Quando Arthur Weasley aparatou de volta em casa encontrou A Toca na maior confusão. Rony e Gina estavam subindo e descendo as escadas freneticamente, juntando as coisas que levariam para a casa de Harry. Mione assistia à cena, divertida, enquanto Harry ajudava Rony a procurar algo que o menino tinha perdido em algum lugar entre o sótão e o primeiro andar.
Arthur ficou olhando a estranha movimentação na casa enquanto Molly preparava o almoço. Não ousou perguntar aos filhos o porquê de toda aquela agitação, indo direto falar com a esposa.
- Molly, querida, o que houve com os nossos pequenos? Eles estão agindo como se fosse a véspera de ir para Hogwarts - Molly sorriu.
- Eles vão passar o final das férias na casa do Harry, Arthur. Allana vai levá-los para conhecer o mundo trouxa – ele arregalou os olhos, sorrindo de orelha a orelha, e saiu correndo da cozinha tão agitado quanto os filhos. Esbarrou em Percy, que estava entrando para falar com a mãe. Ela ainda ouviu o marido berrar para os dois filhos.
- Ron, Gina, depois vocês vão ter que me contar tudo! Com detalhes!
Enquanto isso Percy entrou e se sentou em um banco de uma perna só que ficava magicamente de pé.
- Olá mamãe - disse, dando um beijo na bochecha de Molly, que estava ainda terminando de enfeitiçar o frango para que se virasse sozinho no forno, dourando-se por igual.
- Olá meu querido. Você quer conversar? - perguntou, virando-se para ele ainda com a varinha apontada para o frango, que agora dava várias piruetas e sapateava com os cotocos das pernas em cima do tabuleiro.
- Ah mamãe, eu não quero mais falar sobre o que houve. Não adianta mesmo. Ela não vai voltar... E nem eu posso apagar os erros que cometi - ele tentou sorrir mas estava difícil. Molly desistiu do frango, deixando-o fazer um belo número de dança para uma platéia inexistente enquanto se sentava em frente ao filho.
- Percy, você, de todos os meus sete filhos, sempre foi diferente - o rapaz olhou estranho para a mãe.
- Como assim?
- Você sempre foi correto, meu filho. Mas não como os seus irmãos. Eles são todos maravilhosos. Mesmo as brincadeiras de Fred e Jorge nunca os fizeram maus garotos. Mas você sempre foi perfeccionista. E isso é um grande peso para se carregar a vida toda - Percy sacudiu a cabeça, concordando com a mãe. - Você nunca nos desapontou, filho. Errar é normal, é humano... Nunca, Percy. Nunca seu pai e eu nos sentimos envergonhados de tê-lo como filho. Nem meu amor por você foi menor. Nem nunca vai ser, querido. Não assuma erros que não são seus mas aprenda com aqueles que cometer e não os repita. É só isso que eu tenho a dizer meu querido - o rapaz abraçou a mãe.
Era impressionante como ela, como todas as mães deveriam, sabia entender exatamente o que ele sentia e dizer as coisas certas para fazê-lo se sentir melhor. Percy levantou e foi procurar o pai, que ainda estava bem agitado com o passeio dos filhos mais novos. Queria saber detalhes do trabalho de Arthur afinal trabalharia ao seu lado agora.
Um pouco antes do almoço os meninos já estavam arrumados para irem para a casa de Harry. Estavam tão excitados que nem conseguiam comer. Molly fez com que pelo menos comessem um pouco. Depois do almoço foram enviados, via Flu, para a casa de Allana. O Sr. Weasley deu tantas recomendações que os meninos demoraram um pouco ainda para entrarem na lareira. Por fim, Molly afastou o marido da sala e os meninos puderam partir sossegados.
Quando os quatro chegaram na casa de Harry foram muito bem recepcionados por Allana. A madrinha de Harry havia preparado o quarto de hóspedes para as duas meninas e tinha colocado uma cama para Rony no quarto de Harry. Os quatro ficaram parados no meio da sala enquanto Harry apresentava Gina para a madrinha.
- Allana, essa é a Gina - a menina olhou timidamente para a mulher.
- Então essa é a sua Gina? - perguntou, piscando para a menina, fazendo Harry corar. Mione e Rony riram.
- É... - respondeu a menina, soltando a mão de Harry para apertar a de Allana.
- Muito prazer querida. Espero que você fique bem à vontade aqui. Eu sei o quanto você é importante para o Harry. Espero que possamos ser muito amigas - Gina sorriu para ela enquanto Rony abafava uma risada, sendo duramente criticado pelo olhar de Mione.
- Obrigada Allana - Mione emendou. - Obrigada pelo convite. Eu acho que eles vão adorar conhecer as diversões trouxas.
- Eu também acho Hermione. Agora por que vocês não colocam as coisas lá em cima e descem pra gente começar? Quanto mais cedo nós começarmos mais lugares poderemos visitar...
Os quatro subiram aos tropeços. Hermione mostrou onde era o quarto de hóspedes para Gina. E quando estava terminando de arrumar as suas coisas, Rony entrou no quarto de cabeça baixa. Gina, que conhecia bem o irmão, percebeu que queria falar com Hermione a sós e se retirou discretamente.
- Bem, eu já arrumei tudo. Vou ver se o Harry está pronto.
- É a segunda porta à esquerda, Gina - disse Rony. Com isso, ela saiu, deixando os dois mais à vontade. - Mione - começou timidamente.
- O que foi, Ron? - ela viu que o rapaz estava com algum problema.
- Eu... Eu estou com vergonha de dizer isso. Mas...
- Fala logo Rony. Você sabe que assim eu fico nervosa - disse, mordendo o lábio inferior.
- Eu estou com medo de parecer muito idiota no mundo trouxa - Mione sacudiu a cabeça, sorrindo.
- Você não vai parecer idiota nunca. Você não é idiota.
- Não sei não Mione. Eu sou às vezes idiota mesmo no nosso mundo. Sinto-me muito inadequado às vezes – ela se irritou.
- Ronald Weasley! Como se atreve a se ofender desse jeito? Por acaso você acha que eu namoraria um idiota? - Rony sacudiu a cabeça negativamente. - Então pára com isso, eu sei que você está ansioso. Imagine eu, do jeito que você sabe que sou, como eu estava no primeiro dia de aula em Hogwarts. Eu nunca tinha ouvido falar nada sobre magia até receber a minha carta. Eu tive que ler todos os livros sobre o assunto. Li e reli "Hogwarts - Uma História" tantas vezes que decorei vários capítulos - isso não era uma grande façanha, Mione tinha a capacidade de memorizar informações com a voracidade que um cupim corrói a madeira.
- Eu sei Mione. Eu percebi - ela arregalou os olhos.
- Percebeu?
- É, eu reparei em você quando correu até o Chapéu Seletor no primeiro dia de aula. Eu vi a ansiedade que você sentia.
- Viu?
- Vi.
- E..?
- Eu não sei Mione. Acho que foi naquela hora que eu me apaixonei por você. Eu não identifiquei direito. Mas tive vontade de te proteger, de te guardar em segurança. Não queria que você ficasse daquele jeito - ela sorriu francamente.
- Que coisa linda Ron! Mas sabe – falou, aproximando-se dele -, não é por que eu estou adaptada ao mundo bruxo que eu não preciso que você faça isso. Eu posso fazer o mesmo por você no mundo trouxa - disse, abraçando-o. Rony retribuiu o abraço.
- Mione, eu já disse para você que eu te amo muito hoje?
- Não com essas palavras...
- Eu te amo muito. Hoje... Sempre - segurou Hermione pela cintura e ergueu a menina no ar, rodando-a enquanto a beijava com vontade.
A insegurança dele tinha desaparecido por encanto, agora se sentia mais confiante e feliz do que nunca. Quando estavam tontos o suficiente sentaram na beira da cama de Hermione e continuaram o beijo. Embora a sensação de que o mundo estava rodando muito depressa não tivesse parado ainda.
Enquanto isso Gina tinha ido ver se Harry estava pronto, estava ansiosa com o passeio. Antes de bater na porta Harry gritou lá de dentro.
- Pode entrar Gina - ela abriu a porta e entrou no quarto.
- Como você sabi... - mas ela não terminou a frase.
Harry estava vestindo a camisa e ela, que nunca o tinha visto daquela forma, sentiu o sangue subir todo para o rosto, as bochechas ficaram imediatamente vermelhas e quentes. Ele percebeu que ela ficou constrangida e ficou ainda mais. Virou-se de costas para ela mas tinha ficado tão desconcertado que não conseguia mais fechar os botões. As mãos tremiam.
- Droga - disse ele, sem graça.
Gina percebeu que Harry estava tendo dificuldades e tomou uma iniciativa para acabar com o mal-estar.
- Harry - ele virou apenas a cabeça para ela, permanecendo de costas.
- Eu já estou indo. É que eu não estou conseguindo abot... - ele deu um sorriso amarelo. As mãos ainda estavam trêmulas demais para permitir uma boa coordenação motora.
Gina andou lentamente até ele, ela também estava tremendo mas estava decidida. Parou exatamente à sua frente, olhou dentro dos olhos verdes desconcertados e falou, abaixando a cabeça.
- Deixa que eu faço isso para você - ele engoliu em seco enquanto ela corria as duas mãos pela gola, ajeitando-a. Ela escorregou as mãos pelo peito dele, fazendo com que o rapaz prendesse a respiração, até alcançar o botão mais inferior da camisa. - Eu tenho seis irmãos, lembra? Você não tem nada que eu nunca tenha visto. Mesmo que por acidente ou por alguma traquinagem de Fred e Jorge - ela falou isso sorrindo, tentando parecer casual, mas as bochechas continuavam rutilantes enquanto fechava calmamente de baixo para cima os botões da camisa.
O garoto tinha começado a suar de uma maneira incrível. Os dedos delicados de Gina tocando de levinho sua barriga enquanto fechava a camisa estavam lhe provocando arrepios. Ele olhava para ela de cima para baixo, no mais absoluto silêncio, enquanto Gina continuava o que estava fazendo sem olhar para ele, parecendo evitar transparecer a excitação que também estava sentindo com aquilo.
- Pronto. Quase lá - ela fechava o último botão e agora segurava as duas extremidades da gravata de Harry, que pendiam em seu pescoço.
Ela iniciou o nó, passando a extremidade esquerda em volta da outra, depois as transpassou e puxou uma por dentro da outra. Harry estava se sentindo estranhamente calmo agora. A atenção que ela estava dispensando o estava deixando relaxado. Ele admirava atentamente a expressão que ela fazia, mordendo os lábios, franzindo a testa, concentrando-se para que aquele saísse o mais perfeito nó de gravata da sua vida. Por fim ela começou a ajeitar o nó que tinha feito, subindo-o até a altura correta. Foi só então que os seus olhos reencontraram os dele.
- Gina... - mas ele não falou mais nada.
Gina sabia o que ele diria. Deslizou as duas mãos para trás do pescoço dele, ficando nas pontas dos pés. Harry a segurou pelo quadril, uma mão de cada lado, estreitando o espaço entre eles, inclinou o rosto. Ele a beijou demoradamente nos lábios, depois no rosto, no pescoço, na orelha... Deixando a menina realmente tonta. Por fim novamente a beijou na boca, de levinho, e sorriu.
- Obrigado. Adorei o que você acabou de fazer - disse, soltando-a enquanto colocava o casaco. Gina sorriu de volta.
- Eu também Harry. Cada minuto - nesse instante eles escutaram Allana gritar lá de baixo.
- Desçam! Senão não aproveitamos o resto do dia.
Ouviram a porta do quarto de hóspedes se abrir e escutaram os passos apressados de Rony e Hermione descendo as escadas. Harry se precipitou para a porta, esticando a mão para Gina.
- Vamos? - ela andou devagar até ele, aceitando a mão que oferecia.
- Harry, será que a sua madrinha vai gostar de mim? – perguntou, insegura.
- Gina, não tem como alguém não gostar de você - a garota então apertou forte a mão dele e desceram para encontrar os outros.
Quando chegaram lá em baixo Allana tinha um roteiro de passeios que fariam.
- Bem meninos, o Festival de Edimburgo começa hoje. Então teremos muitas atividades para escolher. Eu pensei em irmos ao cinema. Está passando um filme muito bom no Odeon. Depois podemos ir a uma lanchonete ou pizzaria. Vamos usar o metrô. O que vocês acham? - os quatro sorriram, aprovando a idéia.
Allana seguiu com os quatro para a estação. Harry já tinha andado de metrô, Hermione também, então foi fácil para eles. Rony e Gina acharam engraçado um trem subterrâneo mas não era muito diferente dos trens que já tinham visto na Estação King's Cross nem do Expresso de Hogwarts.
Pegaram a linha East London do metrô, em Surrey Quays, saltaram na estação New Cross e pegaram a conexão South Eastern para Charing Cross, onde, finalmente, pegaram a linha Nothern para Leicester Square, onde ficava o cine Odeon. O passeio foi demorado mas valeu à pena, a praça era lindíssima, Rony, Gina e Harry ficaram muito empolgados com a grandiosidade do cinema.
Compraram as entradas e quando começou o filme os corações dispararam. Harry não conseguia tirar os olhos da tela. Gina e Rony ficaram maravilhados, Hermione achou muito divertido ver as caretas que Rony fazia vendo o filme. O filme passou tão depressa que nem repararam quando acenderam as luzes do cinema. Gina passou o tempo todo com a mão entrelaçada a de Harry. Ela suspirava nas cenas mais bonitas, principalmente quando tinha música. Rony alternava entre uma expressão chocada e outra comovida enquanto apertava forte a mão de Mione. Então, quando terminou o filme, Allana os conduziu pela praça e os levou a uma pizzaria que ficava bem próxima. Rony achou muito engraçado o formato da pizza, comeram bastante. Gina gostou da pizza de chocolate, achou que deveriam começar a servir pizzas em Hogwarts. Hermione protestou.
- Pobrezinhos dos elfos domésticos, teriam que fazer milhares de pizzas - os outros riram.
- Mione, eu já te disse, eles gostam de fazer o trabalho deles – disse Rony, de boca cheia, entre uma mordida e outra na sua fatia de pizza.
- Amanhã é sábado - Allana mudou rapidamente o assunto. -, podemos assistir a um jogo de futebol na Universidade de Cambridge. Começa às três da tarde. Depois podemos assistir a uma banda que deve tocar por lá. Acho que vai ser divertido para vocês. Podemos visitar Stonehenge antes e fazer um piquenique pela manhã.
Os meninos aprovaram. Allana estava muito feliz de poder ver a felicidade nos olhos do afilhado. Ela observava Harry conversando e rindo com Gina e os outros, encantada. Era incrivelmente parecido com Tiago e ver seu jeito meigo e protetor com Gina, limpando o catchup que tinha caído no colo da menina, afagando-lhe os cabelos ruivos, observar seus olhos verdes, davam a Allana muitas saudades de Lílian. Ela também sentia muita falta de Sirius. Queria poder dividir aquele momento especial com ele. Mal podia esperar para que pudesse circular livremente ao seu lado. Allana estava perdida em pensamentos quando Hermione a interrompeu.
- Allana, você está bem? - os outros três olharam para ela. Ela sorriu para eles, os olhos cheios de água.
- Estou sim meninos. É que estou muito feliz de poder fazer isso por vocês - Harry olhou para ela e sorriu de modo triste.
- Eu também sinto falta dele, Allana – o afilhado disse. - Mas acho que logo ele vai poder estar com a gente. Dumbledore vai resolver isso com o Ministério - Allana retribuiu o sorriso, acenando com a cabeça. - Eu sei como você se sente agora - disse, olhando Gina. E a namorada continuou.
- Mas no final vai acabar tudo bem - Allana sorriu para a menina. Tinha realmente gostado dela.
- Vamos então? Precisamos estar descansados para amanhã. E mamãe já deve estar preocupada conosco. Vamos voltar via Flu, O Caldeirão Furado é aqui perto, será mais rápido - Harry pareceu desanimado.
- O que foi, Harry? - disse Hermione.
- Acho que devia ter comido menos pizza. Talvez o meu estômago não suporte uma viagem via Flu - todos riram e se encaminharam para O Caldeirão Furado, de onde voltaram para casa.
Quando chegaram Arabella ainda não tinha voltado. Pelo visto a reunião no Ministério tinha sido muito mais demorada do que Allana tinha imaginado. Os quatro subiram para tomar banho e dormir. Allana ficou na sala sozinha. Estava ainda um pouco triste. Quando estava se levantando para dormir uma pequena coruja negra entrou voando na sala e lhe entregou um pacotinho. Ela abriu e deu um grande sorriso. Era uma carta de Sirius:
"Lana,
Eu te amo muito! Espero poder vê-la em breve! Transmita meu carinho ao nosso afilhado."
Embaixo da carta tinha uma marca, uma pata de cão carimbada na carta, como assinatura. Ela riu.
- Almofadinhas! - disse baixinho. - Eu também te amo, muito - subiu as escadas e foi se deitar. Sabia que os quatro estavam acampados no quarto de Harry. Queriam comentar o dia empolgante que haviam tido.
- Nossa, Mione, eu achei o cinema tão romântico - disse Gina.
- Eu achei muito bom, é como olhar por uma janela gigante - complementou Rony.
- Nossa! O papai vai pirar quando a gente contar para ele – complementou a irmã. Harry bocejou em resposta.
Estavam acomodados na cama de Rony e Harry. O último estava recostado na sua cabeceira, Gina deitada com a cabeça em seu colo enquanto fazia carinho na cabeça dela. Mione estava sentada no pé da cama de Rony, as pernas cruzadas, e o namorado também repousava a cabeça em seu colo. Ela olhou para Harry e bocejou, logo em seguida Gina e Rony também. Eles se entreolharam. Estavam lutando contra o sono, Mione sacudiu Rony, que já estava começando a fechar os olhos.
- Ron, eu vou levantar. Eu e a Gina vamos dormir - ela abaixou e deu um beijinho de leve em Rony, que não emitiu nenhuma palavra a não ser um grunhido, o qual ela acreditou que queria dizer boa noite. Gina se levantou do colo de Harry e já estava saindo do quarto.
- Boa noite Harry - disse num sussurro.
- Hey - ele protestou. - Espera aí - continuou, retendo sua mão. Com um leve puxão ela cedeu e ele pôde dar um beijo estalado em seus lábios.
Dormiram rapidamente. Estavam muito cansados e os dias que se seguiriam seriam uma deliciosa maratona de diversões. Conforme Allana havia planejado, visitaram as ruínas de Stonehenge. A madrinha de Harry explicou que os trouxas tinham várias teorias para a formação rochosa mas que seria extremamente desapontante se descobrissem que aquilo não passava de uma excentricidade de Urico, o Esquisitão. Ele era um bruxo antigo que usava uma água-viva como chapéu e costumava produzir obras arquitetônicas gigantescas e inúteis, onde quer que fosse. Sua especialidade era o feitiço de levitação e gostava de se desafiar a levitar coisas extremamente pesadas. Os meninos riram muito.
- Eu acho que lembro de ter ouvido o Professor Binns dizer algo sobre isso em História da Magia – Hermione disse, Harry e Rony se entreolharam horrorizados.
- Francamente Mione, como você consegue se lembrar de algo daquela aula que não seja um sonho ou pesadelo? Todo mundo só dorme naquela sala de aula - disse Rony.
- Deveriam trocar as mesas por camas que daria mais certo - Harry e Gina riram com vontade e mesmo a própria Hermione não resistiu e riu.
- Mamãe era nova quando o Professor Binns morreu. - Allana completou. - Ela diz que foi um grande choque quando o fantasma dele entrou na sala dos professores para pegar o horário das aulas. Mas era tão difícil achar alguém que quisesse ensinar a matéria que acabaram deixando que ele pensasse que continuava vivo - os meninos riram ainda mais e esticaram a toalha do piquenique no gramado, para almoçar.
Depois do almoço Allana os levou para assistir ao jogo de futebol na Universidade de Cambridge. Rony ficou particularmente decepcionado. Não imaginava que um jogo de uma só bola pudesse ser tão popular. Hermione e Gina acharam interessante o domínio dos jogadores com os pés. E Harry foi o que mais gostou. Ele já tinha visto o futebol em uma das televisões de Duda e achava fascinante. Allana depois os conduziu até o anfiteatro da Universidade, onde assistiram a apresentação de uma banda. A música era uma espécie de rock pesado e agradou particularmente a Harry e Rony. As meninas gostaram mais do final do concerto, quando o vocalista convidou uma amiga dele da platéia e tocou uma bonita música lenta no teclado.
Já tinha anoitecido quando voltaram para casa. Arabella estava esperando por eles para o jantar, conversaram animadamente até tarde, contando tudo que tinham visto. Allana prometeu ainda outros passeios para aproveitar o festival, perguntou se gostariam de prolongar a estadia e ficar até o dia de fazerem as compras do material no Beco Diagonal. Ela poderia levá-los e eles se encontrariam com os Weasley e os Granger por lá. Os meninos concordaram e foram mandar corujas para avisar aos pais. Harry sorriu para a madrinha, nunca tinha experimentado receber amigos em casa. Aliás, percebeu, era a primeira vez que sentia a alegria de ter um verdadeiro lar.
