Terceira fic da Série Elos. Fan-fic pós Hogwarts. Continuação de Para Sempre Não É O Bastante. Draco e Nicolle conseguem realizar finalmente o sonho de serem pais mas vão ver que as coisas não são assim tão simples. Harry e Gina descobrem o que significa formar uma família e descobrem que não é possível viver felizes para sempre, porque para sempre não é o bastante. Disclaimer: Alguns personagens, lugares e citações pertencem a J.K. Rowling. Essa estória não possui fins lucrativos. Capítulo Um – Não Era o Bastante...

- ESTÁ DOENDO! EU ACHEI QUE NÃO FOSSE DOER TANTO... - berrou.

- Dizem que dói mesmo. Fique calma - ele apertou sua mão.

- Eu quero um médico, Draco. Anestesia, drogas, um analgésico... - Nicolle o segurou pela gola das vestes, puxando-o para perto. Estava suada e exausta. Mas o trabalho de parto estava apenas começando.

- Eu vou chamar o doutor Cole - afastou-se dela alguns centímetros mas a esposa lhe agarrou pela gravata.

- Não ouse sair de perto de mim, Draco Malfoy - disse entre os dentes.

- Tudo bem, Nikki. Apenas não me estrangule. Você não quer matar o "papai", aqui, quer? - ela o olhou, irritada, mas logo tornou a apertar sua mão. - Outra contração? – perguntou, sentindo os dedos ficarem dormentes de novo pela força que ela fazia. Nicolle mordeu os lábios inferiores e indicou que sim. - Nikki, eu vou chamar o doutor Cole. Não me interessa se aquele tampinha idiota é o mais famoso... - ela deu um olhar significativo para ele e outro para a porta do quarto. Draco engoliu as palavras. - Ele está atrás de mim, não é? - sussurrou para ela. - Droga...

- Muito bem, como está a mamãe? - Nicolle tentou sorrir.

- Ah, doutor. Estou morrendo. Quero minha mãe... - choramingou. Draco afrouxou a mão e ela o puxou de novo para perto. - Não significa que você pode sair daqui - rosnou ameaçadoramente.

- Okay, Nikki. Doutor, precisamos de um calmante aqui - disse sério.

- Não podemos dar um calmante a ela, jovem Malfoy. Está com as contrações próximas demais... - Draco olhou para a própria mão e sentiu pena de si mesmo.

- AI! - ela gritou. - Está me rasgando, Draco. Está doendo... - ele passou a mão no seu rosto, preocupado com a palidez da esposa.

- Doutor, eu ainda acho que o calmante... - o médico ignorou seu comentário e se aproximou de Nicolle.

- Não, não. Senhor Malfoy, vá lá fora agora e chame a enfermeira Beth no quarto de repouso. Parece que o senhor vai ser pai em poucos minutos... - Draco ficou lívido ao ver a enorme quantidade de sangue e líquido que escorria pelas pernas da esposa. Sentiu o corpo tremer. - Desmaie depois, senhor Malfoy, primeiro a enfermeira... - Draco suspirou e reviu mentalmente a ordem do medi-bruxo.

- Enfermeira antes. Desmaiar depois - murmurou enquanto saía correndo do quarto. Alguns segundos depois voltava empurrando a velha enfermeira. - Vamos, mulher... - a enfermeira tinha os olhos arregalados e estava com um dos pés descalços, Draco tinha o outro sapato dela na mão.

- Beth, por favor, coloque o seu sapato e me ajude aqui - a enfermeira olhou feio para Draco, arrancou o sapato da mão dele e o calçou. Depois fez um rápido feitiço desinfetante nas mãos e começou a ajudar o médico.

Draco foi posicionado ao lado de Nicolle, em sua cabeceira, e o doutor Cole pediu que a ajudasse durante as contrações.

- Quando começar a contrair você deve apoiar as costas dela, filho. Ajude-a a ter os seus filhos...

- Tudo bem... – já ia começar mas se deu conta do que o medi-bruxo tinha dito. - Filhos? - perguntou confuso.

Nicolle poderia esganar o médico se fosse fisicamente possível. Ela não havia deixado que contasse ao marido que eram dois. Queria fazer surpresa.

- Filhos? Nicolle? - voltou-se para a esposa, que fez força e disse com a voz presa.

- Era uma surpresa... Ai! - gemeu, relaxando o corpo.

- Parabéns. Você conseguiu me surpreender... Quantos são? - perguntou para o médico.

- Oito - Draco arregalou os olhos. Quase desmaiou de verdade.

- O-o quê? É-é uma ninhada? – gaguejou.

- Oito centímetros... - o médico emendou e ele respirou aliviado.

- Vocês querem me matar? Digam logo. É só me jogar no chão e "pisa, pisa, pisa". Garanto que é melhor... - Nicolle poderia rir do marido se não estivesse sentindo uma dor excruciante.

- São dois... - ela relaxou de novo. - Um menino e uma menina, meu amor... - Draco ficou sem fala.

- Dois... – ficou pensativo, mas de repente parou, sorrindo satisfeito. - Hey, nós ficamos bons nisso, hein? - disse apoiando as costas dela para uma nova contração.

- Quase - o médico ergueu a cabeça por sobre a enorme barriga de Nicolle e Draco riu.

- Agora eu entendi como você ficou enorme assim. Aquela história de "crianças nascem grandes assim mesmo" era muito estranha... - o marido pensou alto mas Nicolle teve forças para beliscá-lo em protesto.

- Mais um pouquinho de força, Nicolle - a enfermeira segurou um lençol limpo. - O primeiro está vindo. Estou vendo a cabecinha já - Draco segurou a mão da esposa. Um choro forte e agudo cortou o silêncio do quarto. Draco suava também.

- A menina chegou... - disse a enfermeira segurando o pequeno embrulhinho nas mãos.

Draco sentiu um nó na garganta. Olhar a filha o fez sentir algo completamente novo. Ele olhou a esposa com os olhos rasos de lágrimas. "Eu te amo", Nicolle leu em seu olhar e sorriu. Só teve o tempo de respirar fundo. Sentiu algo estranho.

- Draco... Tem algo errado... - ela olhou apavorada para o marido.

- O que foi que houve? Dr. Cole? - o médico estava compenetrado. Nicolle esticou a mão para Draco e quando ele tocou a esposa deu um pulo para trás. - Nikki... - ele tinha os cabelos arrepiados e tremia dos pés à cabeça. - Você me deu um choque... - doutor Cole riu.

- É normal, Draco. Seu filho é um bruxo. Ela está tendo um efeito colateral de gestar um bruxo - Draco franziu a testa.

- Então a minha filha é... - ele olhou para a menina nos braços da enfermeira.

- Não necessariamente... Mas é possível que sim... - Nicolle deu um último gemido e deu à luz ao menino.

Draco estava atordoado. Muitas informações para processar ao mesmo tempo: quantidades enormes de sangue e líquido, dois filhos, um bruxo e uma trouxa, provavelmente. Decididamente era muito para ele, mas ainda assim se sentia o homem mais feliz e completo de todo o mundo.

Enquanto isso, no interior da Inglaterra, em Ottery St. Catchapolle as famílias Weasley, Granger e Potter estavam reunidas em uma grande festa. Estavam todos n'A Toca comemorando o batizado da pequena Halyssa Granger Weasley.

Harry e Gina haviam realmente batizado a menina e estavam muito felizes por estarem todos reunidos de novo. Até Sirius havia vindo de longe para a festa.

Rony e Hermione estavam orgulhosos da filha. Uma menina de cabelos e olhos castanhos como os da mãe.

Gina também estava radiante, apesar das complicações que tinha tido no parto, segurava feliz o pequeno Owen nos braços. O menino era praticamente uma versão, segundo ela, melhorada, de Harry Potter bebê. Era o bebê mais calmo e tranqüilo que já havia recebido o sobrenome Weasley. Ao contrário da prima, que ostentava o título de "berradora", o qual pertenceu, geração após geração, a cada bebê Weasley produzido.

Molly e Arthur riam até ficarem vermelhos cada vez que a neta abria a boca e começava a chorar desbragadamente. E ninguém podia culpá-los por isso, após criarem sete bebês chorões se sentiam mais do que no direito de se divertirem às custas do filho, que ficava nervoso a cada vez que a pequena Haly chorava. Hermione mantinha a calma e oferecia o seio, ou lhe trocava as fraldas, enquanto Rony ficava tão vermelho quanto o bebê. O mais engraçado era o contraste com Owen, que apenas resmungava quando tinha fome e quase nunca chorava.

- Afinal os meus genes têm que servir para alguma coisa... – brincou Harry com as mãos nos ouvidos, enquanto Rony tentava fazer a filha parar de berrar. – Vocês conseguiram uma "espoletinha" com essa mistura de vocês... – Hermione riu.

- Eu li que bebês que choram muito tendem a ser gênios, líderes ou reis na idade adulta... – Rony sorriu vitorioso para Harry.

- Se ela for inteligente e mandona como você e também se casar com um homem nobre como eu o livro está correto... –  gabou-se. Harry riu e Gina emendou.

- É, Mione. Ela ser inteligente e mandona como você é fácil. O difícil é ela arranjar outro rei dos bobocas como o Ron... – todos riram e Rony parou de rir quando se deu conta do que a irmã disse.

Depois de algum tempo Gina se afastou um pouco da agitação. Gui e Lisa estavam contentes por estarem esperando gêmeos, Fred e Jorge estavam animados com a notícia, esperando que fossem os herdeiros das "Gemialidades". Carlinhos estava animado com uma nova raça de dragões descoberta por ele e contava as novidades da Romênia.

Gina rodeou a casa e se sentou com certa dificuldade em frente ao lago. Harry não demorou a dar pela falta da esposa. Correu os olhos pela festa e logo depois foi procurá-la. Avistou os reflexos ruivos dos cabelos facilmente. Caminhou devagar até ela, levando o pequeno Owen no colo.

- Estávamos procurando pela mamãe... – disse sentando ao seu lado. Gina sorriu. – Não devia caminhar sozinha pelo quintal. Está tudo esburacado pela desgnomização e você tirou os pontos há pouco tempo – repreendeu à esposa, que encostou a cabeça no seu ombro.

- Eu sei, mas eu queria ficar a sós com você, digo, com vocês dois... – colocou o dedo na palma da mão do filho e este apertou com força. Harry beijou o alto da cabeça da esposa.

- É tão simples, não é? – perguntou olhando para o bebê, que agora ressonava calmamente em seus braços.

- O que é tão simples, Harry? - Gina ergueu os olhos para o marido, curiosa.

- Isso. Você, Owen, eu. Nós três. Nossa família... – ele respirou fundo. – É tão simples ser feliz. Eu não entendo como as pessoas podem complicar tanto as coisas – Gina não compreendeu.

- Como assim? – perguntou intrigada.

- Eu acho que as pessoas às vezes não dão valor às coisas simples, Gina... E acabam perdendo as coisas boas da vida, certas oportunidades, ficando irritadas com os maridos – Gina ainda não tinha entendido onde ele queria chegar. Harry ficou por alguns instante desarticulado.

- Harry, você quer me dizer alguma coisa? – ele engoliu em seco.

- Eu não sei... – ela apertou os olhos.

- Tá, eu vou entender isso como um sim. O que é? – ele rolou os olhos para cima.

- Eu não sei se vai se aborrecer comigo, mas eu estava pensando em você e surgiu essa oportunidade... – ela já estava ficando nervosa.

- Harry Potter, quer fazer o favor de parar de enrolar e me dizer o que é – Owen deu um sobressalto no colo do pai e ela abaixou o tom de voz. Harry se virou para ela e olhou demoradamente dentro dos olhos furiosos da esposa.

- Eu consegui uma vaga para você na academia Medi-Bruxa. Você começa dentro de seis meses, terá que fazer alguns testes até lá mas é quase certo de que a vaga é sua – Gina simplesmente perdeu a voz. – Eu não sabia se gostaria que fosse assim tão depressa, porque Owen é pequeno e precisa de você mais do que de mim agora, mas eu tenho os meus contatos e achei que você ia gos... – ela cortou o marido com um beijo nos lábios.

- Você é a coisa mais maravilhosa da minha vida, Harry Potter – disse sorrindo. Owen resmungou. – Vocês dois... – corrigiu e beijou de novo o marido.

Ficaram ali mais algum tempo e fizeram planos para um futuro feliz, enquanto Percy corria do outro lado do lago atrás de Fred e Jorge, que tinham acabado de fazer com que o irmão perdesse as sobrancelhas.