Capítulo 5- Um natal pagão ou um Yule cristão?

N/A: Oiê!! Bom, deixe-me falar um pouco sobre esse capítulo. Chegou a época de Natal, e, como é de conhecimento geral, Seren é uma sacerdotisa pagã. Como será que ela reagira, tendo de enfrentar o maior das festas cristãs?

Quando Seren acordou pela manhã, e desceu para tomar seu café, ela levou um susto ao se deparar com seis grandes árvores sendo decoradas com enfeites e um presépio que se mexia estava armado a um canto. Assim que notou o presépio em tamanho natural, a pequena sacerdotisa parou, a indignação estampada em seu belo rosto, emoldurado por seus cabelos claros levemente ondulados.

Harry e Rony, que ainda não haviam desistido de ganhar a simpatia da garota, se aproximaram dela e Rony perguntou:

- Gostou da decoração de Natal, Seren? Está mais bonita esse ano, né?

Se olhar matasse, Rony, Harry e as pessoas próximas de Seren a um raio de 3m já seriam menos que pó no chão (ao que ela teria o maior prazer em conjurar vento para espalha-los).

- O que...

Harry nem conseguiu completar sua frase, pois Seren foi, furiosa, até a mesa dos professores, parando de frente pra Dumbledore. Ela bateu as mãos com força na mesa, perto do prato de mingau do diretor, forçando-o a encara-la.

- Algum problema, srta. Emerië? – perguntou o diretor calmamente

- Problema?? Imagine! – ironizou ela – Mesmo sabendo de minha presença, você se atreveu a fazer uma decoração absolutamente cristã?

- Mas é época de Natal!

- Sabia que existem outras religiões além do cristianismo? Que podem ter alunos seus que tenham outras festividades nessa época além do seu Natal?

A esse ponto, quase todos os alunos tinham abandonado seu café-da-manhã e estavam prestando atenção nas palavras da sacerdotisa.

- Dê-me um exemplo de uma outra festividade nessa época.

- O Yule. É o ritual pagão que comemora o Solstício de Inverno. E ocorre no dia 22, 3 dias antes do natal cristão.

- Seren! Nem tudo gira em torno você e da sua religião, entende? Você está sendo tão egoísta quanto eu, querendo que toda a decoração seja pagã.

- Não fará tanta diferença assim, Alvo. Os cristão copiaram a maioria de sua decoração do paganismo. Só quero que retire aquela "coisa" – ela se referiu ao presépio – E... os anjos devem ser transformados em fadas. Só isso. Ah, sim. E... coloquem folhas de azevinho na decoração.

Dumbledore acentiu com a cabeça, mesmo não demonstrando ter ouvido uma só palavra. Isso irritou Seren ao ponto dela olhar raivosa para o diretor, depois para o presépio, e em seguida deixar o salão. Podia-se ouvir ruidosos trovões ressoarem lá fora, começando no momento que Seren deixou o Salão Principal. Minutos depois, Draco saiu atrás de Seren.

Depois de minutos vagando, ele a encontrou no jardim, debaixo de um grande carvalho. Os trovões estavam bem mais fortes agora, e cortavam o céu com violência.

- Sua louca! Que idéia é essa de ficar embaixo de uma árvore tão alta com uma chuva de trovões assim?

Ela o olhou com desprezo.

- Idiota. Eu provoquei os trovões. Eles não acertaram enquanto eu não quiser. – e vendo a cara de pânico do loirinho, acrescentou – E não sou suicida.

Draco percebeu que, apesar de sua voz ser firme e controlada, Seren estava intensamente magoada. Sentou-se ao lado dela, e perguntou-lhe, com a voz gentil:

- Por que a decoração de Natal te aborrece tanto?

- Por que? Oras, porque quer dizer que os cristãos estão ganhando força, mais do que eu estava pensando que teriam. E... isso me lembra que vim até esse fim de mundo para realizar uma missão. Missão que nem comecei.

- Não tem culpa da biblioteca estar em reformas.

- É mesmo. A Deusa tem seus designos. Se ainda não pude ir até a biblioteca, foi porque os deuses assim quiseram.

- Isso.

Draco ficou acariciando os cabelos claros de Seren e ela, ao contrário do que ele esperava, deitou a cabeça loura em seu ombro.

Os dois ficaram assim até que começou a trovejar tão forte que fugiu ao controle de Seren e eles entraram no castelo.

Dois dias depois, quando Seren foi tomar seu desjejum matinal, ela percebeu que o presépio em tamanho natural não estava mais lá. O canto onde ele permanecera esses dois dias, estava vazio. E quando Seren olhou para as árvores de Natal, percebeu que os anjinhos tinham sido retirados e, sobre as mesas, sobrevoavam várias fadinhas coloridas.

Ela sorriu (não um sorriso esnobe de sempre, mas um sorriso sincero de felicidade) para Dumbledore, que retribuiu o sorriso. Depois percebeu que, naquele dia, a comida foi absolutamente natural (o que provocou resmungos de alguns alunos), e os professores nem brigaram com ela, por ela não estar usando o uniforme (é, ela ainda não o usava regularmente).

Foi só às 15h que ela se tocou o porquê de tudo isso: era dia 21 de dezembro, véspera de Yule. Naquela noite, chegaram 5 sacerdotes e 5 sacerdotisas, para, junto com Seren, realizar os rituais de Yule. Dumbledore até providenciou um banquete para os recém chegados!

E nem no dia 24 de dezembro foi montado o presépio (apesar de estar claro que o banquete e as comemorações de Natal foram maiores que as de Yule).

N/A: Bom, hoje é véspera de Natal e.... quando me sentei na frente do computador, tive a idéia para esse capítulo. Espero que tenham gostado.