Capítulo 2- O dia seguinte
Harry acordou meio atordoado por causa de um sonho, do qual ele não se lembrava. Ao chegar no Salão Principal, ele notou que os professores não estavam na mesa a eles destinada, e sim reunido em um semi-círculo discutindo com uma garota alta e esguia de longos cabelos ondulados de um loiro meio pálido que cascateavam sobre seus ombros. Sua pele era muito clara, aparentava ter por volta de 14 anos e, em sua testa, existia uma estranha cicatriz em forma de lua crescente (que estranhamente estava pintada de azul. "Por que raios alguém pintaria uma cicatriz?" – perguntava-se Harry). Não era aluna de Hogwarts (isso o garoto logo notou), já que usava vestes de um tom muito singular de azul que não eram as do uniforme da escola. Harry se sentou na ponta da grande mesa grifinória, para assim poder ouvir a discussão.
- Veja bem, senhorita – dizia Dumbledore, já sem muita paciência – estou ciente de que é uma sacerdotisa, que está aqui a pedido da Senhora do Lago e que o que aqui veio buscar é importante para a sua comunidade, mas nesses tempos de perigo não podemos deixar que você reviste nossa biblioteca e leve o que lhe interessar.
A garota suspirou antes de dizer:
- Senhor diretor, minha principal missão aqui não é procurar os escritos do grande Derfel Cadarn nem o sagrado pergaminho de Caleddin, o druida traidor que revelou coisas sagradas aos romanos (embora sejam estes de suma importância para meus propósitos). Nossos druidas suspeitam que algum dos 12 Tesouros da Britânia ou até o Caldeirão de Clyddno Eiddyn estejam escondidos aqui.
- Suspeitam? – perguntou Snape com desdém – Você está nos atormentando por causa de uma suposição de seus druidas?
- Severo tem razão. – apoiou a professora de Transfiguração – Não era melhor terem certeza antes?
A garota suspirou novamente, como se a resposta fosse a coisa mais óbvia do mundo.
- Alô-ôu! Vocês colocaram uma barreira mágica em toda a extensão da propriedade. Como poderíamos detectar uma presença mágica aqui com uma barreira mágica a escondendo?
Os professores tiveram que concordar com ela.
- Mas nesse caso, como pretende verificar se a suposição é verdadeira?
- Não sei exatamente. Trazendo algumas sacerdotisas e druidas para cá, tomando poções que provocam sonhos e esperando-as surtirem efeito.
- E se não surtirem?
- Aí, diretor, tentaremos uma poção diferente e esperaremos mais.
- E se essa também não surtir efeito?
- Tentaremos de novo e de novo.
- Até quando?
- Não sei. Até termos certeza que não há nada por aqui.
- Por quanto tempo pretendem tentar?
- Eu não faço a mínima idéia de quantas poções e combinações de ervas diferentes os druidas conhecem. Mas tentaremos todas possíveis.
- Isso irá requerer um tempo muito longo e só os alunos e professores podem passar um tempo tão grande no castelo, em tempos de perigo como estes.
- Alvo, entenda a minha posição! – disse a garota, estranhamente calma – Vocês podem estar em perigo aqui, mas a minha religião está em perigo de deixar de existir! A séculos tentamos achar um modo de fazer a situação se reverter e ou deuses voltarem ao poder. A pouco tempo os druidas descobriram que uma vez quase se teve sucesso, mas por algum motivo, deu errado. Agora nós procuramos achar como isso foi feito para que, conhecendo o fracasso de nossos antepassados, não falhemos. Você tem que entender como isso é importante!
- Entender eu até entendo. Mas não posso permitir.
- Por Don, senhor! Tem que haver um jeito. Só se... – o rosto dela se iluminou, como se ela tivesse tido uma idéia brilhante. Pegou uma bacia não se sabe de onde e a colocou em cima da mesa da grifinória, e se sentou no banco em frente a Harry.
A bacia parecia ser de prata e dentro dela tinha água. Uma água pura e cristalina. A garota olhou para dentro da bacia e fechou os olhos por um instante. Quando abriu os olhos, olhou fixamente para a bacia e começou a falar. E a bacia lhe respondeu! Harry espichou o olhar para a bacia. Imediatamente a garoa olhou para ele e disse:
- Curioso você, heim?
Harry olhou para seu prato de mingau, muito envergonhado. Depois de minutos, a garota pousou a bacia no chão e se levantou para falar com Dumbledore.
- Alvo, falei com a Senhora do Lago e ela concordou comigo. Se só alunos podem passar tanto tempo aqui, então estudarei aqui também.
- Que eu saiba, - desdenhou o professor de poções – as sacerdotisas tem suas próprias mágicas e desprezam a nossa magia.
O olhar da pequena sacerdotisa foi mortal.
- Eu desprezo essa sua magia insignificante e esse lugar que me sufoca. – essa era o primeira real demonstração de algum sentimento negativo vindo dela – Mas pelo bem da minha religião, irei suportar tudo.
- E se eu me recusar a admiti-la? – indagou o diretor
A cara da garota foi de dar pena. Algo misturado com tristeza e angústia e um desespero enorme.
- Você não faria isso. E... pense bem. Se os deuses se voltarem para nós novamente, vocês poderão vencer a guerra de vocês. Faremos um trato. Você me deixa estudar aqui para tentar restaurar meus deuses e, consequentemente a minha religião, e eu te ajudo a vencer a guerra.
Depois de uns minutos de conversa com os outros professores, eles assentiram. O sorriso as garota era de triunfo.
- Prof. Sprout, vá por favor até a minha sala e pegue o Chapéu Seletor. – pediu o diretor, que se dirigiu até seu lugar no centro da mesa dos professores e anunciou.
- Alunos! A partir de hoje, uma nova aluna vai estudar com vocês. Eu lhes apresento Seren Emerië.
Ao ouvir seu nome, a sacerdotisa invocou o fascinium (que é um feitiço muito usado pelas sacerdotisas, que faz com que você pareça mais alta, imponente, majestosa. Resumindo, algo extremamente útil quando se quer impor respeito) e foi para junto do diretor.
O Chapéu Seletor foi colocado em sua cabeça.
- Em qual casa devo te colocar....? – dizia o Chapéu, fazendo sua voz ecoar na cabeça da garota – Minha decisão não te interessa, por acaso?
- Não. – respondeu risidamente
- Então que assim seja. CORVINAL!
Seren olhou aturdida e confusa para o salão, e depois para Dumbledore. Ele indicou a mesa que explodia em vivas (não que soubessem realmente quem ela era, mas.... é exatamente isso que o fascinium faz às pessoas). Ainda meio deslocada, ela foi até a mesa toda de azul e se sentou num lugar que uma garota oriental indicou-lhe.
Depois do café da manhã, os alunos (inclusive ela) receberam seus horários. Seren enfiou-o num bolso aparentemente invisível e ia se dirigindo à saída, muito concentrada em tentar descobrir onde ficava a biblioteca, quando trombou com alguém. Um garoto ruivo começou a gritar:
- OLHA PRA ONDE ANDA!!
Seren olhou-o com desdém, revirou os olhos e ia sair andando, quando um garoto de cabelos pretos ao lado do ruivo puxou a manga de suas vestes azuis.
- Mu-muito prazer. Sou Harry Potter. Você deve ser Seren, a aluna nova. Por que vc não usa o uniforme? E por que tem essa cicatriz em forma de lua crescente na testa? Quem a fez?
- Ei, calma aí, lorde Potter. Uma pergunta de cada vez. – disse Seren meio sarcasticamente, o que fez o garoto corar – Não uso uniforme pq ele é.... ãhn... oras, porque minhas vestes de sacerdotisa são muito mais bonitas. Essa cicatriz em forma de lua crescente é um símbolo. Indica que já fui iniciada sacerdotisa. E que a fez foram as sacerdotisas mais velhas. Respondi tudo? Agora.... como faço para ir à biblioteca?
- Sem querer parecer chata, mas já sendo, - falou a garota de cabelos castanhos ao lado do de cabelos pretos – Daqui a pouco vai começar a primeira aula. Você deveria pegar seus materiais e ir para a sala de aula, e não para a biblioteca.
- Sem ofensas, garota, mas eu não estou nem aí para isso. Vocês vão me dizer onde fica a biblioteca ou vou ter que perguntar para outra pessoa?
- Garota não. Meu nome é Hermione Granger.
- Certo, certo... mas onde fica a biblioteca, Hermione?
- Vire a direita, depois à esquerda, pegue a escada à sua frente, suba dois andares, vire a primeira à direita e depois a terceira à esquerda. Guardou tudo?
Seren olhava com desprezo para Hermione, quando notou que o ruivo com quem trombara estava a ponto de explodir em risadas.
- O que foi? Está rindo de quê?
Numa tentativa de falar, o rapaz começou a rir muito e, minutos depois, quando se acalmou, falou:
- Lo-lorde Potter foi a coisa mais hilária de que já o chamaram.
Depois de ver a cara de extrema indignação vindo da sacerdotisa, ele se calou.
- Há algo de errado nisso?
- Não se usa mais o termo "lorde", senhora sacerdotisa.
- Fique quieta. E a propósito, como se chama?
- Rony Weasley.
Seren acentiu e deu um passo em direção à porta, mas se voltou envergonhada.
- Como faço mesmo para chegar à biblioteca?
Hermione começou a rir, mas foi calada por Harry, que disse:
- Siga em frente até a armadura que range. Suba dois andares pela escada a sua esquerda e dará de cara com a biblioteca.
Seren sorriu em agradecimento e foi andando. Com sua audição aguçada ainda ouviu Hermione sussurrar rispidamente para Harry:
- Não deveria ter dito o caminho mais simples.
N/A: Okay, eu tentei manter a formalidade nesses dois primeiros capítulos, mas eu tenho uma compulsão por notas. Espero que estejam gostando da fic. Apesar de ter compulsão por notas, tenho uma maior ainda por crossovers. Essa fanfic mistura (como acho que vcs já perceberam) Harry Potter, As Crônicas de Artur e As Brumas de Avalon. Não é necessário ter lido nenhum desses livros, mas eu acho que seria mais legal se vc os tivesse lido. Esperem o próximo capítulo, que eu não acho que vá demorar.
