Capítulo 9
Sempre lá N/A: Espero que estejam a gostar da fic .... Obrigado, mais uma vez, pelos
comentários que para mim são muito importante

O choque tinha sido bastante violento, derrubando tanto a ruiva como a pessoa com que ela tinha chocado. Ela jazia agora em cima duma superfície macia que não sabia identificar. Depois de tentar restabelecer-se do choque, abriu os olhos que se encontraram com aqueles que mais ansiava no momento.

-Desculpa, a sério desculpa, eu ia ter contigo para te pedir desculpas. Diz que não ficaste chateado, por favor diz.
-Podias desviar-te um bocadinho? È que estou a ter algumas dificuldades em respirar – pediu.
-Desculpa, estás magoado? Dói-te alguma coisa? - Perguntou erguendo- se para ajeitar as roupas e o cabelo. Em seguida baixou-se ao lado dele para verificar se estava tudo bem com o loiro.
-Então dói-te alguma coisa?
-Não – Disse friamente, levantando-se de rompante, passando a mão nervosamente pelo cabelo.
-Desculpa, por favor.
-Acho que nunca ouvi tantas vezes a palavra desculpa num tão curto espaço de tempo.
-E então desculpas?
-Eu não sei .... Além da humilhação existe outro problema.
-E...?
-A pessoa que me humilhou.
-Desculpa, a sério, não era minha intenção, eu estou arrependida, eu sei que não devia ter feito o que fiz ontem....
-Estás desculpada.
-Por favor descul .... O quê???
-Estás desculpada.
-A sério? – Perguntou ainda descrente à medida que um grande sorriso se formava no seu rosto.
-Sim, a sério.

A ruiva agarrou-se ao pescoço do loiro dando pequenos pulos de alegria. Draco esboçou um sorriso verdadeiro, um dos poucos que havia dado.
-Podes parar – Disse ainda a sorrir.
-Oh ... claro! Obrigado! – Deu um beijo na face do loiro e em seguida soltou-o.
-Queres companhia até ao ministério? – Perguntou estendendo-lhe o braço. Ela apenas sorriu e segurou o braço dele.

Sem duvida aquela tinha sido uma manhã verdadeiramente atribulada. Depois de todos aqueles acontecimentos eles seguiram para o ministério e ficaram na conversa até à hora do almoço, resolvendo assim todos os problemas e pondo de parte todas as rivalidades.

Os encontros deles eram praticamente diários. Nos primeiros dias ainda se davam ao trabalho de inventar desculpas do tipo "Estava aqui perto e decidi passar por cá" mas depois isso deixou de ser necessário. Frequentavam agora locais que sabiam que o outro frequentava, fazendo parecer casuais todos os encontros.
O encontro dessa tarde não era excepção. Draco andava calmamente a passear pela avenida e observava as montras das lojas quando, avistou a ruiva a caminhar no sentido contrário ao dele, do outro lado da rua. Despreocupadamente atravessou a rua e alcançou Virgínia.

-Por aqui a esta hora?
-Isso pergunto eu. Eu moro aqui, esqueceste-te?
-Não, claro que não me esqueci, apenas decidi dar-te o prazer da minha companhia – A ruiva riu – E desfrutar igualmente da tua, claro – Acrescentou.
-Bem, já que o dizes.... Quem sou eu para contrariar – disse ainda a sorrir.

Continuaram a caminhar, lado a lado, tomando o caminho que a ruiva seguia anteriormente.

-Então, alguma novidade do rapazinho? – Perguntou, quebrando o silencio que se instalara.
-Por acaso ele deu noticias, disse que voltou de viagem e que espera que o nosso encontro seja logo.
-E o que é que tu achas dele?
-Como assim?
-O que é que pensas dele? Como é que ele é?
-Não sei, quer dizer, fisicamente só posso fazer especulações mas psicologicamente é interessante e parece ser culto também. Pude reparar nisso quando ele me escreveu ainda em viagem e da forma como ele descrevia os vários países que visitou. È bastante educado, ou pelo menos parece sê- lo. Tenho imensa vontade em conhece-lo pessoalmente.
-E depois de o conheceres? Quer dizer, se ele não for nada daquilo que estás a pensar.
-Bem isso só posso dizer depois de o conhecer, espero que seja brevemente. -Também eu ... - murmurou o loiro -O que é que disseste? -Nada, nada. Para onde vamos? -É domingo, não tenho nada para fazer e pelos vistos tu também não, visto que ainda temos aquela matéria para acabar, que tal ires a minha casa e desta vez eu prometo que não te ofereço café. -Se não há café tudo bem.

Depois de uma breve caminhada chegaram à casa da ruiva.

-Bem eu até te oferecia um café.... Mas as tuas experiências a esse nível não são lá grandes coisas, pelo menos as recentes. -Onde é que é a cozinha? – Perguntou ele deixando a ruiva um pouco surpreendida. -A... ali – Respondeu apontando para o corredor visível da porta da sala, onde eles se encontravam – é a porta do lado direito a seguir á sala. -Aqui está – disse cinco minutos depois, apresentando à ruiva duas chávenas de café – Assim não corro o risco de acabar com as calças na mão – Ela apenas riu. -Por onde começamos? -Tenho de ir a casa buscar o material, volto num segundo – disse desaparatando-se.

.....

-Virgínia, Virgínia –Chamou da sala onde tinha acabado de se materializar. Distinguiu umas vozes vindas do outro lado da casa

-Não...... por favor ...... - ouviu a ruiva a dizer num tom suplicante.

Saiu da sala seguindo o corredor até ao fundo, indo ao encontro da voz de Virgínia

-Pára .... Por favor – ouviu mais uma vez a ruiva. A voz vinha de trás da porta onde se encontrava parado e sem hesitar mais empurrou a porta.

-Draco – Balbuciou a ruiva correndo na direcção do loiro, abraçando-o pela cintura e pousando a cabeça no peito dele –Não deixes que ele .... -Não te preocupes – Disse afastando-a delicadamente – O que é que pensas que estás a fazer? – Perguntou num tom agressivo, voltando-se para o homem que à segundos atrás segurava a ruiva à força.

-Então perdeste a fala? Diz logo o que é que querias com ela! – Gritou. Estava quase a bater no homem que se encontrava à sua frente – Sai daqui imediatamente! Agora! E nem penses em aparecer de novo! O homem por muito corajoso que fosse tinha acabado de desistir de retrucar perante a reacção explosiva do loiro, os seus olhos cinzentos estavam agora cor de carvão irradiando puro ódio e os seus punhos estavam cerrados numa tentativa de controlar a sua raiva. Assim que o homem saiu do quarto e se ouviu a porta da rua a bater Draco voltou-se para a ruiva e abraçou-a carinhosamente. -Estás mais calma? – Perguntou dando um pequeno beijo na testa da ruiva.

Ela continuava a chorar mas não tão intensamente como antes.

-Não fiques assim ... já passou .... Não fiques assim – Acariciava docemente o rosto da ruiva, tentando secar as lágrimas que escorriam.

-Obrigado – murmurou.
-Agora diz-me, que era aquele?
-Hugh Parker.
-Aquele da outra vez?

Ela apenas acenou afirmativamente.

-Agora é que eu o divido em dois! Como é que ele teve coragem de te magoar duas vezes?!? Ele vai ver só!!!
-Deixa Draco.
-Deixa nada. E se eu não tivesse chegado?!? O que podia ter acontecido se eu não estivesse aqui?!?!
-Eu sei mas .... Não vale a pena ... e eu não quero ter problemas .... Ele é o responsável pelo prédio .... Eu não posso sair daqui .... Não posso voltar para a casa dos meus pais, não agora .....
-Mas tu não podes ficar aqui! Ele pode aproveitar-se da situação e eu não vou deixar isso acontecer. Tens de sair daqui.
-Mas eu não .......
-Eu sei que não podes e não queres sair daqui agora mas não tens mais ninguém?

A ruiva acenou negativamente.

-Depois resolvemos isso – encaminhou-se até à cama e sentou-a – Eu já volto.

Regressou pouco depois carregando uma chávena.

-Bebe, vais ficar mais calma.

Ela sorriu em agradecimento. Draco apenas observava a ruiva. Num gesto automático colocou uma madeixa de cabelo da ruiva atrás da orelha, passando ao de leve a mão no rosto dela. Ela que até ai mantinha o olhar fixo no chão, ergueu-o para encarar o loiro.
A distância entre os dois era pequena e diminuiu ainda mais quando o loiro se aproximou de Virgínia. Os seus olhos estavam fixos e eles nem ousavam pestanejar. A distância entre os dois corpos diminuía a cada respiração, eu era cada vez mais intensa. Draco voltou a passar a mão na face da ruiva mas desta vez não tirou, ficando assim a segurar o queixo dela. Virgínia pousou a chávena e passou as mão no pescoço do loiro, fazendo-o arrepiar e puxou-o para sim o que fez com que o espaço que existia entre os dois desaparecesse. O beijo começou com um simples roçar de lábios. Naquele momento a razão parecia não existir e como tal eles entregaram-se totalmente ao beijo, depositando nele todos os seus sentimentos. A intensidade do beijo foi aumentando, sendo quebrado pela necessidade de oxigénio. Draco abraçava a ruiva pela cintura mantendo-a próxima do seu corpo. Virgínia por sua vez mantinha os braços em volta do pescoço dele e acariciava alternadamente os cabelos e o pescoço do loiro.

-O que é que se passa connosco? – Murmurou a ruiva – Acabamos sempre aos beijos. O que é que está a acontecer connosco? – Voltou a perguntar.
-Eu não sei – "Só sei que é bom. Bom não, muito bom" completou mentalmente

----- //----- Fim do 9º Capítulo ----- // -----

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