora eu posso ir ao jardim e sair daqui. – Pensou Heero, porém a porta estava novamente trancada e a chave em cima da mesa.

- Mais que droga, o que posso fazer. – Questionava totalmente sem esperanças até que ver uma minúscula caixinha de vidro ao pé da mesa. Ele abriu a caia e viu que dentro havia um pequeno bolo, e escrito na cobertura as palavras: Me coma.

- Bom, eu deveria comer isto – Concluía Heero – e, se o bolo me tornar grande poderei pegar a chave em cima da mesa e, se me tornar menor ainda poderei passar pela fresta da porta. De qualquer forma eu irei ao jardim e sairei daqui.

Heero comeu um pedaço do bolo, mas nada aconteceu, ele comeu mais um pedaço, e outro, até terminá-lo e ........