SAILOR MOON V: Shadowmoon
AUTORES- MISTER BLUE E WLAD
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wladvale@yahoo.com.br
Site:
DEZEMBRO 2001
Capitulo 6- NA SOMBRA DA JUSTIÇA
CENA 1:
Numa rua deserta do Bairro Ebisu!
Os "JOKERS" e seu líder, Nomura, mal acreditavam no que acabara de acontecer. Especialmente, Amy, que abrira novamente os olhos e, agora olhava em direção, do misterioso rapaz, que aparecera, inesperadamente, diante de todos, do outro extremo daquela rua sem saída.
Sua aparição inesperada, por si só, já fora uma grande surpresa. Mas, certamente, o que mais surpreendeu e, até mesmo, aturdiu os motoqueiros, fora a maneira e o tom de voz, com que ele se dirigiu aos "JOKERS": Ele havia dado-lhes uma ordem! A eles, os temíveis "JOKERS", a gangue mais violenta de toda a cidade de Tokyo. Isso devia ser algum tipo de piada, pensava a maioria dos motoqueiros. E uma piada sem graça, por sinal...
Mas, a maneira como ele havia lhes falado, num tom duro e frio em sua voz, ordenando-lhes que soltassem Amy e Serena... Isso não tinha sido uma piada.
Ninguém tinha dúvidas quanto ao tom daquelas palavras: O misterioso jovem fizera uma ameaça explicita para Nomura e os seus motoqueiros, para que o obedecessem.Uma ameaça aos "Jokers"!?!
Mas, quem era esse rapaz misterioso, perguntava Amy a si mesma.
Ela nunca o tinha visto antes e ele não lembrava ninguém que havia visto por aquela vizinhança. Mas, sem dúvida, seu aparecimento, renovou suas esperanças de que seria salva das garras daquela gente imunda.
Ela começou a observa-lo com mais atenção:
Ele era um jovem de pele clara e aparentava ter uns 18 ou 20 anos. Trajava uma camisa clara e jeans, era alto, e com um físico proporcional e bem definido.
Tinha um belo rosto, com feições suaves, porém másculas (parecidas como as de Darrien), mas o que chamava a atenção de Amy era o seu olhar duro e desafiador. com que encarava para Nomura. Ela não sabia explicar nem como ou por quê, mas seu olhar parecia refletir toda sua fúria, sua raiva e sua força interior.
Ela não conseguia disfarçar sua evidente surpresa, e mal acreditava, no que estava testemunhando:
Alguém tinha ouvido seus gritos e veio socorre-la e a Serena. E, em seu coração, ela agradecia aos céus por enviarem ajuda.
Contudo, logo depois, sua mente "racional" a trouxe de volta a realidade com uma pergunta lógica: Ele era somente uma pessoa e estava completamente sozinho. Que chances ele contra 20 motoqueiros?
Amy começou a temer pela sorte do rapaz, tanto quanto a sua e a de Serena.
Mas, ele continuava parado na entrada da rua: Desafiadoramente! E seu rosto, sequer esboçava algum sentimento de medo ou insegurança diante dos motoqueiros. Pelo contrário: O estranho continuava a olhar com frieza para Nomura e seus homens. Um olhar que mais parecia uma ameaça...
Mas... Mas... Quem diabos é este, otário? – perguntou um dos motoqueiros!
Será que esse imbecil não sabe quem somos nós? Com que está se metendo? – exclamou um outro.
Escuta, seu babaca! Se você sabe o que é "bom para sua saúde" é melhor ir saindo de "fininho" daqui, falou! – advertiu um terceiro.
Se eu fosse você aceitava o conselho dele, meu chapa! Se há algo que não gostamos muito é de um intrometido, querendo bancar o "herói" e estragar a nossa diversão! – disse Nomura, achando que isso faria o sujeito borrar de medo e sair correndo de lá!
Mas, para seu espanto e dos demais, ele não fez nada disso! Sequer o seu rosto sério e de olhar duro se modificou. Ele, simplesmente, começou a caminhar em direção de Nomura e Amy, ao mesmo tempo que, numa voz dura e ameaçadora, disse:
Soltem a moça! Agora! Eu não vou avisa-los de novo... – E continuou andando.
Amy mal acreditava no que seus olhos estavam testemunhando. O misterioso rapaz, passou por dois motoqueiros, que, (talvez pela surpresa ou incredulidade do que estava ocorrendo), não o detiveram, e estava se aproximando de Nomura, com um brilho de fúria nos olhos.
Moço! Fuja depressa! Essas pessoas são perigosas. Estão armadas! Você corre perigo. Fuja! Fuja! – gritou Amy para seu pretenso salvador. O que ele poderia fazer contra vinte motoqueiros armados e perigosos, a mente de Amy não parava de questionar o óbvio. Será que ele não entendia que estava correndo perigo de morte? Que estava arriscando a própria vida só para ajuda-las? Duas desconhecida? Ela entenderia, resignadamente, se ele mudasse de idéia e fugisse de lá. Qualquer pessoa sensata e com um pingo de "instinto de sobrevivência" faria isso.
Mas, ele continuava vindo na direção deles. Por que? E por que ele não demonstra medo???
Poupe seu Fôlego, "benzinho"! Esse "mané" não pulou fora daqui quando teve a chance. Agora, ele vai levar o que merece... – avisou Nomura, irritado com a audácia desse intrometido. – TOGO!!! – Gritou para um dos motoqueiros.
Um dos motoqueiros levantou-se da moto e caminhou em direção do misterioso intrometido, parando bem em frente dele e barrando-lhe o caminho.
Pode parar aí, mesmo, seu fracote idiota! Você não vai dar mais um passo sequer... – disse, TOGO, um dos mais fortes integrantes dos "JOKERS".
O sujeito parecia ter saído da capa de alguma revista de fisiculturismo. Seu corpo era excessivamente musculoso, além de ser extremamente alto (quase uns dois metros de altura). Usava óculos escuros, uma correntinha de ouro com um pingente em formato de "caveira" e trajava uma camiseta bem curta e pequena (que ajudava a realçar o seu físico avantajado).
A diferença física entre os dois era gritante. Para quem os observavam parecia um encontro de um "formiga" frente a um poderoso "gorila". Só faltava a "formiga" ser esmagada...
Togo!
Diga, chefe! – respondeu o motoqueiro.
Mostre a esse intrometido, o que a gente faz com as pessoas que "metem o nariz onde não são chamadas"...
Com prazer, chefe! – disse Togo, com um sorriso cruel nos lábios. – Vou "tritura" esse idiota de pancadas, que ele não vai ficar com um só osso inteiro em todo o seu corpo... He! He! He!
O coração de Amy começou a bater em disparada, temendo agora pela vida de seu pretenso "salvador". A diferença de forças era gritante, ele não teria chance alguma, concluiu numa avaliação objetiva de sua mente analítica..
Não! Deixe-o em paz! – protestou Amy! – Deixe-o em paz! Por favor!
Cale a boca, sua vadia! Seu amiguinho quis bancar o "herói", não é? Pois ele que agüente as conseqüências. Trate de curtir o "show", garota! E calada! Isso vai ser muito divertido de ver... He! He! He!
Togo! Acabe com ele!
Togo socou as palmas da mão bem na altura do rosto de seu oponente, fazendo uma barulho forte de ossos se estalando. Queria assusta-lo. Abala-lo, psicologicamente, antes da surra que ele iria levar. Adorava fazer isso com adversários mais fracos do que ele. Como esse sujeito, a frente dele. Normalmente, quando fazia isso, suas vitimas literalmente "borravam-se nas calças" de medo.
Entretanto, o sujeito que estava a sua frente sequer piscou o olho ou suou de medo. Para a sua total surpresa (e incredulidade), o rapaz misterioso olhou-o diretamente nos olhos, com um olhar duro e ameaçador, e lhe disse com frieza:
Escute bem o que vou lhe dizer, seu "monte de bosta"! Só vou lhe avisar uma única vez:
Você tem cinco segundos para sair do meu caminho. Cinco segundos!
Se, no final desse tempo, sua cara imunda ainda estiver na minha frente, vou arrebentar o seu fígado com um soco e, depois, vou dar um chute tão forte nessa sua cara feia, que você vai voar daqui até aquela parede de tijolos, lá do outro lado. Fui claro?
Togo assim como Nomura e o resto dos motoqueiros, ficaram surpresos e aturdidos, com o que acabavam de ouvir. Aquele cara estava ameaçando Togo? Será que ele era algum maluco? Amy, contudo, ainda observava, aqueles olhos...faiscando em fúria!!
Você é doido ou o que? – rosnou Togo furioso, por ser ameaçado por aquele "inseto"- Quem pensa que é para me ameaçar, seu maluco?? - Fechou os punhos e se preparou para golpear forte o rosto do seu adversário. – Eu vou te arrebentar e ...AAAAARRRGGHHH!!!!!
Tudo aconteceu muito rápido! Togo sequer viu o ataque de seu adversário, ou teve chance de se proteger, quando ele fez exatamente o que tinha prometido. Aplicou um preciso e poderoso soco na altura do fígado de Togo, que fez o gigante se erguer do chão e, depois, cair de joelhos grunhindo de dor alucinante. Seu rosto tombou para frente e teria caído com a cara no chão , se, no meio de sua queda, o atacante não tivesse desferido um poderoso chute na sua cara. Togo voou por cima de alguns companheiros e se esborrachou com a cara na parede, exatamente, como o seu misterioso jovem havia lhe avisado.
Nomura e os "Jokers" ficaram, momentaneamente, tão chocados com o que acabavam de testemunhar, que seus olhos não conseguiam se desviar do corpo de Togo, caído no outro lado da rua. Derrotado, humilhado e, por que não dizer, destruído, também? Foi preciso alguns segundos, para que suas mentes pudessem aceitar o fato simplesmente inacreditável e espantoso, que haviam acabado de testemunhar. E se recuperarem do "choque"...
Depois, voltaram a olhar para o misterioso intruso.
Então, uma nova surpresa: Ele não estava mais naquele lugar, onde Togo havia barrado-lhe o caminho. E ninguém o via em lugar algum, perto onde ele estava há poucos instantes parado frente a seu adversário.
Ele simplesmente, havia sumido. Desaparecido por completo.
Os motoqueiros começavam a girar a cabeça por todos os lados tentando encontra-lo, mas não conseguiam localiza-lo. Parecia mesmo que o tal sujeito havia "evaporado em pleno ar".
Nomura, começou a suar frio. Agora já não estava assim tão confiante, como a instantes atrás. Pelo contrário! Sentia a situação toda fugir-lhe de seu controle.
Irritado e nervoso, gritou furioso a seus homens:
Cadê esse desgraçado? Onde ele está? Ele não pode ter sumido assim de repente... Bem debaixo de nossos narizes! Ele deve estar em algum lugar! Encontrem esse maldito e...
Eu estou aqui, seu "verme"! – disse uma voz ameaçadora, vindo por de trás dos captores de Amy . Nomura sentiu, pela primeira vez, o sangue gelar de medo e Amy ao ouvi-lo, sentiu seu coração bater forte!
Tudo aconteceu rápido! E ninguém teve, sequer tempo de se questionar como esse sujeito havia conseguiu chegar até lá, sem ser percebido. Os dois capangas de Nomura que estavam segurando Amy pelos braços, sentiram mãos fortes, agarrar-lhes os seus pescoços e os apertarem com uma inacreditável força, estrangulando-os.
A reação foi instintiva!
Soltaram Amy, que caiu de joelhos no chão, próxima a Serena, e levaram as mãos aos pescoços tentando se livrarem do aperto mortal, que os impediam de respirar. Mas, os dedos da mão do atacante pareciam ser de aço. Não se dobravam, apesar das tentativas dos dois motoqueiros em se soltarem.
Amy olhou pra cima e viu quando seu salvador, ergueu os dois homens do chão, feito bonecos de pano, e num movimento brusco fez as suas cabeças chocarem-se umas as outras.
Os dois "Jokers" perderam os sentidos na mesma hora!
Amy estava boquiaberta! E seu coração não parava de bater forte. Só que agora, não era mais de medo. Era outra coisa...um sentimento que ela nunca tinha experimentado... Mas, não teve tempo para refletir sobre isso, pois logo ouviu Nomura gritar a sua frente, como um ensandecido e virou-se, assustada, para ele:
Seu filho da mãe! Ninguém faz os "Jokers" de idiotas! NINGUÉM!!
Eu vou abrir um "buraco" na sua barriga e arrancar a suas tripas para fora!!!! – disse encolerizado, avançando ameaçadoramente com a faca em punho.
Mal chegou a dar um passo.
O estranho jogou sobre ele os dois capangas desacordados, que caíram sobre o seu líder, fazendo-o, também tombar ao chão.
Amy assistiu a tudo, assombrada. Seus algozes estavam ainda mais espantados e desnorteados, vendo seu grande e poderosos líder caído ao chão. E não sabiam direto o que fazer. Estavam completamente sem ação!
Você está bem? –disse uma voz calma, porem firme atrás dela! Ao mesmo tempo que uma mão pousava, delicadamente, sobre um de seus ombros.
Ao sentir aquele toque de mão, Amy sentiu seu corpo arrepiar-se todo e uma onda de calor subiu-lhe pela face. Não sentia vergonha ou timidez, como seria o seu normal reagir diante da aproximação de um rapaz qualquer do colégio. Era diferente! Era uma sensação completamente diferente que estava sentindo dentro de seu coração. Mas, o que?
E, por que aquele simples toque de mão, a fazia sentir-se tão segura e protegida?
Virou, lentamente, a cabeça para trás e, em seguida, ergueu-a para cima.
Foi então que, pela primeira vez, seus olhos se encontraram, com os de Jimmy Hara!
CENA 2:
Lanchonete de Andrew. Ponto de encontro de Serena e suas Amigas.
Darrien consultou o relógio mais uma vez.
Serena e Amy estavam atrasadas quase meia-hora! Rei pôs logo a culpa em Serena, dizendo que, provavelmente, deveria ter entrado em algum shopping a caminho da lanchonete e arrastou a "pobre" Amy com ela. Rini deu razão a Rei e disse que queria comer logo. Mina também.
Já Lita pediu para todos se comportarem, pois não podiam esquecer a razão daquele encontro: A briga de Amy com Sayaka e suas prováveis conseqüências. Lita não conseguia se perdoar de não ter estado com Amy e Serena na hora da briga. Ela as teria ajudado, em vez disso, estava ocupado ajudando sua professora de culinária a preparar a comida dos estudantes naquela tarde. Senão, teria arrebentado a cara de Sayaka, sem dúvida alguma.
Mina também lamentou não poder ter ajudado as amigas, pois estava ocupada numa aula de educação física. Mas, naquela reunião, todos decidiriam qual seria a melhor maneira de lidar com o problema. Não deixariam que Amy enfrentasse Sayaka sozinha, sabendo como Lita havia lhes revelado o quão vingativa e perigosa, essa Sayaka poderia ser.
De repente, Rini se levanta e grita no meio da lanchonete, quando vê três amigas conhecidas do grupo entrarem na lanchonete e grita-lhes, acenando, alegremente, o braço:
HOTARU! HARUKA! MICHIRU!
Tenou Haruka (Sailor Urano), Michiru Kaiou (Sailor Neptune) e Tomoe Hotaru (Sailor Satuno) viraram-se na direção de onde vinha o chamado e sorriram ao ver as meninas e Darrien, acenando-lhes com as mãos e sorrindo. Imediatamente, Rini e Hotaru correram uma em direção a outra e se abraçaram com alegria., pois fazia um bom tempo que as duas amigas não se viam. Pareciam verdadeiras irmãs matando a saudades.
Logo, as três se juntaram as outras na mesa e começaram a contar que haviam viajado para Hong Kong, onde Haruka participou de um torneio de Motocross e Michiru participou de um concerto sinfônico. Como o pai de Hotaru havia feito uma viagem aos Estados Unidos para participar de algumas conferências científicas, e ficaria, pelo menos alguns meses, fora do Japão, a menina acabou ficando sob a responsabilidade das duas, que a levaram consigo, para essa viagem, que durou quase um mês inteiro.
Hotaru adorou a viagem e queria mostrar as fotos e os presentes que comprou para todos. Já Haruka e Michiru estavam ansiosas por saber das novidades e como andaram as coisas, por ali, durante a ausência delas. Como estavam todos e onde estava Serena e Amy? As duas estavam ansiosas para rever as duas amigas.
Quando estavam prestes a perguntar onde estavam as duas, Ártemis que estava no colo de Mina olhou pela janela e, subitamente, alertou a todos, horrorizado:
Oh, Meu Deus! LUA!!!!
Apontou na direção do outro lado da rua onde viu Lua arrastando-se, literalmente, prestes a atravessar o semáforo. Mas, a coitada, acabou caindo sem forças no chão.
Imediatamente, o grupo saiu correndo da lanchonete até o local onde Lua estava caída.
Rini a agarrou cuidadosa mente pelos braços e gritou pedindo que ela acordasse. Com muito custo, a gata abriu os olhos e, foi então, que todos perceberam que ela estava muito ferida!
Lua! O que aconteceu com você? Onde estão Serena e Amy? Fale!!!! – gritou Darrien desesperado, já percebendo que alguma coisa terrível havia lhe acontecido.
Fomos atacadas...por um bando de motoqueiros...um deles me acertou com um taco de beisebol.... Vim mancando até aqui....
Atacadas? Aonde? – perguntou Haruka.
Numa rua de tijolos vermelhos.... A umas dez quadras daqui...
Eu sei onde é!! Eu já passei por lá, algumas vezes, quando acompanhei Amy, na saída da escola. – afirmou Lita. – Vamos pessoal! Eu mostro o Caminho.
Ártemis! Você, Rini e Hotaru cuidem de Lua. Voltaremos a sim que puder. – ordenou Rei. Rini queria ir junto, pois estava muito preocupada com Amy e, principalmente, com Serena, mas, Rei fez com que ela ficasse com Lua.
Em seguida, o grupo começou a correr em direção ao local do ataque!
CENA 3:
Há algumas quadras da Lanchonete. No local do Ataque.
Jimmy Hara havia chegado bem a tempo ao local indicado pela misteriosa mulher. Ao olhar o que aquele bando de ratos miseráveis estavam pretendendo fazer com aquelas meninas, seu coração, que ainda ardia de ódio contra o "anjo", sentiu uma fúria renovada. Aquela cena toda era revoltante! E ele não precisava ser nenhum gênio para perceber o que aqueles sádicos pretendiam fazer com as duas moças...
Aqueles "animais" iriam pagar muito caro por aquela monstruosidade que estavam pretendendo fazer, especialmente, com aquela moça de cabelos curtos. A única das duas que ainda estava consciente, já que a outra, estava completamente desacordada e caída de bruços no chão. Sequer conseguia ver o rosto dessa menina.
Mas, isso não importava naquele momento. Era a sua colega de cabelos curtos que corria o perigo mais imediato.
Ele a observou, superficialmente, e por um breve momento. Mas, foi só! Seus olhos, bem como os seus demais sentidos, estavam mais atentos aos seus adversários, sobretudo o líder deles. Um "lixo covarde" que estava ameaçando uma moça indefesa com uma faca! Esse era o tipo de bandido, que ele mais sentia repulsa... E o que mais faria "pagar bem caro" por tudo isso.
Aquele bando de ratos não o intimidavam nem um pouco com suas ameaças inúteis. E resolveu entrar em ação para resgatar a moça de cabelos curtos, atento a reação de seus inimigos em volta.
Seu primeiro oponente foi uma piada para ele. Um gigante cheio de músculos e pouco cérebro. Mas, sem coordenação motora e conhecimento preciso de técnicas de combate. Não era um oponente digno para alguém como ele, um ninja do mais alto grau, mestre das técnicas e segredos de combate de diversas artes marciais, sua herança de família.
Aliás, nenhum daqueles motoqueiros eram dignos de enfrenta-lo. Seu sexto-sentido confirmava isso. Não tinham força, habilidades e, principalmente, KÍ (energia vital) para isso. Sentia-se envergonhado de ter que desperdiçar força e talento com essa "ralé imunda". Mas, ele tinha que faze-los pagar caro, pelo que tentaram fazer a essas duas moças. Isso não podia deixar passar sem o devido "castigo"...
Todos pagariam caro pelo que tentaram fazer. Todos eles! Animais malditos!!!
Contudo, a segurança das duas moças era prioridade: Tinha que libertar a cativa das mãos de seus captores e ajuda-la a carregar a sua colega inconsciente, para um lugar longe de lá!
Por isso, tratou de liquidar logo o tal de Togo. E usa-lo como "chamariz" para atrair a atenção daquele bando de idiotas! Depois, quando todos estavam olhando para o imbecil, caído do outro lado, ele cruzou os dedos, e com a sua meditação ninja, invocou a "INVISIBILIDADE". Uma Técnica ninja que permitiu se aproximar, em silêncio, de seu alvo, sem ser visto ou ouvido, e atacar por trás, os captores da moça.
Como o esperado, foi bem sucedido em seu ataque e havia conseguido libertar a moça das garras deles. E joga-los, desacordados, contra o seu líder, lhe deu mais uns poucos segundos de vantagem, antes que ele conseguisse se recuperar e coordenar um ataque total contra ele.
Aí sim, sabia Jimmy, eles não repetiriam o erro de tê-lo subestimado, como no princípio. Mas, sim, ataca-lo com todas as suas forças e em grande número. E o verdadeiro combate entre ele e os "Jokers" iria começar para valer.
Por isso, ele deveria ser rápido em tirar as duas garotas da "linha de fogo" dessa luta. E depressa!
Agachou-se e colocou uma das mãos sobre o ombro da garota. Não queria assusta-la mais do que já deveria estar então procurou falar com calma, sem que sua voz parecesse ameaçadora.
Você está bem? – perguntou para a moça, que estava caída de joelhos e de costas para ele.
A moça, que estava ofegante, parou por um momento. Em seguida, ele observou-a virar a cabeça em sua direção, lentamente.
Foi então que ele pode ver o seu rosto claramente, pela primeira vez. E foi nesse exato momento que, uma forte e estranha sensação invadiu o seu interior, como se fosse uma onda suave do mar atingindo a sua própria alma.
Seu rosto, outrora duro e sério, pareceu se tornar uma fisionomia num misto de surpresa e ...encantamento! E, por que não dizer mesmo de.. fascinação!?
"Meu deus, como ela é linda!", pensou Jimmy, levemente boquiaberto, enquanto analisava o rosto da jovem, agora tão próximo do seu.
Os olhos dela pareciam brilhar como duas jóias preciosas e através dele, o jovem ninja parecia ver a alma daquela moça. Uma alma tão clara, sincera e bonita.... Seu corpo e rosto, fossem um reflexo dessa beleza interior. E a "aura" que ela possuía ... Sim! Ela era clara e límpida como um lago cristalino. Seu "sexto-sentido" podia sentir isso perfeitamente. Ela tinha um grande caráter e muito...amor, também! Uma pessoa com um grande coração, com certeza. Não sabia de que forma tinha conhecimento e certeza disso. Só sabia que isso era verdade.
Mas, o que mais chamava a atenção de Jimmy era a forte sensação de "Deja vú" que lhe varria a sua mente. Como se algo dentro de sua própria alma e de seu próprio coração estavam lhe avisando que eles já se conheciam. Há muito tempo: Em outra época... Em outro lugar...
Mas, como, como isso podia ser possível? Como?
Pelos ancestrais de seu clã! O que estava acontecendo com ele?
Eu... Eu... Eu estou bem! – disse ela com uma foz um pouco ofegante.
A voz ofegante dela e seu olhar aflito, foram o suficiente para que Jimmy dispersasse aqueles pensamentos confusos e estranhos; e retornasse a atenção do perigo a sua volta.
Enfim, retornou a "realidade". E ao perigo que os cercavam:
Consegue se levantar? Pode ficar em pé? – perguntou ele.
Acho que sim! – disse Amy. Com a ajuda de Jimmy que a segurou–a pelos ombros, mas, com certa dificuldade e dor, Amy, pôs-se de pé.
Está muito machucada?
Não! Eu estou bem! Eu... UNGHH!!! – gemeu de dor de repente, levando a mão ao local onde havia sido esbofeteada. Tentou disfarçar a dor, mas não conseguiu.
Deixe-me dar uma olhada nesse ferimento.
Não é nada. Foi apenas um ferimento leve...
Deixe-me ver! – disse num tom serio e firme. Ele percebia o que ela estava tentando fazer: esconder o ferimento para que ele não se preocupasse com isso, mas era inútil. Ele fazia questão de saber até que ponto aqueles animais a agrediram.
Amy virou o rosto para ele. Jimmy colocou suavemente os dedos no queixo dela, que se retraiu com o seu toque. Sentia dor, o que para Jimmy era perfeitamente natural, já que ela tinha sido esbofeteada, de maneira selvagem, num canto do rosto, um pouco acima de seu queixo. A côr roxeada demonstrava a força e a violência da agressão que a moça sofrera.
Fora uma agressão tão covarde, que Jimmy sentiu o sangue borbulhar de fúria
Quem foi o canalha que lhe fez isso? – pergunto num tom irritado de voz.
Não se importe com isso! Eu... Eu... Eu estou bem...
QUEM FOI? – perguntou ele com uma voz furiosa, desta vez!
Amy assustou-se e o encarou por alguns momentos. Em seguida, baixou a cabeça, por um breve instante e, finalmente, virou-se para NOMURA, que acabara de se livra dos capangas caídos e voltara a ficar em pé!
Nomura olhou para Jimmy e num tom desafiador disse:
É! Fui eu que bati nessa vagabunda, seu idiota! E vou fazer com ela coisa muito pior depois que acabar com você, seu desgraçado!
Não! Não vai! Por ter machucado essa garota, vou espanca-lo sem dó nem piedade, seu grande covarde!! Você irá levar a maior surra de sua vida, seu animal! Eu lhe juro. Prepara-se, pois, irei pegá-lo por último... – prometeu Jimmy, olhando desafiadoramente para Nomura.
Aquele olhar duro e ameaçador, deixou Nomura receoso, por alguns instantes, mas logo recuperou o auto-controle e gritou ordens para seus capangas
Seus idiotas! O que estão esperando, vamos para cima desse cara! – ordenou aos berros as seus capangas.
Os motoqueiros começaram a avançar! Alguns aproximavam-se munidos de facas, correntes, espadas e até revolveres.
O tempo havia se esgotado. A luta iria começar!
Garota! Você acha que consegue carregar a sua amiga? – perguntou ele, sem tirar os olhos de seus oponentes se aproximando! – Pode fazer isso?
Sim! Posso! Mas o que....
Ótimo! Então preste muita atenção no que vou lhe dizer: Está vendo um poste no final dessa rua, bem atrás de mim? Onde há algumas caixas velhas de madeira e papelão, deixadas lá como se fosse lixo ou algo assim?
Sim... Estou... – disse Amy olhando o poste mencionado, a uns dez metros de distância.
Muito bem! Quero que pegue sua amiga e a carrega até lá. Quando chegarem, no poste, escondam-se atrás das caixas e só saiam de lá quando eu mandar. Entendeu bem?
Mas... Mas... E você?
Não se preocupe comigo. Apenas, vão para lá e escondam-se.
Não! Você não está pensando em enfrenta-los sozinho? Está? – perguntou Amy aflita! Apertou os braços do rapaz com força, temendo pela sua vida. – Isso é loucura! Eles estão em maior numero! São perigosos! Você não...
NÃO DISCUTA! VÁ LOGO!!! – gritou para ela num tom firme e enérgico, obrigando-a a obedece-lo.
Amy assustou-se com aquele tom duro de voz. Mas, acabou obedecendo. Não gostava nada da idéia de deixa-lo sozinho, a mercê daqueles degenerados, mas, sem sua caneta de transformação, não podia transformar-se em SAILOR MERCURY e Serena, tão pouco, poderia virar Sailor Moon, naquele estado. Amy temia que ela tivesse sofrido um grave ferimento, ao ser golpeada na cabeça. Se isso tivesse acontecido, ela precisaria de cuidados médicos urgentes. Precisaria dos conhecimentos de primeiro-socorro que Amy tinha, para prestar-lhe o devido cuidado e socorro.
Remoeu-se por dentro de raiva e sensação de impotência de não poder ajudar o seu misterioso salvador! De deixa-lo enfrentar a morte certa na mão daquela perigosa gangue.
Fechou as mãos de raiva e apertou os dedos fortemente por alguns instantes. Depois, sem discutir, agachou-se e levantou Serena, ainda desacordada do chão.
Jimmy sequer olhou para elas. Seus olhos e sua atenção se concentravam em Nomura e nos seus comandados, que avançavam ameaçadora em sua direção, cada vez mais perto.
Jogou um dos braços de Serena sobre os ombros e começou a arrasta-la, lentamente em direção do poste. Passou por Jimmy que sequer lançou-lhes o olhar!
Ela baixou a cabeça com tristeza e com temor pela vida do corajoso rapaz. Seus olhos estavam lacrimejando, mas quando estava na metade do caminho, ouviu uma voz firme, mas atenciosa lhe falar:
Esses "animais" nunca mais vão encostar um dedo sequer em vocês. Não vou deixar que isso aconteça de novo. Eu juro!
O coração de Amy bate muito forte ao ouvir, de súbito, aquelas palavras. E, ela não sabia o porque, seu medo e desespero começaram a desaparecer, inexplicavelmente. E, porque, em seu lugar, sentia agora uma sensação de proteção que nunca havia experimentado antes.
Com o ânimo renovado Amy levou a sua amiga até o poste e escondeu-se atrás das caixas.
Nesse exato momento, Nomura e os Jokers restantes, fizeram um circulo ao redor de Jimmy e o cercaram. Ele estava totalmente sem saída e completamente a mercê de seus atacantes.
Nomura sentia o gosto doce da vingança. Aquele intruso não teria como escapar do linchamento, que ele e sua turma estavam prestes de levar a cabo:
He! He! He! Desta vez você não escapa, seu intrometido! A gente vai acabar com a sua raça de uma vez por todas, desgraçado! Vamos "pintar" essa droga de rua com o seu sangue, está ouvindo!
Não! Vocês não vão! – disse ele com uma voz dura e fria, como se fosse um chamado da própria morte. – Depois desta tarde, e do que eu vou fazer com você e esse bando de "covardes imundos", todos irão lamentar, amargamente, por terem ferido aquelas duas garotas.
Para falar a verdade, vocês vão lamentar, pelo resto de suas vidas, o dia em que me encontraram...
Maldito arrogante!
Vamos seus imbecis! O que fazem parados que nem idiotas? Para cima dele!!! – gritou Nomura.
Horrorizada, Amy observou atrás das caixas, os Jokers iniciarem o seu ataque em grupo contra Jimmy!
CENA 4:
Na Mansão de Rumiko (QG de Shadow Moon)
Rumiko estava sentada em meditação em frente a seu oratório, quando sentiu a presença da "misteriosa Mulher" que havia aparecido para Jimmy, minutos atrás, rogando-lhe socorro:
Conseguiu avisa-lo? – perguntou Rumiko, sem se virar para a misteriosa figura.
Sim! E sei, também, que ele chegou a tempo.
Me perdoe! Sei que não era esse o momento adequado para eles se encontrarem, mas, a situação saiu completamente de meu controle. E me desesperei.
Precisei me "revelar" para que ele socorresse Mercury e Sailor Moon...
Sinto Muito!
Não se desculpe! Estamos vivendo um momento demasiadamente grave e crítico. Com muitas coisas em jogo... E não podemos nunca controlar o inesperado.
Você agiu para proteger as pessoas quem ama. Não se culpe por isso!
E Jimmy? Será capaz de resolver isso tudo sozinho? Será que ele não precisará da ajuda...
Não será necessário! – disse Rumiko, secamente! – O meu neto é perfeitamente capaz de resolver este "pequeno problema" sozinho.
Rumiko virou-se para a misteriosa figura, encarando-a E, por fim completou:
A esta hora, o meu neto deve estar ensinando a seus inimigos, o real significado da palavra "COMBATE"!!!
CENA 5:
Na Rua sem Saída – Local da luta!
Como esperado por Jimmy, o ataque dos Jokers começou assim que, a gangue de motoqueiros fechou o cerco sobre ele, por todos os lados.
O primeiro ataque veio de um dos motoqueiros que estava bem atrás de Jimmy. O idiota achou, que poderia pega-lo de surpresa e desprevenido, pensou Jimmy que, com seus sentidos "ninjas", mais do que alertas, já havia antecipado a ação hostil.
Sequer se virou para o atacante , quando desferiu um potente chute no seu rosto do adversário, partindo-lhe vários dentes e fraturando o maxilar. Soube como e quando atingi-lo, só por ouvir-lhe os seus passos.
O atacante, tombou para o lado, rugindo de dor, deixando o canivete, no qual pretendia esfaqueá-lo, cair ao chão.
O contra-ataque, por si só, surpreendeu aos Jokers, tanto quanto a Amy, que assistia a tudo por entre as frestas das caixas de papelão, perto do poste onde abrigara-se com Serena. Seu coração não parava de pulsar forte e seus lábios, inconcientemente, murmuravam uma prece, pedindo aos céus, que protegessem seu "misterioso salvador".
Suas mãos levadas ao peito, se tencionaram, quando ela assistiu assustada, o segundo ataque! Desta vez, uma ataque em grupo:
Portando facas e canivetes, cinco motoqueiros aproximam-se do ninja, ao mesmo tempo e de varias direções diferentes, confiantes de que ele não conseguiria dar conta de todos ao mesmo tempo.
Em poucos segundos, pagaram caro por seu erro:
Unindo a técnica da "GARÇA" do Kung Fu e a técnica ninja da "SERPENTE SUBLIME", Jimmy pôs a prova a sua incrível agilidade em golpes fulminantes com os punhos e as mãos abertas, com os dedos posicionados como se fossem verdadeiras "garras". E, com rapidez indescritível e extrema violência em seus golpes, contra-atacou a todos:
O primeiro atacante foi desarmado, quando os dedos de aço de Jimmy o agarraram pelo braço, ao mesmo tempo que sua perna direita, atingia com força o peito do segundo atacante, partindo-lhe algumas costelas, e fazendo-o tombar ao chão. Como se isso não fosse bastante, ainda usando a mesma perna, redirecionou-a para atingir um terceiro atacante atingindo-o, em cheio no nariz. O terceiro atacante urrou de dor e caiu de joelhos, levando a mão ao nariz que sangrava agora.
Jimmy desferiu um soco com a mão livre, no braço preso do primeiro atacante, quebrando-o na hora. O homem gritaria de dor, como seus colegas, se Jimmy não tivesse, segundos depois, desse uma cotovelada na cara do inimigo fazendo-o rodopiar como um pião e cair a metros de distância de onde estavam.
Mal tendo liquidado os três atacantes, Jimmy partiu para o contra-ataque contra os outros dois: Com golpes precisos de Karatê, desferiu uma serie de cuteladas (golpes com as mãos abertas), que desarmaram os dois atacantes ao mesmo tempo, e, também, golpeou-os nos rostos e nos tórax, com resultados devastadores. Os dois homens restantes foram, por fim jogados, sem sentidos, para longe, quando o ninja saltou em giro e chutou o rosto dos seus dois oponentes com as duas pernas em pleno ar.
E quando pousou ao chão, desferiu um potente soco no rosto do terceiro atacante, fazendo-o parar de gritar, pelo nariz sangrando, e colocando-o a nocaute, na hora.
Girou o corpo em seguida, e já estava, novamente, em posição de combate.
A primeira investida, não chegou a durara nem um minuto! Mas, foi o tempo mais do que suficiente para que o Ninja, colocasse fora de combate seis dos motoqueiros.
Isso é o melhor que vocês podem fazer, seus covardes miseráveis? – disse Jimmy num tom de escárnio. – Agora entendo por que essa "valentia" de vocês só aparece quando querem assustar mulheres! Seu bando de merdas!!!!
Maldito! - praguejou Nomura visivelmente assombrado com a força e a perícia de Jimmy.
Alguns dos motoqueiros, fizeram movimentos como se quisessem avançar, mas, misteriosamente, Nomura fez sinal que se detivessem. E seus comandados assim o fizeram, meio a contra-gosto!
Percebera, finalmente, que estava diante de um adversário forte e extremante perigoso. Precisaria liquidá-lo, o quanto antes, mas precisaria usar todos os seus "trunfos que tinha na manga".
Então, virou-se para um dos motoqueiros ao seu lado
O Sujeito era magro e vestia uma camiseta, preta com o nome de uma badalada banda de HEAVY METAL japonesa estampada. Seu rosto tinha uma cicatriz longa no rosto direito e seus dentes eram mal formados.
SHIGUERO!
Sim , chefe!
Mostre a esse sacana sua "técnica especial"!
He! He! He! Com prazer chefe! He! He! He!
O motoqueiro avançou alguns passos e ficou de frente para Jimmy! O Ninja tomou posição de luta enquanto analisava seu adversário com atenção!
Outros membros da gangue mantinham-se a distância, conforme seu chefe ordenara. E, por isso, limitaram-se auxiliar os companheiros caídos e, depois, observar o combate entre os dois homens, que estava prestes a começar.
Amy sentiu as mãos suarem frias, quando, por fim, o motoqueiro com a cicatriz do rosto, falou para Jimmy esboçando um cruel sorriso.
Sou Shiguero Kayzawa! – disse o motoqueiro com um brilho maligno no olhar. – E você, estranho? Quem é?
Não é da sua conta, seu traste! – disse Jimmy num tom frio e ameaçador.
Ora, não vai me dizer o seu nome, estranho? Isso é uma grande falta de educação, sabia? – disse Shiguero com ironia, mas ainda ostentando o mesmo brilho cruel no olhar. – Pessoalmente, considero isso uma "grave descortesia"...
Jimmy não lhe respondeu! Continuava encara-lo com dureza, aguardando o ataque que viria deste oponente, a qualquer momento!
Bom, Tudo bem! Quis ser cordial com você... antes de mata-lo! – disse Shiguero, enquanto suas mãos lentamente, subia até a altura de sua cintura. - Saber o seu nome me ajudaria, depois, a escreve-lo... NA LÁPIDE DE SUA SEPULTURA, SEU MALDITO!!!!
Num rápido movimento, Shiguero puxou o que aparentemente parecia ser o cinto de sua calça jeans e jogou a ponta em direção a Jimmy.
Amy gritou, horrorizada, quando viu o som de algo estalando e rasgando no ar como se fosse um chicote!
Ainda mais quando viu Jimmy se esquivar do ataque, por um triz, mas sem conseguir evitar que parte de sua camisa fosse cortada pela "arma" de Shiguero. Se demorasse um segundo a mais, o jovem guerreiro seria atingido em cheio!
Jimmy rodopiou e recuou dois passos. Imediatamente, depois, com parte da camisa rasgada, retomou a posição de combate e encarou novamente seu adversário e sua perigosa arma.
Muito bem, estranho! Vejo que você sabe se movimentar bem rápido! Parabéns! Você é o primeiro sujeito que conheço que consegue esquivar de minhas "correntes de aço"! He! He! He! – disse Shiguero com uma risada cruel, enquanto rodopiava, com uma das mãos uma grossa e pesada corrente de aço! – Mas, não se sinta confiante, viu! ? Por que irei despedaçar seu corpo inteiro com os meus próximos ataques! He! He!
Isso mesmo, seu maldito intrometido! Shiguero é um mestre no manejo das correntes. È por isso, que todos na gangue o conhecem como "chicote de aço". Depois de Togo, ele é um de nossos motoqueiros mais perigosos. E ninguém! Ninguém mesmo consegue escapar do ataque mortal de suas correntes ... He! He! He!
E você não será nenhuma exceção, desgraçado!
Shiguero! Acabe com ele!! – gritou furioso, Nomura!
Com prazer, chefe! He! He! He! Tome, seu maldito!
Shiguero começou a ataca-lo incessantemente. Ele era, realmente, muito habilidoso com a corrente, que tinha em uma das pontas uma lâmina afiada e na outra ponta uma pequena e pesada bola de aço. E Shiguero alterava seus ataques de uma ponta a outra da corrente, com estrema habilidade e rapidez.. Se atingisse Jimmy, o resultado seria mortal!
Só que as correntes não o estavam atingindo. E após alguns ataques, o sorriso cínico de Shiguero começou a desaparecer, e seu rosto começou a esboçar raiva e frustração!
Não era para menos! Jimmy estava se esquivando dos ataques, com extraordinários saltos acrobáticos e rodopios de corpo, que tornavam literalmente impossível que as correntes de Shiguero o atingissem.
O que Shiguero não conseguia imaginar, era que Jimmy havia invocado uma de suas técnica de ninjutsu mais secretas: a do "MACACO DO AMAZONAS". Um técnica própria de luta, que ele criou e desenvolveu sozinho, durante seus treinos de ninjutsu, em plena floresta Amazônica, há muitos anos atrás. Uma técnica que o permitia executar saltos espetaculares e girar rapidamente o seu corpo, além dos limites de um ser humano normal!
Shiguero jamais encontrara alguém que pudesse esquivar tão facilmente de suas correntes. E isso era algo inadmissível para ele.
Seu idiota! O que está fazendo? Tente acertar este maldito de uma vez!- gritou Nomura furioso ao perceber que Shiguero não conseguia atingir Jimmy!
Estou tentando, chefe! Mas, sei lá! Ele é muito ágil e não para de pular de um lado para o outro! Parece um macaco!
Não me interesse! Acabe com ele ou vai se ver comigo! Vamos! Ande, seu incompetente! Acerte-o de uma vez, droga!
Shiguero cerrou os dentes de raiva e soltou um grito furioso de ódio! Avançou, atacando Jimmy como um louco. O seu adversário o estava humilhando diante, não só o seu chefe como de toda a gangue! Sua "reputação" estava em jogo e ele precisava acabar com aquele intrometido de uma vez por todas.
Mas, seu avanço furiosos se mostrou tão inútil, quanto a suas primeiras investidas. As pontas de suas correntes o acertavam o "ar" (sem ninguém na frente) ou cortavam o chão, riscando a terra ou atingindo objetos, lixos, caídos em terra.
Em um desses ataques, sua correntes atingiram acidentalmente, um pequeno objeto azul, que acabou sendo lançado em direção do poste de onde Amy e Serena estava se escondendo, caindo por lá.
Amy, por estar tão concentrada, observando a luta, não notou o objeto caído, a poucos passos dela.
Enquanto isso, já não suportando mais tamanha humilhação, Shiguero num gesto tresloucado, gritou furioso:
Maldito! Pare de pular como um macaco e me enfrente como um homem!
Como quiser, seu traste! Já está mesmo na hora de acabarmos com essa "brincadeira"... – disse Jimmy, friamente, executando uma última cambalhota, que o fez girar exatamente, por cima da corrente que acabara de ser lançada!
Então, Jimmy posou no chão e, com esse simples gesto, estarreceu Shiguero, Nomura e todos os Jokers!
Não é possível! – gritou Nomura, mal acreditando na cena que estava testemunhando!
Mil demônios! Como ele conseguiu fazer isso? – disse Shiguero , simplesmente assombrado com que Jimmy acabara de fazer!
Céus! Ele prendeu as correntes com os próprios pés! – balbuciou Amy, espantada:
Jimmy pousara exatamente, por cima da corrente, e as mantinha imóveis com seus pés, pressionando-a ao chão. E, por mais que, Shiguero puxasse não conseguia solta-la.
Desgraçado! Não consigo acreditar no que acabou de fazer? Como foi que conseguiu imobilizar a minha arma? – balbuciava Nomura, nervosamente. Ninguém havia conseguido fazer tal proeza, antes! Ele e o resto dos Jokers estavam, simplesmente, atônitos! Especialmente Nomura!
Com essa sua técnica fraca de ataque de correntes?! Não foi difícil! – disse Jimmy com visível desprezo.
Como é que é? – indagou Shiguero, sentindo-se afrontado!
Isso mesmo que ouviu, seu traste! Sua técnica de ataque com as correntes é uma piada. De onde venho, já enfrentei pessoas que sabiam usar esta arma muito melhor que você! É por isso, que não tive dificuldade de me esquivar de seus ataques e nem de antecipar todos os seus movimentos, seu canalha!
Maldito! Como se atreve a me menosprezar dessa maneira!
Vamos seu idiota! O que está esperando? Arranque a corrente dos pés desse desgraçado e acabe com ele. – gritou Nomura, não suportando aquela humilhação!
Estou tentando, Chefe! Estou puxando-a com todas as minhas forças, mas esse maldito a mantém bem presa! Não consigo solta-la!– gritou Shiguero frustrado.
Não seja por isso, verme! Se quer tanto o seu "brinquedinho" de volta... tome!
Sem nenhum aviso e de maneira inesperada, Jimmy pula para o lado e solta a corrente, no exato momento que Shiguero puxa a corrente para solta-la. Como conseqüência, Shiguero perde o equilíbrio, pende desastradamente para trás e, por azar, acaba caindo, justamente, em cima de Nomura.
Os dois motoqueiros caem desastradamente no chão! Numa nova e intolerável humilhação para Nomura!
Jimmy mantém a posição de luta enquanto observa, friamente os dois homens se levantarem do chão! E quando ambos se põem, novamente em pé, Shiguero é violentamente esbofeteado por Nomura, que grita ensandecido:
Seu grande idiota imprestável! Como pode deixar esse intrometido nos humilhar deste jeito? De fazer a todos nós de bobos?
O tapa no rosto de Shiguero arde de dor, enquanto que o motoqueiro, ouve seu líder continuar a gritar com ele, ensandecido:
Acabe já, com esse intrometido! Ou juro que acabo com você, seu grande imprestável! Vá logo!
Sim, chefe! Pode deixar que desta vez ele não escapa! Vou acabar com essa luta de uma vez por todas! – disse Shiguero num tom solene de vingança!
Mas, súbito, ouviram uma resposta dura e fria de Jimmy:
Sim, seu traste! A luta vai acabar agora! Venha! Vamos logo acabar com isso! Prometo que nem vou "tirar os meus pés do chão"... – disse Jimmy num visível tom de desprezo!
Maldito! Eu vou arrancar sua cabeça para fora do seu pescoço! Tome isso! – gritou Shiguero, lançando seu derradeiro ataque mortal contra Jimmy.
Jimmy como prometera permaneceu imóvel, enquanto a ponta da corrente, com a lâmina fiada na ponta, cortou reto o ar em direção a seu rosto. A corrente iria atingi-lo em segundos, mas ele, sequer esboçou uma reação ou fez algum movimento para se afastar.
Amy assistia horrorizada a corrente de Shiguero próxima a acertar o rosto de Jimmy e, quando o impacto estava na iminência de acontecer ela cobriu os olhos e gritou para si mesma:
Oh, meu Deus! Não!
Por alguns instantes, ela se recusava e tirara suas mãos dos olhos, recusando-se a olhar e testemunhar aa morte de seu jovem salvador. Era horrível demais para ela, ver que alguém havia morrido, simplesmente, porque tentou salva-la e a Serena. Sentia-se culpada e amaldiçoava-se por não ter conseguido se transformar-se em SAILOR MERCURY e, ter protegido Serena, como seria sua obrigação! E, principalmente, poder ter salvado o misterioso rapaz com seus poderes de Sailor.
Então, percebeu algo muito estranho: Havia um silêncio!
Os JOKERS, sobretudo Nomura, não estavam gritando de alegria ou de triunfo pela morte do rapaz, como seria o normal, para aquele bando de sádicos. Em vez disso, havia um silêncio, quase que anormal. Por que?
Hesitantemente, Amy baixou as mãos e respirou fundo, tomando coragem para olhar pelas frestas das caixas. Finalmente, olhou para ver o que tinha acontecido.
Amy arregalou os olhos e, ficou boquiaberta de espanto. Assim como os demais motoqueiros. Não conseguia falar nada.
Quando a corrente estava a alguns centímetros, próximo de atingir-lhe o rosto, Jimmy, com uma agilidade sobre-humano, simplesmente, pegou a corrente, em pleno ar e a deteve. Agora segurava com sua mão a ponta afiada, enquanto que, no outro extremo, Shiguero, atordoado com o que acabara de testemunhar, segurava a outra ponta.
Não é possível! Isso não pode estar acontecendo? Isso só pode ser um pesadelo! Um pesadelo! – gritava Shiguero incrédulo para si mesmo.
Não seu traste! Não é! – rosnou Jimmy para ele, com os dentes cerrados de raiva. E sem o menor aviso, puxou a corrente, e Shiguero foi lançado, inesperadamente em sua direção, até que foi parar frente a de Jimmy, encarando-o de frente! – Eu sou muito pior do que qualquer pesadelo que você já teve em sua vida, seu traste! MUITO PIOR!!
Antes que pudesse falar ou fazer alguma coisa, Shiguero recebeu um forte soco no estômago e depois um outro no rosto. Ele teria caído ao chão desacordado se o próprio Jimmy não o segurasse pela camisa e impedido a sua queda:
É hora de você voltar para perto do resto da "escória" onde é o seu lugar, seu maldito traste imundo! – disse Jimmy para o seu oponente, antes de aplicar um preciso golpe de judô e jogar Shigero por sobre alguns dos motoqueiros, derrubando alguns deles.
Nomura não acreditava no que acabara de acontecer! O misterioso rapaz havia liquidado facilmente Shiguero. E, com isso, tinha humilhado a sua gangue de uma forma jamais vista. A sua "honra" e de seus motoqueiros estavam, irreparavelmente, "manchadas". Essa ofensa só poderia ser lavada com sangue! E, agora, ele não queria outra coisa a não ser a morte desse intrometido! Fosse de que maneira fosse.
Virou-se para os lados e fez sinal para uns quatros motoqueiros. Os seus comandados acenaram com a cabeça e, discretamente, começaram a sacar suas pistolas e revolveres.
Amy viu dois deles apontando suas armas, atrás de Jimmy, prestes a disparar. Seu coração disparou e, sem pensar duas vezes, saiu por detrás do seu "abrigo" e se pôs de pé, avançando alguns passos a frente.
Cuidado! Atrás de você! Eles vão atirar! – gritou Amy desesperada!
O que aconteceu em seguida, os olhos de todos mal conseguiram acompanhar:
Jimmy com seus sentidos ninjas, mais do que alertas, já havia percebido a movimentação e a posição dos quatro pistoleiros. Sua aguçada audição percebeu quando e onde partiria o primeiro tiro.
Imediatamente, ainda com a corrente de Shiguero nas mãos, esquivou-se do primeiro disparo, que passou raspão de leve por suas costas, rasgando outra vez sua camisa, e contra-atacou com a arma de seu último adversário.
Demonstrando uma incontestável superioridade na habilidade no manejo das correntes de Shigero, Jimmy golpeou seus adversários em seqüência e em diversas direções, desarmando a todos, quase ao mesmo tempo. As correntes pareciam estar, literalmente, "vivas" em suas mãos. E, ao partir para o segundo ataque, com a ponta com a bola de aço, golpeou todos os pistoleiros, com violência, alguns acertando no rosto, outros no peito e um deles foi atingido no topo da cabeça.
Todos foram postos fora de combate, em segundos, e, num terceiro movimento com as correntes Jimmy atingiu as pistolas, jaz no chão, lançando-as para longe do alcance dos demais adversários, que ainda o rodeavam:
Nada de revólveres. Detesto armas de fogo! Ainda mais quando elas estão nas mãos de gente de laia de vocês, seus escroques!
Miserável! – praguejou Nomura, não acreditando que o misterioso lutador, a sua frente, conseguisse tal façanha!
Jimmy virou-se para Amy e, numa voz dura, disse-lhe:
Garota! Que diabos está fazendo parada aí? Eu mandei você se proteger atrás desses caixotes junto com a sua amiga...
Mas, os pistoleiros... Eles iam...
Eu sei! E agradeço pela preocupação, moça! Mas, já havia percebido o que eles pretendiam fazer...
Amy ficou cabisbaixa! Percebera que seu alerta foi inútil! Ele tinha tudo sobre controle, como bem podia observar!
Sinto muito! Eu só queria ajudar... Eu....
Você vai me ajudar muito mais, voltando para junto de sua amiga e deixar que eu cuide dessa corja! Portanto, saia logo daí! Ande depressa! – ordenou irritado!
Amy baixou a cabeça afirmativamente, sentindo que havia feito uma tolice e estava atrapalhando-o. E ela já estava prestes a obedece-lo, quando viu atrás dele um vulto enorme prestes a cair sobre Jimmy.
Ela não hesitou e gritou assustada:
Oh, meu Deus! Cuidado atrás de você!
O aviso de Amy chegou muito tarde!
Jimmy havia se distraído, momentaneamente. Mas, foi tempo o suficiente para que TOGO, já recuperado do primeiro ataque, viesse, sorrateiramente, por trás e aplicasse em Jimmy uma poderosa "Chave-de-Braço", que imobilizou, na hora, os dois braços de Jimmy, num ataque traiçoeiro.
Oh, não! – gritou Amy, vendo Jimmy largar a corrente e levar as mãos na altura do pescoço, tentando se libertar do aperto mortal de Togo.
Dessa vez, você não escapa, seu desgraçado! Você vai me pagar caro por ter me ferido! Vou esmagar os seus braços e a sua coluna como se fossem "geléia"! – gritou Togo, sedento de vingança!
Não! Por favor! Solte-o! Deixe-o em paz! – gritou Amy, dando alguns passos em direção a onde seu pretenso salvador se encontrava em perigo, mas, deteve-se, ao ouvir a Jimmy virar o rosto e encara-la, severamente.
Não! Fique aí! Não venha para cá! Aconteça o que acontecer, não se aproxime, entendeu! Não se aproxime! – disse ele numa voz firme, mas rouca devido a dor que sentia pelo aperto dos poderosos braço musculosos de Togo.
Os olhos dos dois se encontraram, e Jimmy pode ver o desespero e agonia que aquela jovem sentia ao vê-lo nas garras do inimigo.
"Idiota", praguejava Jimmy para si mesmo. Distraíra-se só por um instante, e aquele grande imbecil o pegou-o de surpresa. Devia tê-lo chutado com muito mais força o seu rosto, quando o golpeou. Não imaginara que ele iria se recuperar tão rápido! Idiota!
Agora não era o momento de ficar perdendo tempo em se recriminar, precisava escapar daquela "Chave de Braços", antes que fosse, de fato, esmagado pelos braços musculosos, daquele gigante "anabolizado".
Mas, antes, que pensasse ou fizesse alguma coisa, viu Nomura aproximar-se deles e parar bem na frente de Jimmy.
O ninja cerrou os dentes mais ainda de dor e de ódio, quando seus olhos encararam os de Nomura, exibindo um cruel sorriso.
Agora era ele que estava à mercê dos líderes dos Jokers! E sem chances de escapar!
CENA 6:
Na Rua sem saída! Próximo ao poste de luz e do lixo.
Amy ficou aterrorizada ao ver Nomura se aproximar, ameaçadoramente, de Jimmy. Não era preciso ser nenhum "gênio" para adivinhar o que estava prestes a acontecer. E ela não permitiria que seu misterioso salvador, sofresse torturas nas mãos daquele homem tão desprezível.
Apesar dos pedidos enfáticos do misterioso jovem para que ela não se aproximasse deles, Amy não podia ficar de braços cruzados e, mesmo que pagasse caro por sua fútil tentativa de socorro, tentaria salvar o seu misterioso aliado.
Porém, ao dar o primeiro passo, seu pé pisou em um objeto no chão! Ela fez uma careta de dor, imaginando que havia pisado em uma das facas dos primeiros atacantes.
Num ato-reflexo, olhou para baixo, e seus olhos se arregalaram de surpresa. Mal acreditava no que via, mas ali, logo abaixo de seus pés, estava sua "caneta de transformação", que havia sido, brutalmente tirada de suas mãos por Nomura, antes de iniciar sua transformação em Sailor Mercury.
Não fazia idéia como a sua "caneta" fora parar ali, nem isso era importante para ela saber agora. O que importava era que agora poderia se transformar em Sailor Mercury e agir.
Sem pensar duas vezes, agachou-se e pegou a caneta. Levantou-se, rapidamente, e encarou os homens a sua frente.
Estava decidida! Mesmo que isso significasse o fim de sua "identidade secreta" , se transformaria em Sailor Mercury diante de todos e salvaria o misterioso rapaz.
CENA 7:
Na rua sem saída! Em meio a gangue de motoqueiros!
Nomura mal estava acreditando na sorte que tivera!
Aquele intrometido havia sido capturado por Togo de surpresa e, agora estava a sua inteira mercê. Sem chances de escapar daquele "abraço de aço" de Togo, que era uma das especialidades de luta daquele gigante membro dos Jokers.
Esse intrometido estava, sem sombra alguma, perdido! E ele cuidaria, pessoalmente, desse maldito desgraçado!
E ele não escondia a satisfação de vê-lo, enfim, capturado!
Frente à frente de seu misterioso e odiado inimigo, disse de maneira triunfante:
He! He! He! Parece que sua sorte acabou, seu intrometido!
Não aposte sua vida nisso, seu porco imundo!
Cale a boca, maldito! – disse Nomura socando o rosto de Jimmy enfurecido! Não admitiria que ele o ofendesse mais. – Agora você está em minhas mãos! Sua vida não vale mais nada! Posso acabar com você num piscar de olhos, se eu quiser...
Por que não tenta, seu verme imundo! – disse Jimmy friamente, olhando-o com firmeza nos olhos. Ele demonstrava desafiadoramente, que o soco de Nomura não havia lhe feito grande coisa. – Mas, veja se arruma algumas pessoas para ajuda-lo a cumprir a sua ameaça. Esse seu soco "de nada" mal me fez cócegas. Mas era uma coisa de se esperar de um sujeito frouxo e "bundão" como você.
Seu maldito! Ainda se atreve a zombar de mim!? – gritou furiosamente! A arrogância daquele sujeito misterioso era intolerável. E ele o faria pagar muito caro por isso. – Tá legal, seu desgraçado! Foi você que pediu por isso: Antes do dia acabar, vou faze-lo implorara por sua maldita vida, seu intrometido duma figa!! Tome isso!
Nomura começou a espancar o rosto de Jimmy com extrema violência.
Do outro lado, Togo ria sem parar se divertindo, assistindo aquele espancamento, ao mesmo tempo que apertava ainda mais os braços em torno de Jimmy, com o objetivo de "espremer" os ossos dele e provocar-lhe mais dores.
Vamos, seu intrometido! Grite! Quero ouvi-lo gritar de dor ... Implorara por sua vida... Vamos, grite! Eu quero ouvi-lo gritar!!! – berrava Nomura, enquanto o esmurrava incessantemente.
Mas, Jimmy não fez nada disso! Não gritou um só momento, apesar de estar sendo vitima daquele espancamento! E, sequer murmurou por piedade ou pediu para que cessasse o espancamento.
Manteve-se em silêncio o tempo todo! E isso enfurecia ainda mais Nomura! Era como se ele ainda o afrontasse. O desafiasse...
Nomura sentiu o sangue ferver quando pegou as correntes de Shiguero e as enrolou no punho de uma das mãos, fazendo um "rudimentar" soco inglês.
Sorriu cruelmente e disse:
Agora vamos ver até onde vai agüentar essa sua "valentia toda", seu intrometido! He! He He! Vou quebrar o seu queixo com um só soco! He! He! He!
Jimmy olhou-o com os olhos faiscando de ódio, mas não demonstrou medo. Ficou em silêncio aguardando-o golpe fatídico de seu adversário.
Tome isso, seu maldito!
Pare! Não se atreva a machuca-lo de novo, seu covarde! – gritou Amy desafiadoramente. – Solte-o, imediatamente!
Nomura foi pego de surpresa e assim como Jimmy virou seus olhar em sua direção!
Ora! Ora! O que temos aqui, pessoal! A nossa "gatinha CDF" resolveu sair da toca para salvar seu "amiguinho" aqui. Mas, que coisa tão... Romântica. He! He! – ironizou Nomura, achando muito engraçada aquela patética intromissão.
Afaste-se dele! Já! Ou eu vou... eu vou... – ela ergueu a "caneta de transformação" de maneira ameaçadoramente.
Ou o que minha "bonequinha"? Vai me atacar com esse "canivete mixuruca" que tem nas mãos? – ironizou Nomura, pensando que a "caneta" fosse um pequeno estilete ou canivete. O engano era justificado pela distância em que ambos estavam, um do outro, e pelo tamanho da pequena caneta.
Isso não é um canivete! – disse Amy, confusa! Nervosa demais para raciocinar bem as suas idéias. Só conseguia olhar aflita para Jimmy preso nas garras daquele horrível gigante.
É claro que não, meu bem! Isto é que é um canivete de verdade! – disse com crueldade ao sacar o seu canivete, grande e perigosamente afiado, e, num movimento rápido, pressiona-la, perigosamente, na garganta de Jimmy.
Amy sentiu o sangue gelar ao ver a lâmina arrancar um fino filamento de sangue do pescoço de Jimmy. Sentiu-se completamente, sem ação!
Nomura sorriu cruelmente para Amy e disse:
Agora, seja uma garota "muito boazinha e obediente", como sei que é, e largue essa "porcaria" no chão. Ou seu amiguinho aqui vai ficar com um "belo corte" na garganta.
Não faça isso! Pegue sua arma e volte para perto de sua amiga! Já! Não se preocupe comigo! – gritou Jimmy furioso.
Cale a boca seu intrometido. Ninguém o chamou para essa conversa, seu babaca! – gritou Nomura socando-o na altura do estomago, com a mão envolta com as correntes de Shiguero. Jimmy cerrou os dentes, e sentiu uma dor extrema que lhe tirou o ar dos pulmões. Mas, mesmo assim, não emitiu nenhum som de dor. – Fique calado, se quiser viver mais um pouco. He! He! He!
Virou-se novamente para Amy e ameaçou:
Como é que é, meu "benzinho"? Estou perdendo a paciência! Vai me obedecer ou não?
Bom, vou contar até "três". Se no final da contagem não vir a sua "faquinha" no chão... cortarei a cabeça de seu "amiguinho" aqui para fora! Literalmente falando!!! Fui claro, minha querida CDF?
Amy estava paralisada e completamente sem ação! Apertou com força a sua "caneta de transformação" e analisou, rapidamente, todas as suas opções! Mas, infelizmente, não eram muitas:
Podia transformar-se em Sailor Mercury! E, talvez, a sua transformação poderia, momentaneamente, desnorteá-los e deixa-los paralisados pela surpresa e pelo susto! Tempo suficiente para ela agir e salvar o misterioso rapaz.
Talvez, desse certo. Talvez!
Só havia um problema! Para a transformação em Sailor ocorrer, ela teria que erguer a sua "caneta" acima da cabeça. O que necessitaria de um gesto rápido de sua parte! Mas, um movimento brusco , qualquer que fizesse agora, poderia ser interpretado por Nomura como uma tentativa de agressão. E ele só precisava de uma desculpa para degolar o misterioso rapaz.
E o canivete estava bem pressionado no pescoço dele! E aquele filamento de sangue escorrendo pela lâmina afiada...
Mesmo que se transformasse, conseguiria salvar o rapaz a tempo? Estavam muito distantes um do outro.
Deus! O que ela deveria fazer? O que?
Ela mal escutou o final da contagem, mas Nomura fez questão de gritar o último número:
TRÊS! – gritou Nomura, ao mesmo tempo que começava a empurrar o canivete no pescoço de Jimmy como se preparando para degola-lo!.
Não! Pelo Amor de Deus! Pare! – gritou-a assustada.
Nomura olhou para ela com um cruel sorriso de triunfo no rosto. Viu quando, cabisbaixa e sentindo-se derrotada, Amy lhe falou, pesarosa:
Você venceu! Eu... me rendo! – a caneta de transformação escorregou de sua mão e caiu ao chão. – Por favor! Não o machuque!
Ah, não? E por que eu deveria atendê-la? Você foi uma "garotinha muito má" comigo, sabia? Me ameaçando com essa faquinha de nada... TSC!!! Que coisa feia, meu bem!
É! Não foi nada legal de sua parte, fazer isso comigo. Pôxa, "gatinha"! Eu só queria ser seu "amigo". He! He! He! Queria que pudéssemos "nos divertir um pouco, juntos"... He! He! He! – ironizava Nomura enquanto balançava o canivete no pescoço de Jimmy, ameaçando corta-lo, a qualquer momento.
Eu... faço o que você quiser...
Qualquer coisa? – perguntou-o num sentido malicioso, quase obsceno.
Amy olhou para Jimmy. Ele estava com a cabeça tombada para frente, como se estivesse desmaiado ou quase. Mas, podia perceber que ele estava respirando de maneira ofegante. Sinal que ele ainda estava vivo.
O espancamento que ele sofrera havia sido brutal! Uma selvageria. Aquele canalha não tinha um pingo de humanidade sequer! Ela não podia permitir que ele ou Serena sofressem mais. Não podia!
E se o preço para salvar ambos fosse... Fosse...
Deus! Ela não tinha coragem, nem estômago, para, sequer imaginar o que aquele degenerado estava prestes a fazer com ela. Só podia rezar para que, fosse qual fosse o seu suplício a que ele estava prestes a submete-la, terminasse logo!
Amy balançou a cabeça, afirmativamente, a pergunta de Nomura, em silêncio.
De joelhos, sua vadia! Agora! – disse Nomura, sadicamente!
O corpo de Amy estremeceu todo! A repulsa aquela ordem era tremenda. Mas ela obedeceu.
Eu adoro mulheres assim: Submissas! Que atendem todos os nossos pedidos na hora! He! He! He! – disse ele com cruel alegria! – E você vai me obedecer em tudo, né, meu bem! Não vai? – disse sadicamente, querendo que ela confirmasse novamente, sua total obediência a ele.
Eu... Eu... – as palavras não conseguiam sair da boca de Amy. A repulsa e o nojo de tudo aquilo parecia secar-lhe a garganta!
Não vai? – insistiu Nomura em uma resposta.
Sim! – disse Amy afundando as mãos no chão com lágrimas de medo saírem de seus olhos. - Eu faço tudo! Tudo que quiser! Mas, por favor, deixe o rapaz e a minha amiga em paz! Por favor! Eu suplico!
Isso só depende de você, belezoca! È só ser uma boa garota quando "estivermos juntos" e, quem sabe, eu fique de bom humor e nada acontece com seus amiguinhos. He! He! He!
Por favor! Já lhe disse: Eu.. Eu... Eu vou fazer tudo que quiser. Só deixe os dois em paz... – confirmou Amy com lagrimas escorrendo-lhe pelo rosto. Isso só deixava Nomura mais excitado e ansioso por ter aquela garota inteiramente a sua mercê.
Ah, minha "deliciosa CDF" espere até que eu coloque minhas mãos em você e...
Você não fará nada disso seu animal! – disse uma voz firme e ameaçadora.
Ao ouvir aquela voz poderosa, Amy sentiu seu medo desaparecer na mesma hora e ficou pasma de surpresa! Olhou para Jimmy com os olhos arregalados de espanto.
O que? O que você disse? – perguntou atônito Nomura, virando-se para Jimmy, que ainda estava com a cabeça tombada para frente e, com o canivete afiado em sua garganta, ferindo-o a carne. Ele se atrevia a ameaça-lo? Depois do espancamento que sofrera e de estar tão perto da morte por degola?
A voz dele mexeu com Amy! Ainda mais naquele tom de ameaça contra Nomura. Desesperada, Amy esqueceu-se de seus próprios temores com a sua sorte e ficou apavorada que Nomura matasse o rapaz, na mesma hora!
Isso mesmo que você ouviu, seu traste imundo! Você não vai chegar perto dessa menina! Nem você nem o resto de sua corja imunda.
E sabe por que, seu rato asqueroso? - Jimmy levantou a cabeça desafiadoramente e olhou Nomura com ódio nos olhos. – Porque eu fiz uma promessa para essa garota. Eu jurei para ela que nenhum de vocês iria tocar um dedo nela, novamente. Nunca mais!
Em seguida, Jimmy olhou para Amy e, apesar da distância seus olhares se encontraram e ela parecia sentir a força que emanava dentro dele.
E Jimmy completou:
E eu sempre cumpro as minhas promessas! SEMPRE!!! –disse ele com uma firmeza inabalável, que fez Amy ficar emocionada.
Esse cara é maluco, chefe? – perguntou Togo incrédulo com o que acabara de ouvir.
Deve ser! Acho que vou dar um jeito nesse intrometido de uma vez por todas...
Não!!! – gritou Amy horrorizada ao perceber que Nomura ia dar o golpe final com o canivete.
Tudo aconteceu numa fração de segundos!
Quando Nomura, enfurecido com a última afronta de Jimmy ia, finalmente, cortar-lhe o pescoço, o ninja, com incrível rapidez e agilidade, levantou as pernas do chão, dobrou os joelhos e desfechou um certeiro e poderosos "chute duplo" no peito de Nomura que foi jogado, violentamente, alguns metros para longe dele.
Imediatamente, após colocar os pés novamente no chão, Jimmy invocou com o seu KÍ, a poderosa "ENERGIA DA TERRA" e soltou um furioso grito, ao mesmo tempo que, com uma força descomunal, surgida, inexplicavelmente, dentro de si, libertou-se do "abraço de aço" de Togo.
ARRRGGHHH!!! Meus Braços! Meus Braços!! – Urrava de dor Togo, que custava a acreditar no que acabara de acontecer: Jimmy se libertara, espetacularmente, de seus captores!
Vá se juntar a seu chefe, seu grande merda! – disse Jimmy aplicando em Togo um perfeito golpe de Judô que fez o musculoso motoqueiro, rolar feito uma bola ate se chocar com Nomura.
Os dois tombaram desastradamente no chão.
Amy assistia a tudo paralisada! Mal acreditando no que acabara de testemunhar! Há poucos instantes, o seu misterioso salvador estava entre a vida e a morte, na ponta de um afiado canivete e, instante depois, estava completamente livre e seus algozes caídos ao chão!
A situação toda mudara, repentinamente. E, novamente, o misterioso rapaz estava com a vantagem sobre seus adversários. Na ofensiva daquela desigual luta!
Mas, então, Amy sentiu o coração apertar em seu peito, quando, subitamente, Jimmy virou-se para ela e se aproximou rapidamente. Num piscar de olhos, ele já estava agachado a um palmo de distância dela, olhando-a com firmeza nos olhos.
Ela observou o seu rosto ferido! Apesar da violência do espancamento, a face de Jimmy parece que tinha "absorvido" bem os socos que recebeu. Mal havia arranhões muito sério. Esse rapaz devia ter realmente um físico bem desenvolvido e forte. Muito mais do que aparentava.
E os olhos dele, olhavam diretamente para os seus. Era um olhar poderoso e penetrante. Parecia que ele podia enxergar dentro de si. Ver seu coração... seus sentimentos...
Eu... Eu... Eu... – Amy tentou falar alguma coisa! Mas foi inútil! As palavras pareciam que tinham sumido. Aquele rosto belo e imponente, parecia intimida-la! E fascina-la, ao mesmo tempo!
Jimmy a encarou por alguns instantes, com severidade, depois olhou para o lado, para o chão, até achar um pequeno objeto azul. Agarrou-o com uma das mãos e observou-o de perto.
Isso é seu, não é? – perguntou-o com uma voz firme!
Sim, é... é... minha caneta! – respondeu ela quase que gaguejando.
Uma caneta, hein! E você tentou enfrenta-los com isso? – perguntou, secamente.
"Céus! Ele deve me achar uma garota idiota. Uma estúpida! Por ter tentado ameaçar os motoqueiros com uma simples caneta." – pensou Amy consigo mesma. Não podia explicar-lhe o que, na verdade, era sua "caneta de transformação". E nem que a utilizava para se transformar em Sailor Mercury... Droga!
"No mínimo ele deve estar achando que eu sou uma maluca ou..."
Foi um belo "blefe", garota! Apesar desse seu plano ter falhado, foi um gesto muito corajoso esse o seu. É preciso muita coragem para fazer o que você fez há pouco.
Imediatamente, Amy ficou surpresa. Ele a tinha chamado de corajosa: Será que ela havia escutado direito.?
Mas, então ele pegou lhe a mão e, gentilmente, colocou sua caneta na sua palma. Em seguida, fez com que seus dedos se fechassem em torno da caneta. Amy estava surpresa com tudo aquilo! Com a reação inesperada dele. E como o toque das mãos dele com a sua lhe provocava um calor no corpo...
Tome! Guarde-a com você! E use-a, se precisar, e como puder, mas para proteger a sua amiga, lá atrás. É ela que está precisando muito de sua ajuda... e de sua coragem, agora. Confio essa tarefa a você, ok?!
Jimmy ajudou Amy se levantar, ao mesmo tempo que ouvia seus inimigos, já refeitos, virem correndo , num novo ataque contra ele. Não tinha muito tempo, e olhando para Amy disse como encerrando a conversa:
Vá logo! Cuide bem de sua colega! E deixe que eu cuido desses canalhas...
Sim! – disse Amy balançando a cabeça afirmativamente. – Por favor, tome cuidado!
Eu terei! Confie em mim!
Amy fez sinal afirmativo com a cabeça. Não discutiria as ordens dele! Sabia agora, que ele tinha condições de enfrentar os motoqueiros, depois de vê-lo em ação! Mas, mesmo assim não deixava de temer pela segurança dele.
Amy já estava se virando para voltar para trás dos caixotes e perto de Serena, quando ele a chamou novamente:
Garota!
O que foi? – perguntou Amy, afoita virando-se para ele, de imediato. Seus olhares se cruzaram novamente, e, após um breve instante, que pareceu uma eternidade para ambos, por fim ele falou:
O que você fez, há pouco... Digo... O que estava disposta a fazer... para tentar me salvar... A mim e a sua amiga....
Sim?
Eu... Eu...
O coração de Amy parecia que ia saltar pela boca de emoção. Agora ela via o quanto ele estava com dificuldades de expressar seus sentimentos e quando o fez disse, simplesmente:
Obrigado por tentar me ajudar! Você é uma garota admirável!
Jimmy nada mais disse e virou-se para enfrentar , mais uma vez seus inimigos.
Já Amy, sentiu um forte turbilhão de emoções agitar o seu coração e seu espírito. Aquelas palavras foram as mais belas palavras que alguém já lhe dissera em toda vida! E mesmo que tivessem sido ditas por alguma de suas amigas ou qualquer outra pessoa, não teriam a emocionado tanto como aquelas ditas, de modo sério, mas gentil, por aquele misterioso rapaz.
Seus olhos, lacrimejavam, enquanto ela virou-se novamente, e correu de volta ao abrigo onde sua amiga Serena estava. Enquanto, corria, não parava de murmurar uma prece:
Meu Deus! Por favor! Proteja-o! Proteja-o! Eu lhe suplico! Proteja-o!
CENA 8 :
Na Rua Sem Saída – no outro extremo da rua.
Nomura tinha mais uma vez sido humilhado! Tinha aquele intrometido em suas mãos e deixou-o escapar por entre os dedos! Como foi possível que isso acontecesse? Afinal quem era esse desgraçado? Como alguém podia ser um "lutador de rua" tão forte e habilidoso?
Como um homem sozinho poderia estar arrasando a sua gangue? Isso não podia estar acontecendo! Não podia!
Ele iria, de uma forma ou outra, "dançar sobre o corpo morto" daquele desgraçado, antes do dia terminar. E, para isso, nada melhor do que dar a sua gangue, o "incentivo certo" para faze-los se esforçarem mais...
Vamos, seus idiotas! Para cima dele! Eu darei 700 mil yens do nosso último saque para quem me trouxer, primeiro, a cabeça desse desgraçado! Ouviram bem, cambada de inúteis? 700 MIL YENS!!!
Agora vão! Acabem com esse desgraçado de uma vez por todas, seus incompetentes!!! – vociferou Nomura.
Os motoqueiros foram ao ataques animados com a promessa de recompensa e atacaram Jimmy como se fossem um enxame de abelhas! E, mais uma vez, acabaram sendo recebidos com golpes de artes marciais fortes, precisos e violentos desfechados por Jimmy, que foi derrubando cada um de seus oponentes que se "atreviam" a ataca-lo.
De seu abrigo, onde mantinha-se abraçada com Serena, com querendo protege-la de algum ataque, com o seu próprio corpo como "escudo", Amy podia testemunhar todo o combate. Viu como os motoqueiros estavam sendo nocauteados um por um, sem dó nem piedade, por seu misterioso aliado. Um dos atacantes, tentou golpe-a-lo com uma arma de Kung Fu: o NUNCHAKO! O sujeito devia acreditar que era um mestre no manejo desta arma, mas, infelizmente, Jimmy não só o nocauteou com um único soco no rosto, como tomou sua arma.
Amy ficou admirada como, logo em seguida, O misterioso rapaz manejou com perícia extrema a arma chinesa e, foi golpeando seus adversários, com precisão e rapidez, talvez comparados ao próprio Bruce Lee.
Em minutos, a ofensiva dos Jokers foi rechaçada e os poucos que escaparam, quase ilesos do contra-ataque de Jimmy, afastaram-se de perto dele. O restante do bando, encontravam-se jaz caído ao chão, seriamente feridos e postos a nocaute. Completamente sem sentidos.
Nomura viu-se apenas com metade de seus homens ainda de pé e começou a suar frio, imaginando qual deveria ser o seu próximo lance nessa batalha.
Mas, o acaso tomou esta decisão por ele, quando, um furioso TOGO abriu caminho, entre empurrões de seus colegas motoqueiros e caminhou em direção a Jimmy, gritando numa fúria insandêcida:
Saiam da minha frente, seus cretinos! Quem vai acabar com a raça deste miserável, sou eu! Só eu! Que ninguém se meta nessa briga, ouviram bem?! Ninguém!
Togo parou alguns metros a frente de Jimmy. Ele parecia um animal enlouquecido, com os olhos vermelhos de ódio e veias de tensão saindo do seu pescoço. Sua respiração barulhenta e ofegante, parecia a respiração de um touro prestes a atacar.
O ninja permaneceu parado onde estava, sem demonstrar qualquer sinal de estar sendo intimidado pelo grande adversário, a sua frente. Com desdém, livrou-se do Nunchako, já sabendo em seu íntimo, que o combate prestes a iniciar-se, teria que ser enfrentado, com os punhos apenas.
Assustada, Amy abraçou com força Serena, ao ouvir aquele grito monstruoso de Togo, lançando o seu desafio!
Seu desgraçado! Seu maldito intrometido! Você me fez de idiota diante de todos os meus "companheiros"!
Correção, seu retardado cheio de músculos: Você é um idiota! – disse Jimmy com frieza e escárnio.
Cale a boca, seu desgraçado! Você vai pagar muito caro pelo que me fez! Por ter me ferido!
Estou morrendo de medo... – respondeu com sarcasmo!
Tá pensando que estou brincando? Não tá me levando a sério? Acho bom não me menosprezar minha força física, seu otário!
Não se preocupe, seu monte de bosta! Eu não vou cometer o mesmo erro duas vezes. Desta vez, não vou "pegar leve" com você. Vou quebrar a sua cara pra valer.
Cala boca! – disse Togo furioso. – Você é que deu sorte em me pegar desprevenido! Mas, isso não vai mais acontecer! Escutou bem, maldito! Não vai!
Sua sorte acaba aqui, seu desgraçado! Vou triturar e quebrar todos os seus ossos com as minhas próprias mãos!
E VAI SER AGORA!!! RRRAAARRR!!!!!
Togo se lançou como um gorila furioso para cima de Jimmy.
E os dois homens se atracaram, como autênticos lutadores de luta greco-romana. Os grossos dedos de Togo fincaram-se nas costas de Jimmy, rasgando, ainda mais a camisa do ninja.
Já Jimmy, desferiu-lhe uma série de socos no abdômen de seu inimigo, que acabaram forçando-o a soltá-lo. Os dois lutadores trocaram socos como se tivessem numa luta de boxe, mas Jimmy demonstrou mais técnica e habilidade em acertar o rosto e o tórax de Togo, por mais vezes, fazendo seu adversário recuar. Por pouco,Togo não tombou ao chão.
Os dois homens se mantiveram distantes por alguns segundos, enquanto que Togo tentava recuperar o fôlego. Já Jimmy, parecia que nem havia suado com esse primeiro embate. Na verdade, os poucos socos de Togo que conseguiram atingi-lo, mal lhe fizeram efeito.
Aquele ar de superioridade daquele estranho enfureceu ainda mais Togo, que, recuperado se lançou numa nova investida, totalmente desorganizada contra Jimmy. O resultado disso foi que as mãos e de ambos se entrelaçaram, uma com as outras, e os dois oponentes começaram a medir forças, como se fosse um "cabo de guerra com os braços".
Por longos instantes, Amy, Nomura e os restantes dos Jokers observavam a luta titânica entre os dois homens. Aparentemente, Togo por sua evidente superioridade física parecia que estava levando vantagem: Estava conseguindo, aparentemente, subjugar, os braços de Jimmy, fazendo-os recuar seus braços para trás. Mais um pouco e, sabia Togo, poderia conseguir quebrar-lhe os braços e as mãos. Faltava pouco para isso! Muito pouco!
É seu fim, seu intrometido! Vou quebrar seus braços e esmagar suas mãos! Minha força é, indiscutivelmente, maior que a sua! Muito maior! – gritou ele, triunfante, certo da vitória eminente! – Sou o mais forte motoqueiro dos Jokers!!
Nomura sorriu com crueldade. Realmente, podia perceber que a vitória de Togo estava sem dúvida alguma próxima.
O mesmo pensamento passou pela mente de Amy, que chegou, até mesmo, a levantar sua "caneta de transformação"! E, talvez, tivesse se transformado em Sailor Mercury se, subitamente, não tivesse ouvido Jimmy dizer, numa voz seca e fria:
É só isso sua força? Isso é tudo que consegue fazer?
Como é que é? – disse Togo estupefado!
Observou com atenção o rosto de seu adversário e, pela primeira vez, percebia, que desde o inicio dessa disputa de forças pelos braços, seu adversário não só não estava suando, como sequer esboçava estar fazendo muito esforço. Apenas mantinha a expressão dura em sua face e em seu olhar.
Isso mesmo que você ouviu, seu grande idiota! Isso não é força! Para mim, isso é uma piada!
Piada, é? Quero ver você rir quando eu partir os seus braços!
Partir como? ASSIM!!!! – disse Jimmy numa rápida, forte e inacreditável reação. Num só impulso, seus braços, até então, em posição defensiva, contra-atacaram de maneira tão avassaladora e forte que, Togo não teve chance de detê-lo!
ARGGGHHHH!!!!!!!! – gritou o grande integrante dos Jokers, quando em segundos, Jimmy conseguiu quebrar-lhe os braços e os dedos das mãos.
A cena chocou de horror Amy pela brutalidade e violência sem limite. Era apavorante para ela ver aquele homem, apesar de ser um bandido, um meliante, sofrer tamanho ferimento físico: seus braços estavam quebrados e suas mãos grotescamente tortas. O homem estava caído de joelhos, aos pés de Jimmy, urrando alucinadamente de dor sem para.
Amy, apesar de saber como era cruel, aquele motoqueiro, não pode evitar sentir pena dele. Apesar tudo que ele havia feito. Ela só queria que aquela violência toda acabasse e os motoqueiros fossem embora.
Infelizmente, isso não aconteceria assim tão facilmente, como ela ansiava!
Jimmy deu um passo a frente, e observou com os olhos ardendo de ódio e de desprezo, o seu inimigo, caído ao chão de joelhos, não conseguindo parar de gritar de dor.
Está doendo muito, seu animal!? Ótimo! È bom você sentir um pouco da dôr que você afligiu em pessoas mais fracas que você, seu porco covarde! Se existe alguma coisa na face da terra que eu odeie muito, é pessoas fortes e musculosas, que usam seus dotes físicos para machucar e atormentar pessoas mais fracas. Odeio isso!
Espero que você lembre-se do mal que causou a suas vítimas inocentes, animal! – Inesperadamente, Jimmy pegou o pescoço de Togo e aproximou-o ao seu. Com um olhar fuzilante ao seu inimigo derrotado completou: - E nem se esqueça de minhas palavras, quando estiver todo coberto de gesso no hospital!
Dito isso Jimmy desfechou três fortes socos em Togo: O primeiro no Abdômen que o deixou ser ar, o segundo no queixo que o fraturou na mesma hora e, por fim, o mais forte deles atingindo em cheio o rosto de Togo. O gigante perdeu vários dentes e seu nariz partiu-se em duas partes, indo a nocaute com o último ataque.
Togo parou de gritar e teria caído ao chão, se Jimmy não o agarrasse de relance no pescoço dele, detendo a queda.
Ele puxou o de volta para si e o manteve em pé.
Nomura e os Jokers não entendiam o que estava acontecendo:
Mas, que diabos ele está fazendo? – perguntou um deles ao companheiro ao seu lado.
Sei lá! Esse sujeito acabou com Togo, num piscar de olhos!
Esse cara é um demônio! Não pode ser um sujeito normal! – disse um outro trêmulo de medo!
Calem-se, seus idiotas imprestáveis! Ele teve sorte apenas até agora! Mas isso vai acabar, já , já! Nem que seja a última coisa....
CARAMBA!! OLHEM!!! – disse o motoqueiro mais apavorado com os olhos arregalados de espanto e medo paralisante.
Nomura virou-se, juntamente com o restante dos Jokers, na direção indicada pelos dois homens: O que viu fez o seu sangue gelar de medo.
Amy ficou paralisada e de boca aberta de espanto. A cena que observava era aterradora e espantosa.
Jimmy erguera Togo, sem sentido, com seus dois braços, por cima da cabeça. Ele o estava exibindo a seus adversários, como se fosse um troféu! Como se querendo mostrar sua incontestável superioridade física e de luta a seus inimigos.
Amy entendeu, claramente, o que isso se tratava: Era tudo uma bem elaborada estratégia para golpear a auto-confiança dos "Jokers". Um violento golpe psicológico, poderia se dizer assim. E, pelo que Amy podia sentir ao ver Nomura e os "Jokers" olhando para o misterioso rapaz, o efeito foi, simplesmente, devastador. Muitos dos "Jokers" estavam apavorados e pelo menos, um fez menção de fugir de lá.
Foi impedido, violentamente, por Nomura, que o esbofeteou-o no rosto e gritou-o para ficar em seu posto.
Mas, o próprio Nomura não conseguia esconder o seu medo vendo aquela humilhante cena.
Jimmy olhava a todos com sua habitual frieza e ódio no olhar. Esperou alguns longos instantes e, depois, disse num tom ameaçador e cheio de fúria:
Isso é o melhor que vocês tinham para usar contra mim? Este grande imprestável? TSSSCC!!! Não passa de um monte de lixo! Assim como vocês! Tomem-no de volta, escória!
Em seguida arremessou Togo para frente, com extrema violência. Os "Jokers" pularam para fora do caminho e, como da primeira vez, o grande motoqueiro espatifou-se contra a mesma parede de tijolos que Jimmy o havia atirado antes. Desta vez, ele estava definitivamente derrotado e somente iria se recobrar a consciência, dias depois, no hospital.
Nomura e o resto da gangue de motoqueiros sentiram um medo maior crescer dentro de cada um e suaram frio, quando viram Jimmy avançar firmemente em sua direção.
Já estou farto dessa "brincadeira", seu ratos imundos! Chegou a hora de por um ponto final nisso tudo. – Anunciou de maneira fria e ameaçadoramente, enquanto caminhava na direção deles.
Nomura se viu no meio de uma onda de pânico que se apossou dos nove motoqueiros, que ainda estavam de pé a seu lado.
Chefe! Chefe! O cara ta vindo para cima de nós! O que é que a gente vai fazer?
Ele é um demônio, chefe! Só pode ser isso! Olha só o que ele acabou de fazer com o Togo!?!
Metade da nossa gangue está no chão, chefe! Ele acabou com todos e está vindo atrás da gente para "terminar o serviço"...
Chefe! Vamos subir em nossas motos e fugir enquanto temos chance! Se não escaparmos agora, ele acabará com todos nós! – suplicou um dos motoqueiros.
Calem-se, seus estúpidos! Nós vamos montar em nossas motos, sim! Mas, não para fugir como covardes com "os rabos entre as pernas". Mas, sim, para "pintar a rua" com o sangue desse maldito, com as rodas de nossas motos.
Vamos! Subamos em nossas "maquinas" e vamos passar por cima desse maldito a toda velocidade.
As palavras autoritárias e sedentas de vingança de Nomura surtiram efeito e, apesar do medo que sentiam, os últimos remanecentes dos "Jokers", correram para suas motos e ligaram seus motores.
Jimmy parou e se posicionou para o ataque que vinha a seu encontro. Era o ataque final, como ele bem sabia. A última cartada dos "Jokers".
Eram sete motos que começaram a "zigue-zaguear" em volta de Jimmy, tentando desorienta-lo e ataca-lo desprevenido. Os " Jokers" estavam armados com correntes, facas longas. E, pelo menos uma das motos, que levavam dois passageiros, o que estava na garupa estava armado de uma espada afiada, de Lâmina curta.
Nomura estava numa das motos, pilotando sozinho! E, como os demais, gritavam sem parar, na vã tentativa de amedronta-lo.
Jimmy se movimentava, rápida e estrategicamente, ao longo da rua, traçando sua estratégica de ataque. Ele evocou a "ENERGIA DO VENTO" e, quando a sentiu despertar de si, atacou:
Parou, repentinamente, em frente de um dos motoqueiros que vinha, a toda velocidade em sua direção. O motoqueiro viu sua grande chance de atropela-lo e, sequer imaginou, que estava caindo numa armadilha. Até que foi tarde demais...
Quando estava prestes a atropela-lo, o motoqueiro viu Jimmy saltar inesperadamente, ao mesmo tempo que executava um giro no ar. Em seguida, Jimmy acertou-o no rosto com um "chute aéreo". O chute fora tão poderoso e preciso que, o motoqueiro fora lançado, violentamente, para fora da moto. O visor de seu capacete fora esmigalhado com o chute e o motoqueiro, já estava desacordado quando tombou ao chão.
Sua moto, sem piloto e desgovernada, capotou pela rua até parar sozinha.
Imediatamente, Jimmy se pôs em posição de combate para a segunda moto que vinha contra ele. Outro motoqueiro solitário, com a tola esperança de atropela-lo desprevenido. Mas, esse era especial para Jimmy, pois era o próprio Nomura que vinha ataca-lo:
Você não me escapa, maldito! Você vai morrer agora!!!!
Jimmy ficou parado de frente para ele, olhando-o fixamente, com o olhar cheio de ódio. Esperou até que Nomura se aproximasse o suficiente e então, simplesmente, saiu da frente dele, no último instante.
Nomura passou por Jimmy amaldiçoando-o e a sua má sorte. Os dois ficaram lado a lado por alguns instantes, mas foi o suficiente para que Jimmy, num golpe preciso de Aikidô , puxa-lo para fora da moto, que , sem piloto, acabou capotando e se chocando contra um poste no início da rua.
Nomura teria caído de costas e se ferido gravemente ao tombar no chão, se, inexplicavelmente, Jimmy não tivesse segurado-o pela sua jaqueta de couro.
Nomura não entendeu o por que ele fizera isso, mas sua dúvida não durou muito: Jimmy puxou-o furiosamente, para perto de si, e cara a cara com ele disse:
Seu Escroque! Já esqueceu o que eu tinha lhe falado? Eu sempre cumpro minhas promessas. Sempre! Inclusive aquela que tinha feito para você...
Mas... Mas... Do que diabos você está falando? – perguntou o atônito Nomura, mal acreditando no que acabara de acontecer: Ele fora tirado para fora de sua moto, como se não fosse nada.
Esqueceu? Pois vou lhe refrescar a memória: EU DISSE QUE IRIA TE PEGAR PO ÚLTIMO, SEU MALDITO COVARDE! – gritou furiosamente, Jimmy.
Do outro lado da rua, Amy arregalou os olhos de surpresa, pois se lembrava daquela promessa de vingança feita por Jimmy, logo quando se viram pela primeira vez. Quando ele vira o ferimento no seu queixo causado pela agressão covarde de Nomura.
Essa mesma lembrança veio na mente de Nomura, na mesma hora e ele sentiu-se apavorado.
E Jimmy completou:
Espere por sua vez, seu covarde! Prometo que não vai demorar muito, agora! Eu vou terminar com esses seus comparsas, logo, logo! Até lá, fique aqui bem quietinho... – disse Jimmy, empurrando Nomura para a parede próxima, de onde estavam.
Nomura, trêmulo de medo e pânico, não conseguia mexer as pernas. Ficou parado estático na parede, enquanto olhava Jimmy retornar ao combate.
A terceira moto que veio contra Jimmy trazia dois motoqueiros. O da garupa estava armado com uma corrente de ferro e a girava sobre a cabeça. "Mas que idiota", pensou Jimmy. "Esse retardado não aprendeu a mesma lição que dei, ao tal de Shiguero? Acha que pode me enfrentar com isso? Mas que grande imbecil..."
Furioso, Jimmy num movimento inesperado, correu em direção da moto que vinha em seu encontro. Ao chegar perto, movimentou, habilmente o seu corpo, e para se esquivar e contra-atacar ao mesmo tempo: O motoqueiro que empunhava a corrente na garupa, sentiu as mãos poderosas de Jimmy bloquear o seu ataque com as correntes e puxa-lo para fora da moto. O agressor caiu ao chão, violentamente, sentindo duas de suas costelas se partirem com o choque, enquanto que o seu parceiro no volante da moto, seguia em frente, atônito com o que acabara de acontecer.
Jimmy ainda segurava o braço do inimigo caído, quando num preciso golpe torceu o braço dele até que ele soltasse a corrente, em meios a gritos de dor. Logo em seguida, Jimmy desferiu-lhe dois socos seguidos no rosto, que arrebentaram o maxilar do atacante e vários de seus dentes, colocando-o a nocaute, na hora.
Imediatamente, Jimmy pegou as correntes do chão, no exato momento, que o parceiro do motoqueiro tombado, fazia uma manobra de retorno e voltava, mais uma vez para ataca-lo.
O motoqueiro percebera o erro fatal que havia cometido, quando, na metade do caminho, que sua moto se encontrava para atingir seu oponente, Jimmy começou a girar a corrente sobre a cabeça, enquanto seus olhos miravam diretamente com o de seu atacante, mirando-o como um alvo prestes a ser abatido.
E antes que o motoqueiro pudesse se desviar, Jimmy atacou-o impiedosamente: Lançou a corrente habilmente que atingiu o motoqueiro e enrolou, como uma serpente viva, em seu pescoço. O motoqueiro em pânico sentiu a dor e a falta de ar, levando as mãos em desespero para o pescoço. Mas, antes que pudesse fazer alguma coisa, Jimmy puxou-o com extrema violência para fora da moto.
A moto desgovernada bateu, violentamente, contra uma das paredes da rua e explodiu em chamas. Já o motoqueiro, voou em direção de Jimmy, que o puxara para si com a corrente e, quando finalmente se aproximou o bastante, o ninja para sua trajetória com um soco avassalador direto no estômago de seu inimigo. O corpo do motoqueiro se dobrou ante a força e a violência do golpe. Deslizou sobre o punho de Jimmy e teria tombado no chão, inerte, se no meio do caminho, Jimmy ainda não lhe desferisse um potente chute no rosto, que arrancou-lhe o capacete para fora e quebrou-lhe o nariz.
Com seu inimigo caído, Jimmy se virou para o novo ataque que vinha em sua direção: Desta vez eram dois motoqueiros em duas motos vinham para o ataque.
As motos estavam correndo paralelamente, uma ao lado da outro, e os motoqueiros exibiam em uma das mãos, uma faca longa cada. Como sempre, Jimmy não demonstrou nenhum sinal de intimidação ou medo e, furiosos, correu em direção de encontro com os seus oponentes.
E quando estavam próximos a se encontrar, Jimmy saltou um poderoso grito de ataque que fez tanto Amy, Nomura e os motoqueiros que vinham ataca-lo, sentirem o sangue gelar de medo. Era um grito poderoso, forte, digno de um autêntico mestre das artes marciais em ação.
Jimmy soltou o grito ao mesmo tempo que executou outro de seus espetaculares saltos acrobáticos e, quando estava exatamente entre as duas motos, executou um preciso "chute duplo", atingindo seus adversários, cada um, com cada uma das suas pernas, respectivamente.
Os motoqueiros foram jogados para fora de suas motos, que sem pilotos, correram desgovernadas por alguns metros, ate colidirem uma com a outra e explodirem, provocando chamas e fumaça.
Jimmy pousou perfeitamente no chão, enquanto seus adversários caíram e rolaram dolorosamente por terra.
Mas, isso ainda não era o fim.
Os dois motoqueiros mesmo feridos com a queda, ainda conseguiram se levantar e, tolamente, pegaram suas facas do chão e tentaram ataca-lo, ao mesmo tempo.
Como sempre, Jimmy os fez pagar muito caro por essa audácia.
O ninja desferiu-lhes, ao mesmo tempo, contra cada um, uma seqüência precisa e furiosa de golpes de Kung fu de mão aberta e de punhos fechados, que os desarmou e atingiu vários pontos vitais do Tórax, abdômen e no rosto. Em segundos os motoqueiros foram postos fora de combate e tombaram, inconciêntes, ao chão.
Amy assistia ainda horrorizada aquela violência sem fim enquanto, ao mesmo tempo, seu coração, temia pela segurança de seu misterioso defensor. Ela continuava abraçada a Serena, que apesar de todo o barulho das motos e explosões, continuava desfalecida.
Restavam ainda três motos como ela bem podia observar. E delas a que mais a preocupava era uma que tinha dois motoqueiros: Um no volante e um na garupa, que portava uma enorme espada afiada e que a embanhava-a aos gritos, como se soubesse maneja-la.
Infelizmente, para os temores de Amy, foi justamente esta moto que executou o ataque seguinte.
Jimmy percebeu o novo ataque a tempo e rolou pelo chão, enquanto que o atacante de espada, tentou atingi-lo pelas costas, inutilmente. Os motoqueiros insistiram no ataque por várias vezes, mas a habilidade de Jimmy era incomparável e ele se esquivava facilmente da lâmina da espada.
Até que ele contra-atacou: Com outro de seus saltos espetaculares, pulou sobre a moto e, inacreditavelmente, pousou, sentado, por de trás do motoqueiro com a espada.
Sem acreditar no que acabara de acontecer, o "espadachim" tentou esboçar alguma reação, enquanto que seu companheiro, tomado por um súbito pânico, gritava para que se livra-se dele. Mas, foi tudo em vão.
Antes que o motoqueiro pudesse fazer uso de sua lâmina, Jimmy com sua mão de aço segurou a mão do "Joker" que segurava a espada. .
Você não é digno de segurar uma arma tão nobre, seu canalha sem honra! E isso é a sua punição por ter cometido tamanho sacrilégio, seu maldito! – gritou Jimmy furioso, cheio de ódio.
E em seguida, sem compaixão nenhuma, Jimmy esmagou por completo a mão do "Joker", quebrando-lhe todos os ossos das mãos e dos dedos.
O homem gritou de dor soltando a sua arma, que Jimmy, imediatamente a segurou. Em seguida, com a espada em punho, fez um rápido movimento com a arma, que sequer pode ser acompanhada pelos olhos de Amy, Nomura ou por alguém mais. E logo depois, Jimmy saltou para fora da moto, numa atitude intrigante, até mesmo para os dois motoqueiros.
"Por que ele não os atacou, com a espada, já que tinha vantagem de estar de posse dela?" Essa era a pergunta que Nomura fazia para si mesmo. E que foi respondida segundos depois, quando a moto em que Jimmy havia arrancado a espada de seu inimigo, subitamente, dividiu-se em duas separando os dois homens, montados nela.
Ela havia sido cortada ao meio por Jimmy num golpe perfeito, rápido e preciso, que seus inimigos, sequer puderam perceber. Até que fosse tarde demais.
As duas partes da moto capotaram em seguida, juntamente, com os dois passageiros., e explodiram em seguida. Mais tarde, no hospital os dois homens, com os ossos do corpo quebrados e engessados, agradeceriam aos céus por aquele "demônio" não ter lhes cortado ao meio com a espada. Pois ele poderia ter feito isso se quisesse...
Mas, Jimmy não fez! Da mesma forma que não decepou nenhum membro do corpo dos últimos dois motoqueiros restantes.
Com a espada em punho, Jimmy se sentia "completo" e observou os dois motoqueiros restantes que vinham em sua direção.
Olhou de relance para Amy e seus olhares se cruzaram por alguns instantes. Em seguida, olhou para Nomura que suava de nervosismo e de medo.
O Jogo acabou! – disse ele friamente, para seu inimigo.
Em seguida partiu para o ataque final das duas motos restantes.
Por ironia, os dois motoqueiros que restaram eram, justamente, os dois "Jokers" que momentos antes, queriam fugir do local, e que foram impedidos por Nomura.
Agora tentavam faze-lo, enquanto tinham alguma chance:
Vou dar no pé! Não sou maluco de encarar esses sujeito!
Muito menos eu! Não quero ir parar no hospital ou no cemitério por causa desse "demônio", seja lá de onde ele for.
Tô contigo, meu chapa! Vamos embora!
È! Vamos! O "chefe" que se vire com ele... – concordou o motoqueiro.
Os dois homens correram, aceleradamente, em direção a saída da rua, e quando estavam próximos a alcança-la, Jimmy, subitamente, apareceu na frente deles.
Oh, Caramba! – disse um dos motoqueiros.
Foi a única coisa que pode dizer, pois imediatamente, Jimmy manejou a espada. Com a mesma rapidez inacreditável, Jimmy desferiu dois golpes: uma das motos que descontrolada capotou pelo chão, levando junto o seu motorista. A outra moto viu suas duas rodas saltarem para fora do veículo. O resultado, naturalmente, foi outra violenta capotagem, que culminou com a explosão do veículo.
Os dois motoqueiros, que tombaram ao chão, ficaram seriamente feridos, mas, mesmo assim, ainda conseguiram ter forças para erguerem suas cabeças e olharem para Jimmy.
Por.... quê...? UNGH!!!
Nós ...só queríamos...fugir... ARGHHH!!!
Não... iríamos... enfrenta-lo.... UNGH!!!
Seus covardes miseráveis! – disse Jimmy se aproximando dos dois motoqueiros caídos. Parou ao lado de um deles e fincou a ponta afiada da espada, bem perto de seu rosto. O motoqueiro por pouco não gritou de pavor. Jimmy continuou. – Acharam que eu iria deixa-los escapar depois de tudo que fizeram com aquelas duas meninas? De ameaçarem-nas?
Foi... Foi... O chefe...
...que mandou vocês participarem desta "imundice" toda? Mas, é claro! E vocês, como o resto da "escória" aqui, vieram ansiosos para "se divertirem", também, , não é?
Eu... Nós... UNGHH!!!
Por... Piedade....!!!
Diga-me uma coisa, seus vermes: O que vocês estariam fazendo, agora, neste momento, com aquelas duas meninas, se eu, por acaso não tivesse aparecido aqui? – disse Jimmy com os dentes cerrados, com o rosto avermelhando-se de ódio, cada vez mais.
Piedade!!! – implorou um dos motoqueiros, sem coragem de responder aquela pergunta, tão óbvia.
Misericórdia... pelo amor de Deus! Argghhh!!!!!
Não ponham Deus nessa imundice, seus canalhas! Nunca mais pronuncie o nome dele em sua boca imunda, canalha! NUNCA MAIS!
Jimmy pegou um dos motoqueiros e o ergueu do chão. Desferiu-lhe uma curta mais impiedosa seqüência de socos no rosto. Depois, aplicou-lhe uma violenta joelhada na barriga, que partiu-lhe mais alguns ossos e, por fim, atirou-o como se fosse um traste de volta ao chão, sem sentidos.
Em seguida foi a vez do seu companheiro a sofrer um espancamento quase idêntico, que culminou com Jimmy empurrando a cara dele, contra o chão, com força e violência. O resultado foi avassalador.
Por fim, o último dos motoqueiros caíra no chão, derrotado!
A luta contra os "Jokers" havia, finalmente, terminado.
E, Jimmy agora, volta sua atenção par Nomura.
Era chegada a hora do ajuste de contas entre os dois....
CENA 9:
Numa das rua próxima local da luta. Há alguns quarteirões de distância.
Darrien e suas amigas param assustados, quando começavam a ouvir o som de luta e explosões, do outro lado do quarteirão.
Ainda estavam longe do local e precisariam correr mais rápido se quisesse salvar Serena e Amy.
Meninas! Vamos nos transformar e entrar em ação! – gritou Darrien.
Vamos! – gritaram todas as moças tirando seus objetos de transformação e iniciando a metamorfose para SAILORS e Tuxedo Mask!
Ao completarem a mudança, retornaram a sua corrida desenfreada!
Serena, meu amor! Agüente firme que já estamos chegando. – murmurou Tuxedo Mask para si mesmo!
CENA 10:
Na rua sem saída - No local do combate.
Amy, finalmente, saiu atrás das caixas que a protegiam, assim que, o últimos dos motoqueiros tombara ao chão, desfalecido e seriamente ferido, assim como os demais "Jokers".
Fora um massacre!
Amy não conseguia uma palavra melhor para descrever o que acontecera naquele local, que, agora, mais parecia uma autêntica "zona de guerra".
Mesmo com a vantagem de estarem em maior número e de estarem fortemente armados, os "Jokers" não foram páreos para aquele misterioso jovem. Um rapaz que demonstrou, para a infelicidade de seus oponentes, que sabia lutar com extrema força e habilidade inacreditáveis. Jamais vira uma lutador tão extraordinário como ele provou ser.
Enfrentou uma perigosa gangue de motoqueiros sozinho e vencera.
Agora, os "JOKERS" estavam caídos ao chão! Com ferimentos expostos e sangramento por todos os seus corpos Com certeza, nunca iriam esquecer aquela surra pelo resto de suas vidas, e passariam semanas hospitalizados, relembrando o ataque selvagem daquele lutador de rua, durante seus pesadelos, nas noites futuras.
Muitos ficariam traumatizados pelo resto de suas vidas. Como aquele misterioso rapaz havia prometido.
E, naquele momento, uma outra promessa de vingança, começava a se concretizar:
Agora somos só nos dois, seu verme miserável! – disse Jimmy olhando, frente a frente, para Nomura. O único dos Jokers que ainda estava em pé.
Maldito! – disse Nomura olhando para uma das motos caídas perto dele e que, por sorte, não estava destruída! Como um covarde, ele estava planejando uma fuga. Só que Jimmy estava percebendo, claramente suas intenções:
Sei o que está pensando, seu traste! Esqueça! Você não vai fugir!
Nomura fez um movimento inesperado e partiu em disparada em direção da moto. Aparentemente, conseguiria escapar, já que o seu adversário estava do outro lado da rua, metros a distância dele, o que lhe dava uma boa vantagem!
Sim, ele ia escapar! Já estava quase alcançando a moto...quando do nada o Jimmy apareceu em sua frente e barrou-lhe o caminho.
Eu lhe disse: Você não vai a lugar algum, seu rato covarde!!! - disse-lhe friamente, frustrando-lhe as esperanças de fugir.
Desgraçado! Pensa que tenho medo de você? Eu sou o terrível Nomura! O chefe da gangue dos Jokers! Eu sou o maioral de toda a cidade de Tokyo! – gritou ele furioso!
Você não é "nada"! Apenas é um idiota imprestável, que anda por aí de moto, com um bando de inúteis! Um escroque que só sabe mostrar valentia batendo em pessoas indefesas! Principalmente, meninas como aquelas duas...
Pois muito bem, seu verme! Vamos ver como você reage frente a alguém que pode se defender...
Tudo bem, seu intrometido!!! Você pode até ter levado a melhor sobre a minha gangue. Mas, comigo a "história" é outra, está sabendo!? – disse Nomura sacando,do bolso, sua faca afiada! – Vou te dar uma bela cicatriz nessa sua cara de....ARGGGHHH!!!!!!!
Nomura sequer viu as mãos de Jimmy agarrarem sua mão armada com a faca, numa rapidez fulminante, e começarem a lhe apertar com força. Literalmente, Nomura sentiu a mão ser esmagada por aqueles dedos longos e poderosos de seu adversário. A dor foi tanta que Nomura, logo em seguida saltou a sua faca no chão.
Isso é por ter encurralado e aterrorizado essas duas moças. – falou Jimmy friamente.
Em seguida, com o braço livre desferiu-lhe um soco na cara. Nomura sentiu alguns de seus dentes se partirem, além de uma dor terrível no maxilar inferior, que o fez cair de joelhos ao chão.
Isso é por ter golpeado aquela moça pelas costas! – em seguida, desferiu-lhe um potente chute, que atingiu em cheio o nariz de Nomura, quebrando-o no ato. O líder dos Jokers rolou pelo chão até alguns metros de distância.
Tonto e quase sem sentidos, Nomura tentou se recompor e, inultilmente, tentou levantar-se do chão, enquanto seu adversário se aproximava, lentamente, em sua direção.
Não! Espera! Vamos conversar, cara! Vamos fazer um acordo... – disse ele caído, no chão, com a boca e o nariz ensangüentados. Nomura rendera-se ao medo e ao desespero, pois percebera, claramente, que não seria páreo para ele. Mas, Jimmy pouco ligava aqueles patéticos apelos daquele covarde. Agarrou-o pelos colarinhos e disse:
Isso é por ter tentado violentar aquela outra garota! – disse, desferindo-lhe um poderoso ponta-pé por entre as pernas de seu inimigo.
Nomura rugiu de dor e caiu de joelhos no chão, numa agonia alucinante.
Do outro lado, Amy assistia horrorizada toda a cena.
Eu... Eu... Eu me rendo!!! Por... Por... Piedade..... Chega!!!!! – Implorava Nomura!
Mas, ao ouvir aquelas palavras, saindo da boca imunda daquele homem, que ousou ameaçar aquelas duas moças, sem um pingo de humanidade, fez o sangue de Jimmy "ferver" de ódio. Ele o agarrou pela camisa e o levantou num impulso do chão:
Piedade? Será que eu ouvi direito o que você falou, seu traste imundo? Você quer que eu tenha piedade de você, seu grande merda! Depois de tudo que você e essa corja imunda fizeram com aquelas duas?
Pois bem, vou te dar a mesma "piedade" que você deu a elas, seu animal! – disse furioso com os dentes cerrados de ódio. E completou: - Isso é pelo tapa que você deu no rosto daquela garota!
Então, Nomura começou a ser golpeado, incessantemente:
Jimmy desferiu-lhe uma série de socos, ponta pés, golpes de Jiu-jitsu, que, foram, inevitavelmente, ferindo todo o corpo de Nomura. Em menos de um minuto, o orgulhoso chefe dos Jokers parecia um boneco de pano, que, sequer conseguia reagir ou até mesmo manter-se em pé. Aquilo já não era mais uma luta: era um linchamento! Levado a cabo por um só homem...
Nomura não conseguia reagir, estava quase inconsciente de tanto apanhar, mas Jimmy não dava sinal de que iria parar. Cada vez, surrava-o mais e mais até que, finalmente, quando estava prestes a dar um golpe devastador, um grito desesperado, vindo do outro lado, o paralisou:
Pare!!!!! Pelo Amor de Deus!!! Você vai mata-lo! Por favor, Pare!!!!
Ele se virou e mal pode acreditar, que, parada, a poucos metros de distância atrás dele, Amy, o olhava assustada. Havia assistido horrorizada a todo aquele espancamento ininterrupto e gritou para que aquela violência terminasse.
Para Jimmy, aquela atitude era totalmente absurda e intolerável. Ela estava lhe pedindo misericórdia por aquele canalha? Esse nojento que as atacou e tentou fazer as "maiores barbaridades" com ela e sua amiga? E que só não conseguiu o seu intento porque ele apareceu na hora H!
Que espécie de loucura era essa, pensou furiosamente? Essa garota estava "mal da cabeça"???
Você é maluca? Ou, simplesmente, tem memória fraca? Você viu o que ele e esse bando de miseráveis fizeram com a sua amiga, lá atrás. E o que pretendiam fazer com você... – disse ele furioso.
Sim! Eu sei! – diz ela com voz melancólica.
E, assim mesmo, me pede para parar de "amassar a cara" desse verme?
Sim! Eu lhe peço que pare! Ele já está derrotado, não está vendo? Ele já não representa nenhum perigo para mais ninguém! Se continuar a surra-lo, como você está fazendo, irá mata-lo!
Por favor, moço! Eu lhe imploro! Pare!
Jimmy cerrou os dentes de raiva. Aquilo tudo era inconcebível e inaceitável. Por que ela estaria fazendo isso? Era ilógico:
Por que? Só me diga isso: Por que se preocupa com a vida desse maldito canalha??
Não é com ele que me preocupo... – disse ela olhando para ele, com um olhar singelo e triste. – É com você!
Aquelas palavras pegaram Jimmy de surpresa. E ele não conseguiu disfarçar o espanto;
Comigo?
Sim! Não quero que nada de ruim lhe aconteça. Que destrua sua vida por nossa causa...
Mas...Mas...Do que está falando?
Será que não percebe?- perguntou-lhe numa voz aflita. - Você salvou a mim e a minha amiga desses marginais. Arriscou sua vida por duas pessoas que nem conhecia, enfrentando esse bando sozinho. E venceu a todos! Mas, agora tudo já acabou. Já basta de tanta violência! Eles estão todos derrotados e já não podem nos causar mais nenhum mal. Não está vendo??
Jimmy ficou em silêncio. Seu rosto, outrora furioso, começou a relaxar a tensão e ficar sério. Estava surpreso por aquela garota estar demonstrando com o seu olhar aflito e voz embargada de emoção, uma preocupação sincera por ele. Isso, por si só o deixou confuso e surpreso.
Amy continuou a lhe falar, cada vez mais desesperada e apontou para Nomura:
Por favor, moço! Olha para ele! Olhe bem para ele! – disse lhe quase como uma suplica.
Jimmy virou e olhou para Nomura, a quem agarrava pelo colarinho da camisa. Ele estava praticamente inconsciente. Seu rosto estava já disforme dos socos que ele havia desferido no seu oponente sem cessar. E o resto do seu corpo, coberto de ferimentos e hematomas, provavelmente, já não tinha um osso inteiro sequer. O sujeito estava praticamente acabado. Continuar a surra-lo, certamente, iria leva-lo a morte como a garota o estava alertando:
Ele já está liquidado. Não há necessidade de continuar essa luta. De espanca-lo, barbaramente, como está fazendo.
Você está deixando a raiva e a revolta pelo que eles nos fizeram, dominar sua mente e seu coração! E, por isso, não está raciocinando com clareza suas ações! Está agindo como um homem furioso, sedento de vingança! Será que não percebe???
Jimmy continuava a encara-la seriamente, mas aquelas palavras lhe atingiam direto em seu peito!
Se você continuar com isso, irá mata-lo. E acabará arruinando sua vida e seu futuro. E tudo isso por nossa causa. Porque quis nos ajudar. E eu... Eu... – Ela forçou as palavras saírem de sua garganta com uma voz forte, embargada em emoção: - Não quero que você se desgrace por ter nos salvado. Não quero que se transforme num assassino por nossa causa! Por minha causa!!! EU NÃO QUERO!!! – gritou Amy, com lagrimas lhe escorrendo pela face.
Um longo silêncio se fez no local!
Jimmy e Amy se entreolhavam fixamente, um no outro. O olhar dela parecia suplicar-lhe, desesperadamente, que ele a atendesse. Que ouvisse a "voz da razão". Jimmy percebia o quanto a preocupação dela em relação a ele era sincero. E o quanto as palavras que ela lhe dissera... Calaram fundo dentro de seu coração.
Ele, que até então, entra em combate movido por um sentimento de fúria e ódio crescente, contra aqueles motoqueiros, agora, diante daquela moça, sentiu dentro de si um sentimento de vergonha.
Ele havia perdido o auto-controle. E para um ninja, como ele, não poderia ter cometido erro pior ou mais estúpido.
O auto-controle era a chave de sua sobrevivência. Era a primeira regra de todo combatente de artes marciais. De todo Ninja. E fora essa a primeira lição que sua avó lhe ensinou: jamais deixar que sentimentos como fúria ou ódio lhe dominassem a mente ou seu corpo durante um combate. A mente de um guerreiro ninja precisava estar sempre equilibrada e atenta durante a luta. E sentimentos como ódio, raiva, fúria ou qualquer outro sentimento que pudesse ter durante uma batalha, precisavam ser mantidos sob controle, sempre! E canalizados de maneira correta pelo seu "KI" durante a luta:
"A fúria sem controle durante um combate o transformará num uma animal descontrolado." – dissera Noriko, naquela ocasião e completou. – "E um combatente sem raciocínio e uma presa fácil para guerreiros mais experientes".
Lembrando dessas palavras, Jimmy viu que teve muita sorte. Esses motoqueiros não eram guerreiros de gabarito como ele. Por isso, teve sorte. Mas, e se fosse alguém como o "Anjo". Certamente a historia poderia ter sido outra.
Anjo! Maldito seja! Não parava de pensar nesse maldito assassino, desde que partiu do Brasil. E nem conseguia aplacar a fúria e o ódio em seu coração. Estava frustrado por não tê-lo encontrado ainda.
E quando aquela misteriosa mulher lhe apareceu pedindo socorro e viu esse bando de sádicos atacando essas moças.... DROGA!! Perdera o controle e descontou sua raiva e frustração nesse bando de miseráveis!
E se não fosse por aquela moça, acabaria matando esse "monte de lixo" à socos.
Aquela garota à sua frente. Deus! Ele não queira que ela o visse daquela maneira vergonhosa. Agindo como um selvagem, um animal descontrolado, surrando sem parar aquele "monte de lixo"...
Ele era um Ninja! Um guerreiro altamente treinado tanto física quanto mentalmente. É claro que já havia matado alguns de seus inimigos em combate. Mas, somente quando vidas de inocentes estavam em perigo e ou a sua própria. Mas, sempre quando não lhe restava outra opção. Mas, nunca, havia assassinado ninguém friamente! Jamais!
E esse Nomura não seria o primeiro!
Jimmy virou-se para seu adversário e o observou por alguns instantes, até ter certeza de que ele ainda respirava. Então, seus dedos afroxaram-se, lentamente, e ele soltou Nomura, que tombou ao chão desajeitadamente.
Amy sentiu um alivio em seu coração ao perceber que suas palavras haviam surtido efeito.
Então, sem aviso, Jimmy se aproximou em sua direção até que parou em frente dela, há um palmo de distância. Olhou-a fixamente em seus olhos, por alguns instantes, ainda ostentando um rosto sério.
Amy o olhava com as lágrimas escorrendo pela face, mas não disse-lhe nenhuma palavra.
Súbito, Jimmy ergueu uma das mãos e com os dedos enxugou as lagrimas, delicadamente, do rosto da moça. Amy demonstrou surpresa, mas não fugiu a seu toque de seus dedos. Seus olhos não se desviaram dos dele em nenhum momento!
Acabou! Eles não irão incomoda-las nunca mais. Tudo ficará bem agora. Por favor, não chore mais... – disse ele, calmamente.
Obrigada! – disse ela esboçando um tímido, mas sincero sorriso de agradecimento.
Seu rosto? Ainda está lhe doendo? – perguntou ele, apontando para o local da bofetada.
Não muito! Estou bem! Mas, você... – o ferimento no pescoço, ainda sangrava, levemente, e ela ficou aflita.
São só alguns arranhões! Nada sério! Mas, eu acho que a minha camisa já era!- disse olhando a vestimenta rasgada, transformada em trapos, sem se importar com isso - Mas, para lhe falar a verdade, não gostava muito da côr mesmo...
Amy soltou uma tímida risada, apesar de ainda ostentar tristeza na face. Jimmy ficou de certa forma contente em ter conseguido. Afinal, não era só Issac que tinha o dom de fazer anedotas.
Outra vez ouve um breve silêncio entre eles. Uma troca de olhares.
Jimmy não conseguia parar de admirar aquele rosto tão singelo e bonito. No fundo de seu coração queria agradecer-lhe por ter chamado-o de volta a razão. A sensatez.
Mas, antes que pudesse ter chance de falar ou perguntar-lhe alguma coisa, ouviu sons de gemido vindo por detrás do poste, onde Amy havia se abrigado junto com Serena.
Parece que sua amiga, finalmente, está voltando a si! Acho melhor você ir ajuda-la! – disse ele, seriamente.
Amy sentiu o coração bater acelerado e mal teve tempo de raciocinar. Num impulso correu aflita até onde havia deixado Serena abrigada.
Jimmy começou a caminhar logo atrás, mas depois de dar alguns passos parou., subitamente. Seus sentidos captaram a presença de pessoas se aproximando, rapidamente daquele local.
Seus músculos tensionaram-se, novamente, pronto para uma nova luta!
CENA 11:
Atrás do poste, no final da rua onde se desenrolou o combate com os "JOKERS".
Serena! Serena! Serena! – grito Amy, segurando-a em seus braços. A menina tentava desesperadamente, fazer sua amiga recobrar a consciência! Ela estava desmaiada, desde que fora golpeada, e permaneceu sem sentidos durante toda aquela luta.
Lentamente, os olhos de Serena foram abrindo e, ainda meio tonta, exclamou:
Amy! Minha cabeça... O que foi que aconteceu?...
Calma! Procure não se mexer muito a cabeça...
Ai!!!! Está doendo tanto!!!
Deixe-me ver esse machucado. - disse Amy examinando o local do ferimento. - Graças a Deus, não me parece nada grave. Se bem que você vai ter um "belo galo na cabeça", por algum tempo...
Oh! Droga! Que azar! Esses bandidos me pegaram de surpresa e... – Serena calou-se de imediato, quando relembrou do ataque dos Jokers. - Minha nossa! Os motoqueiros! Eles ainda estão...
Calma! Calma! Não há mais perigo. Esses motoqueiros já foram derrotados!!!
Serio? Puxa, que sorte de você ter conseguido se transformar em SAILOR MERCURY em meio ao ataque....
Não consegui me transformar, Serena! Antes que pudesse fazer isso, golpearam meu braço e deixei cair minha "caneta de transformação". Em seguida, me imobilizaram e não pude reagir.
Mas, então, como foi que...
Antes que pudesse terminar a frase! Serena e Amy ouviram sons de passos e uma vozes conhecidas gritando seus nomes:
SERENA! AMY! ONDE VOCÊS ESTÃO? – Gritou Tuxedo Mask!
SERENA! AMY! – gritou Rei, também!
Pessoal, nos estamos aqui! Aqui atrás! - respondeu Amy acenando para seus amigos que acabavam de chegar ao local.
Tuxedo Mask e as outras Sailors, logo se aproximaram e, ao ver Serena Tuxedo Mask não hesitou em nenhum instante, e abraçou-a fortemente.
Serena! Serena, meu Amor! Você está bem? Está muito ferida?
Tuxedo Mask! Que bom! Meu querido! - respondeu ela, apaixonadamente. – Então, foi você! Você, minha paixão!!!!
O que? – perguntou ele confuso. Sem entender direito aquelas palavras, enquanto era abraçado, fortemente, por Serena.
Foi você que nos salvou desses motoqueiros cruéis e horrorosos. Ah, você é o meu herói! Que tonta, eu já devia ter imaginado que, somente você, poderia dar uma surra nesses marginais?
Hããã!! Serena! Você não está entendendo. Não foi bem isso que aconteceu... – começou a explicar Amy.
Como não? Você disse que os motoqueiros forma derrotados, mas que não foi você que o fez, né???
Bom, é verdade, mas...
Pois, então! Só pode ter sido o MEU BRAVO TUXEDO MASK!!!!! Só ele teria a força e coragem necessária para dar uma boa surra nesses marginais. – dizia ela apaixonadamente.
Lamento te desapontar, "cabeça de lua"! Mas, assim como Tuxedo Mask, nós todas acabamos de chegar aqui! – disse secamente Sailor Urano!
É verdade, Serena! Acabamos de chegar agora. E encontramos esse pessoal assim.., caídos pela rua... – disse Mina.
Pensamos que isso foi obra de vocês, com seus poderes de Sailors. – retrucou Lita. – Mas, pelo visto, vocês nem tiveram chance se transformarem, não é verdade?
Isso mesmo! Serena foi golpeada e ficou o tempo todo desacordada! Quanto a mim, eles me agarraram e mantiveram-me imobilizada! Não tive chance de reagir...
O que? Então... Não foi o meu querido Tuxedo Mask que nos salvou? – disse ela chocada olhando para seu "herói", incrédula. Tuxedo Mask não conseguia esconder o quanto estava encabulado com todo aquele mal-entendido. – E nem vocês, meninas?
Não, sua tonta! Será que não escutou o que Urano te falou? Acabamos de chegar somente agora! Viemos, assim que a Lua nos alertou, lá perto da Lanchonete de Andrew. – retrucou Rei, maldosamente, mas, em seu íntimo feliz por encontrarem suas duas amigas, sã e salvas.
Mas, então o que aconteceu aqui?
Boa pergunta! – disse Sailor Urano, olhando ao redor. – Isso aqui está mais parecendo uma "zona de guerra", com todos esses caras arrebentados, caídos pelo chão e essas motos destruídas...
Meu Deus! Quanta destruição! – exclamou Tuxedo Mask! – Nunca vi nada igual!
Afinal de contas, uma de vocês pode nos explicar o que foi que aconteceu aqui, caramba!? – disse Rei ansiosa por uma explicação.
Foi esse rapaz., aí do lado! – disse Amy , enquanto ajudava Serena a se levantar, ao mesmo tempo que examinava o ferimento da amiga na cabeça. – Não sei como, mas ele apareceu de repente e nos salvou.
Pessoal, foi algo inacreditável!
Ele enfrentou o bando todo sozinho, praticamente de mãos vazias. Jamais vi alguém lutar com tanta força ,destreza e... coragem que nem ele. Foi algo extraordinário! Vocês tinham que ver! – concluiu ela, sem conseguir disfarçar uma certa admiração, no tom de suas palavras., enquanto que terminava de cuidar de Serena.
Depois, voltou-se a seus companheiros e, foi, então, que notou que eles estavam agindo de forma estranha: Todos se entreolharam como se estivessem confusos ou não haviam entendido algo do que ela dissera. Depois, voltaram seus olhares, novamente, para ela.
Ela notou que algo estava errado e perguntou:
O que houve? Por que estão me olhando com essas caras estranhas? – perguntou ela.
De quem você está falando, Amy? – perguntou Lita.
Não há nenhum rapaz, aí, ao lado! – disse Mina!
Pelo menos, nenhum que esteja em pé ou com os ossos inteiros.... – retrucou Urano, sarcasticamente..
Amy não podia acreditar no que elas diziam! Soltou os braços de Serena, a perceber que sua amiga podia ficar em pé sem problemas e disse, incrédula:
Como não há ninguém? Ele está parado ali, onde estávamos conversando há pouco e...
A frase morreu na garganta de Amy! Seus olhos se arregalaram e seu rosto demonstrou um grande susto, ao perceber que o misterioso rapaz, não estava mais ali.
Na verdade, ele não estava em canto algum da rua.
Ele simplesmente havia sumido, tão de repente, como quando aparecera em seu socorro e de Serena.
Amy correu desesperada de um lado a outro daquela rua. Olhando para todos os lados e todos os cantos, tentando achar o seu "salvador" ou pelo menos uma pista para onde ele fora. Mas, foi inútil.
O misterioso rapaz tinha desaparecido por completo. Como se jamais estivesse ali.
Não é possível! Ele estava ainda há pouco parado aqui! Aqui! Só me afastei dele alguns instantes, antes de vocês chegarem. Tem certeza que não o viram? – perguntou aflita.
Não, Amy! Não vimos ninguém ai! Quando chegamos, só encontramos todo esses caras derrubados e as motos destruídas, apenas. Nada mais. – explicou Rei.
Ficamos apavorados com essa cena toda e começamos a gritar, chamando por vocês duas... – disse Tuxedo Mask. – Foi quando as encontramos.
Não vimos nenhum rapaz. Sinto muito! – disse Sailor Neptune.
Mas, ele estava aqui! Estava aqui! Eu não estou mentindo! – gritou Amy para suas amigas, como se tentasse provar a elas que sua história era verdadeira e não algo que havia imaginado.
Calma, Amy! – pediu Serena já recuperada do golpe. Ela pôs as mãos sobre os ombros de Amy. – Ninguém aqui está duvidando de você. Todos nós a conhecemos muito bem para saber que você não é dada a imaginar ou inventar coisas...
Isso mesmo! Isso faz mais o gênero da Serena do que de você...- Concordou Rei com sarcasmo.
Sua chata! – retrucou Serena, mostrando a língua para Rei, que repetia para Serena o mesmo gesto.
Acreditamos em você, Amy! Se você diz que um rapaz apareceu e as salvou, foi isso que aconteceu! – concordou Lita.
Ainda mais porque toda essa "quebradeira" jamais poderia ser obra de alguma miragem, né? – disse num tom de ironia Sailor Urano.
Sabe quem era ele? Ele disse como se chamava? – perguntou Serena.
Amy ficou cabisbaixa! Sentiu-se tomada por uma profunda sensação de vazio e tristeza. Depois, com olhar melancólico disse:
Não! Ele não me disse o seu nome...
Um silêncio tomou conta do local. E nada mais foi dito.
CENA 12:
No telhado de uma casa, próxima a rua onde se desenrolou a batalha contra os Jokers.
Jimmy Hara estava agachado, olhando toda a cena à distância.
"Então estas são as famosas SAILORS! – pensou ele, enquanto, observava escondido todo o desenrolar da cena.
"Eu estava certo: Elas não parecem ser grande coisa como heroínas! Muito menos, esse "palhaço fantasiado de fraque e cartola", sei lá como se chama. Francamente, nunca vi fantasia de super-herói mais idiota do que essa!"- pensava com certo desprezo, comparando com os super-heróis que já encontrara em seu país e nos Estados Unidos. "Mas, tenho que reconhecer que elas tem um KÍ muito forte. São guerreiras de fato!" reconhecia ele próprio.
Jimmy começou a relembrar como teve que agir rápido, minutos atrás, quando a garota correu para auxiliar a sua amiga, que estava voltando a si.
Naquela hora, ele sentiu (com seus sentidos ninjas super aguçados), a aproximação daquelas pessoas. Sua primeira reação, é claro foi posicionar-se para um novo combate, pois imaginou que fosse outros membros dos "JOKERS", que pudessem estar vindo para auxiliar seus amigos, derrotados. Mas, logo em seguida, conseguiu captar o KÍ poderoso dessas guerreiras e percebeu que não poderiam ser novos inimigos. Principalmente, por que esse KÍ não irradiava nenhum tipo de "Aura Maligna", como seria próprio de algum super-vilão.
Imediatamente, concluiu que fossem algum grupo de super-heróis da cidade.
"Esse pessoal está atrasado. Mas, pelo menos, acabaram aparecendo!" – pensou com sarcasmo e frieza. – "Ótimo! Eles podem assumir as coisas por aqui, agora. Vou aproveitar a chance e desaparecer daqui antes que cheguem."
Sem que Amy percebesse, ele invocou a técnica ninjutsu da "fuga silenciosa" e, num salto pulou o imenso muro e correu por entre os telhados da casa, sem fazer o menor barulho.
Quando ele percebeu que estava a uma distância longa e segura, agachou-se em um dos telhados e ficou observando a chegada dos heróis.
Felizmente, ele estava certo: Foram super-heróis locais que haviam aparecido. Só não imaginava que seriam justamente as tais SAILORS. TSC!!! Fazer o que?
Mas, parecia, que a sua líder, a tal SAILOR MOON não estava entre elas. Por que razão? Ele não sabia e nem se importava. Também, uma outra guerreira do grupo, que ele não recordava o nome, não estava presente. Em compensação, tinham outras duas Sailors, que não conhecia e um sujeito ridículo com máscara, fraque e cartola! Deus! Era cada figura ridícula que, vez ou outra, surgia no mundo dos super-herois...
De onde estava escondido, Jimmy estava, demasiadamente, longe demais e, por isso, não podia ouvir ou mesmo ler os lábios deles para saber o que conversavam. E, muito menos, ver direito o rosto da outra menina, que havia sido atacada. Ela estava de costas para ele. Mas, aparentemente, parecia recuperada! A outra garota estava ajudando-a, enquanto que conversava com os "heróis da cidade"
Realmente, era uma moça admirável! E muito atenciosa, pela maneira que ela fazia o curativo para a amiga.
Súbito, ele percebeu que ela começou a correr de um lado ao outro da rua, aflita e desesperada. E já imaginava o porquê!
"Lamento não poder me despedir de você, moça!"- pensou consigo mesmo. – "Mas, é melhor assim. Tenho uma missão importante a cumprir e nada pode interferir com ela. Infelizmente, jamais voltaremos a nos encontrar de novo..."
Concluiu esse último pensamento com certa tristeza e amargura dentro de si.
Em seguida, foi embora.
CENA 13:
Mansão de Rumiko (QG de ShadowMoon).
Issac havia terminado os reparos da moto de Jimmy e as atualizações do equipamentos eletrônicos da caverna mais rápido do que o previsto:
"Issac, meu chapa! Você conseguiu se superar de novo. Grande garoto! He! He!" – pensou satisfeito consigo mesmo, enquanto subia de elevador, de volta a mansão.
Isso fora a uma hora atrás.
Agora, ele estava na sala de estar da mansão, assistindo, na televisão de 30 polegadas, um desenho animado, que estava passando em um dos canais japoneses.. Fora a maneira que ele encontrou para poder relaxar depois de um trabalho árduo, pela manhã.
O desenho era muito divertido e Issac já tinha dado umas boas gargalhadas.
Súbito, ouviu o som da porta de entrada se fechando e imaginou, imediatamente, quem era:
Puxa! Até que enfim você chegou! – disse ele sem tirar os olhos da televisão, fazendo uma voz , fingindo reclamar. – Estou aqui, passando a maior fome, depois, de um trabalhão daqueles para colocar as coisas em ordem lá na caverna. Nem tomei café da manhã, por causa disso, sabia?!
Desculpe-me! Demorei a encontrar o supermercado... – respondeu, secamente, Jimmy!
Não me diga!! O que foi? Não vai me dizer que o grande ninja, se perdeu pelo caminho. – disse Issac num tom de gozação.
Não! Demorei por que tive...um imprevisto! – respondeu Jimmy, enquanto colocava as compras do super mercado na mesa da sala de jantar, que ficava bem atrás da televisão.
Issac , finalmente, tirou os olhos da televisão, e pode olhar o amigo recém-chegado da rua. Seu sorriso irônico, se apagou e seu rosto ficou sério, enquanto examinava as roupas rasgadas e sujas de Jimmy.
Os dois amigos se entreolharam por alguns instantes e, finalmente, Issac disse:
Deixe-me adivinhar: Você, finalmente, conheceu a "bandidagem" local, não foi?
Sim! Topei com uma gangue de motoqueiros armados...
E quantos eram?
Uns vinte!
Só isso? Pobre diabos! – disse Issac com desdem, já imaginando, o resultado! – Imagino o estado que você deixou esses "manes"!... Não devem ter durado nem cinco minutos, no "mano a mano" com você!
Bom! Pelo menos, não deixou de ser um bom "treino de aquecimento", para você, né? Aliviar toda essa tensão, que você tem estado...
Mais ou menos! As coisas não aconteceram de modo tão simples assim, Issac! Para falar a verdade, algo de muito estranho me aconteceu hoje, a caminho do super-mercado. Algo que não sei explicar bem...
Xííí!!!! Não tô entendendo nada!!! Quer explicar melhor! Ou melhor: me conta toda essa história desde o ínicio, está bem? – disse Issac, desligando a televisão e se aproximando de Jimmy com sua cadeira de rodas.
Então, Jimmy lhe contou tudo que acontecera, horas atrás.
Issac ouviu tudo com absoluta atenção. Como era de se esperar, arrepiou-se todo, quando Jimmy mencionou a estranha mulher, que lhe apareceu de maneira espantosa. Issac odiava lidar com seres sobrenaturais. E rezava para que a misteriosa mulher não fosse nenhum fantasma ou espírito. Já bastava ele e Jimmy terem enfrentado, uma clã de vampiros, no Amapá, tempos atrás. Uma missão de gelar o sangue, ele bem se lembrava. E não queria repetir uma "pavorosa missão" como aquela tão cedo.
Continuou ouvindo o relato de seu amigo e, quando Jimmy terminou, disse-lhe, de maneira sincera e franca:
Jimmy! Sem sombra de dúvida você é um grande babaca!!!
O que foi agora? Por que está me xingando desse jeito?
Por que? Ah, meu Deus! Nem acredito que você está me fazendo esta pergunta imbecil!!! – exclamou irritado. – Você teve a "chance de ouro" de conhecer as Sailors, pessoalmente! Aquelas "super gatas"!! E jogou essa oportunidade pela janela?
Como teve coragem de fazer uma bobagem dessas?!
Já lhe disse no avião antes e torno a falar: Não quero conhecer e, muito menos, pedir ajuda a nenhum desses super-heróis japoneses. Muito menos a essas tais SAILORS!
Mas, elas poderiam ser de grande ajuda. Poderiam ajudar-nos a encontrar aquele assassino desgraçado e...
Pegar o "Anjo" é um assunto pessoal meu! Somente meu! E não preciso de ajuda de um "bando de Patricinhas" com super poderes, que, sinceramente, duvido que seja grande coisa...
Deus! Você tinha que ver o idiota fantasiado que as acompanhava... Usava cartola e fraque!!! Acredita numa coisa dessas?
Ora bolas, Jimmy! O Japão é um país democrático! Os heróis daqui se disfarçam da maneira que querem... Quem sabe: Talvez, nas horas vagas, esse sujeito anime as festas de debutantes, aqui, em Tokyo. Aí, ele nem precisa trocar de roupa, né?
Ah, Issac! Me dá um tempo! Esse babaca não sobreviveria uma noite nas ruas "barra- pesadas" de São Paulo. Os bandidos em Diadema iam cair na gargalhada, antes de encher esse mané de balas.
Ah, tá bom! Eu desisto! – suspirou Issac. As vezes, com ele bem sabia, Jimmy era orgulhoso e teimoso como uma mula. Quando teimava numa coisa, não adiantava perder tempo discutindo ou tentando faze-lo mudar de idéia.
Resolveu mudar o rumo da conversa:
E as garotas? As duas estudantes que você salvou...
O que tem elas?
Como elas estavam, quando você as deixou?
A que estava desmaiada, estava voltando a si, pouco antes de eu partir. Mas, não sei se o ferimento era sério. Sequer cheguei a olhar a cara dela, para lhe dizer a verdade.
Sim, você já contou! Ela estava caída, com a cara no chão, e, você não chegou a olhar o seu rosto. Nem mesmo quando a colega dela a carregou para longe da briga.
Isso mesmo! Não podia deixar de manter alerta, com aqueles "animais" me cercando... Bando de desgraçados!!!
E a outra garota?
Jimmy fez um breve silêncio.
Sua mente se recordou do primeiro momento, quando ele trocou olhares com a estudante de cabelos curtos, pela primeira vez. Seu rosto e sua voz estavam ainda bem claros em sua mente.
Assim como a sensação de encantamento e admiração que experimentou naquele breve instante. E, também, a sensação estranha e misteriosa de já ter conhecido essa bela moça...
Issac olhou o amigo com estranheza, devido a demora da resposta e perguntou-lhe novamente.
Jimmy! Você não respondeu a minha pergunta.
O que? Oh, desculpe-me, Issac! Eu me distrai relembrando o que aconteceu...
A garota foi golpeada na face pelo líder desses calhordas. O maldito deixou-a com uma marca roxa no queixo e, sangrando um pouco, no canto da boca, aquele desgraçado!
E, mesmo assim, apesar dessa violência toda por que passou, essa garota estava mais preocupada com a segurança e o bem estar da amiga do que a de si própria. Eu podia ver isso, claramente, nos olhos dela e na maneira como ela falava, quando ela arriscou sua própria segurança para tentar salvar a mim e a amiga, daqueles vermes! Ela enfrentou aqueles canalhas para me salvar só com uma caneta! Uma caneta!! Pode imaginar uma coisa dessas?!? Ela se arriscou muito, tentando salvar a mim e a amiga.
Ela arriscou sua própria dignidade, sua própria segurança fisica, sua própria vida... para me salvar, Issac! Isso nunca vou esquecer! Nunca! – disse ele num tom calmo, que não escondia uma admiração, mas também, uma certa melancolia.
Issac arregalou os olhos de surpresa. Podia perceber claramente o que estava acontecendo e, cuidadosamente, perguntou:
Como era ela?
Uma moça de cabelos curtos. Devia ter uns 16 anos no maxímo! Tinha uma voz agradável e... cativante! Mesmo quando estava desesperada, pedindo-me para fugir e não enfrentar aqueles vermes. Achando que não conseguiria dar conta desses bando de miseráveis e nojentos.
Ela estava muito mais preocupada com minha segurança e da amiga, do que com a dela própria. Pode acreditar numa coisa dessas?
Mas, eu vi nos seus olhos, bem no fundo deles, o quanto era sincera a sua preocupação, sua aflição por mim e... – Jimmy fez um breve silêncio.
E? – perguntou Issac, aguardando a resposta. Via como era difícil para Jimmy responder-lhe. Como se algo estivesse preso em seu coração tentando, finalmente, subir a tona.
Jimmy cerrou os dentes de raiva e socou a mesa!
DROGA!! A garota me viu perder o controle, Issac! Eu! Um ninja do clã do CISNE DA LUA! Eu teria matado aquele miserável que a espancou, se ela não tivesse me detido, me chamado de novo a razão... Maldição!! Não queria que ela me visse daquela maneira... Agindo como se fosse uma fera descontrolada. Não queria.
Houve um breve silêncio e Issac ficou fitando o rosto do seu amigo de maneira calma. Então lhe disse:
Puxa vida! Essa garota te deixou mesmo encantado, não foi?
Jimmy olhou sobressaltado para o amigo e afastou esta insinuação absurda, com irritação:
Não diga bobagens! Tenho coisas muito mais importantes para me preocupar, do que ficar reparando em garotas. Não estou aqui para perder o meu tempo com futilidades. E, muito menos, ouvir suas insinuações idiotas.
Agarrou os embrulhos das compras, com visível irritação e dirigiu-se a cozinha, tentando abruptamente, por um fim na conversa:
Com licença, Issac! Vou guardar as compras e preparar o nosso almoço...
Só mais uma perguntinha, meu caro ninja! –disse Issac com um tom malicioso na voz.
Jimmy virou-se e fitou-o com um olhar irritado:
O que é agora?
Essa garota... era bonita?
Os dois se olhavam, como se estivessem medindo o grau de sinceridade nas palavras de um e de outro. Jimmy demorou alguns minutos para responder e quando, finalmente, abriu a boca disse, secamente:
É! Ela não era feia... – E em seguida deu as costas para o amigo e entrou na cozinha, sem falar mais nada.
Nem precisava. Issac compreendeu perfeitamente o que acontecera e sorriu para si mesmo dizendo:
Meu bom Deus! Nunca imaginei que iria, algum dia, testemunhar isso. Mas aconteceu, finalmente: Jimmy conheceu uma garota que o deixou realmente "balançado".
E esse babaca teve a coragem de sumir de cena sem antes perguntar o nome dessa "gatinha". Ou onde ela morava. E agora, nunca mais irá vê-la, nessa cidade tão cheia de gente como é Tokyo.
Mas, que ninja mais idiota! Ai! Ai! – Lamentou-se pelo amigo.
CENA 14:
Nas escadas da Mansão de Rumiko. Próximo a sala de estar.
Em silêncio, Rumiko e sua "misteriosa visitante", ouviram o relato de Jimmy para Issac em silêncio. Nenhum dos dois perceberam a presença delas, como Rumiko planejou.
Então, quando Jimmy dirigiu-se irritado para a cozinha, a velha senhora olhou para o lado e disse, num sussurro quase inaudível:
Meu neto já resolveu esse "problema inesperado", como eu lhe garanti. Agora precisamos preparar tudo para essa noite...
Sim! Partirei imediatamente! – disse a "mulher misteriosa".
Lembre-se! Tudo deverá sair conforme foi "profetizado". Caso contrário...
Fique tranqüila! Só entrarei em ação, no momento planejado. Prometo!
Nos duas sabemos o quanto esta em jogo. Não falhe!
Não falharei! – conclui a misteriosa mulher, que simplesmente, desaparece, como por encanto.
Rumiko fica em silêncio na escada. Imaginando o quanto os eventos, que estavam prestes a desenrolar-se, naquela noite, mudariam drasticamente, a vida de seu neto e, "daquelas outras pessoas" para sempre.
CENA 15:
Colégio Juuban High School. Duas horas depois.
Todos os alunos do colégio haviam saído há mais de três horas, e como era de costume do professor SEICHI HIGARA, estava conferindo, mais uma vez, as provas que acabara de corrigir, meticulosamente.
Ele lecionava como professor de historia geral e sociologia no Juuban High School há mais de cinco anos e, para ele, seu trabalho era um verdadeiro sacerdócio. Vivia para a escola e seus alunos, somente. E, por isso, já mais pensou em se casar. Gostava de sua vida solitária e metódica. Era feliz, assim, costumava dizer a seus colegas professores e até mesmo para sua mãe, uma senhora muito idosa, que vivia num asilo em Nagasaki. Sua única parente viva.
Enfim, o professor Higara tinha todas as qualificações necessárias, que o tornavam um "alvo perfeito" para Malachite.
Assim que terminou seus afazeres , Higara saiu do colégio no horário de sempre. As ruas estavam vazias e ele caminhou como sempre fazia para o ponto de ônibus, há três quadras de distância.
Nunca chegaria a seu destino!
Na metade do caminho, uma carro preto freou, abruptamente, a seu lado, (ainda com o motor ligado) e dois pistoleiros da Yakuza, saltaram do veículo e o renderam, ali mesmo na calçada.
Confuso e assustado, Higara, foi jogado à força para dentro do banco de passageiros do carro, onde acabou se sentando ao lado de um outro homem, que o aguardava calmamente:
Boa tarde! – disse Malachite calmamente e sorrindo para o professor apavorado.
Quem... Quem são vocês? O que querem comigo? – perguntou o professor em pânico.
Malachite sorriu, enquanto, os dois mafiosos, voltavam a entrar no carro:
Eles? Não são importantes para que você se preocupe em querer saber... – respondeu-lhe calmamente, enquanto tirava uma de suas luvas de seda da mão. – Mas, quanto a mim...
Quem é você? – gritou histérico.
Bem, podemos dizer assim, que eu sou aquele que irá "substituí-lo"...permanentemente! He! He! He!
Foi a última coisa que Higara ouviria com vida.
Antes que pudesse dizer ou fazer alguma coisa, Malachite agarrou seu pescoço com a mão descoberta e "drenou sua energia vital" até não restar vida no corpo do professor.
Higara gritou, enquanto era barbaramente morto. Mas seus gritos foram abafados pelo barulho do carro partindo em disparada pelas ruas de Tokyo.
Fim do Capítulo 6
