Simplesmente Família...

Por Dani Potter

N/A.: Nhá, acabou-se. Agora é realmente o fim. Eu fiz, essa tá romântica e um tanto quanto melancólica, mas eu espero que tenha ficado boa. Bem, sem mais. Boa leitura e comenta, tá? Eu gostaria de saber muito o que você achou! Bjos

"Você os vê, Harry? Sente a felicidade que irradia de seus sorrisos? É, nem sempre foi assim, antigamente eram gritos e tapas, agora são beijos e sorrisos. Os meus melhores amigos...". Sirius olhou para o afilhado em seu colo. O garoto parecia entender sobre o que ele estava falando, já que seus olhos verdes não desgrudavam do padrinho e ele tinha no rosto uma expressão um tanto quanto interessada. Sirius riu intensamente olhando para Harry.

 "Esse é o meu Harry! Orgulho do padrinho!", disse girando Harry no ar, fazendo o garoto rir descontroladamente e balançar as perninhas.

 "Sirius? O que houve?"

 "Nada, Lily. Assunto entre eu e o grande Harry aqui", disse enquanto o bebê ainda ria. "Bem, eu já vou indo, Pontas, a gente se vê! Tchau, Lily! Fica de olho neles, Harry!" Terminou acenando e piscando um olho para Harry.

 "Ti, você entendeu alguma coisa do que se passou aqui?" perguntou intrigada

 "Não, amor..." disse, dando um selinho na esposa e se dirigindo às escadas da casa. " Vou dormir que estou exausto...Boa noite."

 Lílian observou o marido subir as escadas e se voltou para o filho, que se encontrava no sofá mordendo um mordedor furiosamente. Ficou apenas observando aquela pequena e gordinha criança se divertir com o brinquedo. Ele era tão pequeno, fofo e lindo. Sentia um orgulho de ser mãe, de saber que era amada e amava incondicionalmente, de ter um filho que crescia saudável e feliz. É, a sua vida era ótima - mesmo com a sombra de Voldemort que se encontrava sobre a vida deles, ela era feliz. Nem ela  e nem Tiago iam deixar que aquele homem desprovido de qualquer emoção acabasse com a vida deles. Eles iam lutar até o fim.

 "Hora de nanar, pequeno...", sussurrou próxima do garoto e o viu levantar os olhinhos pra ela e balançar a cabeça num sinal de negação, logo depois voltando sua atenção ao bonequinho de morder. Riu com esse ato do filho, ele, além de ser a cara do pai, parecia que teria o mesmo gênio. Mesmo contra a vontade de Harry pegou-o no colo e subiu as escadas para os dormitórios. 'É melhor tentar domar o gênio Potter desde cedo' pensou sorrindo.

[hr]

 O quarto se encontrava silencioso e escuro. Qualquer um que olhasse de relance acharia que o casal se encontrava em sono profundo, mas eu estava acordado ainda. Muito bem acordado.

 Fazia já alguns meses que sabiam que Voldemort estava à nossa caça e, bem, eu estava com medo. Não era o fato de ser o pior bruxo das trevas atrás de nós - eu tinha medo por Lílian, por Harry, por nossa família. Eu não permitiria que alguém matasse as pessoas que  mais amava no mundo, estava disposto a lutar, mas parecia cada vez mais impossível fugir.

 Levantei-me da cama e vesti meu roupão. Não conseguiria dormir tão cedo, sabia disso, então era melhor dar uma volta pela casa. Andei pelos corredores observando as fotos e quadros. Todos demonstravam uma vivacidade, uma alegria. Então por que isso tudo tinha de estar ameaçado? Não fazia sentido algum, não era certo, era revoltante.

 Encostei-me no batente da porta de Harry e pus-me admirar ao redor. Na porta do quarto tinha uma pequena plaquinha em formato de patas de animais, mais especificamente de um cervo, um rato, um cão e um arranhão de lobisomem com os dizeres 'Harry James Potter' talhado na madeira.

 Sorri vendo a placa. Sirius passara horas a fio descrevendo as façanhas que Harry poderia fazer no futuro ao ver a placa, mas eu não estava prestando atenção no momento, estava pensando em como seria ver meu filho crescer e ser feliz. Uma sensação de pânico tomou-me. 'Será que eu conseguiria exercer minhas funções de pai corretamente? Será que eu e Lílian estaríamos sempre presentes? Pare de pensar bobagens Tiago! Voldemort não vai conseguir pegá-los! Você, Harry e Lily serão muitos felizes!', pensei com firmeza.

 Andei lentamente até o berço e pus-me a admirar  o meu filho. Ele era tão parecido comigo, Lílian dizia isso sempre, que ele seria lindo. Um sorriso bobo brotou em minha face. Eu era o pai mais feliz do mundo, tinha certeza que Harry seria um grande bruxo. Peguei cuidadosamente ele do berço e parti em direção ao meu quarto e de Lily. Essa noite queria a família toda junta.

 Coloquei Harry ao lado de Lílian na cama de casal, e fiquei os admirando. Eram tão bonitos, eu os amava mais que tudo. Morreria por eles se fosse preciso. Segui até a janela para observar o céu que se encontrava completamente cheio de estrelas brilhantes juntamente com a Lua crescente. Um cenário lindo. Sorri ao ver a lua e lembrar-me de Remo. Havia vivido tantas aventuras sob a lua cheia com meus amigos, bons tempos àqueles onde não havia preocupações, onde nós éramos apenas adolescentes se aventurando sem medo e compromisso para com nada. Respirei profundamente o ar gelado e sorri. Se havia uma coisa que amava era outono, aquele tempo não tão frio, mas sem ser quente. Adorava ver as folhas no chão, embaixo das árvores, sendo levadas pelo vento, aquilo sempre me lembrava amor. Não sabia definir porquê, mas lembrava.

 Senti alguém me abraçar fortemente pela cintura e cheirar meu roupão. Virei sorrindo e puxando Lily para perto. Adorava aquele jeito dela de chegar de mansinho e de ser carinhosa. Era tão típico, mas encantador a cada novo momento.

 " Não conseguiu dormir, amor?", perguntou, ficando na ponta dos pés e me dando um selinho, para depois apoiar a cabeça sobre meu peito e ficar abraçada ouvindo meu coração. Receei de contar a verdade a ela, mas sabia que Lílian saberia se eu mentisse, então resolvi ser sincero.

 "Eu estou apreensivo, Lily. Eu temo por você e pelo Harry, que são as coisas mais preciosas da minha vida. Não é Voldemort, é simplesmente o fato de perder vocês que me apavora.", declarei olhando para Harry dormindo tranqüilamente. Senti as delicadas mãos de Lily virarem meu rosto para encará-la. A sensação de olhar nos olhos dela é de me perder num mar de amor e vida que não tem explicação. Senti meus olhos ficarem marejados e a ouvi sussurrar " Nós ficaremos bem, Ti. Estamos todos aqui, juntos e seguros". A emoção foi mais forte que a prudência de não deixá-la perceber meu medo, pois em segundos eu estava com o rosto enterrado na curva de seu pescoço chorando compulsivamente. Agarrei-me a ela com todas as forças, ela era meu suporte e no momento eu precisava disso imensamente.

 Fiquei alguns minutos chorando junto a Lily, mas logo ela conseguiu me acalmar. Passamos horas admirando os céus e ficando juntinhos, sentindo a respiração do outro e o coração bater no mesmo ritmo. Agora estamos deitados na cama, um de cada lado de Harry, admirando nosso filho.

 "Tiago, você já pensou como vai ser quando Harry crescer? Vai ser uma mulherada atrás dele, que nem tinha atrás de você", disse Lily fazendo biquinho. Eu gargalhei animado.

 "Sim, meu filho tem que herdar as coisas boas. A beleza, o charme e o dom da conquista", falei em tom de provocação e passei a mão nos cabelos para irritá-la ainda mais. Nisso nos olhamos e começamos a rir juntos. Era muito engraçado ver como nos provocar mutuamente podia relembrar tanto nossa adolescência e as manias antigas ainda presentes.

 Ficamos nos encarando por longos minutos, nos quais  eu analisava a beleza encantadora de Lily, que transmitia uma paz, um amor e uma provocação incríveis.

 'Sabia que você é lindo?", ela perguntou sedutoramente.

 "Modéstia à parte, sabia, sim", disse, dando um sorriso extremamente safado. "E a Sra. Potter sabia que é divinamente linda?"

 "Hum...acho q o Sr. Potter poderia dizer isso mais freqüentemente". Risadas, muitas risadas ecoaram pelo quarto. Falávamos a verdade, mas era impossível refrear a vontade de rir diante dos termos e maneiras usadas para dizer isso.

 O cansaço foi tomando conta de nossos corpos, e vi Lily adormecer logo em seguida, parecendo um anjo. Enlacei minha mão na dela e fechei meus olhos para dormir. Pouco tempo antes de dormir senti uma mãozinha se unir às nossas e sorri. Éramos realmente uma família forte e unida.

[hr]

 O tempo destrói. O tempo corrói. E quando não é o tempo é alguém sem coração, que não suporta ver a felicidade alheia intocada e imortal. Foi assim que aconteceu com eles. A família Potter foi destruída pela crueldade, pela inveja, pelo desespero de poder.

 Uma mágica lembrança assola os corações daqueles que viveram juntos ou presenciaram a existência dessa família simplesmente normal e tão diferente. Eles eram irreverentes e apaixonados, cuidadosos e espoletas, corajosos que temiam pelo seu próximo, pai, mãe, filho, eram a paz em forma de pessoas.

 Nunca o tempo levará os Potter's da nossa vida. A alma, as atitudes, as manias e lembranças deles sempre estarão conosco, guardadas e eternamente vivas.

 O amor entre Tiago e Lílian que era tão perfeito e ao mesmo tempo tão louco e esquizofrênico. O amor de pais que eles tinham, a vivacidade e alegria. Eles sempre serão eternos e especiais. Morando em nossos corações e lembranças, são uma família forte e unida, que rompe a barreira entre a vida e a morte, buscando a eternidade.

 Tiago Potter, Lílian Potter e Harry Potter. Simples e especiais, verdadeiros e leias, amor de alma, sangue e coração. Que descansem em paz os que já foram e que seja feliz o que aqui ainda se encontra.