Capitulo 2: Diga que não é verdade...
Gina sentiu um frio percorrer toda a espinha. Aquele olhar, sarcástico e frio ao mesmo tempo. O olhar de Tom Riddle. Todas suas lembranças se formaram em sua cabeça. Todas. Senti um tristeza, e aquela voz na sua mente "Venha, minha pequena, vamos, vamos dar uma volta pelo castelo".
- Algum problema, srta. Weasley? – Sua chefe disse visivelmente irritada com o estado de Gina, ao olhar o seu "colega" de trabalho.
Gina respirou fundo e tomando coragem tirou aquelas idéias da cabeça, a balançando e formando um sorriso com a boca:
- Nenhuma. Então, Sr. Riddle nosso caso, do que se trata? – Ela tentou ser natural, mas assim que sua chefe saiu da sala ela recuou para longe dele.
- O que é isso, srta. Weasley?- Ele perguntou cínico.
- Esses olhos, esse olhar, essa voz, ess...
- Te lembram Lord Voldemort, não? É, era de se esperar. Querida, sente-se, porque a historia é longa – Ele disse, ele mesmo se sentando na cadeira em frente à mesa de Gina. – Vamos, sente-se.
Gina relutou por alguns instantes, mas balançando a cabeça mais uma vez e tentando formar alguma pergunta, além dele ser Voldemort ou algo parecido.
- Que bom que se sentou. – Ele sorriu – A historia é grande. Vamos dizer que eu na minha forma de alguns anos atrás não era burro, se você quiser pensar assim. Eu resolvi engravidar uma das comensais e no meu filho coloquei uma pequena continha de poderes meus. Caso fosse derrotado, como fui, teria a criança. E aqui estou eu, infelizmente eu sou dividido em duas mentes, ambas as duas tem mentalidade de 16 anos, é, a época da qual você conheceu ele e...
- Hmm, calma ae, como é que é? Duas mentes em você? Eu vou chamar o segurança, que tipo de brincadeira é essa?
- Ei, eu disse que era grande, senta aí e fica quietinha, pra entender direito – Ele fez uma cara feia. Pigarreou – Você vai notar, com certeza que vai, semelhanças nas duas mentes, mas com certeza também vai perceber quando Edward estiver falando e eu, Tom, estiver falando – Gina fez uma cara pensativa – É, cala a boca, piralha, é isso, você entendeu. – Edward bateu em sua cabeça – Mas como eu ia dizendo antes de Tom me atrapalhar... Existe uma forma de me matar, e matar ele ao mesmo tempo, isso em um lugar aonde tem um livro e lá uma pessoa recita algumas palavras e pronto. E Gina, você é a única que pode fazer isso... sabe porquê?
Gina fez que não, e Edward deu um sorriso fraco.
- Você fez uma transfusão de sangue com Voldemort no seu primeiro ano sem querer. Ou seja, você é a única além de mim que tem o sangue Riddle, e só uma pessoa do sangue da outra pode recitar as palavras. Bem, desculpe, não expliquei bem, mas é tecnicamente isso.
Gina batucou a mesa em ritmo rápido, e ficou um bom tempo olhando para o jovem mais ou menos da idade dela à sua frente, com as sobrancelhas erguidas. Virou-se várias vezes balançando a cabeça, tentando aceitar aquelas informações todas, até que, dando um suspiro, disse:
- Edward, percebi que Tom às vezes tem o monopólio do corpo, como no meio de quando você narrava. O que eu quero dizer é, os dois estão de acordo com isso?
- Boa pergunta. – Ele chegou mais perto de Gina – Eu demorei vários anos convencendo ele, afinal, ele foi humilhado, Gina, pra quê ficar vivo? E tem razões pessoais, segredo entre nós dois.
Gina bufou, depois mexeu no cabelo nervosamente, e, irritada se levantou da cadeira, pegando sua bolsa.
- Se é pra terminar com essa criatura, vamos logo. – Disse abrindo a porta, mas depois pensou que Edward também morreria e ele tecnicamente não merecia, merecia? Ela nem ao menos o conhecia para dizer.
- Não se preocupe sobre mim – Edward disse sorrindo e segurando a porta para ela poder passar.
Gina olhou para ele meio sem graça, o garoto parecia decidido e a dava pena, por ele ser filho de Voldemort, coitado. E o garoto, mais uma vez parecendo ler a mente dela, disse:
- Já disse para não se preocupar comigo, e não, eu não leio mentes. – Ele sorriu amigavelmente fechando a porta – Já sofri muito por essa minha capacidade de entender as pessoas. Essa é uma das razões para eu não fazer caso de morrer.
Gina olhou para ele meio culpada, era algo chocante ver alguém dando a vida assim, era, como ela poderia dizer? Repugnante? Não... chocante mesmo.
- Mas, tirar sua vida? Só porque..
- Você acha que é uma covardia, não é? Bem, eu não sou da Grifinoria como você, eu cursei bruxaria em uma escola não muito conhecida do país. Minha mãe fez isso para evitar conflitos, se eu fosse para Hogwarts Dumbledore perceberia tudo. Mas Tom, fez o favor de me contar tudo.
Gina ouvia tudo que Edward dizia enquanto eles andavam, ela estava admirada, nunca pensara que um fruto vindo de Voldemort pudesse ser tão simpático e inteligente, se bem que Tom, aquele Tom que ela conhecera, era. E isso a fez entristecer, a se lembrar de seus momentos com Tom.
- Hmm, Gina, não se despreze por seus sentimentos por Tom – Edward disse incerto. – Eu sei que você ainda tem algum sentimento por ele, não é?
Gina deu um pulo de susto quando o rapaz ao seu lado disse aquilo, como ele poderia saber? Não tinha jeito, ele lia mentes. E isso a irritava.
- Não se irrite por isso, por favor. Acho que a falta de sensibilidade de Tom me fez absorver ou captar os sentimentos da pessoa. Eu não leio mentes, eu sinto a emoção e aí, eu relaciono a alguma coisa. De qualquer jeito, Gina, não se despreze por isso. Eu sei – Ele a olhou nos olhos, pois o sinal tinha fechado para eles que andavam a pé na Londres trouxa. – Você ainda tem um sentimento por ele, mas não é ódio, é algo amigável, não é?
- É, tenho sim – Gina disse emburrada, atravessando a rua praticamente correndo para ficar na frente de Edward.
- Por favor, não fique irritada. Eu já pedi.
- É, eu sei. – Gina disse amansando um pouco.
Edward sorriu para ela, e por alguns momentos ela pensou ter visto Tom Riddle que ela conheceu a sua frente, sorrindo e dizendo "Vamos, minha pequena, vamos dar uma volta pelo castelo." ... "Não, Tom eu não quero.." ... "Você quer sim, minha pequena, venha...".
- Gina? Gina, volte a realidade. – Ela ouviu, saindo de transe.
- Ah, desculpe-me. Lembranças..
- ... com Tom - Edward finalizou.
E Gina assentiu. E então a idéia que Tom pudesse estar vendo que ela estava sofrendo naquele momento a fez se sentir mal, vendo o que ele se mostrara ser. Ele a amaria ver sofrer, parecia mesmo querer toda a vez que ia até ela todos os anos, nos seus sonhos.
- Sabe, Gina? Eu não me orgulho de ser filho e metade do meu ser, praticamente SER ele. Mas isso me fez perceber, ele teve o seu lado humano e só duas pessoas foram capazes de quase o trazer à sua forma humana: sua mãe, com os sonhos que ela conseguia invadir a mente dele, e… – Edward mordeu os lábios – Você.
Gina sentiu um choque no corpo inteiro e congelou. Ela? Ela fora a pessoa que despertara um lado humano em Tom, como assim?
- Confusa? – Edward disse, agora com uma voz meio diferente, o que fez Gina achar, meio receosa que era Tom quem falava. – É, foi você que me fez chegar a quase virar humano mais uma vez. – Ele bufou – Maldita, isso sim você é. Não desejava descobrir aquela merda de sentimento, porque você me fez senti-lo, hein?
Gina tomou um susto, agora tinha certeza era Tom quem falava. Ela tentou falar algo, abriu a boca, mas dela só saia um gaguejo.
- Idiota, como sempre – Ela ouviu o rapaz ao seu lado bufar – Porque diabos eu tenho de sentir isso por você?
- Desculpe-me.... – Gina se ouviu dizer, e isso a fez querer matar-se não deveria ser tão submissa assim, mas Tom a fazia ser assim.
- Pro inferno com desculpas. Você infernizou minha mente, Gina Weasley, pequena… – Ele ao dizer isso parou, fazendo uma cara séria.
Gina ficou parada, e isso a fez querer alguma desculpa e a única que achou foi entrar numa lanchonete seguida por Tom, novamente quieto e resmungando coisas, resolveu se sentar na ultima mesa e por fim disse algo:
- Porque você voltou? Não pense que você não infernizou minha vida, Tom.
- Eu sei que a fiz se sentir insegura e…
- Não! Não é isso que eu quero dizer, não foi só isso. No fim, Tom, eu já estava deixando minha paixãozinha por Harry de lado e a devotando a você, você sabe disso. – Ela pareceu estremecer a dizer isso, e assim se fez apertar a mão com força. – Você atormentou todos os meus sonhos.
- Nem todos eram sonhos.. – Ele disse meio irônico olhando para o lado enquanto fingia beber o café na xícara.
- Quer dizer o quê? – Gina corou furiosamente.
- É, eu realmente ia para tua cama a noite, na época que você iria fazer seus 17 anos e..
- Não fala mais nada. – Gina sentia que a face ia explodir.
Já era o bastante ter sonhado, err, sonhado com desejos por Tom Riddle, agora saber que tudo fora verdade?
- Não se faça de besta. – Ele riu – Não fique envergonhada.
- Você, você não está no meu lugar para falar essas coisas. – Ela disse ainda olhando fixamente para o café à sua frente, corada.
- Pare de drama. Se é assim, ande, pague logo a conta e vamos logo no local, e lá você poderá se livrar de mim.
- Mas.. – Gina se ouviu protestar.
Mas depois se calou, o que diabos estava acontecendo com ela? Mal chegara o rapaz dizendo ser filho de Voldemort e blá, blá, blá, ela já estava ali? Indo ao local, e tudo mais? Não teria ação nem nada? Bem, a vida não era um conto de fadas, mas... levando em conta que ela estava sentindo aquilo ainda por ele…
- Será melhor para nós dois. Desde que eu fui... você sabe, pelo Potter. Eu nunca me senti tão odioso, e sabe o pior? Eu não posso me vingar pois ele está morto e sem descendentes. E aí, a coisa que começou a ocupar minha cabeça era aquele sentimento velho e estúpido por você.
- Você tem razão, eu também não suporto vê-lo, por que mesmo você estando como Edward, isso faz aquele sentimento velho se reacender, e isso definitivamente NÃO é bom.
Tom assentiu e então Gina se levantou, pagando a conta e os dois saíram. Tom ia na frente com certeza, seguindo até o local aonde estava o livro. Gina se pegava várias vezes o observando e assim corando. Algo nela dizia que não desejava de maneira alguma que ele se fosse.
- É ali… – Tom disse, parando e apontando para um prédio velho, com madeiras cruzadas fechando as janelas para ninguém arromba-las e entrar.
- É, então apenas temos de entrar e…
- NÃO! – Tom ralhou e Gina teve a impressão que ouviu Edward ao invés de Tom. – Eu ainda quero ver mais uma vez o pôr do sol e o nascer do sol. Amanhã... Amanhã poremos um fim nisso.
E ele olhou para ela, e foi aí que Gina teve certeza aquele não era mais Tom e sim Edward. Depois ele se virou para o céu, apreciando, por fim, o pôr do sol que começava. Gina então, tomando coragem, foi até ele:
- É lindo, não é?
- Sim – Edward ainda olhava para o céu. – Muito lindo.
Os dois ficaram ali por um tempo, até que finalmente começou a escurecer e voltaram. Edward acompanhou-a até ao ministério, depois foi para casa.
- Nós vemos amanhã.... – Gina disse parada olhando para ele ir embora.
(continua...)
