Amar por Correspondência
Cap 05 – Pistas?
- O que faz aqui?
Ela perguntou confusa. Más lembranças retornando a sua mente.
- Kagome...
Ele olhou para ela. Varias emoções passando pelos seus olhos e face. Ele estava feliz por vê-la.
- Eu soube da sua família, eu sinto muito...
- Kouga... Seu idiota...
Ela baixou a cabeça e fechou os punhos. Os olhos faiscavam de raiva.
- Eu não disse que não queria mais te ver?!
Ela gritou de uma vez.
- Kagome eu... Queria...
- Cale a boca! Você não tem direito a explicações!
Ela estava furiosa.
Kagome gelou quando percebeu algo bastante obvio. Ele havia entrado sem o consentimento dela. Não poderia ser ele quem estava deixando as cartas? Um sentimento de repugnância começou a nascer dentro dela.
- Vá embora Kouga.
Ela falou friamente.
- Kagome, por favor, você tem que me escutar.
- Eu não quero te escutar! Já disse para ir embora! Vá embora Kouga!
- Você vai me escutar!
Ele avançou e segurou-a pelos ombros.
- O que está fazendo!
Ela tentou se soltar, mas ele era mais forte. Kagome temeu o que ele podia fazer com ela. Ela estava totalmente indefesa, porém, Kouga olhava para ela com paixão e magoa.
- Kagome... Você sabe que sempre foi a única para mim. Se eu te deixei foi porque eu realmente precisava, mas agora eu estou de volta. Foi só momentâneo e eu estou de volta. Eu disse que me comunicaria logo.
Ele acariciou o rosto dela fazendo com que ela virasse o rosto para o lado com uma carranca. As cartas vieram à mente dela novamente. Seria ele?
- E qual era sua boa razão? A Ayame? O que você quer de mim! Fale logo! Eu lhe dou e você dá o fora! Ou será que está com peninha de mim?
Ela gritou para ele.
- O seu amor.
Os olhos dele eram sinceros, enormes e azuis. Pupilas belas e sinceras. O coração de Kagome amolecia a cada momento, ela estava carente. Lágrimas quentes teimavam em se libertar de seus olhos. Aquela frase de três pequenas e simples palavras fazia muita diferença para alguém no auge da dramaticidade da vida.
- Eu te amo.
Ele levantou o rosto dela suavemente e seus lábios se encontraram. Kagome não resistiu aos encantos do ex-namorado.
^-^
Era um apartamento velho e úmido. O pior lugar para se desejar estar, mas um esconderijo perfeito. Sango caminhou rapidamente até a porta certa. Conferiu no papel mais uma vez e bateu na porta. Alguns minutos depois, a porta rangeu e um olho apareceu na fresta que permanecia com a corrente de segurança.
- Agente federal Utada Sango.
Ela mostrou a credencial de agente da policia japonesa.
- Tenho algumas perguntas para você.
- Talvez eu não tenha nenhuma resposta. Do que se trata?
A voz do homem era calma ao ponto de dar nos nervos. Na sua face, um ar de cinismo era facilmente percebido. Sango estreitou os olhos. Julgando pela aparência, não seria muito fácil arrancar algo dele. Definir o que ele falava de verdade e mentira seria mais difícil ainda.
- Um acidente. Talvez você não tenha as respostas, mas mesmo assim quero interrogá-lo. De acordo com algumas pessoas você estava por perto na hora do acidente.
O homem sorriu estranhamente e tirou a corrente de segurança da porta. Ele tinha cabelos mais longos que o dela o q a deixou um pouco frustrada. Como um homem podia ter cabelos mais cumpridos que os dela? Mas resolveu deixar de lado as madeixas onduladas do suspeito. Sango entrou e se surpreendeu com o que viu lá dentro. Ao contrário do que ocorria do lado de fora, dentro do apartamento dele era um enorme e belo complexo luxuoso. Decorado e construído no estilo moderno, bem iluminado, repleto de estatuetas e quadros caros de artistas famosos. Aquilo tudo seria contrabandeado? Pior, roubado? Sango descobriria isso depois. Agora, sua principal tarefa era achar alguma informação valiosa sobre o acidente.
Eles caminharam até a sala de estar e o homem apontou o sofá com estampas importadas de Veneza para que Sango sentasse.
- Meu nome é Shin' Ichi Kanehiro.
O homem se aproximou do bar e despejou uma bebida em dois copos. Em seguida levou um até Sango e ficou com o outro. Sango olhou um pouco atravessado para o copo e o pegou depositando sobre a mesa de centro. Ela não ia tomar uma bebida oferecida por um estranho, pior, um suspeito de homicídio em massa, e que nem ao menos sabia o que era.
- Direto as perguntas.
Ela falou séria. O homem tomou um gole e a encarou.
- Pode tomar sem medo. É apenas champanha francês.
Ele sorriu levando mais uma vez o copo aos lábios.
- E também não está envenenado.
Acrescentou com um sorriso cínico.
- Eu sinto muito, mas eu não vim aqui para beber. Não bebo em serviço.
Ele sorriu malicioso. Já era de se esperar de uma agente disciplinada como Sango.
- O que quer saber agente?
Perguntou enquanto seus olhos vermelhos fitavam a mesa de centro. Tirou uma cartela de charutos do bolso e acendeu um deles.
- Isso não lhe é nada familiar?
Ela retirou da bolsa algumas fotos tiradas no dia do acidente. Kanehiro tirou o charuto da boca assoprando longamente a fumaça fedorenta e pegou-as observando-as durante um certo tempo até devolvê-las. Sango abanou o ar na frente do rosto virando a cabeça discretamente para o lado tentando escapar do odor incomodo.
- Soube pela TV. No dia, de fato, eu estive lá, resolvendo alguns contratos, mais isso foi à tarde e pelo que eu sei o acidente ocorreu à noite não é agente?
Ele olhou para ela e novamente levou o charuto à boca.
Sango afirmou. Ela fez mais algumas perguntas. Todas inúteis. Nada de novo a ser descoberto. O homem não estava colaborando. Sempre escapava com algum argumento lógico das perguntas mais comprometedoras. Ele sempre tinha uma resposta na manga. Era como Sango pensou desde o inicio. Muito escrupuloso e difícil de prever.
Ela suspirou desanimada e consultou o mostrador do relógio de pulso. Já fazia um bom tempo que estava li, mas não tinha idéia de quantidade. Ao consultar o relógio, deu-se conta que já fazia exatamente uma hora e meia em que estava ali. Ela tinha chegado no final da tarde e o céu já demonstrava escuridão completa.
- Eu agradeço a sua colaboração, mas agora eu tenho que ir senhor Shin'Ichi.
- Mas já? O papo estava agradável!
Ele esvaziou o terceiro copo do champanha francês.
- Se comporte e não saia da cidade até segundas ordens. Talvez eu ainda venha a me comunicar com você.
Ele acenou com a cabeça afirmativamente, mas Sango não gostou do modo como ele atuou. Era uma mistura de gozação com sarcasmo. Como se estivesse falando com uma criança.
Kanehiro abriu a porta e Sango saiu do apartamento. Estava frustrada. Não dera nem um passo na investigação.
Kanehiro fechou a porta e olhou para a mesa de centro com o copo de champanha intacto. Ele sorriu triunfante.
^_^
Sango revisava todas as respostas que acabara de ouvir do suspeito enquanto esperava o elevador chegar.
- Soube pela TV. No dia, de fato, eu estive lá, resolvendo alguns contratos, mas isso foi à tarde e pelo que eu sei o acidente ocorreu à noite não é agente?
- À noite... Ei!
Sango percebeu algo errado. Nenhuma imagem havia sido divulgada na TV. Não tinham permitido filmagens do local do acidente e nem havia sido dito o período em que o mesmo ocorrera. Como ele sabia que tinha sido à noite? Sango virou-se bruscamente correndo para alcançar a porta. Essa era uma prova forte. Porém, seu celular tocou e ela foi obrigada a parar e atender.
- Utada Sango.
Ela se identificou ao atender a ligação.
- Sango?
Uma voz rouca ecoou na linha.
- Kagome? É você?
Sango perguntou surpresa.
- Por favor, venha aqui.
A menina falou com uma voz de choro.
- O que houve?
- Apenas queria ver um rosto amigo.
- Certo, eu já estou indo Kagome.
Sango respondeu mesmo sem saber direito do que se tratava.
^_^
Kagome desligou o telefone e limpou algumas lágrimas teimosas que continuavam a escorrer. O mundo parecia correr contra ela. Kouga a magoara novamente.
- Idiota...
Ela percorreu a extensão da sala e sentou-se no sofá. Seu olhar estava perdido na TV desligada. Havia vencido a guerra contra as lágrimas há alguns segundos, mas sua face continuava marcada por elas.
Kouga beijou Kagome e ela não resistiu aos encantos do ex-namorado. Quando ambos se separaram, ele a encarou e sorriu. A esperança brilhava nos olhos dela. Talvez ele tivesse vindo para ficar e ela não estaria mais tão sozinha.
- Kouga, você... Vai ficar comigo?
- Kagome...
Os olhos dele se desviaram para o chão.
- O que foi?
- Eu... Me perdoe...
- Eu perdôo você, apenas fique comigo.
Ela suplicou.
- Não por isso...
- Do que está falando?
Kagome se afastou um pouco.
- A Ayame... Ela... Queria uma prova de que eu a amo e não a você...
-Kouga...
Kagome olhou para o chão magoada.
- Ela disse que eu teria de vir até aqui dizer para você que amo a ela. Mas... Eu ainda não sei...
- Então...
- Isso mesmo... Eu tenho um gravador escondido na minha roupa...
- Tudo bem.
Kagome se resignou.
- Você será mais feliz com ela.
- Kagome...
Kouga a encarou. Seus olhos brilhavam emocionados.
- Vá.
Kagome sorriu.
- Eu sei que você apenas não queria me magoar, mas você a ama.
- Obrigado...
Kouga aproximou-se e a abraçou. Kagome retribuiu o abraço fracamente.
- Ainda podemos ser amigos não é?
- Claro.
Ela sorriu. Ele se foi depois disso e ela novamente viu-se só.
^_^
Sango desligou o celular e olhou para a porta de Kanehiro e para a porta do elevador tentando decidir-se por uma das duas.Suspirou. Kagome era sua amiga e estava precisando de ajuda. Depois investigaria sobre Kanehiro. Desceu pelo elevador indo para a rua. O prédio mofado ficava mais atrás a cada passo dado. Ela entrou no seu conversível e ligou o carro. Porém, antes disso, pode ver pedaços de madeira, pedra e cimento voando para todos os lados, junto com um pedaço de uma daquelas estatuetas caras de Kanehiro e o fogo sufocante. O barulho da explosão foi ensurdecedor. Sango só teve tempo para abaixar-se no carro.
Levantou o rosto lentamente olhando chocada para o prédio em ruínas ser consumido pelo fogo.
- Shin'Ichi Kanehiro. Suspeito número um.
Ela falou determinada e saiu dali cantando os pneus.
^_^
Ouviu uma batida longe. Elas se tornavam cada vez mais fortes a cada instante e chegou um momento em que se tornou impossível ignorá-las. Voltou de seus devaneios com um susto. Ouviu uma voz chamar por ela.
- Kagome?
Levantou-se correndo para o banheiro. Estava terrivelmente feia com aqueles olhos inchados. Qualquer um perceberia que ela esteve chorando e essa era a ultima coisa que ela, ou o seu orgulho desejava. Não queria que ninguém sentisse pena dela.
Molhou o rosto na tentativa de amenizar aquela aparência e quando viu que não adiantava resolveu tentar novamente ignorar. Talvez fingindo não haver ninguém em casa essa pessoa desistisse e a deixasse em paz. Mas e se fosse Sango? Ela queria muito ver um rosto amigo, mas não sabia mais se fizera o certo em ligar para a amiga deixando-a preocupada. Sango já tinha afazeres demais tendo que cuidar do caso misterioso do acidente... Novamente estava pensando no acidente... Não queria pensar mais nele então tentou espantar esses pensamentos. Concentrou-se nas batidas incessantes na porta. Percorreu a sala rapidamente e sentou-se de frente para a porta escorada a parede baixando a cabeça e escondendo-a entre os joelhos.
- Kagome! Eu sei que está ai!
"Ela está chorando... Ou estava...".
Ele podia sentir o cheiro das lágrimas recentes. Mas por que se importava? Não sabia. Apenas queria dar uma lição em quem a fez sofrer assim.
- Certo, se você quer mesmo que eu vá embora eu vou! Mas eu tenho algo que lhe pertence!
"Algo que me pertence?" Ela levantou a cabeça levemente e encarou a porta.
- Está blefando...
Sussurrou baixinho.
- Não estou blefando.
Ele sorriu.
Kagome ficou surpresa. Ele podia escutá-la?
- Sabia que estava ai, agora abra a porta.
- Não vou abrir seu estúpido! Será que não entende que eu quero ficar sozinha?
Dessa vez ela gritou irritada.
- Certo, chata. Então eu acho que vou vender essa pedrinha para algum joalheiro. Deve valer muito.
- Do que está falando?
Aquilo despertou a atenção de Kagome. Ela se lembrou de algo. Levou a mão até o bolso rapidamente e percebeu que estava faltando algo...
- Devolva!
Ela se levantou rapidamente e correu até a porta abrindo-a bruscamente. Só para encontrar um hanyou convencido passando a bolinha rósea de um dedo para o outro.
- Eu sabia que você ia acabar abrindo a porta.
Ele sorriu satisfeito ao ver a expressão furiosa dela.
- Devolve!
Ela tentou tomar dele. Mas este desviou habilmente.
Kagome não percebeu, mas por um momento conseguiu esquecer que acabara de ser rejeitada por Kouga e conseguiu também afastar os pensamentos tristes que ultimamente vinham pairando na mente dela.
- Hum... Vejo que arranjou amigos.
Uma voz disparou da direção do elevador.
Kagome parou de pular para tentar pegar a jóia de Inuyasha e ambos olharam para o elevador. Sango estava parada na porta com um sorriso nos lábios. Ela parecia feliz de ver que Kagome não estava tão mal.
- Sango!
Kagome abriu um enorme sorriso e esqueceu de Inuyasha correndo para os braços da amiga que a recebeu com um caloroso abraço. Inuyasha ficou emburrado olhando para as duas.
- Obrigada por vir.
Ela falou.
- Desculpe por tirá-la do trabalho por uma besteira minha, mas é que eu queria ver um rosto amigo.
Inuyasha levantou uma sobrancelha.
- Hum... Hum...
Ele pigarreou e as duas garotas olharam para ele.
- Acho que não vai mais querer isso não é?
Inuyasha mostrou a jóia.
Kagome abriu a boca para falar algo. Olhou para Sango e para Inuyasha antes de puxar Sango pelo braço até perto de Inuyasha. Sango e Inuyasha se encararam confusos.
- Eu ainda não apresentei vocês!
Ela sorriu.
- Sango, este é Inuyasha, meu amigo e Inuyasha esta é Sango, minha amiga.
Ambos ficaram parados até que depois de um tempo, vendo que Inuaysha não faria nada, Sango estendeu a mão.
- Prazer.
Ele fez o mesmo gesto emburrado, mas não falou nada.
- Hehe...
Kagome riu. Inuyasha era bastante anti-social.
- Tudo bem. Vocês não querem entrar?
- Eu adoraria, mas eu não posso Kagome. Tenho muitas coisas para fazer. Queria só ver se você estava bem.
- Certo então.
- Eu já vou. Espero que fiquem bem.
"É melhor deixar para contar as novidades depois. Apesar de não serem muito construtiva, já foi um passo dado. Agora ela está ocupada...".
Sango olhou para Inuyasha e riu.
- O que foi!
Ele bufou vendo que algo nele a divertia.
- Espero vê-los depois.
- Até mais Sango!
Kagome acenou.
- Tchalzinho.
Depois que Sango partiu, Kagome se virou para Inuyasha ainda com um sorriso, mas este logo desapareceu dando lugar a uma expressão de fúria.
- Devolve!
Pulou tentando tomar a jóia dele. Começou de novo.
Oi gente! Acho que dessa vez não demorei tanto ^ ^ Ou demorei? Bom, isso não importa, ai está um novo capitulo. Espero que gostem dele ^___^ Hum... Vou responder a todas as reviews postadas até aqui, agora ^_^ Algumas eu acho que já tinha respondido por e-mail, mas não custa nada responder de novo.
Mary Marcato:
Eu já assisti corpo fechado sim, mas eu não imaginava que estivesse parecido '^^ Na verdade a idéia veio de uma hora para outra. Você sabe, eu adoro mistério ^^ Então essa fic promete muito mistério. Não se preocupe, a Sango e o Miroku ainda vão aparecer bastante ^__^
Kiki-chan:
Hum... Como eu já disse antes adoro mistério! Que bom que está gostando ^____^ É mt bom ter uma review sua e muito obrigada por me falar como se bota negrito e etc ~**~ Você é uma amigona.
Shampoo-Sakai:
Vou continuar ^_^ Apesar das demoras ¬¬ Mas não se preocupe, eu não vou abandonar ^-^
Tomoyo Hiiragizawa:
Que bom que está gostando! Ansiosa? Isso é muito bom! Ai está o remédio para a sua ânsia. ^^ Hum, espero que sua crise de inspiração passe logo, todos sabemos como isso é ruim!
Madam Spook:
Que bom que lhe agradou ^^ Não se preocupe! Vou continuar =^o^=
Camis:
Hum... Agora você já sabe! ^__^ Espero que continue lendo. Também acho as orelhas do Inu fofas, que pena que a gente não pode apertar ~~ (Kagome de sorte!)
Suu-chan:
Ainda bem que gostou. Aqui está o cap 05 ^__^
Hum... Respondi tudo. Muito obrigada a todas! ^__^ Adoro vocês.
Bjs
