SAILOR MOON V: Shadowmoon
AUTORES- MISTER BLUE E WLAD
awajnberg@yahoo.com.br
wladvale@yahoo.com.br
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DEZEMBRO 2001
CAPÍTULO 4- promessas de vingança.
CENA 1:
No Setor de UTI do hospital Albert Einstein - São Paulo. (Algumas horas depois do ataque ao presídio).
Jimmy estava parado ao lado da cama. Conforme as normas do hospital, estava vestindo jaleco e mascara (para evitar germes) para poder permanecer naquele quarto de UTI, onde o seu amigo Wilton Ferraz estava em estado crítico.
Continuava olhando fixamente para o rosto cheio de hematomas e feridas daquele que sempre considerara como um avô. Na verdade, ele era de fato, já que sua amizade com sua avó e sua família vinha já de décadas! Por isso, para Jimmy, era muito doloroso vê-lo naquele estado tão deplorável: Numa cama de hospital, quase semi morto, cheio de tubos de soros e medicamentos intravenosos nos braços e nas veias. Uma mascara de oxigênio garantia um suprimento de ar para Wilton, que mal conseguia respirar sozinho.
"É um milagre que ele ainda esteja vivo! O espancamento a que ele foi submetido, quebrou-lhe vários ossos e provocou sérias e graves lesões e hemorragias internas! As próximas horas serão críticas!!" – disse o médico para ele quando chegou ao hospital, uma hora depois do ataque ao presídio, quando Issac confirmou para ele, no celular, que Wilton tinha sido levado aquele hospital, que tinha os melhores recursos para atende-lo!
Ele encontrou Issac, junto com a sua avó, na UTI, depois de dirigir sua moto, em disparada, pelas ruas de São Paulo!
Assim como ele, Issac e Rumiko afirmaram que souberam do ataque pelos boletins extraordinários da Televisão, que não paravam de noticiar o massacre no Carandiru 5 (até agora, eram mais de 20 mortos, a maioria policiais, segundo as últimas notícias).
Sua avó havia tomado todas as providências com seus amigos do "alto escalão" e Wilton fora transferido para o hospital. Uma equipe médica estava a postos e prestaram imediatamente, os primeiros socorros!
O policial fora submetido a uma operação de emergência, que durou horas! Quando o médico e cirurgião chefe saiu, deu-lhes essa posição.
Jimmy fez questão de ficar ao lado de Wilton, na UTI, durante todo aquele período crítico, e quando o médico tentou dizer-lhe que isso era expressamente proibido, deu de cara com o olhar duro e frio de Jimmy, e acabou "abrindo uma exceção"! Sorte dele!
Agora ele estava parado, em pé, imóvel, olhando para o seu amigo naquele estado e tentando imaginar quem fora o responsável por aquela barbaridade sofrida por Wilton. Quem?
De repente, seus pensamentos se desvanecem, ao ouvir o balbuciar de uma voz fraca e baixa, chamando por ele:
Jimmy.... Jimmy...
Estou aqui, "velho leão"!!- chamou-o Jimmy, pelo apelido, ansiosamente, ao perceber que Wilton havia despertado. Mas, ele estava ainda meio grogue, prestes a desmaiar, novamente, a qualquer momento. Então, aproximou sua cabeça para perto da boca de sue amigo para ouvi-lo melhor e conversar com ele.
Onde... Onde... Estou...??
Num hospital! Está tudo bem agora! Poupe seu fôlego e procure descansar agora...
Não! – disse Wilton, enfaticamente, ao mesmo tempo que agarra o braço de Jimmy com uma das mãos. - Quero... Quero saber... Como estão os outros...
O seu colega do presídio e mais umas vinte pessoas foram mortas no ataque! Flora Maligna , Quimera e o Lunático estão desaparecidos. – disse Jimmy, francamente. Não ia mentir para Wilton. Não naquelas circunstâncias em que se encontrava! Tinha que ser sincero em dar-lhe as más noticias!
Oh,...Não! – balbuciou Wilton, com os olhos cheios d'água! Lembrava do seu amigo e do convite que ele tinha lhe feito para ir na festa de aniversário e sua neta, no próximo domingo! Agora, não haveria nenhuma festa! Só dor e lagrimas de várias famílias destruídas, velando seus parentes mortos.
Quem foi, Wilton? Quem foi que fez essa barbaridade com você? Quem foi o maldito assassino que promoveu esse massacre? – perguntou Jimmy, seriamente.
Foi... Foi... Foi o "Anjo"... –disse Wilton com muito esforço! Parecia que lhe faltava o ar nos pulmões.
O "Anjo Branco"? – perguntou Jimmy, querendo uma confirmação!
Sim! Foi ele....
Maldito! – praguejou Jimmy! Ele já tinha ouvido falar sobre esse assassino de aluguel e tinha algumas informações que conseguiu no banco de dados da policia em seu computador.
Você precisa... Precisa... pega-lo!!!! Precisa...faze-lo...pagar por essas... mortes...
Não se preocupe, "velho leão"! Ele vai pagar muito caro por isso tudo! Eu juro! Vou caçar esse assassino nem que seja no inferno, mas vou pega-lo! E quando isso acontecer... – Jimmy cerrou os dentes, imaginando uma vingança bem violenta.
Cuidado... Jimmy! Ele é... muito perigoso!!! Seu...poder....é inacreditável! Seu...
Seu poder.... Eu nunca vi... nada igual! Eu... Eu....
Wilton não consegue terminar a frase.
Perde os sentidos, ao mesmo tempo que um dos aparelhos de monitoração dispara um alarme e, subitamente, médicos e enfermeiros invadem o quarto!
"Ele entrou em coma! Preparem o procedimento padrão! Rápido!" – gritou o médico enquanto uma das enfermeiras, o arrastava para fora do quarto.
Não, Jimmy! Não, entre! Sua presença agora só irá atrapalhar os médicos! – disse sua avó Rumiko, autoritária, quando ele fez um gesto de entrar novamente no quarto! Ela e Issac haviam ficado boa parte da noite na sala de espera, aguardando noticias. Agora ambos estavam lá! Ao seu lado, vindo em resposta ao alarme!
A Contragosto, Jimmy obedeceu.
Como ele está? – perguntou Issac!
Mal! Muito Mal! Ele despertou por alguns instantes.... Conversou comigo e, depois, entrou em coma.
Falou com você? – perguntou Issac afoito. - E o que ele disse? Contou quem o atacou?
Foi o "Anjo Branco"! Aquele assassino de aluguel que ouvimos falar...
Meu Deus! Esse é um "barra pesada"! – disse Issac, numa gíria que ele e Jimmy entendiam significar de um super-vilão de alto grau de poder. Um inimigo imensamente perigoso.
Não importa! Ele pode ter o poder que tiver! Mas, vou atrás desse desgraçado, onde quer que ele esteja. E só vou descansar quando me vingar do que ele fez com Wilton!
Cuidado, meu neto! – disse Rumiko, num tom frio e seco, sem emoção, como de costume! – Não subestime o poder deste inimigo! Ele e os perigos que você está prestes a enfrentar, não são nada comparado ao que você já tenha enfrentado até hoje! – afirmou ela, no seu costumeiro tom misterioso.
O que a senhora está dizendo, vovó? – perguntou Jimmy confuso.
Apenas, o que os "espíritos" me contaram durante as minhas preces de hoje! Eles previram um grande perigo! Mas, que você terá que enfrentar, para "cumprir seu destino"!
Seja mais claro, vovó!
Xí!!! Mais um papo espírita!!! – balbuciou Issac. – Isso me dá calafrios...
Calem-se os dois! – disse ela num tom alto e severo. – Já falei o que precisavam saber! Agora vão atrás de seus inimigos e deixem que "as mãos invisíveis do destino" guiem seus passos!
Antes que um dos dois pudessem falar alguma coisa, Rumiko lhes dá as costas e vai embora!
Sem opção, Jimmy e Issac resolvem ir atrás dela. Até o QG secreto!
A caçada começou!!!!!
CENA 2:
No Laboratório secreto do Dr. Átila. Naquela mesma noite.
ARRRGGHH!!!! Que dor!! Meu corpo inteiro parece estar pegando fogo! ARRRGH!!!! – Gritava sem parar a Rainha Beryl contorcendo-se em ininterruptas e violentas convulsões! - Meus poderes! Eles estão diminuindo! Estou ficando fraca!Esses ataques começaram, poucas horas depois da fuga do Carandiru 5 e Malachite estava seriamente preocupado. Será que ele havia recuperado sua memória, a plenitude de todos os seus poderes e, principalmente, reencontrado sua soberana amada, para justamente agora, ver seus planos de vingança irem por terra?
Virou-se para o Dr. Àtila em busca de uma explicação:
O que está acontecendo com ela? Por que ela ficou assim de repente? É muito simples, meu caro "Anjo": O "corpo" de sua rainha está entrando em colapso! Esse corpo mortal não tem condições de suportar ou canalizar tanto poder! Ainda mais de uma criatura de outra dimensão, de outra "fisiologia energética"! Mas, como? Ela estava nesse corpo já alguns anos... desde que fomos derrotados pelas malditas Sailors... Estava "adormecida" dentro deste corpo, você quer dizer! Que diferença faz isso, maldição! Muita, meu caro "Anjo"! Muita! – explicou o Dr. Átila, ajustando os seus óculos calmamente, enquanto observava a Rainha Beryl contorcer-se! – Partindo do seu relato e, principalmente, do que ela nos contou, em sua batalha final, no Pólo Norte contra essa tal de Sailor Moon, formulei a seguinte teoria:Quando Sailor Moon usou o poder do CRISTAL LUNAR e a princesa Beryl, percebeu que seu corpo estava sendo destruído, a sua mente entrou em pânico diante da morte certa. Mas, inconscientemente, sua força de vontade e desejo de vingança eram tão grande e tão forte, que, simplesmente, se recusava a morrer. De alguma forma, que eu ainda não sei direito, antes do inevitável fim, ela usou os resquícios de poder que ela tinha para mandar sua consciência, em forma astral, para fora do corpo físico.
Quando o corpo físico original foi destruído, sua forma Astral procurou um outro "receptáculo", um outro corpo para se unir. È claro que não podia ser um corpo qualquer, pois tinha que ser de alguma forma semelhante ao tipo de poder que ela tinha...
E ela escolheu se alojar no corpo desta mortal? – perguntou Malachite. Desta "MUTANTE", quer dizer! Flora Maligna nunca foi uma mulher comum! Ela nasceu com "dons especiais" como todos os mutantes humanos, só que alguns usam seus donos para o beneficio da humanidade e outros para benefício próprios.Nossa amiga Flora escolheu, obviamente, a segunda opção! A mais lucrativa, é claro!
Continue... Ao sentir essa "afinidade energética" o corpo astral de sua rainha viajou meio mundo até encontrar esse "receptor". Mas, essa jornada no plano espiritual deve ter sido exaustiva e tomou o máximo de suas energias. Ela não se desintegrou por completo, por pura sorte! Se demorasse em se fundir com o corpo de Flora, sua rainha não sobreviveria e seria o seu fim. Por ela estar assim tão fraca... Foi por isso que ela não assumiu logo o controle da mente dessa mutante? Sim! Ela acabou adormecendo de tão fraca que estava dentro do corpo da Flora! Ou, se preferir, acabou "adormecendo". E, assim, permaneceu durante todo esse tempo, até que você o fez despertar-se por completo, com o seu poder. Não é possível! Eu recebi o chamado telepático da minha rainha! Ela pedia que eu a "libertasse"... Inconscientemente, ela sentiu sua presença por perto. Reconheceu sua "assinatura energética" semelhante aos da raça desse NEGA-VERSO, que você disse-me que veio. Foi o inconsciente dela que pediu socorro a você! Droga! O que vamos fazer agora! Não posso deixar minha rainha morrer uma segunda vez! Tem que haver um jeito de salva-la! E há! – disse o dr. Átila, secamente. – Através de uma operação de "mutação genética"! Posso reconstruir todo o DNA das moléculas do corpo de Flora Maligna, para que eles se tornem semelhantes aos DNA da Rainha Beryl. É verdade? Jura que isso é possível!? – disse Malachite ansiosamente, mal acreditando que havia salvação para sua rainha! Sim! Mas há um problema! – Malachite segurou a respiração ao ouvir aquela advertência. – Para fazer isso, precisarei de algum tipo de elemento que contenha o código da MATRIX GENÈTICA DO NEGA-VERSO! Pra duplica-lo e elabora-lo para essa operação. Caso contrário, sua rainha, não terá mais do que uns três dias de vida.E, nas condições em que ela está, não terá a mesma sorte de enviar sua consciência astral para fora do corpo, desta vez!
Maldição! – gritou furioso Malachite, disparando um raio de suas mãos e destruindo uma das mesas do cientista. – Então está tudo perdido! Não sobrou nada do Nega-verso! Nada! Ele foi completamente destruído pelas sailors. Não há nada de lá que possa ser utilizado. Infelizmente, não posso usar o seu DNA. Ele sofreu uma mutação devido ao longo tempo de permanência em nossa dimensão. Contudo, creio que seu poder está bem maior agora. E o que me importa isso! Sem a minha rainha, não poderia concretizar os meus planos!!Malachiete sentia o gosto amargo do fracasso em sua boca, mas, então, uma voz, cheia de dor lhe falou com dificuldade:
Reerguer o Nega-verso... De destruir as malditas Sailors... Tudo arruinado!!!! Tudo!!! Droga!!!Súbito uma voz cheia de dor e fraca se fez ouvir:
Não! Nada está perdido...ainda! Existem "três sementes malignas da Nega-verso" que sobreviveram a destruição de nossa dimensão.... – balbuciou a rainha Beryl. Que? O que disse, minha soberana? – perguntou Malachite num espanto indisfarçável, mal acreditando no que acabara de escutar. Exatamente o que ouviu, meu leal servo! Arghhh!!!! Existem três sementes malignas, que sobreviveram a destruição de nosso NEGA-VERSO. Elas estão escondidas, numa fabrica abandonada, nos arredores de Tokyo! Arghhh!!! Mas... Mas... Como sei disso? Eu mesma as entreguei a JEDITE, aquele grande incompetente, para que as usasse em um de seus planos contra as Sailors. Mas, o idiota, tentou liquida-las por conta própria! E falhou! ARGHH!!!!E, como punição, o congelei e o joguei no Limbo para sempre. ARGHH!!!
Sim, minha rainha! Estou me recordando! Ele usava uma fabrica abandonada, em Tokyo, como esconderijo! Sei onde fica! Mas, será que as "sementes" ainda existem? Sim! Eu posso senti-las! Mesmo a essa distância...Arghh!! – confirmou Beryl, sentindo de tão longe. – Elas estão ainda lá, pulsando sua "energia malévola"... ARGGHH!! Elas, contém, todas as informações sobre a matrix genética do Nega-Verso. E será de grande ajuda ao sr. Dr. Átila! Maravilha! – disse o Dr. Átila. – Então não percamos mais tempo!Anjo! Pelo que me contou, você tem o poder de teleportar-se a longa distância, correto?
Sim! Conseguiria levar, com seus poderes, os equipamentos de meu laboratório para essa fabrica, no Japão? Além de cada um de nós, é claro?? – questionou-o Átila! Infelizmente, não! Só posso teleportar uma coisa por vez! A energia que desprendo é muito grande, ainda mais numa distância tão longa! É desgastante demais, até mesmo com o meu poder! Precisarei fazer algumas "pausas" para recompor as energias e descansar... – Lamentou Malachite, reconhecendo suas limitações! Entendo! E, desta maneira, quanto tempo acha que levaria para você teleportar todos os equipamentos desse laboratório para esse esconderijo no Japão?Malachite olhou para toda a parafernália cientifica de seu comparsa. Eram muitos equipamentos de vários formatos e pesos. Após uma breve avaliação disse:
Levarei uns dois dias, no máximo! Mas precisarei de ajuda para carregar esse materiais e preparar devidamente o local! – concluiu Malachite! Isso não será problema para você! Já que tem dois ajudantes fortes para ajuda-lo nessa tarefa! – Átila olhou de relance para o Quimera e o Lunático. Os dois estavam parados quietos em silêncio, num canto do laboratório, olhando toda a cena. Recuaram para trás ao perceberem que estavam sendo observados. Boa idéia, doutor! Esses idiotas serão bem úteis para mim. Caso contrário, vão se arrepender de terem fugido da prisão! – disse com uma voz ameaçadora e maligna Ótimo! Eu precisarei de pelo menos seis horas para montar meu equipamento, no Japão, e fazer a "preparação" necessária para a "operação". Perfeito! Trate disso, imediatamente, Dr. Átila! Começarei a desmontar o meu equipamento e, dentro de meia-hora você já poderá fazer a remoção e o transporte! Com licença!Átila fez um leve gesto com a cabeça e, depois, saiu!
Malachite se vira para sua soberana, sentada, pesadamente, sobre uma cadeira acolchoada. Ela estava fraca e abatida, respirando ofegante. Malachite aproximou-se dela e parou a sue lado:
Maldito azar! Arghh!! Se eu estivesse ainda em meu antigo corpo, com todos os meus poderes e forças intactas... eu mesma iria transportar todos nós e toda essa maldito laboratório, sozinha e de uma só vez! Arghhh!!!! Não se martirize, minha Rainha! Deixe que eu mesmo tratarei disso. Só lhe peço que procure poupar suas forças e agüente mais um pouco.Logo, vossa majestade, recuperará suas forças! E então, poderemos levar a cabo o nosso maior desejo!
Sim, Malachite!- disse Beryl, cerrando os dentes de ódio e olhando com crueldade para ele, como se tivesse lido os seus pensamento. - Vingarmos das malditas sailors! Elas pagarão caro por todo o mal que nos fizeram! Faremos elas lamentarem que nós tivéssemos retornado do túmulo, minha rainha! Não importa o que você faça com as outras, Malachite! Mas, Sailormoon e Tuxedo Mask são meus!!! Argh!!! Só meus!!! – disse num tom seco de vingança. Seu desejo é uma ordem, majestade! Bom! Muito bom! - disse ela satisfeita com a resposta de seu subordinado. – E por falar em Sailormoon: Alguma noticia de seus "amigos" no Japão? Sim, meus contatos na YAKUZA já informaram-me, há pouco pelo meu celular, que já estão mantendo uma vigilância em nossa odiada inimiga. Eles deverão me passar um relatório completo, por e-mail, até amanhã de manhã! Excelente! ARRGGHH!!! Quero todas as informações sobre USAGUI TSUKINO que pudermos conseguir: Família, amigos, onde moram; tudo que possamos usar como armas em nossa vingança. Pode deixar, majestade! Meus contatos na Yakuza me devem "alguns favores", de "certos trabalhos" que executei para eles. – explica com um sorriso cruel. - E, pode ter certeza, que eles ficarão satisfeitos com essa oportunidade de me "retribuir"... Espero que eles façam um bom trabalho... ARGGHH!!! Eles são profissionais, minha rainha! Fique tranqüila, quanto a isso. E quando tivermos todos esses dados em mãos será questão de tempo até colocarmos em prática nossa estratégia de vingança contra as Sailors! Sim! Vamos fazer Sailor Moon sofrer!!! Bem lentamente.... ARGHH!!! Em breve! Muito em breve, faremos Sailor Moon lamentar que eu tivesse descoberto sua identidade secreta...quando ela estiver chorando sobre os cadáveres de suas companheiras...e de seus entes queridos. EU JURO, MINHA RAINHA!!!A rainha Beryl sorriu maldosamente em resposta a promessa de Malachite.
CENA 3:
Academida de Ginástica do Colégio JUUBAN HIGH SCHOOL (final de tarde):
Amy se dedicava ao máximo às lições de Judô & Karatê que Lita lhe administrava. Ela estavam treinando já alguns dias e, apesar dos vários machucados e hematomas que Amy já colecionava por todo o corpo, a garota mais estudiosa do grupo das sailors não reclamava. Sabia que isso tudo fazia parte do trato que ambas selaram! E ela procurava aproveitar cada lição que a sua companheira lhe passava.
Lita era muito rigorosa nos treinos, mas sabia que não podia ser diferente! Mas, ambas podiam notar os progressos que Amy estava tendo. Seus reflexos estavam muito mais rápidos e sua concentração (frutos de exercícios mentais de tanto estudar) ajudava-a ainda mais em suas estratégias de contra-ataque aos golpes de Lita. E não foram poucas as vezes, que a "aluna" conseguiu levar sua "mestra" ao chão!
Vamos repetir esse golpe, mais uma vez! Mantenha seu punho na posição que lhe ensinei e ataque-me com todoas as forças! AGORA!!!! – gritou Lita para Amy
KIIIIAIII!!!!! – grita Amy, repetindo o ataque.
Sim! Amy estava tornando-se uma guerreira de combate mais forte! Era só questão de tempo e de treinamento!
No lado de fora do tatame, Serena, Rey & Mina, observavam-nas treinar. Serena chocava-se em assistir a dureza e a violência daquele treinamento.
Aiiii!!!! Que dor!!! – diz Serena cheia de "frescura" e de tom de infantilidade. – Que soco forte! Ai! Ai! Senti essa pancada no meu próprio corpo... Deixe de fazer "drama", Serena! Elas estão treinando a sério. E Amy está se saindo muito bem, mesmo com as pancadas que recebe. – retrucou Rey. É verdade! Amy está ficando muito mais forte e habilidosa. Se continuar assim, vai chegar ao nível de luta da Lita. – concluiu Mina. Eu não duvido nada disso! – disse Serena. – Já passam vários dias que elas estão treinando, praticamente, todas as tarde aqui. E a Amy está se dedicando a esse treinamento, tanto quanto se dedica aos seus livros e aos estudos. Amy é uma boa aluna mesmo! – concluiu Rey. – Seja numa sala de aula ou sobre um tatame. Ela é exepcional! É verdade! – concordou Mina. – Mas, não entendo por que ela , de repente, quis treinar artes marciais com Lita.Vocês duas sabem, né? De todas nós, Amy, sempre foi mais "pacifica"...
È verdade! Amy sempre procurou resolver as coisas sem violência. Usando seu intelecto e sua habilidade como estrategista, além é claro de seu bom senso. – concordou Serena. – Mas, de repente, de uma hora para outra, resolveu dedicar-se de corpo e alma a práticas de lutas marciais. É isso que não entendo. – atestou Mina. – Por que? Acho que sei a resposta! – disse uma voz feminina, vindo do chão.As três garotas olharam para baixo e viram a figura esguia de uma gata preta, aproximando-se, lentamente, dos pés de Serena:
Lua! – disse Serena com voz chateada e aborrecida. – Onde você estava? Estávamos esperando um tempão por você! – concluiu fazendo uma careta de desagrado. Desculpe-me meninas! Esta chovendo um pouco forte lá fora e tive dificuldades em atravessar algumas ruas até chegar aqui. Tem poças de água por todo lado.O Ártemis e a Rini estão vindo logo atrás! Chegarão em alguns minutos.
Você disse que sabia por que a Amy esta agindo dessa maneira. Isso é verdade? – perguntou Serena. Sim! Ela esta treinando com Lita, artes marciais, porque ela teve uma crise séria de baixa auto-estima e insegurança... O que? A Amy? Se deve estar brincando! Ela é uma das garotas mais segura e confiante de si que conheço! – protestou Serena. Mas, mesmo as pessoas assim, tem seus momentos de CRISE DE CONFIANÇA, Serena! Quando elas se auto-avaliam tão severamente a si próprias que começam a se questionar e a duvidar se são realmente úteis para seus amigos e para os outros. Coitada! – exclamou Rei! – Mas, o que causou isso nela? Posso estar enganada, mas, acredito que ele ficou deprimida desde aquele dia em que vimos a reportagem sobre o ninja brasileiro... O Shadow Moon?!? – exclamou Mina, apaixonadíssima. – Aquele herói "gatão" e misterioso? Sim! Ela deve ter ficado muito impressionado com os feitos dele, que assistimos na televisão, durante o resgate da primeira dama brasileira. E quem não ficou? O sujeito foi demais!!!! – confirmou Mina. Não achei ele grande coisa... O Tuxedo Mask é muito mais forte e habilidoso do que esse sujeito "enfaixado"... – disse Serena com menosprezo. De qualquer forma, ao vê-lo em ação, Amy ficou extremamente impressionada com suas habilidades de luta e força. E quando começou a se comparar com ele e até mesmo com vocês, meninas, ela sentiu-se diminuída, achando-se fraca para fazer parte das SAILORS. Pobre Amy! Não tínhamos idéia disso! – Serena disse. – E ainda por cima, pedimos a ela que baixasse todas as informações sobre o Shadow Moon pela Internet. Acabamos piorando a sua depressão, certamente! – concluiu Mina. Não se preocupem, meninas! Creio que Amy já está recuperada. Graças a ajuda e ao apoio de Lita em seus treinamentos de artes marciais. Como pode ficar lutando e apanhando num tatame ajudar na auto-estima de alguém e....AAAIII!!!! – gritou Serena, ao receber um forte tapa na cabeça, desferido por Rei. Sua tonta! Por acaso não sabe que a prática das artes marciais japonesas são uma forma de exercícios que visam não só ao aprendizado de técnicas de combate e auto defesa, como o fortalecimento e o equilíbrio físico e mental de seus praticantes.Com certeza, Amy está recuperando sua auto-confiança com esses treinamentos.
Ah, é? – Exclamou Serena. Mas, é lógico que sim! E que saber o que mais? – disse Rei desafiadoramente para suas amigas. O que? – perguntaram as três em uníssono. A partir de amanhã, também virei aqui, treinar junto com Lita e Amy. – disse orgulhosa de sua decisão e força. Muito bem, Rei! Você é uma garota muito corajosa e destemida! Uma verdadeira guerreira da Lua. Uma oferecida, isso sim! – balbuciou Serena para Mina, com despeito! O que você falou aí, Serena? – perguntou Rei furiosa. Eu disse que você gosta de se mostrar e de aparecer para os outros. – disse mostrando a língua para Rei, numa careta infantil. Ora, sua despeitada e preguiçosa....!Houve um inicio de briga entre as duas colegas. Foi uma confusão tão grande, que Amy e Lita pararam o treino e foram correndo separar as duas garotas e acalma-las. O que acabaram conseguiram, depois muito esforço.
Rini e Ártemis chegaram, instantes depois que as coisas se acalmaram, e, juntamente com Lua e Mina, "arrastaram" Serena para fora do dojo e a levaram para o passeio ao Shoping Center que eles haviam combinado. Já Rei estava sendo contida por Lita e Amy, esta última pedindo para que as duas amigas se acalmassem. O que naturalmente, foi inútil!
Serena e Rei se "despediram-se" uma da outra, fazendo caretas infantis e mostrando a língua, para o vexame de todas as suas amigas.
CENA 4:
Nas Ruas movimentadas do bairro de Akihabara – Tokyo!
Serena e Mina olhavam admiradas para uma vitrine de uma das centenas de lojas de eletrodomésticos, que compunham aquele bairro., onde estava exposta a última palavra em aparelhos de VIDEO-KÊ. Era uma autêntica maravilha tecnológica que atiçava ainda mais o desejo de Mina de adquiri-lo. Sem dúvida, para uma garota que gostava de cantar, nas horas vagas, os sucessos do J-Pop do momento, aquele aparelho era uma tentação para os seus sonhos não tão secretos de se tornar uma cantora profissional, algum dia.
Fora esse o motivo que ela convidara suas amigas de passarem, naquela tarde de folga, pelas lojas do bairro. Queria encontrar aquela loja, que havia visto no anuncio de um a revista musical (de página inteira), onde o aparelho estava com uma boa promoção de venda. Com um desconto de 50% em cima do seu valor.
Pena que Amy e Lita não puderam vir. Quanto a Rei... Bom, chega de brigas por hoje, né? Além do mais, a companhia de Serena e de Rini era mais do que suficiente para ela. Ambas estavam se divertindo bastante, vendo aparelhos de micro câmeras e alguns aparelhos de TVs portáteis.
Mina e Serena riam e se divertiam sem parar. Rini olhava tudo com uma curiosidade natural de sua idade.
Os únicos que não compartilhavam dessa alegria era Lua e Artêmis, que estavam, cada um, parados imóveis sobre os ombros, respectivamente de Serena e Mina.
Lua não parava de repreende-las, severamente, um minuto sequer! Achava que as duas meninas deveriam estar treinando junto com Amy e Lita! De terem tido a mesma atitude "adulta" que Rei tomou ao decidir também, participar desses treinamentos.
Ártemis concorda com Lua e aconselhando-as a levarem mais a sério os sonhos proféticos de Rey e de Amy, que ainda ocasionalmente, tinham:
Lembram-se do Dr. TOMOE e de seus monstros. – relembrou-as Ártemis. – Foi assim que tudo começou...
Serena e Mina começam a se arrepender de suas atitudes, mas ainda não lhes agrada a idéia de passar por um treinamento tão duro com a que sailor Júpiter e Mercury estavam levando a cabo.
Serena e Mina começam a choramingar dizendo que não queriam se machucar toda.
Lua e Ártemis ficam rubros de vergonha, enquanto que Rini, já acostumada a ver Serena dar vexame, observa despreocupadamente as lojas e as ruas ao seu redor.
Nisso, Rini nota algo estranho: Ela tem a impressão que um carro preto as está seguindo, enquanto que ela e as garotas começam a andar em direção a uma outra loja.. E quando elas param, para admirar uma outra vitrine, uma das janelas dos veículo abre por um momento e parece que uma lente de maquina fotográfica sai de dentro. Mas, ela não consegue enxergar direito, pois o carro preto está uma grande distância.
E quando ela se vira para Serena para lhe revelar sua suspeita, todos se viram para a direção onde Rini aponta, mas para a surpresa dela, o carro já não está mais lá. Ele simplesmente desaparece. Isso lhe custa algumas ironias de Serena, que acha que ela precisa usar óculos! Rini protesta dizendo que não está vendo ou imaginando coisas, e, para variar começa a discutir com Serena.
CENA 5:
Do outro lado da rua. Numa ruela afastada de onde Sailor Moon e suas amigas estão.
Um dos homens, o que está ao volante, pergunta se seu companheiro conseguiu tirar boas fotos desta vez. O outro, ao seu lado, com uma câmera digital afirma que sim! E que já tem o suficiente para mandar pela internet.
O motorista acena a cabeça afirmativamente e manda o seu colega mandar as fotos e as informações coletadas, sobre a moça, para o anjo branco, imediatamente. E, assim é feito, através de um LAP TOP (micro computador portátil), em poucos minutos, pelo homem da maquina fotográfica digital.
O fotografo avisa que os dados foram enviados com sucesso por e-mail. E que o serviço deles foi cumprido conforme as ordens de seu chefe da YAKUZA. Só que ele não esconde a curiosidade e pergunta a seu comparsa:
Sabe, por mais que eu tente, não consigo entender uma coisa: o que será que o maior de todos os assassinos internacionais quer com uma estudante ginasial!? Ela me parece uma garota muito insignificante, para que o famoso "Anjo" perca tempo, com essa vigilância toda.
Isso não é da nossa conta! – diz o motorista secamente! – Recebemos nossas ordens de nossos chefes da YAKUZA! E devemos obedece-las, sem questionar ou fazer perguntas que não nos dizem respeito.
Seja o que o "Anjo" pretende fazer com as informações e as fotos que obtivemos dessa tal SERENA TSUKINO e de seus familiares e amigos, com certeza não será nada "saudável" para essa garota e nem quem estiver perto dela...
Então, novamente, se fez um pesado silêncio dentro do carro.
CENA 6:
Nos Bairros e subúrbios barra pesada. Periferia de São Paulo.
Dois dias e duas noites se passaram desde o ataque ao presídio do Carandiru 5. E durante as noites seguintes, o submundo do crime viveu um de seus piores momentos, quando o terrível vigilante SHADOW MOON promoveu uma infernal caçada humana ao responsável pelo ataque ao presídio. Ele atacou "bocas de fumo", destruiu bares onde se reunia a "marginalidade conhecida", espancou centenas de bandidos e informantes em busca de qualquer pista que o levassem a captura do anjo branco.
E a cada ataque aos bandidos e a escória em geral, a mente de SHADOW MOON não parava de relembrar as cenas de dias atrás, logo após que voltou do hospital, e se reuniu com Issac e sua avó na base secreta.
Issac estava terminando de digitar as senhas e os códigos de acesso as câmeras do presídio de segurança máxima CARANDIRÚ 5. Há muito tempo, ele explicava a RUMIKO que ele , Jimmy haviam desenvolvido um "programa espião" e que, fora instalado nos computadores centrais do presídio, com a ajuda do próprio Wilton, que tinha acesso livre por todo o lugar como policial.
O programa permitia Issac e Jimmy acessarem os computadores do presídio, da própria base secreta. Isso lhe dava acesso não só aos arquivos de todos os super-criminosos presos por lá, como poderiam acessar as câmeras de segurança interna, e ver o que acontecia por lá! E isso sem ser notado ou detectados pela sistema de segurança do presídio. Eles eram com um vírus de computador indetectável, graças aos talentos de Issac que se orgulhava de ter desenvolvido este sistema.
Mas, naquele momento, Issac não sentia-se tão orgulhoso assim. E sabia que o que teria que fazer iria atingir a todos profundamente. Ele iria abrir os arquivos de segurança e veria tudo o que as câmeras de segurança gravaram no dia do ataque. Ele o fez, em questão de minutos.
Em seguida, um silencio se fez pesar na base.
Durante quinze minutos, todos assistiram a imagens com as cenas do ataque de Malachite ao presídio: o ataque aos guardas, a morte dos agentes federais, a fuga do lunático e Quimera e etc... Mas, nada foi mais chocante ou causou mais horror aos dois amigos do que o espancamento bárbaro de Wilton. Jimmy e Issac não podiam sequer imaginado a que ponto a selvageria desse "Anjo Branco" podia ir. A ira e a fúria cresciam dentro de Issac e Jimmy.
Animal!!! – praguejou Issac, assistindo a cena de brutalidade na tela.
Agora, Issac compartilhava com Jimmy o mesmo desejo de vingança contra esse assassino. O "Anjo" tinha que pagar por aquela atrocidade!
Quanto a Jimmy, as cenas que via fazia seu ódio arder cada vez mais contra o seu inimigo. Por diversas, vezes, murmurava para si mesmo, juramento de vingança contra aquele impiedoso assassino. Daria ao assassino uma morte agonizante.
Já Rumiko, olhava as cenas da tela do computador em absoluto silêncio. Mesmo quando assistiu as cenas do espancamento de Wilton, sua face continuou austera e sem expressar qualquer emoção.
Quando acabou de assistir toda a gravação, Jimmy pediu que Issac tentasse obter todas as informações que dispunha sobre o "Anjo Branco", mas, adiantando-se ao pedido de seu parceiro, Issac já tinha uma pasta pronta. Mas, nada tinha de muito concreto:
O "Anjo Branco" surgiu no cenário do submundo do crime, há pouco mais de três anos. Ninguém jamais soube de onde ele veio e, muito menos, a sua verdadeira identidade . Seu nome, sua idade e sua origem eram totalmente obscuras e desconhecidas.
A única coisa que se sabia era que ele era um assassino free-lancer dos bons, com fama de jamais falhar num serviço. O que era verdade. O "Anjo Branco" jamais havia fracassado em nenhum de seus "contratos" e matou todos os "alvos" sem exceção. Tanto no Brasil como no exterior, o que claro lhe rendeu "fama internacional."
O nome "Anjo Branco" foi um apelido que a policia e a imprensa sensacionalista deram ao assassino, segundo as descrições das poucas testemunhas oculares que tiveram a sorte de testemunhar os assassinatos e terem sido deixados vivos para contar a história, no dia seguinte. Eles descreviam um homem alto, de belo porte e de longos cabelos brancos, mas aparentando não mais que uns trinta e poucos anos. Tinha modos sofisticados e mantinha uma tranqüilidade assustadora, até mesmo, quando executava suas vitimas ou quem quer que fosse louco o suficiente para tentar impedi-lo. Vestia-se, impecavelmente, com roupas caras e de grife. Destacava-se a cor branca em suas roupas e, devido, ao poder para-normal que as testemunhas confirmaram ter visto ele manifestar em seus ataques, foi batizado de "Anjo Branco".
O "Anjo" aparentemente não matava quem não estava no "contrato". Nesse ponto era bastante profissional, ou então, deixava, "sobreviventes" só para fazerem "propaganda de seus serviços". O que sem dúvida, funcionava, bastante. Era o Bandido mais conhecido e famoso no sub-mundo brasileiro, e, também, o mais bem pago.
Seu esconderijo era um total mistério, mas, apesar de agir por todo país, havia suspeita que seu "refúgio" era, lá mesmo, em São Paulo. Só não sabia dizer, onde.
Jimmy ouviu tudo com atenção e respondeu a Issac dizendo que ele tinha feito um bom trabalho. Quanto ao "esconderijo do Anjo", ele trataria de achar sozinho e pelos seus próprios meios, entre os informantes do submundo do crime. Nem que tivesse que revirar toda cidade de São Paulo, fosse o tempo que fosse, ele acharia o assassino. E aí então, ele o mandaria para o Inferno.
Estranhamente, Rumiko, como se pudesse prever o que estava prestes a acontecer, afirmou para o seu neto que ele encontraria o seu inimigo para enfrenta-lo em combate, mas, o campo de batalha não seria São Paulo, mas "nas terras ancestrais".
Jimmy e Issac ficaram confusos e sem entender o que a velha senhora queria dizer, e quando o seu neto insistiu em que ela lhe fosse mais clara, ela simplesmente, mandou-o "fazer o que precisava fazer, pois logo entenderia tudo". E foi-se embora antes que ele ou Issac fizessem mais alguma pergunta.
Issac exclamou que as vezes os dons premonitórios da Rumiko são de meter medo e que isso sempre o deixa meio que assustado. Jimmy concorda, mas diz que respeito a vontade de sua avó e as "conversas que ela tem com os espíritos ancestrais". Ela é misteriosa assim mesmo, desde que Jimmy se entende por gente.
Fazer o que!?
As lembranças de Jimmy se desfazem e ele novamente se vê no topo de um prédio abandonado, segurando com uma das mãos, o pé do traficante Selmo Lins, vulgo "PAÇOQUINHA". O traficante grita apavorado, olhando para baixo e vendo o chão da rua, há uns 20 andares de altura.
Pelo Amor de Deus, Shadow Moon!! Não me largue! Não me deixe cair, lá embaixo!O criminoso sabia, perfeitamente, que bastava que o vigilante abrisse sua mão e o largasse, que o traficante cairia de uma altura de mais de 20 metros para a morte certa. O desespero era incontrolável.
O ninja, por sua vez, não demonstrava comoção pelo criminoso. Com voz fria e ameaçadora, exigia que ele, desse informações sobre o paradeiro do "Anjo Branco". Sabia que o "Paçoquinha" era uma figura que tinha livre acesso entre os criminosos e assassinos em São Paulo. Ele, certamente, deveria saber alguma coisa, dar alguma pista quente sobre o paradeiro do Anjo. Tinha que saber.
Já fazia três dias que ele estava procurando pistas sobre o Anjo e espancado, vários criminosos em busca de informação. Estava cansado, frustrado e, visivelmente, furioso. Se o "Paçoquinha" não dissesse o que ele queria ouvir, seria mais um que mandaria para o hospital, com os ossos quebrados...
Estou perdendo minha paciência com você, seu merda! Só vou perguntar mais uma vez e, para o seu bem, acho bom me dar a resposta que quero saber: Onde está o "Anjo Branco"? – perguntou Shadow Moon, com um tom ameaçador em sua voz, mas, no fundo descrente que conseguiria alguma informação daquele bandido medíocre. "Será outra noite de busca inútil...", pensava desolado.Mas, para sua surpresa, o traficante lhe deu uma "pista quente":
TAKASHI... TAKASHI UEDA!!! - balbuciando apavorado.- Ouvi... Ouviu um "papo", num bar... tempos atrás... de que ele tinha contratado os serviços do "Anjo"... para fazer uns "serviçinhos especiais" para ele e seu pessoal.... É a única coisa que sei, cara!!! Juro pela saúde de minha mãezinha!!! Agora, pelo amor de Deus, me tira daqui! Me tira daqui!!! – implorou o bandido.Shadow Moon fez um longo silêncio, analisando a informação que acabava de obter:
Conhecia os mafiosos do Clã Takashi e seus negócios sujos! Jogo, prostituição e drogas, em bairros de grande concentração de orientais, na região norte da cidade de São Paulo. Ele mesmo atacou e desbaratou alguns desses negócios, mas nada que abalasse o império criminoso do clã Yakuza. Eles estavam bem situados na "high society" paulistana e Takeshi era considerado um homem de negócios muito bem sucedido no ramo de importação. Mas, por trás disso, ele tinham vários políticos e figuras de destaque da sociedade, "em seus bolsos", com subornos bastante volumosos.
Sim, ele teria motivos e, é claro, dinheiro suficiente para pagar os "serviços" do "Anjo". A pista valia a pena ser checada.
"Paçoquinha" gritava por misericórdia e, finalmente, Shadow Moon, num movimento rápido, puxou-o para o teto novamente, e ele se esborrachou a seus pés.
O traficante soluçando e chorando agradecia por sua vida a Shadow Moon, mas o ninja ainda o olhava com olhar fuzilante, e antes que o traficante pudesse dizer ou falar alguma coisa, Shadow Moon disse:
Vou checar se o que está me dizendo é verdade. Mas se isso for uma "dica furada"...!O traficante se borra de medo. E seu rosto torna-se pálido, quando, sem avisar, Shadow Moon desaparece numa explosão de fumaça.
CENA 7:
No residência do "Anjo Branco". Bairro do Morumbi, São Paulo!
Naquele exato momento, do outro lado da cidade, Malachite acaba de se teleportar para dentro de seu apartamento. Apesar de demonstrar um certo cansaço, anunciou com indisfarçável satisfação.
Majestade! Dr. Átila! Acabamos de levar a última parte do equipamento do seu laboratório. Já posso levar todos nós para o Japão! UNGGHH!!! Podemos dar uma "paradinha" por alguns instantes, chefe? Esses seus teleportes, fazem meu estômago virar, toda vez, que fazemos essas viagens...UNGH!!! – disse o Lunático, com cara de quem estava prestes a vomitar, saindo debaixo da capa de Malachite, por detrás. Cale-se, seu idiota! Não lhe perguntei nada! – disse Malachite rispidamente. Ops!!! Perdão, chefe! Foi mal!!! – disse se afastando, sorrateiramente, de Malachite.Livre dessa pequena impertinência, Malachite virou-se para o Dr. Átila, que estava sentado numa mesa, próxima, olhando para a tela de um computador.
O médico virou-se para ele, com um sorriso maligno, indicando que ouvira o que ele acabara de dizer ao chegar lá!
Átila estava satisfeitíssimo!
Primeiro, porque estava ansioso por começar a "trabalhar". Ter nas mãos estas tais "Sementes do Nega-verso" significava, não só salvar a vida da Rainha Beryl, como utilizar uma material genético exótico e totalmente diferente de qualquer outro existente em todo o planeta. Um material que, em suas mão "hábeis e geniais" poderia criar novas e mais avançada geração de suas "criaturas genéticas", com poderes inimagináveis. Um novo exército de monstros que, sem dúvida Malachite e a Rainha Beryl iriam necessitar em breve para por em prática seus planos de conquista.
Segundo, por que estava ansioso em utiliza-las para capturar as Sailors, desde que a Yakuza japonesa enviou as informações sobre Sailor Moon, via e-mail!
Ele não parava de examinar as fotos de Serena e suas amigas, obtidas pelos mafiosos japoneses. Achava-as espécimes perfeitas para uma série de experiências de "genética mutante", e ele sabia o quão era difícil arranjar boas cobaias. Lembrava, a todo instante a Malachite do acordo que fizeram, quanto a isso. E Malachite o endossava com um sorriso cruel, pois sabia que um destino horripilante esperava as sailors caso caíssem nas mãos do cientista louco. Sua vingança não poderia ser mais "deliciosamente macabra"...
Já Beryl irritava-se com aquela situação toda. Nos últimos dois dias, ela passou no apartamento de Malachite, deitada num sofá-cama confortável, mas, continuando a sofrer dores horríveis e somente doses de sedativos, ministrados pelo dr. Átila, ocasionalmente, conseguia alivia-la um pouco.
Mas, o seu estado geral não era nada bom. Pelo contrário, piorava a cada hora.
Átila precisava realizar em Beryl sua operação de "mutação genética" o mais breve possível. E, para isso precisaria de uma dessas sementes malignas do Nega-Verso. Essa era a única chance de Beryl de sobreviver, pois essas "sementes" forneceriam o material genético que o dr. Átila necessitaria para a derradeira operação que estava por vir.
Mas, enquanto isso, o tormento de Beryl continuava. As dores atormentavam-na por todo o corpo. E, num momento de raiva, vendo o médico observar extasiado a imagem de Serena na tela do computador, ela dispara um feixe energético destruindo o computador e incinerando vários papeis.
Pare de ficar olhando as fotos dessa maldita, e faça algo para me aliviar dessas dores, seu idiota incompetente!!! – vociferou ela.Malachite e Dr. Átila temerosos de contradize-la, fazem silêncio! Àtila apressa-se em ministra-la um tipo de analgésico para as dores.
Vendo sua paciente demonstrar um pouco mais de alívio, Átila aproxima-se de Malachite, que observava sua Rainha deitada no sofá e murmura-lhe:
Vamos depressa! Ela só tem mais umas dez horas, no máximo! E tenho muita coisa que fazer para preparar a operação! – disse num tom de alerta.Subitamente, o telefone toca e Malachite atende. Poucos minutos depois, ele o recoloca no gancho.
Essa é boa! Não me faltava mais nada... – exclamou Malachite a si mesmo, com ironia e sarcasmo. O que houve? Quem era no telefone? – perguntou o Dr. Àtila, intrigado. Um de meus informantes. Ligou para me contar que esse tal vigilante, o Shadow Moon, esta revirando a cidade atrás de mim. Esse idiota fantasiado parece que quer a minha a "cabeça" a qualquer preço! – disse Malachite com total desprezo. Você disse Shadow Moon? – o doutor Átila arregalou os olhos numa expressão de medo. Essa não! Esse cara é 'pauleira"! Foi ele que me mandou para a cadeia da última vez! Só que antes, passei uma temporada no hospital, me recuperando da surra que ele me deu e no meu bando! – encolheu-se o Lunático, aterrorizado com a simples menção do nome do ninja. O Lunático tem razão! Shadow Moon é um inimigo perigosíssimo! Ele já enfrentou e derrotou, vários de "meus clientes". Temos que sair daqui o quanto antes! Enquanto temos chance! É chefe! O doutor tem razão! Olha eu já estou me sentindo bem melhor! Pode nos teleportar quando quiser, viu? Vamos dar no pé, antes que ele nos encontre! – disse o Lunático, sem esconder a sua aflição e medo. Calem-se, seus idiotas!- Gritou furioso pela reação dos dois homens. - Iremos embora, sim! Mas, não porque um "heroizinho de quinta categoria" está no meu encalço, mas, sim, por que a vida da minha Rainha está em jogo. Eu não fujo de ninguém! Ele é um inimigo perigoso, "Anjo". Muito maior do que qualquer dos heróis da "SUPER ALIANÇA BRASILEIRA". Não o subestime! Ele que não deve ser tolo em ousar me enfrentar, doutor! Sou muito superior a esse reles humano! Se não fosse a urgência que tenho em salvar a vida de minha adorada rainha, eu mesmo iria atrás desse vigilante e o mataria com minhas próprias mãos!E, depois, iria "leiloar" sua cabeça aos chefões da máfia de São Paulo...a quem me pagasse mais...He! He! He! – disse Malachite cruelmente, enquanto deixava a energia maligna de seu corpo emergir e preencher a sala.
Sentindo aquele imenso e poderoso Ki! Átila e o Lunático se calaram. Tinham entendido bem o "recado de Malachite". E não duvidariam mais de seu poder.
Quando eu terminar de resolver os meus "assuntos pessoais pendentes" no Japão, cuidarei pessoalmente desse... Shadow Moon! – disse pronunciando o nome do Herói com verdadeiro escárnio! – Agora, vamos partir todos juntos! NÃO!! EU NÃO VOU A LUGAR ALGUM! NÃO ATÉ MATAR SHADOW MOON COM AS MINHAS PRÓPRIAS GARRAS!!!! – Vociferou Quimera , ensandecido!!!Todos olham para QUIMERA.
Durante os últimos dois dias, Quimera, mantivera-se em silêncio, trabalhando a contra gosto como capanga de Malachite, e carregando a maior e mais pesada parte do equipamento do laboratório do Dr. Átila, para o novo esconderijo.
Odiava aquele serviço e odiava Malachite. Se pudesse o mataria sem hesitar, mas ele tinha um poder muito grande e não se deixaria ser pego por ele. E Malachite sabia disso perfeitamente, não era nenhum tolo! Diversas vezes, olhava com frieza e ameaça. Dando a entender para que ele não tentasse desafia-lo, pois as conseqüências seria muito grave para ele. Quimera só podia responder-lhe com um rosnado bestial, de vez em quando.
Mas, naquela hora, ao ouvir a simples menção do nome do seu pior inimigo, Shadow Moon, seu ódio explodiu em um acesso de fúria incontrolável. Nem Malachite e nem ninguém o impediriam de matar o homem que foi o responsável por ele ter perdido sua humanidade e ter se transformado naquele monstro deformado.
Malachite ficou surpreso pelo súbito descontrole de Quimera.
Como? Como se atreve a questionar minhas ordens, seu monstro estúpido?! – disse com firmeza e autoridade. Já disse a você! Não vou partir até matar Shadow Moon! E ninguém vai me impedir de acabar com aquele maldito. – vociferou Quimera, ao mesmo tempo, que destruía um caríssimo piano de cauda, com um só golpe de seus braços. Seu monstro estúpido! Olhe o que você fez! Esse piano era um de meus bens mais valiosos.... Que se dane! – gritou desafiadoramente a Malachite. – Eu quero Shadow Moon! Arrancar-lhe o coração do peito dele com as minhas garras afiadas e tritura-lo com as minhas presas, GRRRR!!!!!! Você não fará nada disso, sua besta sem cérebro! A não ser, obedecer minhas ordens sem questionar! E, as minhas ordens já foram dadas: Partiremos, imediatamente... Para o Japão! Você não entende! Foi Shadow Moon o responsável por eu ter me transformado nesse monstro... Pouco me importa isso, seu monstro estúpido! Prepare-se para partir! E nem mais uma palavra! Não! Eu não vou! Shadow Moon têm que morrer! E será esta noite! – disse Quimera como um animal ensandecido de fúria e ódio se dirigindo a porta de saída do apartamento.Mas, não chegou até lá.
Malachite se materializou a sua frente e antes que Quimera pudesse fazer, ou dizer algo, Malachite disparou uma rajada energética com uma das mãos atingindo Quimera em cheio.
O monstro foi jogado, violentamente, para trás e acabou caindo num pequeno bar do apartamento, destruindo-o por completo com o seu imenso e pesado corpo.
Malachite se aproximou dele, exalando pelo seu corpo a sua maligna energia, enquanto Quimera tentava se colocar de pé.
Jamais ouse contradizer-me novamente, sua abominação repugnante. Lembre-se que eu agora sou seu mestre! Sua vida está inteiramente em minhas mãos, bem como de seu estúpido comparsa ali atrás!O Lunático encolheu-se de medo atrás do Dr. Átila.
Pegue as minhas malas e os pertences de todos; como um "bom escravo"! E tome bastante cuidado com as minhas coisa e os da minha Rainha! – ordenou Malachite num tom de superioridade. – Partiremos em poucos minutos... Seu... Seu.. Maldito! – disse Quimera, já de pé!Foi a última frase que ele proferiu. Na mesma hora, Malachite disparou uma nova rajada de energia maligna que percorreu todo o corpo de Quimera, causando-lhe uma dor alucinante. O monstro gritou por longos minutos, até que Malachite desfez o encanto e a criatura caiu de joelhos.
Sorte sua, seu monstro sem cérebro, que o Dr. Átila e eu temos alguns planos em mente, os quais precisaremos de você. Por isso, não o mato agora! Mas, se tornar a me desobedecer, acabo com a sua vida imprestável de uma vez por todas! – prometeu Malachite com um olhar frio e ameaçador nos olhos. – Agora pegue nossas coisas! Vá! Ande depressa!Quimera, sem outra opção, depois de experimentar, novamente, o poder de Malachite segurou sua fúria e obedeceu, sem protestar.
Malachite, então aproxima-se do Dr. Átila e do Lunático e lhes diz:
Realmente, esse Shadow Moon deve ser um inimigo formidável para que esse monstro deseje tanto mata-lo! Shadow Moon é um verdadeiro demônio, chefe! Se ele está atrás da gente, pode estar certo, que é só questão de tempo até que ele chegue aqui! – diz o Lunático receoso. Hummm!!!! Sabe de um coisa? Creio que você tem razão! È mesmo! – o Lunático arregala os olhos de espanto. Seu chefe, pela primeira vez, concordava com alguma coisa que ele havia dito. Isso por si só já era algo espantoso. Mas, é lógico, seu incompetente! Esses pretensos "heróis" não descansam até conseguirem capturar seus inimigos. Sei disso por experiência própria... – diz numa clara alusão as Sailors.Em seguida vira-se para o Dr. Átila.
Meu caro doutor. Seria muita falta de consideração de nossa parte, se nosso "visitante inesperado" chegasse aqui e não encontrar ninguém para recebe-lo, não é? E o que sugere? – perguntou o Dr. Átila já compreendendo aonde ele queria chegar.Malachite sorriu, cruelmente, e contou sua idéia.
CENA 8:
Numa mansão do condomínio de luxo de AlphaVille, na região nobre de São Paulo.
Há dez minutos atrás, a mansão de Takashi Ueda era uma verdadeira "fortaleza impenetrável", com seus cerca de trinta pistoleiros, fortemente armados, fazendo uma rigorosa vigilância por todo local e com ordens para atirar para matar caso algum invasor ousasse entrar na mansão.
Mas, isso foi, há dez minutos atrás. Bastou apenas esse tempo todo para que Shadow Moon invadisse a mansão, burlasse todos os sistemas de segurança eletrônicos e, colocar fora de combate, um por um, todos os "seguranças" da mansão! Os pistoleiros foram nocauteados de forma rápida e silenciosa, mal tendo tempo de poder entender o que estava acontecendo e nem quem era o seu agressor.
Takashi Ueda, estava imóvel em sua cama, suando frio de medo, enquanto, uma espada de ninja, fria e afiada, estava com a ponta encostada, perigosamente em sua garganta. Ele praguejava aos seus ancestrais por seus seguranças não terem vindo ao seu auxílio, apesar de gritar furiosamente por eles, e, principalmente, por não ter percebido a presença do intruso, em seu quarto, que o acordou de seu sono de forma ameaçadora e abrupta. Já com sua arma afiada, apontada para sua garganta.
Takashi conhecia Shadow Moon. O justiceiro fora-da-lei que já havia atrapalhado os seus negócios, anteriormente, e mandado muito de seus capangas para o hospital ou para a prisão. Mas, jamais imaginaria que ele teria a audácia de invadir sua mansão e ameaça-lo, assim, tão diretamente.
Como? Como teve a audácia de invadir o meu lar, ninja maldito! Como se atreveu a tanto? Por acaso sabe quem eu sou? Você pagará com a vida por tamanha insolência!!! Juro que irá!! - gritava para o ninja..Como resposta de Shadow Moon, o mafioso sentiu a lamina da espada pressionar ainda mais seu pescoço a ponto de faze-lo sangrar um pouco.
Takashi sentiu-se completamente a mercê de seu inimigo e, com os dentes trincados de ódio, perguntou:
Bem, o que está esperando? Acabe logo com isso, maldito! – disse o líder da Yakuza que já que presumia que Shadow Moon viera ali para assassina-lo.O Ninja o olhou com um olhar frio e penetrante, que fez o mafioso suar de medo mais ainda, e numa voz firme e ameaçadora, disse:
Não estou aqui para cortar sua cabeça fora, Takashi-san! Apesar do bem que faria ao mundo, livrar-me de um "porco imundo" como você. – disse num tom de escárnio! Então que diabos você quer?! Diga!!! Estou atrás de uma informação. E soube, por aí, que, provavelmente, você poderia me dar. E, para o seu bem, espero que possa, realmente, me fornecer... – disse num tom de ameaça explicita. O que você quer, seu ninja desgraçado?Explicou que estava atrás do "Anjo Branco" e queria saber onde era o seu esconderijo, pois "queria acertar umas contas com o assassino". E se Takashi quisesse que a sua cabeça continuasse presa ao seu pescoço, era bom dar a informação que ele procurava.
Então, surpreendentemente, a fisionomia de Takashi mudou completamente. Seu rosto, anteriormente, uma mascara ruiva de raiva misturada ao medo de ser morto, começou a relaxar e, para a surpresa do ninja, o chefão do crime soltou uma enorme gargalhada!
Há! Há! Há! Então você está no encalço do "Anjo Branco"! Há! Há! Há! E quer que eu lhe ajude a encontra-lo?A principio, Shadow Moon não entendeu a reação louca de Takashi e pressionando sua espada no bandido perguntou do que estava rindo! Takashi respondeu num tom de escárnio e desprezo:
Estou rindo porque você está me poupando trabalho de mandar mata-lo, seu ninja estúpido! De colocar sua cabeça a prêmio! Há! Há! Há!Seu grande idiota! Ir atrás do "Anjo" e como ir de encontro a morte certa! Você sequer pode imaginar quão poderoso esse assassino é! Você não é nada comparado aos poderes e a força que ele tem.
Sim, eu sei onde o "Anjo" mora, Shadow Moon! E lhe direi exatamente como chegar lá! He! He! He! E quando você, encontra-lo, com certeza ele vai acabar com você, seu maldito!
Você irá implorar para que ele lhe dê uma morte rápida! Há! Há! Há!
Atrás de sua mascara ninja, os dentes de Shadow Moon cerram-se de raiva e de preocupação, enquanto que Takashi lhe revelava o endereço do "Anjo".
CENA 9:
Na cobertura de um luxuosos apart-hotel no Bairro do Morumbi, São Paulo!
Shadow Moon levou uns 15 minutos para escalar o prédio de 20 andares, um dos mais caros e luxuosos, daquela área do bairro do Morumbi. Ele escalava, silenciosamente, com "garras de aço" preso as mãos.
Quando, finalmente, alcançou a cobertura do prédio, subiu o parapeito e guardou as "garras". Puxou a espada e, cuidadosamente, olhou pela janela.
O apartamento estava às escuras e, Shadow Moon, começou a cogitar a possibilidade de seu inimigo já o estar aguardando, alertado previamente por algum informante do submundo. Que aquela escuridão toda e silêncio, não passava de uma "armadilha".
Se fosse, o ninja não iria "decepciona-lo"! Já que não era a primeira vez, que se via prestes a entrar numa situação como essa. E, para isso, nada melhor do que uma "entrada triunfal": Com arma em punho, jogou-se pela janela, arrebentando-a em mil pedaços e rolou pelo chão até o centro da sala, parando e colocando-se, instantaneamente, em posição de combate! Por uns minutos, que pareceram uma eternidade, o ninja esperou um ataque iminente, de todos os lados.
Porém, logo, os seus sentidos não detectaram um único som ou mesmo o "KI" (a energia vital) de qualquer inimigo. Levantou-se com cuidado, ainda aguardando um ataque, que jamais ocorreria.
Quando ficou em pé, em meio ao apartamento as escuras, Shadow Moon havia percebido que o lugar havia sido abandonado. E seu inimigo escapado, junto com seus comparsas.
"Maldição!"- praguejou, embaixo da mascara com os dentes cerrados de raiva. Foi até a um canto da sala e ligou o interruptor.
A luz preencheu todo o apartamento, o que só confirmou a sua suspeita. O local havia sido abandonado. E havia sido há pouco tempo atrás.
Caminhou até os cômodos do apartamento e verificou os armários! Completamente vazios de roupas, uma clara evidência de que o "Anjo" havia viajado e que não regressaria tão cedo. Ou provavelmente, nunca mais, para aquele apartamento, pois já não poderia ser um refugio seguro, já que o ninja o havia descoberto e o "Anjo" deveria saber disso.
Shadow Moon desferiu um soco, de raiva, na porta de um dos armários, partindo-o em pedaços. Ele havia voltado a "estaca zero" e teria que recomeçar sua busca novamente, e isso levaria tempo. A não ser que... houvesse alguma pista , no apartamento, que pudesse de alguma forma indicar aonde eles teriam ido.
Sim! Talvez, ainda tivesse uma chance! Valia a pena investigar.
Voltou para a sala e examinou o local.. As marcas de garras e os moveis destruídos era um claro sinal de que houve uma luta, e não era preciso ser adivinho para saber que isso era obra de QUIMERA. Aquele monstro assassino era uma ameaça ambulante! Ele bem o sabia pois quase não escapou com vida em seu último combate contra a criatura. Felizmente, a sorte havia lhe sorrido e ele derrotou o monstro.
O que teria acontecido? Quimera atacou o "Anjo"? Isso não o surpreenderia, já que o monstro era psicologicamente instável e controla-lo era quase impossível. Mas, de alguma forma esse "Anjo" conseguia exercer algum domínio sobre a fera, pois, apesar da destruição não havia sinais de sangue. O "Anjo" havia controlado a situação.
Realmente, ele era um inimigo a ser levado muito a sério, se conseguira "domar" Quimera, penou, enquanto o seus olhos fitaram por alguns instantes um quadro grande, preso a uma das paredes da sala, retratando algum tipo de animal mitológico, grande e de feições horripilantes, que não soube identificar. Sentiu um estranho mal estar ao olhar a pintura, mas, sua ansiedade em tentar achar alguma pista do paradeiro do "Anjo", o fez ignorar esse estranho pressentimento.
Shadow Moon voltou sua atenção para baixo e continuou observando os destroços pelo chão da sala, até que seus olhos depararam-se, com o que parecia ser restos de um computador.
Sim, era um computador, concluiu ao agachar-se e examina-lo mais de perto. O aparelho estava, totalmente destruído. Com certeza, por algum tipo de "raio energético", pois já tinha visto inimigos atingirem veículos, aparelhos e, até mesmo, civis inocentes. Colocou as mãos sobre o aparelho. Sim! Ele podia ainda sentir a energia residual: extremamente maligna! Parecia algo vindo direto das profundezas do inferno! Será que seu inimigo, de fato, era um agente do sobrenatural? Não era hora de pensar sobre isso. Tinha que verificar mais profundamente o estado do aparelho.
A parte interna, o HARD DISK (HD) do micro, aparentemente, estava muito danificada, mas, talvez, pudesse, de alguma forma ser acessada.
As chances não eram muito favoráveis pelo aspecto com que ficou o micro, mas valia a pena arriscar. Com certeza, esse computador deveria ter em seus bancos de dados, alguma pista do paradeiro atual do "Anjo Branco" e seu. bando.
E de alguma forma, ele iria descobri-la! E sabia muito bem quem poderia ajuda-lo nisso!
Guardou os objetos dentro de sua mochila e estava prestes quando, inesperadamente, o aparelho de TV do apartamento, subitamente, ligou-se sozinho.
Na mesma hora, Shadow Moon colocou-se em posição de alerta e virou-se para a TV. Sua mão estava tocando a bainha da espada, prestes a saca-la a qualquer instante, quando um rosto de um homem claro de longo cabelos brancos apareceu na TV.
Boa Noite, Shadow Moon! Seja bem vindo a meu humilde lar! Eu sou o "Anjo Branco" e devo confessar que estou bastante surpreso! Você chegou muito mais cedo do que eu esperava! Realmente, você é um bom "caçador"! Meus parabéns!!! – disse Malachite com ironia e sarcasmo.Instintivamente, Shadow Moon começou a olhar em todas as direções:
Por favor, meu caro vigilante! Não perca seu precioso tempo procurando a minha câmera oculta. Ela está muito bem escondida e você não irá encontra-la tão rápido! Onde você está, seu assassino desgraçado?! Por que não está aqui, já que sabia que eu estava vindo? Por acaso fugiu com medo de me enfrentar? – disse Shadow Moon mal contendo o seu ódio e raiva. Não me faça rir, Shadow Moon! Enfrentar você, para mim, seria o mesmo que "esmagar uma formiga" com os meus pés. He! He! He!Acredite-me! Nada me daria mais prazer do que acabar com um "super-heroi intrometido" como você! Mas, infelizmente, tenho um assuntos urgentes... e pessoais a tratar fora do Brasil... Uma pena! – disse com um sorriso irônico e provocativo
Onde você está, seu Maldito! Onde? Diga-me se tiver coragem, pois irei até o fim do mundo para faze-lo pagar por seus crimes, assassino desgraçado! – gritou Shadow Moon encolerizado.Malachiete esboçou um cruel sorriso e disse:
He! He! He! Eu até que gostaria de lhe contar, meu caro! Gosto de gente corajosa! Com espírito de luta, que nem você! He! He! He! Sério!Pena que isso não será possível, Shadow Moon! Pois você irá morrer... agora!
O que? – exclamou Shadow Moon, ao mesmo tempo que seus sentidos ninjas o alertaram para um ataque que vinha por trás.Ele se virou para trás, no exato momento que a criatura do quadro de alguma forma, havia ganhado vida, e tentava ataca-lo por trás, enquanto falava com seu inimigo, na TV.
Malachite o havia distraído o suficiente para que ele fosse pego de surpresa que nem um "amador". Idiota! Tinha que ter prestado mais atenção em seu "sentido ninja" naquela hora! Agora, se atracava com um monstro pavoroso com o dobro de seu tamanho e altura. E o pior, com uma força extrema!
Malachite havia planejado aquela armadilha cuidadosamente. E ele caiu nela direitinho.
Enquanto lutava contra o monstro, Malachite continuava a falar:
É fascinante o que um pouco de mutação genética e magia pode fazer juntas, não é Shadow Moon!? O meu associado, o Dr. Átila, (creio que já o conhece, não?) tinha um de seus "experimentos" presos sozinho, na jaula de seu laboratório. Achei uma maldade fazer isso com o "pobre bichinho".Shadow Moon e a criatura travavam um feroz e violento combate, que foi ouvido por todos os moradores do prédio. Alguns moradores saíram de seus apartamentos tentando descobrir o que acontecia.
Então o trouxemos para cá e, com a minha magia fiz com que ele ficasse "preso no quadro" da sala. Não vou entedia-lo, explicando como fiz isso! È "segredo profissional", sabe? He! He!Basta apenas que você saiba que pus um outro feitiço, para libertar o monstro, no instante que você estivesse vendo esta transmissão de TV! E de costa para o quadro, é claro!
Eu estava monitorando você, desde o momento que entrou pela janela, ninja! Sabia quando você estaria a minha mercê, idiota! Há! Há! Há! – gabou-se Malachite rindo trinfalmente. – Agora o meu "bichinho" irá devora-lo vivo! Há! Há! Há! E vou me "deleitar" assistindo você ser trucidado, via satélite! Há! Há! Há!
O monstro, num determinado instante, disparou raios pela boca. Shadow Moon conseguiu se esquivar, mas o raio explodiu parte do chão. O buraco que se abriu, fez os moradores de baixo verem o que acontecia.
Soem o alarme! Mande todos os moradores evacuarem este prédio, imediatamente! Andem logo! – gritou Shadow Moon, enquanto se atracava com o monstro.Um dos moradores, assustado, quebrou o vidro de alarme de incêndio e o fez soar alto por todo o prédio. Em seguida, como os seus demais vizinhos, desceu desesperado e em pânico pelas escadas, até sair para fora do prédio!
Não devia se distrair da luta pensando em salvar esses idiotas, Shadow Moon! Não que isso me importe, pois você irá morrer do mesmo jeito! – dise Malachite. Isso é o que você pensa, maldito! – disse Shadow Moon! – E mal comecei a lutar... KIIIIAAAAIIII!!!!!Então, Shadow Moon mentalizou o seu KÍ fazendo sua energia de luta se manifestar por completo. E contra-atacou de maneira violenta e decisiva.
Unido as técnicas ninjas da CHUVA TEMPESTUOSA & MAGMA, Shadow Moon disparou uma serie de golpes energéticos, com suas mãos e golpeou a criatura, com força incrível, usando varias técnicas de Karatê e Kêmpo.
O Monstro não fora páreo para ele, e logo, sucumbiu a superioridade marcial e de poderes de Shadow Moon.
Malachite que, anteriormente, estava seguro com o desfecho final daquela luta, mudou rapidamente sua fisionomia: De confiança e arrogância, exibida desde o inicio do combate, agora mostrava uma certa surpresa e incredulidade.
Não é possível! Ele está vencendo o monstro!? – balbuciou ele. Correção, "Anjo"! Eu já venci!!! - respondeu Shadow Moon, sacando na mesma hora, sua espada, para desfechar o golpe final. – SILVER BLADE! – gritou o nome da espada!A espada canalizou o clímax do poder espiritual invocado por Shadow Moon e começou a emitir uma chama de cor branca em torno de sua lâmina. Levantou por sobre a cabeça e gritou com todos os pulmões:
Golpe Final! EXPLOSÃO LUNAR!!!!A Espada de Prata cortou o monstro em dois golpes consecutivos e rápidos: Da cabeça pra baixo e no meio do peito!
Foi o fim!
O Monstro saltou um rugido quase sem forças e seu corpo se estremeceu . Em seguida tombou para trás. Ao tocar no chão, o monstro explodiu violentamente.
Shadow Moon vencera.
Malchite não podia aceitar ou mesmo acreditar que o seu plano tinha falhado. Era a primeira vez, que uma de suas vítimas sobrevivia!
Cerrou os dentes de raiva olhou furioso para Shadow Moon, que agora virava-se novamente para a TV e encarava, novamente o seu inimigo, de maneira desafiadora.
Você é o próximo, "Anjo"!!! Dobre a língua, ninja! Isso ainda não acabou! Tem razão! Só vai terminar quando a sua cabeça estiver cortada e pendurada na ponta de minha espada, seu lixo covarde! E será logo! Prometo!Vou encontra-lo, "Anjo"! Não existe lugar algum no mundo inteiro onde você possa se esconder de mim! E quando pega-lo....
Malachite sorriu! Como se estivesse preparando um de seus truques.
Você é bom, ninja! Muito bom! Pode se tornar um problema sério para os meus planos! Que planos? Calma! Logo você e o mundo inteiro irão saber! Antes, tenho que eliminar a pessoa que mais odeio nessa vida. E, depois, será a sua vez! Prometo, Shadow Moon!Isso, é claro, se sobreviver ao meu "último presente" que deixei para você... He! He!
Malachite pegou um tipo de controle remoto e preparando-se para acionar um de seus botões , disse:
Um bom profissional como eu, desde cedo, sabe que não é bom deixar pistas para policia ou para super-heróis intrometidos como você. A menos que queira!Portanto, queime no Inferno Shadow Moon!!! Há! Há! Há!
Shadow Moon mal ouviu a última frase, pois, no instante que viu o controle remoto nas mãos de Malachite, reconheceu-o como um detonador acionado por rádio. E sabia o que estava prestes a acontecer.
Usando toda a sua agilidade e rapidez obtida em seus árduos treinamentos ninjas, correu pela sala, o mais rápido possível e, com um salto, atravessou, sem hesitar, a janela por onde havia entrado, no exato instante que Malachite acionou o botão!
Uma violenta explosão destruiu todo o apartamento de cobertura de Malachite, que se transformou num inferno em chamas.
Logo o fogo se espalhou para outros andares do prédio, chegando a arder na metade dele, até que os bombeiros chegassem, para debela-lo. Isso levaria umas duas horas depois.
Felizmente, Shadow Moon havia escapado. Alcançando o prédio vizinho graças a uma corda, de seu equipamento ninja, embutido em uma de suas luvas, que se prendeu a parede do outro prédio durante seu mergulho ao chão!
Shadow Moon olhou para baixo! E viu que os moradores, todos sem exceção, haviam saído do prédio, antes dessa tragédia final e que nenhum inocente havia morrido no incêndio. Agradecia aos céus por isso!
Mas, o "Anjo" havia lhe escapado! E ele se encontrava, mais uma vez, na "estaca zero"!
A única coisa que sabia era que o "Anjo", como ele próprio dissera, estava fora do Brasil. Isso fazia sentido, pois além da grande quantidade de roupas que havia levado, aquele detonador, era um aparelho muito sofisticado, só usado para ser acionado a longa distância, com emissão de rádio via-satélite.
Podia ter acionado o detonador em qualquer parte do mundo. Mas, onde?
E que papo era aquele de "ter que eliminar a pessoa que mais odiava nessa vida" que mencionou pela TV? Quem era essa pessoa? E por que Malachite a odiava tanto para levar o assunto ao lado pessoal? Ele que agia profissionalmente, sempre?
As respostas a todas essas perguntas, sabia Shadow Moon, talvez estivessem nesse HARD DISK que guardara.
E somente uma pessoa seria capaz de desvendar o que eles continham...
CENA 10:
No esconderijo de Shadow Moon! Uma hora depois!
Issac examinou o HARD DISK (HD) que Shadow Moon havia trazido e seus prognósticos eram os piores possíveis: Fiação queimada, chips derretidos, peças amassadas; mas, que talvez, conseguisse recuperar algum tipo de dado. As chances eram ínfimas!
Shadow Moon insistiu para que o amigo fizesse o possível! Que ele era o único capaz de fazer isso! Issac sorriu:
Não sou nenhum mágico, mas vou tentar conectar o HARD DISK (HD) do micro com o sistema de coleta de dados do "EINSTEIN", o nosso super computador da base. Vou rodar um programa de busca e analise e, então, meu caro Jimmy... SEJA O QUE DEUS QUISER!!! – disse-lhe Issac, com seu habitual bom humor.Issac colocou uma fiação e a conecta com cuidado no HD. Em seguida, foi ao centro de comando de EINTEIN e digitou o programa de "varredura".
O super computador agiu de imediato e em poucos segundos, surgiram umas três imagens "embaçadas" na gigantesca tela!
É isso aí, Jimmy! São as únicas coisas que deu para recuperar no HD. Dá para melhorar as imagens? - perguntou intrigado, Shadow Moon. Acho que sim! Vou rodar um programa que tenho no EINSTEIN que pode melhorar 100% a nitidez das imagens. Mas que vai demorar um pouco para terminar.Shadow Moon diz que não a problema e pede que o faça. E Issac atende o pedido de seu amigo.
O programa começou a rodar e, por quase duas horas, os dois amigos ficaram estáticos diante a tela de computador esperando que as imagens se tornassem bastante nítidas. Até que finalmente se formou uma imagem clara e limpa na tela:
Eram três fotos, tiradas de diversos ângulos, e em close de uma garota de uns 15 ou 17 anos, de tranças e vestindo roupa de marinheiro. No canto das fotos, havia uma pequena numeração, que Issac logo explicou ser a data e horário que as fotos foram tiradas. Logo, o gênio do computador explicou que isso era muito comum aparecer em fotos digitais!
Se isso era verdade, as fotos foram tiradas, ontem! E não precisava ser nenhum gênio para saber de onde vieram essas fotos: Japão! Mais precisamente, em Tókyo, já que podia se ver, ao fundo de uma das fotos, a imagem minúscula, da Torre de Tókyo quase que claramente.
Issac ficou intrigado, por que a imagem de uma estudante colegial japonesa estaria fazendo, no banco de dados, do computador de um perigoso assassino.
Imediatamente, assustou-se com sua própria conclusão! Quase incrédulo disse que ela seria a "próxima vitima" mencionada pelo próprio Malachite, segundo o próprio Shadow Moon havia lhe contado.
Shadow Moon já havia concluído isso, bem antes que seu amigo faze-lo, pois conhecia o procedimento dos assassinos e a maneira com o que o "alvo" fora fotografado. Ele já havia visto esse tipo de foto antes. Um trabalho ao estilo YAKUZA. A garota, seja lá quem fosse, estava marcada para morrer.
Pela data que foram tiradas e pelo estado do apartamento, Shadow Moon concluiu que o "Anjo" deveria ter partido aquela noite mesmo. Talvez, algumas horas antes dele chegar ao apartamento!
Agora só poderia ir a seu encalço, no próximo vôo que partisse amanhã para o Japão.
Mas, chegando lá, para onde iria? Como encontraria essa menina, o "alvo", numa cidade, com milhões de habitantes, como era Tokyo?
Pediu a Issac para ver se poderia entrar na Internet e acessar os bancos de dados dos colégios de Tokyo e arredores, para descobrir quem era e onde estudava essa menina.
Issac fez uma de suas piadas e disse que não havia problema! Pegou a melhor imagem do rosto da estudante, fez que EINSTEIN o analisa-se, detalhadamente, e o procurasse na Internet, nos bancos de dados escolares .
Em segundos, uma imagem nova da estudante apareceu, no canto da tela e do outro lado lia-se toda a sua ficha pessoal!
Nome: SERENA TSUKINO Idade: 16 ANOS Data de nascimento:30 DE JUNHO Filiação: KENJI TSUKINO (pai) & IKUKO TSUKINO (mãe) Irmão: SHINGO TSUKINO (11 anos – Irmão caçula) Endereço: 12-21-7 SHINBASHI – MINATO-KU - TOKYO Escolaridade: ATUALMENTE CURSA O 2° GINASIAL DO COLÉGIO JUUBAN HIGH SCHOOL – no bairro de MINATO-KUHavia mais algumas informações, mas nada muito importante, quanto o nome do alvo, onde morava e onde estudava.
Ótimo! Agora sabia onde o "alvo" se encontrava! Mas, conseguiria chegar ao Japão a tempo de deter o "Anjo"? Sua única chance de encontra-lo era essa garota, que, por alguma razão que ele desconhecia (e, sinceramente, pouco estava ligando naquele momento) havia sido marcada para morrer! Seu tempo de vida estava contado!
Tinha que partir, e logo para o Japão!
Pediu que Issac acessasse os horários dos próximos vôos que sairiam de São Paulo para o Japão, mas, antes que seu parceiro pudesse apertar as teclas do computador, um voz fria e autoritária disse:
Isso não será necessário! Já fretei um vôo particular num jato executivo, que partira do aeroporto em duas horas! Preparem tudo que iremos precisar para essa missão e arrumem suas bagagens! Um táxi irá nos levar para o aeroporto, em menos de uma hora! Por tanto apressem-se!" – disse Rumiko!Sem esperar que houvesse alguma resposta dor parte dos dois jovens, ela se retirou.
Os dois foram pegos de surpresa. Como ela sabia que precisariam ir ao Japão para caçar o "Anjo", se só obtiveram essa informação, naquele instante?
Então ele e Issac se lembraram do que a velha senhora havia lhes dito, três dias atrás, quando assistiram o vídeo do ataque ao Carandiru 5: Que ele encontraria o seu inimigo para enfrenta-lo em combate, mas, não em São Paulo, mas "nas terras ancestrais". De onde seus antepassados vieram: JAPÃO!
Agora fazia sentido aquela estranha afirmação daquele dia. Mas, ainda faltava saber: como ele sabia? E por que não lhe disse isso antes?
Santos poderes mediúnicos, Shadow Moon!"- disse Issac num tom de piada, mas, que não conseguia esconder sua surpresa diante a estranha paranormalidade de RUMIKO. – Sua avó, mais uma vez está a nossa frente. Essa velha não para de me surpreender!!!Já fazia alguns anos que eles todos se conheciam, mas, até hoje, ele não conseguia esconder o seu espanto ante as capacidades psíquicas e mediúnicas daquela velha senhora. Suas previsões ainda lhe davam certo calafrio, especialmente, por que eram, quase sempre infalíveis.
Sem mais o que dizer, os dois trataram de preparar suas coisas para viagem.
CENA 11:
Nos aposentos de Rumiko. Minutos depois.
A velha senhora estava ajoelhada diante do pequeno santuário xintó. Como sempre, ela estava rezando, com um rosário budista, entre as mãos espalmadas. Repetia os mantras, varias vezes, em voz baixa.
Mas, ela já tinha percebido a presença de seu neto, em seu quarto, ajoelhado, atrás dela, esperando para lhe falar.
Ao acabar de rezar, baixou as mãos e virou-se para ele.
Ouve um momento de silêncio entre os dois e quando Jimmy ia formular a pergunta ela, logo lhe cortou.
Disse que sabia o que ele queria lhe perguntar e disse apenas que os "espíritos ancestrais" haviam lhe contado que ele enfrentaria o seu inimigo no Japão. Que a luta que o aguardava seria árdua e terrível. A mais mortal de todas que ele já tinha enfrentado até hoje. Que ele precisaria se prepara em corpo, mente e alma para a batalha que estaria por vir.
Jimmy ficou em silêncio! Pelo tom de voz seco de sua voz, sabia que deveria levar esse aviso a sério! Ela não dizia, mas pela sua maneira de falar, podia entender que os "espíritos ancestrais" estavam claramente avisando-lhe, através de sua voz, que ele poderia, de fato, morrer, desta vez!
Ele não temia a morte! Se isso lhe acontecesse, seria o destino, e ele não iria maldizer sua sorte se isso lhe acontecesse. Mas, se fosse para morrer, custe o que custasse, levaria o maldito "Anjo" para o inferno, junto com ele.
Ele já ia se levantar quando sua avó fez sinal para que ele se detivesse. Jimmy permaneceu sentado enquanto Rumiko dirigiu-se ao seu pequeno santuário, e, de uma gaveta secreta, tirou uma adaga. Era uma arma pequena, mas de lamina longa e afiada. Tinha algumas jóias incrustadas no cabo e o desenho de uma lua crescente na ponta. Era uma bela arma, que ele jamais tinha visto em toda a sua vida.
É uma bela peça, vovó! Um trabalho talhado de maneira belíssima... Esta arma estava na família há varias gerações! - disse-lhe Rumiko. - Segundo a lenda, fora dada ao nosso primeiro ancestral pela "soberana da Lua Crescente", para que a guardasse e que a entregasse, algum dia, para o seu legitimo dono!Jogando a adaga as mãos de Jimmy, inesperadamente. Ele o pegou no ato.
Os "espíritos" confirmaram que o momento chegou! E que será você, o 28º descendente de nosso clã, que irá cumprir essa sagrada promessa, meu neto! Eu? Você deverá cumprir a antiga promessa, custe o que custar! Isso será de importância vital para decidir os rumos da batalha que terá pela frente!Jimmy ficou confuso com tudo aquilo. Não entendia o que essa peça, que deveria ter séculos de existência, tinha que ver com a sua caçada ao "Anjo". E quem era essa pessoa que ele deveria devolver a adaga?
"Você saberá no momento certo! Agora saia! Quero ficar sozinha agora!" – respondeu secamente Rumiko, ao mesmo tempo que dava-lhe as costas e retornava a sua meditação.
Tudo que a sua avó poderia lhe dizer, já havia sido dito. Jimmy odiava aquelas charadas sem sentido, mas, sabia que não conseguiria arrancar mais nada de sua avó. Mais confuso ainda, do que quando entrou, Jimmy deu os ombros e saiu do quarto, indo prepara suas coisas para a viagem ao Japão...e a batalha que se aproximava.
Minutos depois, um vento suave entrou pelo quarto de Rumiko e ela parou seus mantras. Sentiu a presença de uma forma espectral e impassível, virou-se para encara-la! A forma era de uma bela mulher de roupas de seda dourada, de porte real, e com os cabelos claros e longos, amarados como "Maria Chiquinha".
As duas se olharam, frente a frente, e, finalmente, Rumiko lhe disse:
Tudo esta acontecendo conforme o previsto! Logo, meu neto levará a cabo a sua "verdadeira" missão, no Japão!A presença espectral balançou a cabeça, afirmativamente e, depois, como apareceu, simplesmente, sumiu!
Fim da Parte 4
