Capítulo 5 – O encontro com os Comensais
Quando saiu do banheiro só com uma toalha enrolada no quadril, Draco foi diretamente para a sala, de onde vinha um barulho de gente conversando muito alto, se perguntando que barulheira era aquela.
Ao chegar à abertura para a sala, ele viu Gina deitada no sofá com algo cheio de botões na mão e olhando para uma enorme tela que mostrava um homem e uma mulher conversando. Eles estavam muito próximos. "Eu te amo, Jane", disse o homem. Então, eles se beijaram. Draco achou a cena patética, mas aparentemente Gina não compartilhava desse pensamento. "Meu Deus, não acredito que ela está chorando!", pensou balançando a cabeça em descrença. Até pensou em fazer um de seus comentários sarcásticos, mas simplesmente pegou sua mala e a levou para o quarto. Abriu-a e pegou, desajeitadamente, as roupas que iria usar. Mal havia colocado o short quando Gina bateu na porta.
- Entre – disse despreocupadamente.
Gina entrou, dando uma fungada. Seus olhos estavam vermelhos e levemente inchados, por culpa do filme. Quando viu Draco, seus olhos se arregalaram. Ela corou furiosamente.
- Oh, Merlim! Por que é que você não disse que ainda não estava vestido? – perguntou embaraçada, olhando para baixo.
- Porque você não perguntou! – ele respondeu ironicamente. Então, vendo o quão desconcertada ela estava, sorriu. – Ora, Virgínia, não há motivos para ficar assim, você já me viu com menos que isso.
Gina encarou-o. Abriu e fechou a boca várias vezes, antes de dizer furiosamente:
- Você vai dormir no sofá, Malfoy!
O sorriso estampado na face dele se evaporou.
- É claro que não vou! Quem você acha que é para dizer isso?
- Sua companheira de trabalho!
- Bom, Virgínia, saiba que você vai ter que fingir ser minha namorada toda vez que formos nos encontrar com os comensais – ele disse calmamente.
Gina pareceu horrorizada.
- Porquê?!
- Porque as reuniões são só para homens, sendo que o único jeito de uma mulher assisti-la é sendo namorada ou esposa de um comensal – ele informou, parecendo cansado.
Gina pareceu considerar a resposta por um momento.
- Você vai virar um verdadeiro comensal? Quero dizer, com marca negra e tudo? – perguntou, com um traço de preocupação em sua voz.
Draco suspirou. Sentou-se na cama e esfregou o rosto.
- Acho que sim.
Os dois ficaram em silêncio por longos minutos, Draco com a face abaixada e apoiada nas mãos e Gina de pé, simplesmente fitando-o.
Então ela suspirou.
- Bem, isso não muda o fato de que você vai dormir no sofá.
***
Draco acordou com as costas doendo. "Droga! Se ela fosse um pouco menos orgulhosa minhas costas não estariam mutiladas!".
É claro que ele não era exatamente a pessoa certa para criticar o orgulho de ninguém, mas ele jamais admitiria que era orgulhoso.
Gina estava sentada à mesa,rodeada de frutas, pães, geléias, leite, café, chá, panquecas... Tinha de tudo.
Ele passou as mãos nos cabelos despenteados, bocejando.
- Acordou, sua majestade? – ela provocou, levando uma maçã à boca.
- É o que parece, não é? – retrucou, mau-humorado. – E com uma enorme dor nas costas.
Gina franziu o cenho, mas não disse nada.
O loiro sentou-se à mesa. Colocou café numa xícara e pegou uma panqueca.
- Quando vamos começar? – Gina perguntou repentinamente.
Ele a olhou.
- Hoje, na hora do almoço. Vamos almoçar com dois comensais.
Gina pegou sua xícara de leite e a levou à boca. Mas decidiu-se por não beber e colocou-a de volta no pires.
Levantou-se e foi até uma mesinha de vidro, aparentemente muito fino, ao lado da lareira. Pegou um jornal e voltou à mesa.
- Goldman mandou o Profeta Diário agora há pouco.
- Ele disse alguma coisa?
- Sobre o quê?
- Sobre só ter um quarto!
- Hum... sim. Ele disse que o hotel fica lotado a essa época do ano e só tinha quartos assim.
Draco bufou. Gina o olhou de forma severa que lhe lembrava irritantemente Hermione Granger.
Ela sentou-se novamente à mesa e abriu o jornal. Deu uma olhada na primeira página despreocupadamente.
- O que foi? – Draco perguntou olhando ora a face dela ora o jornal, quando ela arregalou os olhos para uma das reportagens. – O que houve? – repetiu, quando ela não lhe respondeu.
Os olhos agora já haviam voltado para o tamanho normal, e ela lia com genuíno interesse.
- O Harry...
- Potter?
Gina afirmou com a cabeça. Então passou o jornal a Draco.
O MENINO QUE SOBREVIVEU SE FERE EM ATAQUE DE COMENSAIS
iHarry Potter, o famoso menino que sobreviveu, e hoje um famoso auror, se feriu no ataque dos Comensais da Morte a Hogsmeade ontem à noite.
Potter foi pego desprevenido por três comensais num beco. Eles lhe lançaram um poderoso Cruciatus e por um longo período. Ronad Weasley, seu melhor amigo, viu e estuporou os comensais com ajuda de Hermione Granger, que completa o trio.
Potter está no St. Mungus ainda sendo tratado, porém ele já passa bem e não corre risco de vida.
"Poderá receber alta em dois dias, novo em folha", nos informou o médico Robert Camel.
"Harry vai tirar férias de dois meses antes de voltar ao trabalho. Ele merece", disse Remo Lupin, Ministro da Magia./i
Ao acabar de ler, Draco ergueu as finas sobrancelhas.
- Podia ter morrido – disse despreocupadamente, jogando o jornal na mesa e voltando a comer.
- Não fale besteiras, Malfoy. E ainda escreveram o nome do meu irmão errado!
Ele olhou para ela já pronto para retrucar alguma piadinha, mas seu olhar o fez se calar.
Mas ficou calado por pouco tempo.
- E eu sou o chefe dos aurores, eu é que tomo as decisões! – retrucou, parecendo indignado.
- Eu sinceramente acho que o iMinistro da Magia/i - ela fez questão de frisar essas últimas palavras, - tem mais poder que você. E além do mais, sempre te achei novo demais para um cargo tão importante.
- É tudo uma questão de QI, Virgínia.
Gina deu uma risada debochada a qual ele resolveu ignorar. Então levantou-se.
- Vá se arrumar, temos que encontrar os comensais às 13:30.
***
Exatamente à uma e meia, Draco e Gina entraram no elegante restaurante onde iriam se encontrar com os comensais. Eles olharam ao redor. Draco viu um homem o fitando e fazendo um discreto aceno.
Ele pegou inesperadamente na mão de Gina e puxou-a em direção à mesa.
Quando se aproximaram, os dois homens se levantaram.
- Você é Douglas Morse? – perguntou o homem mais alto, que era alto até demais e também muito magro. Tinha cabelos castanhos claros e olhos azuis, com seu ridículo, na opinião de Draco, sotaque americano.
- Sou – Draco respondeu firmemente. Ele apertou a mão estendida do homem, não soltando a outra da de Gina.
- E você é a namorada? – perguntou o outro homem, que era da mesma altura de Draco, loiro e extremamente pálido com olhos castanhos muito escuros. Seu sotaque era ainda mais forte.
- Sim. Vitória Williams. Prazer. – cumprimentou Gina, estendendo a mão.
O homem pegou a mão dela e a beijou. Gina corou levemente.
- Prazer em conhecê-la, Vitória. Sou Alex Masters. Este é Mark Rodman.
Mark deu um leve sorriso.
Draco bufou. Não estava acostumado a ser ignorado.
- Mas vamos nos sentar – sugeriu Mark, vendo a irritação de Draco.
Todos se sentaram. Logo o garçom se aproximou e eles fizeram seus pedidos.
- Então, Douglas, por que pretende se juntar a nós? – perguntou Alex, fitando-o.
- Porque quero poder. E quero matar, ver sangue.
Alex sorriu.
- Boa resposta. Mas como você deve saber, não é o suficiente.
Draco assentiu com a cabeça.
Somente marcamos este almoço para nos apresentarmos – disse Mark, - mas para entrar no grupo você terá que ir à reunião dos comensais hoje à noite, às nove.
Ele entregou um papel a Draco, que o guardou sem olhá-lo.
Ficaram em silêncio até a comida chegar, o que não demorou.
Gina olhou para o prato. Não tinha a mínima fome. Levou o garfo à boca somente por educação.
- Então, Vitória, no que você trabalha? – Alex quis saber, parecendo interessado.
- Bem... – ela olhou para Draco, mas este parecia mais interessado em sua comida do que na resposta dela. – Não trabalho. Eu terminei um curso para ser medi-bruxa, mas não consegui um emprego ainda.
- Medi-bruxa... para quê? – perguntou Alex.
Gina abriu a boca para falar algo, ou talvez somente para fechá-la de novo, quando Draco levantou-se bruscamente.
- Temos que ir embora.
Ela o olhou incrédula. Levantou-se também.
- Tão cedo? – perguntou Mark.
- Sim, temos que ir na casa da minha... minha sogra! Sabe como é, essas velhas chatas e rabugentas que fazem um escarcéu se você chega atrasado para o ótimo almoço em família, com aquele arroz grudento e carne torrada...
Gina franziu o cenho. Teve uma ligeira vontade de rir, que passou quase instantaneamente.
Sem dizer mais nada, pegou na mão dela e a puxou para fora do restaurante. Assim que passaram pela porta, Gina soltou-se dele.
- Me solta! O que deu em você para querer sair desse jeito? Assim eles vão desconfiar!
- Não, eles iriam desconfiar se você continuasse falando absurdos!
- Que tipo de absurdo? – ela argumentou, nervosa.
- Você não é uma medi-bruxa, não pode falar que é, senão mais tarde eles podem querer usar isso para ver se estamos falando a verdade. Eu tinha acabado de dizer que queria matar, ver sangue e você vem e diz que é medi-bruxa??
Gina o fitou por um momento, aparentemente sem fala.
- Ora, você é paranóico!
Então ela inesperadamente começou a rir.
Draco bufou. Ela estava debochando dele!
- Que foi agora, Weasley?
- Você está com ciúmes!
Draco pareceu indignado.
- Claro que não estou!
- Ora, vamos! Você até me chamou de Weasley.
- É o seu sobrenome, não é?
- Você sempre me chama de Virgínia.
Draco ignorou o comentário.
- Vamos logo.
Eles chamaram um táxi e em meia hora estavam entrando no quarto do hotel.
Nenhum dos dois tinha falado mais nada.
Draco jogou-se no sofá, deitando sua cabeça sobre a almofada.
Então Gina começou a rir de novo.
Draco bufou, talvez pela décima vez naquele dia.
- O que foi agora? – perguntou impacientemente. Seus olhos estavam fechados e suas mãos sobre seu abdômen.
- Por que é que você estava com ciúmes?
- Eu não estava com ciúmes, quantas vezes tenho de lhe dizer! Eu só achei muito insensato da sua parte. Você é que é paranóica.
Gina não disse mais nada. Ao invés disso ela foi até à janela.
A cidade estava movimentada àquela hora do dia. Haviam carros passando e várias pessoas andando nas calçadas. Gina sentiu uma tristeza dentro de si, mas não sabia exatamente o que era.
- Como você acha que vai ser essa reunião? – perguntou, virando-se para olhá-lo. – Quero dizer, o que vão fazer para você entrar no grupo?
- Acho que só iremos conversar por enquanto. Eles têm que confiar em mim.
- E como você planeja conseguir isso? – deu uma rápida risada debochada. – Você não é exatamente o tipo de pessoa que passa confiança.
Ele ignorou esse último comentário.
- Tenho que parecer sincero. Não posso vacilar.
Ele parecia dizer isso mais para si mesmo do que para ela.
- E qual é a minha parte do plano, afinal? – perguntou, com os braços cruzados na altura do peito.
- Ora, o que seria melhor que uma mulher para tirar informações de comensais estúpidos?
Gina sorriu sarcasticamente.
- Se você espera que eu coloque uma saia curta e desfile para eles, espere sentado.
Ele abriu os olhos e olhou-a impacientemente.
- Eu não pediria isso. Seria patético. Você tem que usar a inteligência.
O sorriso em seu rosto se alargou.
- É impressão minha ou Draco Malfoy acabou de admitir que as mulheres são melhores que os homens?
Ele também abriu um sorriso sarcástico.
- As mulheres não são melhores que os homens, Virgínia. Não é à toa que os homens têm aproximadamente 4 bilhões de neurônios a mais que as mulheres.
Gina soltou um longo suspiro.
- Pois é... Pena que eles não saibam como usá-los.
N/A: Esta informação sobre os neurônios é verdadeira. As mulheres têm aproximadamente 19 bilhões de neurônios enquanto os homens têm 23 bilhões. Porém, "a inteligência não está ligada ao número de neurônios de uma pessoa, e sim, à quantidade e a eficiência das conexões entre eles" , e aliás, foi uma dinamarquesa que descobriu isso. Ela se chama Bente Pakkenberg. Viram só, fan fics também são cultura!
***
"Deus, como ela demora a se arrumar!", pensava Draco, andando de um lado para o outro na sala.
- Anda logo, você não vai casar! – ele gritou.
- Já vou!
Ele passou uma das mãos pelo cabelo. Vestia uma calça e um terno pretos que se destacavam incrivelmente sobre sua pele pálida e uma camisa azul, que dava ainda mais vida a seus olhos azuis acinzentados.
Ia apressá-la novamente, mas ao virar-se, se deparou com a ruiva bem próxima dele. Ela estava linda! Havia colocado um vestido preto de tecido leve que ia até um pouco acima dos joelhos, sandálias prateadas de salto alto e fino e tinha encaracolado os cabelos, como no seu baile de setimanistas de Hogwarts. Ele queria dizer alguma coisa, mas não podia, seu orgulho não deixava, então se limitou a olhá-la.
Gina sorriu.
- Vamos?
Goldman comprara um carro para os dois e contratara um motorista, já que Draco se recusara veementemente a dirigi-lo.
Eles haviam chegado no saguão de entrada, Draco não conseguia tirar os olhos de Gina.
O motorista se aproximou dos dois.
- Já vamos?
- Sim – Gina respondeu.
Um carro prateado impecável estava estacionado em frente ao hotel. O motorista, um homem baixinho e ligeiramente calvo, abriu a porta de trás para eles entrarem.
- Para onde vamos? – ele perguntou, olhando para eles pelo retrovisor.
Draco não disse nada, apenas tirou de seu paletó o papel que os comensais haviam lhe dado, entregando-o ao homem. Este analisou o papel por um instante e então, sem dizer mais nada, deu a partida.
Quarenta minutos depois eles pararam em frente a uma enorme mansão, totalmente branca, a não ser pela enorme porta de carvalho. Draco virou-se para Gina e resmungou:
- Cuidado para não estragar tudo desta vez.
E nem dando tempo para ela responder, saiu do carro. Gina saiu logo em seguida, mas optou por não retrucar.
Eles atravessaram o jardim e pararam em frente da porta. Draco tocou a campainha e logo em seguida pegou na mão de Gina. Esta ia reclamar, mas abriram a porta quase imediatamente. Alex Masters.
Algo frio os atingiu e pareceu congelar sua alma, parecia que um dementador havia chegado perto deles. Mas logo acabou.
- Pontualidade é uma das virtudes que eu mais admiro nas pessoas – disse, sorridente, quando o frio havia acabado.
- O que foi isso? – perguntou Gina.
- O quê? O frio? Um feitiço para ver se eram vocês mesmos.
- Podemos entrar agora? – Draco perguntou impacientemente.
- Claro!
O saguão era inteiramente branco, com um enorme tapete de pele de urso no chão. Havia uma imponente escadaria de mármore que levava ao segundo andar e um esplêndido lustre preso ao teto.
- Sigam-me – pediu Alex, indo em direção à sala ao lado.
A sala também era branca, mas tinha uma enorme mesa de jantar em mogno, com grandes e confortáveis cadeiras.
Alex indicou dois lugares desocupados para os dois, que se sentaram.
Alex sentou-se à ponta da mesa. Três elfos trouxeram garrafas de vinho e taças de cristal, servindo-os.
- Muito bem, podemos começar? – todos assentiram. – Ótimo. Sr. Morse (Draco), como você descobriu a existência desse grupo de comensais?
- Tenho um amigo que é comensal na Inglaterra e me disse sobre os comensais americanos.
- E por que é que você decidiu entrar neste grupo ao invés do britânico?
- Eu simplesmente achei que este grupo é mais seguro, visto que o ministério e os aurores não o conhecem.
Alex parou um momento, parecendo considerar a resposta.
- Tem razão. É mais seguro.
Draco deu um daqueles seus típicos sorrisos "Eu sei que sou demais", fazendo Gina revirar discretamente os olhos.
- Teremos que entrar em contato com os comensais ingleses e com esse seu amigo para comprovar essa história.
Draco assentiu com a cabeça despreocupadamente. Gina o olhava incrédula. "De quem ele está falando?! Ele não tem amigos comensais, é um auror!"
Mas ele não parecia dar a mínima.
- Você sabe fazer feitiços imperdoáveis? – perguntou um comensal de cabelos negros até os ombros, de pele extremamente pálida.
- Claro que sei. Porquê, vou ter que mostrar?
- Não será preciso. Não hoje – explicou Alex. Então pousou os olhos em Gina. – E você, Vitória? Já que também vai participar de algumas reuniões temos que saber um pouco mais de você também. Já sabemos que é medi-bruxa.
Gina deu um sorriso sereno.
- Eu também quero ser uma comensal. Também sei as maldições imperdoáveis e posso ser muito útil.
Alex sorriu.
- Pois bem. Você também será testada. Mas não poderá participar de todas as reuniões, algumas são restritas aos homens.
Gina assentiu, mostrando que havia entendido.
Somente agora ela percebera que havia mulheres na reunião também. Não muitas, cinco ou seis.
Alex fez algumas outras perguntas não muito importantes, como onde eles haviam estudado e outras.
- Já podemos comer? – perguntou o comensal pálido, parecendo esperançoso.
- Ah, sim. Claro.
Alex bateu palmas e cinco elfos apareceram trazendo travessas de comida, pratos, talheres, guardanapos de pano, mais taças de cristal...
Quando todos haviam acabado de comer, Alex se pronunciou.
- Bom, aqui se encerra esta reunião. A próxima é daqui a dois dias, no mesmo horário.
Os comensais começaram a se levantar.
Draco e Gina também se levantaram. Alex veio até eles.
- Na próxima reunião conversaremos melhor.
- Certo – Draco concordou.
- Estejam aqui uma hora antes. Tenho que lhes explicar como será sua iniciação e as regras dos comensais.
- Certo. Já vamos embora. – disse, puxando Gina pela mão.
- Tchau – Gina despediu-se, antes de acompanhar Draco.
Quando chegaram à frente do carro, Gina soltou-se rudemente dele.
- Por que é que você insiste em pegar na minha mão? – perguntou irritada.
- Ora, você é minha suposta namorada, temos que ser convincentes.
Gina bufou.
Eles entraram no carro e o motorista deu a partida.
Somente depois de quase dez minutos de viagem Gina resolveu quebrar o silêncio.
- Posso te fazer uma pergunta?
Draco olhava para fora da janela, observando a paisagem.
- Já fez – resmungou.
Gina revirou os olhos.
- Posso ou não?
- Já fez duas. É melhor você economizar saliva e fazer a maldita pergunta de uma vez.
A ruiva bufou, mas resolveu seguir o conselho.
- Que amigo comensal é esse? Como você pode ter um amigo comensal se é um auror?
Draco virou-se, fitando-a.
- Eu não tenho.
Gina o olhou incrédula.
- Então por que falou que tinha? Eles vão checar! Você é louco?!
Draco soltou uma risada debochada.
- Você realmente é paranóica. Acha mesmo que com a minha competência eu não iria infiltrar um espião no meio dos comensais?
Ela se sentiu muito estúpida. Soltou um suspiro resignado.
- Não pensei nisso.
- Bom, tente pensar mais antes de fazer perguntas idiotas.
Gina lançou-lhe um olhar ameaçador.
Finalmente chegaram ao hotel. Draco ainda não havia se acostumado com o elevador de modo que ainda levava sustos (já não tão escandalosos, diga-se de passagem).
Gina se divertia o vendo fechar os olhos, se segurar na parede e contar até dez.
Graças aos seus dois anos de aulas de estudos dos trouxas, ela era mais "acostumada" com essas coisas. Enquanto que ele não sabia realmente nada sobre trouxas.
No momento em que entraram no quarto, Draco foi até o sofá, jogando-se no mesmo.
Gina se limitou a tirar as sandálias.
- Você acha que eles não vão desconfiar de nada?
- Claro que não! Tenho tudo sob controle.
Gina soltou um ruído de deboche. Sentou-se no sofá à frente do de Draco. Ele sentou-se também e a encarou.
- O que você acha que eles vão fazer? – perguntou.
- Vão nos dar a poção Veritaserum.
Gina arregalou os olhos.
- Não podem!
- Ora, por que não?
- Por que não?! Você está louco? Se tomarmos a Veritaserum vamos contar quem somos e estaremos perdidos!
- Eu disse, Virgínia, que eles vão dar a poção, não que vamos tomá-la.
Ela fez cara de ponto de interrogação.
- Você é muito lerda, sabia? Vamos ter que dar um jeito de trocar os frascos por outros.
- Como?
- É o que eu não sei. Pensaremos nisso depois.
A ruiva ficou em silêncio por um tempo. Então perguntou:
- Por que é que não lançam a maldição Imperius?
- Porque comensais não podem usar maldições imperdoáveis em outros comensais – ao ver a testa franzida dela, acrescentou. – É claro que nenhum obedece, mas eles têm que dar uma boa impressão aos novatos.
Eles continuaram em silêncio por uns dois minutos. Então Gina levantou-se repentinamente.
- Vou dormir.
Já ia saindo quando Draco pegou em seu braço. Ela virou-se para encarar aqueles olhos acinzentados impenetráveis.
- Você não estragou nada desta vez...
Gina sorriu. Ele tentou sorrir de volta mas não obteve muito sucesso.
- Não é dizendo isso que você vai conseguir dormir na cama.
E dizendo isso foi para o quarto, sem olhar para trás.
- Parainóica!!!
N/A: Olá!! Não demorou tanto assim, não é? Eu disse que postaria semana passada, mas vocês vão ter que se acostumar a esperar um pouco mais agora, porque até esse capítulo já estava pronto quando mandei o primeiro, por isso postei tão rápido. Mas não façam drama, não vai ser tanto tempo assim...
É claro que, se eu receber bastante reviews, posso reconsiderar e postar mais rápido! :D
N/A 2: No próximo capítulo vocês vão descobrir quem é o espião entre os comensais ingleses e vamos ter uma presença ilustre na fic!!! Mandem muuuitos reviews e vão poder ver quem é! Só dou uma dica... começa com H...
