Pretérito Imperfeito
Capítulo 2 – Draco Malfoy
Draco Malfoy estava sentado em sua confortável poltrona em sua esplêndida sala na Organização dos Aurores, da qual ele era chefe. Estava, sim, entediado como sempre.
A Organização há muito estava tentando descobrir um jeito de obter informações dos Comensais da Morte sem que Voldemort soubesse, mas parecia estar totalmente fora de cogitação. Porém, recentemente eles haviam descoberto um importante grupo de Comensais americanos que eram tão importantes quanto os ingleses. Draco investigara pessoalmente todos os movimentos desse grupo. Até descobrira coisas importantes, mas não era o bastante. Teria que infiltrar alguns agentes disfarçados naquele "ninho de cobras" e descobrir mais coisas. E principalmente, teria que descobrir os códigos para entrar no refúgio de Voldemort, que ninguém tinha certeza de onde era.
Assim sendo, Draco havia se decidido que ele teria que ir pessoalmente aos E.U.A e se infiltrar no grupo. Afinal, como diz o ditado, se quer um trabalho bem feito, faça você mesmo. Mas não poderia ir sozinho, precisava de um companheiro.
Depois de pensar melhor no assunto, ele decidiu que uma parceira seria melhor, já que as mulheres têm a fascinante capacidade de subordinar um homem a fazer o que elas querem que façam. Mas é claro que ele não admitiria isso.
Então, após muito procurar uma candidata capacitada para o trabalho na Organização e não achando nenhuma boa o suficiente, decidiu-se por pedir a Goldman, o chefe do departamento de quem era muito amigo, uma agente do Departamento de Mistérios. Ele estava tão frustrado de não achar uma auror que correspondesse aos requisitos, que disse que qualquer uma "boa e bonita" serviria. Ele confiava na capacidade do homem, talvez até mais do que na própria, visto que não achara ninguém.
É claro que haviam auroras boas e bonitas na Organização, mas Hermione Granger, uma delas, não seria a parceira, digamos assim, ideal. Primeiramente, por ser namorada de Rony Weasley. Segundo, porque só trabalhava em companhia de seu namorado e Harry Potter. E se isso já não fosse o suficiente, poderia dizer que simplesmente não a suportava. Havia outras, como Maggie Anderson e Frida Webber, mas Draco tivera um caso com as duas ao mesmo tempo por um ano sem que elas soubessem, de modo que nenhuma das duas trabalhava mais diretamente com ele.
Suspirando, ele separou mais uma lista de papéis para assinar. Tentava de todo jeito não pensar inelai/, e às vezes até conseguia, por estar abarrotado de trabalho, mas outras ele realmente quase não suportava a saudade que sentia dela.
Fora tão estúpido! Se naquela época não fosse tão mimado e imaturo, poderia ainda tê-la ao seu lado, mas por ser tão orgulhoso, a perdera.
Se bem que achava que seu orgulho não iria acabar nunca, ao menos não nesse sentido da palavra.
Batidas na porta interromperam seus pensamentos.
- Com licença, Sr. Malfoy – era Valerie, sua secretária. – O Sr. Randall está aqui a mando de Goldman. Devo deixá-lo entrar?
Draco bufou.
- Por que é que Morgan o mandou? – perguntou mais para si mesmo que para a mulher, irritado.
- N-não sei.
- Mande-o entrar.
Valerie saiu rapidamente da sala e em instantes, Randall entrou, sorrindo cinicamente.
- Olá Draco, como vai?
Draco cerrou os dentes. Como alguém poderia ser tão cínico?
- Em primeiro lugar, nunca me chame de Draco, você não tem essa intimidade. E não, não estou nada bem com você à minha frente.
Randall continuava com a mesma expressão cínica na face, mas seus olhos cor de âmbar faiscaram perigosamente, o que não assustou nem um pouco o louro.
- Acho que você vai precisar guardar seu mau-humor para depois Malfoy, porque Goldman já achou uma parceira perfeita para você – disse, e Draco percebeu um inconfundível tom de ironia na voz do homem. Havia mágoa também, mas esta estava tão reprimida que ele nem a notou.
- Pois então, quem é? – perguntou impacientemente, tentando não parecer ansioso.
Randall fez exatamente a mesma expressão de satisfação do dia passado, no escritório de Goldman, quando contara a Gina com quem ela iria trabalhar.- Virgínia Weasley.
Draco imediatamente empalideceu. Encarou Randall por um momento, antes de sorrir sarcasticamente.
- Chega de brincadeiras, Randall, não gosto disso.
O moreno soltou uma gargalhada satisfeita.
- Brincadeira, Malfoy? É isso o que você acha que é? – perguntou. Era visível que ele se divertia muito com a situação.
- Quem tomou essa decisão? – quis saber, agora com uma expressão ilegível na face.
- Ora, Goldman! Quem mais seria?
- Você! – exclamou. – Você seria bem capaz disso! Sabe muito bem de tudo o que aconteceu!
- Mas não fui eu. Estávamos, eu e ele, discutindo sobre isso quando Gina entrou na sala já me desafiando. Odeio quando ela faz isso – completou, mais para si mesmo do que para Draco. - Então Goldman disse que ela era perfeita para isso, coisa e tal. Contou-lhe a missão inteira, o que achei muito precipitado da parte dele. Ela estava muito entusiasmada em fazer este trabalho, sabe Malfoy. Somente quando eu lhe disse que você seria o parceiro dela é que... você sabe.
- Não, não sei – Draco disse, tentando inutilmente não parecer desesperado pela resposta. – O que ela disse?
Randall lhe deu um sorriso desdenhoso, que se parecia muito com o seu próprio.
- Você quer mesmo saber, Malfoy? Acho que ficaria decepcionado...
- DIGA LOGO! – gritou o outro. Estava num estado de nervos que seria capaz de matá-lo. Se bem que, pensando bem, faria isso em qualquer estado e com muito prazer.
- Está bem, eu digo! – disse rindo debochadamente da fúria de Draco. – Ela se negou, de princípio. Mas então Goldman disse algumas bobagens como: "É uma chance única na vida, você é uma profissional, blá, blá, blá..." e ela acabou aceitando.
Draco afundou-se em sua poltrona e cruzou os braços na altura do peito.
- Bom, se ela é o melhor que vocês são capazes de conseguir, sou obrigado a aceitar – disse, com cara de poucos amigos.
Randall, que ainda tinha o mesmo sorriso desdenhoso na face, aproximou-se da mesa e apoiou as duas mãos em cima da mesma.
- Ora, Malfoy, deixe disso! Você sabe muito bem, até melhor do que eu, posso afirmar, que a Gina é esperta e linda o bastante. Ela pode seduzir qualquer um daqueles americanos estúpidos – e então acrescentou maliciosamente. – Ela até conquistou você com aquela pose de garotinha frágil.
Mas Draco, ao invés de ficar bravo, como o esperado, abriu um sorriso exatamente igual ao de Randall.
- E seduziu você também, não é, meu caro Frederic? – sussurrou, com veneno na voz. – A única diferença é que quando ela estava comigo, fui eu que a traí, e quando ela estava com você, foi ela quem te traiu. E com ninguém menos que – e fingiu uma cara de cínica surpresa, - Harry Potter!
Sorriu satisfeito ao ver a expressão de total e extrema fúria estampada na cara de Randall.
Este, após lançar uma olhar ameaçador a Draco, que não se comoveu, saiu da sala batendo a porta com toda sua força ao passar, o que não era pouca.
Draco poderia ter rido pelo resto do dia pela chance de ter irritado tanto o cara que mais odiava na face da Terra, exceto Potter, mas a notícia que ele havia trazido impossibilitava qualquer razão de ter um dia bom. Draco respirou fundo, antes de levantar-se de sua mesa e ir almoçar com Goldman. Ele teria muito a lhe explicar.
N/A: Very Thanx a todos que mandaram reviews, significou muito pra mim! Mas não pensem que já estou satisfeita, continuem mandando!!!
Muitíssimo obrigada à Vanilla (ou Laura, para quem preferir), minha beta querida!!! Te amo!
Esse capítulo ficou pequeno também, mas prometo que os próximos serão bem maiores. O próximo capítulo eu devo postar no final dessa semana, aguardem!
