Amar por Correspondência

Cap 08

Sem motivo

Finalmente escrevera a ultima palavra do bendito relatório. Sango suspirou aliviada e espreguiçou-se um pouco na cadeira. Tudo estava quieto, a costumeira baderna de agentes passando no corredor não existia e somente agora ela se dera conta disso. Olhou pela janela, constatando que ainda devia ser cedo, pois não estava escuro, melhor, não havia cor para se dizer se estava escuro ou não.

- Como?!!

Ergueu a cabeça bruscamente para olhar novamente para a janela.

- Foi só um pesadelo...

Passou a mão no rosto limpando o suor e fechou os programas no computador começando a se arrumar. Estava muito curiosa sobre o que Miroku tinha a lhe contar e não se permitiria atrasar nenhum minuto para esse encontro.

- Encontro? Isso soa estranho...

Quando fora a ultima vez que saíra para um encontro com um garoto? Antes de entrar na faculdade. Com o corre-corre que sua vida tomou desde aquele instante não tivera tempo nem para respirar direito quanto mais de namorar. Fazia muitos anos e só agora começava a adquirir estabilidade no trabalho.

- Ora! Mas por que eu estou pensando nisso!!? O idiota tarado só vai me dar uma informação!

Ela sabia que seu coração queria algo além desse encontro formal, mas não podia admitir, não com um médico tarado como ele.

Consultou o relógio e para sua surpresa já eram 5 e 15.

A moça arregalou os olhos.

- Quanto tempo eu dormi?

Apressou o passo pegando a bolsa em cima da estante de livros e o papel onde estava anotado o endereço do bar, seu plano de chegar cedo fora por água a baixo.

^____^

Já fazia quase meia hora que estava plantado ali esperando. Já começava a ficar impaciente. É certo que também chegara alguns poucos minutos atrasado, mas antes tinha a absoluta certeza de que ela não se atrasaria. Suposições falsas.

Sango parecia ser do tipo de mulher bem organizada, pontual, independente e acima de tudo, linda! Ajeitou a camisa e consultou o relógio mais uma vez, este acabava de marcar 30 minutos de atraso para a agente.

Quando ergueu os olhos novamente foi para dar de cara com uma das sorridentes garçonetes. Ele deu um sorriso bobo e alisou o volumoso e bem formado traseiro da moça, que deu um gritinho assustado e tratou de rapidamente se afastar dali com um sorriso nos lábios, tomando cuidado para não derrubar a bandeja que equilibrava em uma mão só.

- Miroku...

Ao ouvir seu nome ser pronunciado tão "docemente", Miroku se virou apanhando as mãos da mulher nas suas. Ela parecia muito com um tomate, ou talvez uma chaleira ambulante, com água fervendo a mais de mil graus Celsius, o que dificultou o reconhecimento dela por parte dele.

Mas logo que isso aconteceu, ele se encolheu sentindo o medo circular nas suas veias. Porém, apesar de brava, ela ainda parecia irresistível, e controlar a mão foi literalmente impossível. Ele poderia ter saído são daquela, mas a mão criou vida própria e escorregou até um lugar não menos próprio do que o da garçonete que acabara de acariciar.

Todas as pessoas daquele bar se levantaram para olhar o que acontecia quando um grito estridente ecoou.

- TARADO!!!

- Ai, ai, AI! Não Sango! Por favor!

O médico estava encolhido no canto do banco com um galo na cabeça e uma enorme marca vermelha na face esquerda enquanto a mulher esbravejava com os olhos faiscando.

- Você pode fazer isso com qualquer mulherzinha que aparecer por aí Dr. Miroku, mas não comigo!!!

A moça que Miroku havia acariciado há alguns estantes atrás abriu a boca indignada.

- Você disse que tinha algo importante para me contar, mas acho que nada além de sacanagens poderia vir de você! Não sei como ainda confiei!

Dizendo isso ela recolheu a bolsa de cima da mesa e saiu dali, seu coração estava no chão, em pedaços. Desde quando era tão sensível? Estaria com ciúmes?

- Não...

Sussurrou para si mesma tentando se enganar, descartando essa – aos seus olhos – absurda possibilidade.

Miroku ficou parado, pasmo, tentando descobrir como aquilo chegara naquele ponto. A garçonete se aproximou dele tentando ajudá-lo a levantar-se, mas ele recusou saindo dali também.

- Mas que baderna é essa!?

Sesshoumaru apareceu no balcão e compreendeu quando viu uma mulher furiosa saindo da sua casa de chá e outro rapaz logo em seguida. Era aquela mulher que acompanhava a que desmaiou naquele outro dia e ele soube disso pelo cheiro e... O Dr. Miroku. As pessoas foram voltando aos seus lugares aos poucos.

Sango entrou no carro e saiu cantando os pneus. Quando chegou em casa foi que veio perceber como fora sem sentido a sua reação, mas era muito orgulhosa e nunca chegaria até Miroku para pedir desculpas e também não era dessas que se desmanchavam em lágrimas por causa de um erro ou de um engano, então passou para o lado, acumulando mais uma magoa não sentida, na sua coleção. Até quando agüentaria guardar tudo isso?

Desejava que Kagome tivesse um pouco mais sorte que ela no festival, se é que o idiota do Inuyasha havia convidado a menina, pelo menos nesse ponto ela se sentia aliviada por ter feito a sua parte falando para o rapaz o que ele devia fazer, os homens eram sempre muito tapados para compreender.

Tomou um banho e foi reexaminar algumas pastas a procura de alguma pista do caso Higurashi.

^___^

- Então é isso, compareça nesse endereço na segunda e dependendo do seu desempenho, você será aceita.

- Claro, entendo.

Kagome gaguejou um pouco, mas tirou forças de algum lugar para continuar firme, mesmo porque isso não era motivo de nervosismo, mas sim de grande felicidade.

Caminhou um pouco pela sala, dirigindo toda a sua atenção para a voz do outro lado do telefone, que lhe prestava informações sobre o emprego que poderia ser seu na segunda.

- Estarei aí na hora exata, obrigada.

Kagome pôs o telefone de volta em cima da mesinha. Deixou-se cair sobre o sofá da sala e suspirando fechou os olhos. Sorriu.

- Parece que finalmente vou conseguir alguma coisa.

Sussurrou ainda com os olhos fechados.

^___^

O tempo passou rápido e logo chegou o fim de semana.

Eles com certeza negariam, mas qualquer um que os visse julgaria ser um bonito casal. Kagome andava pendurada no braço de Inuyasha, ele estava um pouco emburrado, mas não fez nada para afastar a garota que apontava tudo de interessante que via nas barracas onde se alojavam os alegres vendedores que contribuíam para a existência do festival.

- Olha aquele Inuyasha! Não é lindo?

A garota falou excitada, os olhos brilhando.

- Sim, sim, é um ursinho muito bonitinho.

Ele respondeu sarcástico.

- Daria um ótimo travesseiro.

- Chato.

Kagome o empurrou de leve. De leve, mas o suficiente para que o rapaz esbarrasse em outra pessoa.

- Oh, desculpe.

Ela sorriu sem graça para a moça que os olhou estranho e se recompôs continuando seu caminho.

Kagome sorria como não fazia há tempos.

- Olha lá! Não é um parque?

Ela apontou para as luzes de um roda gigante mais à frente.

- É o que parece.

Inuyasha respondeu.

- Como eu não tinha visto esse parque por aqui?

- Talvez por que você seja um pouco lesada?

Inuyasha brincou, mas logo se arrependeu ao sentir uma forte cotovelada no estomago.

- Eu não vou me ofender com isso.

- Bom pra você.

Ele respondeu se dobrando um pouco com a dor.

- Vamos lá!

Kagome o puxou sem que ele tivesse a chance de responder.

- Eu tenho escolha?

Suspirou.

^___^

- Oh não, eu odeio montanha russa...

- Eu também não sou muito chegado, mas não custa nada... Encare como uma nova experiência.

Ele falou se enfiando na fila e arrastando Kagome junto, a menina já estava pálida só de pensar em subir naqueles carrinhos que davam voltas e voltas de cabeça para baixo.

- Mas eu já tive essa experiência...

Ela sussurrou enjoada.

- E eu garanto que não foi muito boa.

Completou.

- Vamos lá. Eu sei que você é forte.

Inuyasha deu um raro e lindo sorriso.

- É, acho que só esse sorriso que você deu compensa.

Ele emburrou com o comentário da garota.

- Não precisa ficar emburrado. Foi só um elogio.

- Keh!

A fila seguiu mais um pouco e já era vez deles entrarem. Kagome colocou um pé na plataforma hesitante se entrava ou não.

- Desisti, não vamos mais aí.

Inuyasha puxou Kagome para o lado enquanto a aglomeração de pessoas atrás deles aumentava cada vez mais.

- Oh! Você é louco? Primeiro me arrasta até aqui e me faz pegar uma fila enorme e depois diz que não quer mais ir na montanha russa?!!!

- Keh!

Ele virou o rosto para o outro lado.

^_^

Inuyasha e Kagome não se deram conta, mas haviam caminhado bastante absortos em uma animada conversa sobre todos os assuntos possíveis e imagináveis.

Mais a frente havia um lago, com uma fonte.

Algumas dezenas de pirilampos, a única fonte de luz além das luzes de uma roda gigante e alguns outros brinquedos do parque, que podiam ser vistas sobre algumas árvores, sobrevoavam o lago dando um toque romântico ao lugar.

- Ah, eu sempre sonhei em ser uma advogada!

A garota deu alguns pulinhos antes de ser interrompida.

- Porque ser advogada se você pode ser uma juíza?

- Ora, isso vem depois, lembre-se, o juiz não seria nada mais que uma figura pomposa sem os advogados, promotores, corretores e todo esse pessoal. São eles que fazem o trabalho mais pesado. Arriscam a vida lidando com pessoas e casos perigosos.

- Entendo, como uma cadeia, o juiz só dá a palavra final.

- Isso.

Ela sussurrou se debruçando mais um pouco para admirar as belas carpas nadando graciosamente pela água cristalina. Inuyasha ficou momentaneamente pensativo.

- Uma bióloga também não seria nada mal...

- Não tem muito a ver com advocacia né?

O rapaz riu um pouco.

- É, mas eu gosto dos bichinhos.

Inuyasha revirou os olhos, divertido, ela gostava de bichinhos.

Suas orelhas caninas se mexeram um pouco no topo da cabeça.

- Sabe Kagome...

- Hum?

Kagome observava um casal de namorados entretidos na ponte que ligava ao outro lado da praça.

- Hum...

Ele abaixou a cabeça um pouco encabulado.

Um forte barulho além das árvores, seguido de gritos apavorados fez Inuyasha entrar em alerta e Kagome pular assustada. A terra tremeu um pouco e em seguida um som mais forte, o som de uma explosão.

^__^

Os vagões da montanha russa estavam todos destroçados. Alguns corpos jaziam no chão, talvez em estado pior do que os vagões.

A mulher que entregara o panfleto. Apareceu e desapareceu tão sorrateira quanto o vento.

Mais tarde, no Noticiário,

Nunca nada parecido marcou o festival de inverno dessa forma. Desconfia-se de falha mecânica, mas há também alguns indícios que o acidente na montanha russa tenha sido planejado por grupos terroristas.

- Aquele carro era pra nós... Aquelas pessoas morreram no nosso lugar Inuyasha.

A garota falou tremula escorando-se na parede da cozinha.

- Keh! Tente não ser tão perfeita Kagome!

As cenas do acidente no metrô voltavam a cabeça da menina.

^____^

A sala era escura. Ao fundo havia uma mesa grande e atrás desta, a silhueta de uma cadeira. Esta virou lentamente revelando que havia alguém sentado lá, mas seu rosto ainda estava oculto, não era possível ver seus traços.

Ouviu-se uma leve batida na porta e logo em seguida esta foi aberta deixando vazar um pouco de luz para aquele cômodo. A figura de uma mulher penetrou na sala, silenciosamente, até postar-se de frente a mesa. O homem ergueu os olhos exibindo maliciosas pupilas vermelhas que poderiam encher aquela sala com a sua presença, apesar de serem oculares pequenos.

- Senhor, Fugi falhou.

- ... Eu sei.

A mulher entreabriu um pouco os lábios, como se quisesse falar algo, mas desistiu logo em seguida permanecendo encerrada no mesmo lugar. O obvio cheiro de medo circulava no ar. Gaguejou um pouco na frase seguinte.

- Chegaram essas pastas agora a pouco, parece ser de extrema urgência.

O homem ergueu uma das mãos e depois de examinar o conteúdo daquilo fitou-a com um sorriso cínico.

- Você é nova aqui não é?

- Ahn, mas... O que?

Ele acenou com a mão e no segundo seguinte a cabeça da mulher rolava no chão sujando o assoalho de sangue, o corpo tombou para o outro lado.

- Que pena.

Ele se levantou e caminhou olhando para a cabeça decepada com uma expressão confusa no rosto.

- Era uma jovem tão bela...

- Hakudoshi.

Chamou em um tom urgente. Um jovem de cabelos lilases, pele muito pálida e olhos débeis e maliciosos saiu das sombras. Sua lança ainda pingando o liquido vermelho.

- Sim, mestre.

- Limpe isso. Depois tenho outro trabalho para você.

Voltou a sentar-se no seu trono murmurando frases.

- Kagome Higurashi. Você tem sorte. Deixarei que viva mais um pouco até que eu termine de cuidar de alguns assuntos particulares.

Um momento de silencio se formou.

- Quanto ao jovem hanyou... Ainda tenho alguns planos para você.

Seu sorriso reapareceu junto com um brilho quase maníaco no seu olhar.

- Minha pequena preciosa.

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Reviews por ordem de postagem:

Keiko-sama:

Eu tento não demorar... Mas parece que pontualidade não é o meu forte T.T Sorry, eu sei como é ruim ficar esperando para ler uma fic ;_; Mesmo assim, obrigada por comentar! Adoro você ^^ Kissus!

Shampoo-sakai:

Claro que vc é uma grande escritora, amo suas fics! XP Espero que tenha gostado desse capitulo! ^^ Bjão

LP Vanny-chan:

O Miroku apanhou bastante nesse capitulo XD A Sango é sempre muito má com ele, mas às vezes ele merece ^^ (ou sempre? O.o) Espero que por enquanto tenha matado sua vontade de vê-lo apanhar, ou pelo menos amenizado XD Muito obrigada pela review ^^ Bjs!

Dani:

Naraku aparece nesse capitulo ^__^ Ele andava oculto pelas sombras, não sei se alguém percebeu, mas agora a participação dele será mais constante, e seus planos malignos. Muito obrigada pelo apoio ^^ Kissus!

NATSU:

#^_^# Significa que gostou? Obrigada ^__^

Kikyou Priestess:

Não se preocupe com demora, eu sou mestre em demora, não posso exigir nd XDD O importante é que vc deixou a bendita review '^^ Arigatou Lally-chan! /o\ - "Lily a diferente"

Hehe, em 2006 os leitores saberão do resto junto com o vencedor da copa do mundo XD Não é mt tempo, só dois aninhos né? úu Bjs! ^^

Naraku:

Ora, como poderia esquecer de vc? O vilão principal da fic? XD Tem alguns planos para o barbudo do 804, vou ver se consigo encaixar em algum lugar. Sabe que eu não tinha pensado na hipótese de ser o Manten... O.o Mas agora que vc falou... Quem sabe. XP Que isso, muito obrigada pela review ^^ Ah, e eu adoro suas fics!!! Bjs!

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HOMENAGEM ESPECIAL AS CARPAS DA KIKI .

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Olha Kiki! Elas não morreram afogadas! /o\

[...]

- Entendo, como uma cadeia, o juiz só dá a palavra final.

- Isso.

Ela sussurrou se debruçando mais um pouco para admirar as carpas gordas e suculentas.

Inuyasha ficou pensativo. "Essas carpas dariam um bom assado..."

- Um cozinheiro também não seria nada mal...

[...]

Apesar de que talvez não fiquem vivas por tanto tempo assim XDD

[...]

- Aquela panela era pra nós... As carpas morreram no nosso lugar Inuyasha.

A garota falou tremula escorando-se na parede da cozinha.

- Keh! Tente não ser tão perfeita Kagome!

[...]

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É incrível como só fico inspirada em época de provas, quando não posso escrever... Será que é uma fuga? Eu deixei de estudar para terminar esse capitulo (escrever fics é algo bem mais interessante do que estudar a teoria da relatividade), então aproveitem XP

Acho que é só gente. Não percam o próximo capitulo. O capitulo... 09!!! *dãã... novidade...* Desconfio que estou cada vez pior... '- - No cap 9 aconteceram algumas mudanças, a história avançará alguns anos e começará a apresentar um tema mais adulto.

Ja ne

Kissu