N/A: Nhai, eu tô aproveitando meu estado de dor-de-cabeça e mal-humor momentâneos para escrever essa fic. É sério, como eu descarrego toda a minha raiva, usando a Seren, eu fico melhor depois disso. Pode parecer bizarro, mas é verdade. Aproveitem esse capítulo.
Nos últimos dias, Seren mal prestava atenção nas aulas. Quanto mais lia os pergaminhos, mais queria continuar lendo. E eles eram enormes. Mais de 1000 folhas, que Seren lia como se não fosse difícil ler em saxão. Ficara tão viciada naquela história, que a única pessoa que conseguia fazê-la largar os pergaminhos era Draco Malfoy. Este estava atarefadíssimo procurando saber as lições que eram dadas á Corvinal, a matéria para trabalhos e testes, sem contar que ele tinha que forçar Seren a comer e dormir. (Não que ela realmente obedecesse, mas fingia, para agradá-lo). Os professores já nem tentavam mais faze-la prestar atenção, pois sabiam que, agora que encontrara o que precisava, ela não se interessaria por mais nada.
O sonserino sabia que, como a busca da menina chegara ao fim, logo ela teria que ir embora. Então ele dedicava todo seu tempo para ajudá-la. Ele descobrira que ela podia ser uma boa amiga, quando estava de bom humor. De certa forma, ela era diferente de todas as garotas que ele já conhecera.
Quando não estava em aulas, a sacerdotisa ficava em seu dormitório, ou no Salão Comunal da Corvinal, sempre lendo. Quem passava por ela, achava que era louca, pois ela ria com o livro e, segundos depois, estava chorando. Ela deu mais demonstrações de que não era privada de sentimentos humanos (como muitos achavam) nessa semana em que passou lendo, do que em todos os outros meses que passou em Hogwarts.
Sim, ela levou somente uma semana para ler tudo. Quando chegou ao fim, ela estava deitada em sua cama. Deu um longo suspiro, fazendo uma de suas colegas de quarto perguntar-lhe o que tinha acontecido. Então ela deitou-se e dormiu a noite inteira.
Na manhã seguinte, quando Seren desceu para o Salão Comunal da Corvinal, notou uma agitação atípica em volta do quadro de avisos. Ao aproximar-se, os alunos deram espaço para que ela visse também o aviso pregado. Este informava que os alunos poderiam visitar o povoado de Hogsmeade no próximo sábado. Ela ficou incrivelmente feliz, dando pulos de alegria, assustando TODOS os que a olharam naquele momento, afinal, não era sempre que se via a esnobe sacerdotisa demonstrando tanta felicidade por alguma coisa. Ainda mais algo desse tipo.
Mal descera ela para o café da manhã, os mesmos três que sempre a procuravam foram falar com ela.
- Oi, Seren! - disse Harry alegremente
Seren somente revirou os olhos, extremamente mal-humorada.
- Você a Hogsmeade na próxima semana? - perguntou Rony
A alegria que havia sumido, dando lugar ao mal-humor rotineiro, havia voltado, ao que ela voltara a dar pulinhos, enquanto dizia "Sim, sim, sim.".
Hermione pareceu enojada com a situação. Uma figura parou atrás de Harry e Rony e, estendendo a mão cerimoniosamente para Seren, disse:
- Daria-me a honra de mostrar-lhe o vilarejo e desfrutar de sua companhia, bela senhorita?
Seren riu discretamente, lisonjeada (mesmo sabendo que o jovem seria capaz de qualquer coisa para ficar junto dela). Pousando sua mão na dele, respondeu:
- Com muito prazer, cavalheiro.
O fato de ter alguém por ali que falar-lhe-ia de modo polido e cortês agradava-a muito. Era como se não houvesse saído da Ilha.
Foi com grande empolgação e entusiasmo que esperou pelo dia que se veria livre daquele castelo, mesmo que por algumas horas apenas.
No dia que antecedeu o passeio, Seren acordou pouco antes que as companheiras de quarto e, sentada na posição de lótus no centro de sua cama, com algumas velas e incensos para evitar que a perturbassem, a jovem entrou em transe profundo, através do qual tentava comunicar-se com a Senhora do Lago.
Com o cheiro forte de incenso, as colegas de quarto dela acordaram, mas ignoraram que Seren permanecia sem se mexer. Foi quando voltaram do banheiro e notaram que ela não mudara de posição que se apavoraram. Tentaram todos os feitiços que se lembraram e, ao verem que ela não mexera nem um centímetro, ou mostrara sinais de mudança, saíram correndo até a enfermaria. Madame Pomfrey verificou a menina e depois foi chamar Dumbledore. Minutos depois, a enfermeira e o diretor entraram no aposento. Depois de muitas tentativas infrutíferas, Dumbledore declarou:
- Deixem-na aí. Não sei exatamente que tipo de magia ela fez, mas fez porque quis e não quer ser acordada. Vão para as aulas.
E quando ele estava só com a sacerdotisa, Alvo disse:
- Sei que pode me ouvir, srta. Que fique claro que teremos uma conversa séria depois que "acordar".
Assim que se viu sozinha, ela entreabriu os olhos e sorriu, para depois fecha-los novamente e só abrir no dia seguinte.
- Por onde andou, damisella? - perguntou-lhe Draco no dia seguinte, fazendo-a lembrar-se de um romance que lera certa vez quando estava em Avalon - Não apareceu o dia todo. Fiquei preocupado com você.
A preocupação de Draco era genuína, mas o falara de modo que parecesse engraçado, fazendo com que Seren risse de forma maníaca.
- Não foi nada da mais. Só... não estava com vontade de ir a aula. E precisava falar com meus superiores, então falei com eles e tirei o resto do dia de folga. Dormi o tempo todo. E ainda assustei minhas colegas de quarto.
Draco riu também, mas parou subitamente ao perceber o olhar raivoso do diretor pairando sobre eles (ou melhor, sobre a sacerdotisa).
- Algum problema, Draco?
- Nada de mais....
Ela olhou para onde ele estava olhando de soslaio e disse:
- Não se preocupe. Ele está assim por minha causa. Mas não virá me incomodar hoje. Pelo menos até voltarmos do vilarejo.
Depois do almoço, todos os alunos se agruparam no salão, para irem até Hogsmeade.
Chegando no vilarejo, todos os alunos se afastaram, sozinhos ou em pequenos grupos, até que, na praça principal só sobraram Draco e Seren.
- Para onde você quer ir primeiro? Tem uma loja ali que...
- Na verdade, eu não quero visitar o vilarejo. Vim até aqui porque preciso dar um pulo em Avalon. Coisa rápida. Só preciso entregar isso para eles. - respondeu a sacerdotisa, abrindo uma bolsa transversal de couro e mostrando o livro que ela lera a pouco.
- Mas.... o diretor não vai ficar bravo se souber que saímos de Hogsmeade?
- Não é tão longe assim. Voltaremos antes de sentirem nossa falta.
- Se você diz....
Ele, apesar de ser quem era, ficou com medo. Já se metera em muitas enrascadas esse ano por causa de Seren. E sair de Hogsmeade não seria algo que passaria em branco, como fazer as tarefas dela ou levar a culpa por coisas pequenas que ela fizera.
- Sabe, Draco, você se parece muito com alguém que eu conheci lá na Ilha, a alguns anos. - ela de repente assumiu uma expressão de profunda tristeza - Se parece até demais.
- Quem?
- O nome dele era Alderic. Mas... não vamos falar dele agora, tá?
- Uh-hum.
Eles andaram até os limites do vilarejo. Lá encontraram dois cavalos á espera deles. Montaram e foram cavalgando por uma campina, depois por dentro de uma floresta, e por um campo de agricultura. Subiram um pequeno morro, onde avistaram homens a cavalo.
- Estamos quase lá. - avisou Seren
Draco só assentiu. Já estava cansando de ficar sentado naquela sela. Não fazia idéia de quanto tempo havia se passado desde que haviam deixado Hogsmeade.
Alguns minutos depois, os dois desmontavam, e deixavam os cavalos com os dois homens que haviam avistado. Estavam á beira de um lago enorme. Entraram na embarcação que estava ali, e foram seguindo, sempre em frente. Quando estavam passando por uma igreja, Seren se levantou, ficando de pé no centro da barca e ergueu os braços, abaixando-os logo em seguida. Obedecendo a esse gesto, a densa bruma que os circundava se dissipou, deixando uma ilha enorme e muito bonita a vista.
- E essa, Draco, é Avalon.
Logo que desembarcaram na praia, algumas sacerdotisas vieram recebê-los.
- Seren, a Senhora está te esperando no alto do Tor.
- Legal! Eu com pouco tempo e ela quer que eu vá até o topo do Tor? Vamos, Draco.
Ela saiu em passo apressado, com um sonserino muito confuso atrás dela.
- Ei, Seren, o que é o Tor?
- Tá vendo aquele morro ali? - ela apontava para um morro não muito pequeno bem á frente deles. Draco fez que sim com a cabeça - Pois então, é lá.
- Temos que ir até o topo? - falou ele afônico.
- Aham. E é melhor irmos rápido, se pretendemos voltar a Hogsmeade antes das carruagens saírem.
Correndo, eles foram até o topo, e lá, no meio do círculo de pedras, estava a Senhora de Avalon, altiva, parada no centro.
- Trouxe? - disse em tom imperioso e intimidante. Agora Draco compreendia o medo que a pequena sacerdotisa tinha de sua superiora.
Tímida, como o menino nunca a tinha visto antes, a menina retirou o livro da bolsa, e entregou-o em mãos da outra.
- Não ouve nenhum engano, Senhora. Eu mesma li o livro inteiro, e só falta aquela página que está com os sacerdotes. Essas escrituras contém exatamente o que procurávamos.
Desfazendo a pose de autoridade, a Suma Sacerdotisa deu um meio sorriso e afagou a cabeça loura de Seren.
- Agradeço, menina. Fez um bom trabalho. Agora vá, não quero que Alvo se zangue com você. No começo da próxima lua, mandarei uma equipe começar os preparativos para a busca do Caldeirão. Só falta ele e o único lugar não vasculhado foi o Castelo de Hogwarts.
- Certo.
Notando pela primeira vez a presença de Draco, a Senhora perguntou:
- E quem é esse? Vejo que finalmente conseguiu esquecer o jovem Alderic.
Seren enrubesceu e abaixou a cabeça. Draco ficou olhando para ela com cara interrogativa. Afinal, quem era esse tal de Alderic?
- Vamos, Draco.
Ele a seguiu morro abaixo, e de lá, para fora da Ilha
N/A: Desculpa, eu sei que demorei séculos para terminar esse capítulo. Confesso que a fic ficou meio jogada ás traças por um tempo, mas... agora eu retomei com tudo. Algumas perguntas devem estar ecoando na cabeça de vocês. Quem é esse Alderic? O que ele tem a ver com a Seren? Será que ela e o Draco vão chegar a tempo em Hogsmeade? Dumbledore vai descobrir? O que a Suma Sacerdotisa vai fazer com o livro? Para todas estas respostas, continuem lendo a fic.