Pretérito Imperfeito Capítulo 1 – O caso

Gina Weasley estava sentada em sua mesa de sua sala do Departamento de Mistérios, do Ministério da Magia, entediada como sempre.

Nunca lhe davam um trabalho que realmente valesse a pena. Seu chefe, Morgan Goldman, não confiava à "pequena Weasley" missões importantes e ao invés disso, lhe dava, segundo ele, trabalhos de menos esforços, o que Gina preferia chamar de trabalho para vagabundos.

É claro que Virgínia Weasley não era mais assim tão pequena, afinal, já tinha vinte e um anos, por isso não era mais aquela garotinha apaixonada por Harry Potter como há tempos fora. Não. Gina Weasley era agora uma linda mulher. Alta, magra, dona de um corpo escultural, com longos cabelos vermelhos flamejantes levemente ondulados e encantadores olhos castanhos. Entediada com sua vida, sim, mas não vamos entrar em detalhes.

Estando sempre entediada, sempre tinha tempo para pensar inele/i. Mas não queria fazê-lo agora. Ele havia estragado sua vida, porquê mereceria espaço nos seus pensamentos? Mas se fosse assim tão fácil...

Acabara todo o pouco trabalho que tinha para fazer. Não faria mal em ir embora um pouco mais cedo, ao menos ela achava que não. Olhou para o relógio na parede. 6:35. É, sair vinte minutos mais cedo não ia fazer diferença, afinal, ninguém sentiria sua falta mesmo. Aliás, achava também que, se tinha este emprego era somente porque seu irmão Ronald Weasley, agora um famoso auror junto de Harry Potter e Hermione Granger, seus amigos e companheiros de trabalho (Hermione também era sua noiva), "induzira" Goldman a empregar sua irmã. Não que ela fosse incompetente, claro que não, ninguém achava isso, só achavam que ela era muito nova para trabalhos maiores. De fato, ela não era, mas muitos se deixavam enganar por seu rosto com expressões delicadas e pele sardenta, que a deixava com cara de criança. Puro preconceito.

Suspirando, Gina juntou algumas pastas em cima da mesa.Levantou-se, pegou sua bolsa e seu casaco, e saiu da sala.

Estava distraidamente passando em frente à sala de seu chefe, quando uma conversa dentro da mesma lhe chamou à atenção.

- Não sei, Randall, todas as agentes que temos que são aptas a cumprir essa missão não tem condições físicas para isso, se é que me entende – resmungou Goldman parecendo preocupado.

- São... feias, é isso? – perguntou Randall, um dos melhores agentes do Departamento, um homem bem alto, moreno e de olhos cor de âmbar.

- Exato.

- Então você está me dizendo que tudo o que precisamos fazer é achar uma agente nova, com competência e beleza suficientes?

- Acertou de novo, Randall. Quem me dera que fosse tão fácil falar quanto fazer. Mas parece impossível!

- Pois é. Mulheres são assim: ou são inteligentes ou são bonitas, nunca os dois!

O rosto de Gina se iluminou com um sorriso. Não sabia que diabos de missão era aquela, só que sentia que era hora de agir. Sem hesitar, entrou na sala com um sorriso desdenhoso que havia aprendido com um certo alguém a fazer.

- Ora, Randall, que pensamento machista o seu! – provocou.

Goldman e Randall olharam para a ruiva como se ela fosse um riacho no meio do Saara. Goldman abriu um sorriso de orelha a orelha.

- Virgínia, quantos anos você tem?

- Vinte e um. – respondeu, não entendendo a razão da pergunta.

- O que você acha, Randall? – perguntou, olhando para o outro com esperança.

- Não sei Goldman, você é o chefe – resmungou o homem, parecendo contrariado.

- Acho que você é perfeita, Virgínia! A missão que tenho em minhas mãos é achar uma agente que tenha capacidade para uma missão da Organização dos Aurores. Acho que você é a melhor que posso conseguir.

- E como seria essa missão? – perguntou Gina hesitante. Ela já conhecia há muito essa irritante mania dele de fazer trabalhos patéticos parecerem extremamente excitantes.

Goldman alargou ainda mais o sorriso, o que parecia ser difícil, e pôs-se a contar a Gina o que ela teria de fazer caso aceitasse o trabalho.

No começo, Gina hesitou em aceitar, mas ao perceber a importância da missão, decidiu que seria totalmente estúpido da sua parte não aceitá-la.

Então, meia hora depois, Goldman terminou de explicar os detalhes, sorrindo tão ou mais satisfeito que antes.

- Pode considerar a missão cumprida, Sr. Goldman. Terá aqueles códigos em suas mãos, não se preocupe – disse entusiasmada, levantando-se para ir para casa preparar os arquivos, as pastas, as identidades... tudo o que ele pedira para ela fazer. E ela não tinha muito tempo para se organizar.

Aquela certamente seria a maior missão de sua vida. Teria que viajar da Inglaterra para os E.U.A., mais precisamente em Los Angeles na Califórnia, se encontrar com Comensais da Morte americanos (não iria precisar de disfarces, pois como eram americanos não a iriam reconhecer, assim esperava) e obter alguns códigos que seriam a chave central para destruir o Lorde das Trevas de uma vez por todas.

É claro que teria a ajuda de um parceiro de trabalho para fazer tudo isso. Lembrando-se desse detalhe, ela tornou a se virar para os dois homens.

- Mas quem será meu parceiro, afinal? Vocês ainda não me disseram – perguntou, nem percebendo o visível e súbito constrangimento na face de Goldman. Olhava para Randall com uma expressão de deboche. – Você, Randall?

- Não – negou Randall, com uma expressão de satisfação quase assassina na face. – Draco Malfoy.