SHADOWMOON - Capitulo 7: A Renascença do Negaverso
CENA 1:
Na lanchonete de Andrew ("THE CROWN"), uma hora depois.
Beba um pouco desse chá, Amy! Vai te fazer bem. – disse Serena, com carinho, esboçando um sorriso afetuoso para a amiga.
Amy olhou para ela com um olhar vago e triste, depois mirou para a pequena xícara quente, entre suas mãos, colocada sobre a mesa. Observou o objeto, soltando uma fina fumaça de vapor quente, por alguns instantes, mas, não o tocou. Em seguida, voltou seus olhos tristes para a janela ao seu lado, olhando para rua e, novamente, ficou perdida em seus próprios pensamentos.
Serena virou-se para suas amigas e Darrien, esboçando uma angustiante preocupação na face.
Todos estavam sentados numa mesma mesa: Rei, Mina, Lita, Rini, Hotaru, Michiru, Haruka e Darrien.
Ártemis e Lua estavam, cada um, deitados no colo, respectivamente, de Mina e Serena.
E todos, sem exceção, estavam preocupados com o estado psicológico de Amy.
A menina não falara nada desde que saíram da rua onde se travou o violento combate entre os "JOKERS" e o tal "misterioso rapaz", que ela mencionara. Darrien achou melhor partirem do local antes da chegada da policia, para evitarem perguntas e olhares curiosos.
Mina tinha uma camisa escolar sobressalente em sua mochila e ofereceu a Amy em substituição a que fora rasgada pela faca de Nomura. Ela trocou em silêncio a camisa na toilet da lanchonete e agradeceu a amiga num polido gesto com a cabeça. Mas, só!
Depois, sentaram-se a mesa da lanchonete, onde Amy ficava mirando a janela com um olhar triste e perdido. Sem falar nada. Estava visivelmente deprimida e suas amigas não sabiam o que fazer para reanima-la:
Deus! Ela está realmente mal! Nunca vi Amy tão deprimida assim... – disse Mina para as amigas.
Nem eu! Coitada! Ela passou por uns maus bocados na mão daqueles marginais. – observou Darrien.
Animais! – Vociferou Rei furiosa e indignada. – Aqueles motoqueiros desgraçados. Ah! Se eu estivesse lá na hora...
Calma, garota! – ponderou Haruka - Fica fria! Aqueles canalhas nunca mais vão atacar ninguém. Eles tiveram o que mereciam. Seja lá quem for, o tal "rapaz", que Amy mencionou, bateu na gangue para valer. Duvido que alguns deles, sequer, voltem a andar direito e muito menos dirigir uma moto.
É difícil acreditar que apenas uma pessoa pode enfrentar aquele bando sozinho. Ele deve ser um exímio "lutador de rua". Tão bom como Amy havia nos dito, quando a encontramos, junto com Serena, naquela rua. – concluiu Michiru pensativa.
Ele era! Muito mais do que vocês possam imaginar... – balbuciou Amy, para a surpresa de suas amigas.
Amy! – disse Serena surpresa com a súbita reação de sua amiga, que se virou para ela com um olhar triste e deprimido.
Ele... Ele... Apareceu na hora certa! Salvou nós duas... Eu .. Serena... Salvou-nos...daquelas pessoas horríveis... Aqueles motoqueiros... – as palavras engasgaram na garganta de Amy. Estava emocionada demais e fazia força para não começar a chorar, levando as duas mãos ao rosto.
Amy! Por favor! Não chore! Sei o que aconteceu foi horrível para você! Mas, acalme-se! Não precisa falar nada senão quiser. A gente entende se...
Não, Serena! Eu estou bem! Sério! Deixe-me desabafar. Contar o que, exatamente aconteceu. Todos vocês tem o direito de saber o que se passou naquele lugar. Principalmente, você, Serena, que também correu perigo nas mãos daqueles marginais, assim como eu.
Deixem-me contar-lhes tudo...
Então, Amy começou a relatar, em detalhes, o que havia acontecido naquela rua sem saída. Contou como ela e Serena, ao saírem do colégio, foram, inesperadamente, cercadas e atacadas pela gangue dos JOKERS. Da inútil tentativa de escaparem e, também, como Serena fora nocauteada, por um dos motoqueiros, após golpe traiçoeiro, na cabeça.
O sangue de Darrien ferveu de ódio nesse ponto do relato, e, em seu íntimo, amaldiçoou-se, por não ter estafo, lá na hora, para proteger a sua amada.
Amy, em seguida, contou como ela mesma acabou perdendo sua caneta de transformação durante a luta e caindo prisioneira nas mãos de seus captores, impossibilitada de se transformar em SAILOR MERCURY.
Hotaru e Rini mostraram medo e horror em suas faces, quando Amy relatou como o líder cortou sua camisa de colegial e suas intenções obscenas. Já Rei enojada, socou a mesa furiosa, com um desejo ardente de vingança tomar-lhe a mente.
Então, finalmente, Amy chegou ao ponto da sua narrativa onde o misterioso rapaz aparecera em seu socorro e de Serena.
Ele surgiu de repente, na entrada da rua... Ordenando que os motoqueiros nos soltassem... num tom de ameaça...
Caramba! Ele "peitou" o bando todo? Assim, sozinho? – perguntou Serena, levando a mão ao rosto , boquiaberta e incrédula com o que Amy contava.
Amy respondeu, acenando a cabeça afirmativamente, olhando ainda com olhar triste para a janela.
Taí um sujeito que merece o meu respeito! – observou Haruka. – Que encara os perigo e os desafios "de peito aberto"...
Mas, não deixa de ter sido um gesto arriscado. O rapaz estava sozinho contra vinte motoqueiros... – lembrou Lua.
...Mesmo assim, ele não se intimidou com isso. E muito menos pelo fato deles estarem armados. – cortou, secamente, Amy, o raciocínio da gata preta, e concluiu: - Não havia medo em seus olhos: Somente um brilho estranho neles... Um brilho de fúria, enquanto encarava os motoqueiros. Um ódio incontrolável que parecia que ia explodir dentro dele...
Desculpem, pessoal! Não sei explicar melhor. Jamais tinha visto algo assim antes em toda a minha vida.
"O brilho do guerreiro"! – exclamou Haruka, esboçando um leve sorriso. – Sim, já vi uma pessoa com esse mesmo brilho no olhar...
Refere-se aquele sujeito que conhecemos, tempos atrás? – perguntou Michiro .
Sim! Ele mesmo! E se esse "rapaz" que Amy fala tinha esse mesmo olhar, sem dúvida alguma era um lutador excepcional... Do mais alto nível.
Como é que é? – perguntou Serena com cara confusa.
O "brilho do guerreiro" é um brilho que surge no olhar de um lutador prestes a entrar em combate. Mas, não um guerreiro qualquer: Mas, sim, de alguém dotado de extrema habilidade em artes marciais, acostumado a lutas e batalhas corpo a corpo. – explicou Haruka.
É! Agora tudo faz sentido. – concordou Michiro. – Esses canalhas toparam com o sujeito errado... para o azar deles.
Já não resta mais dúvida alguma: esse rapaz era um "lutador de rua". – concluiu Haruka. – E um dos bons...
Ele não teve medo! Não teve medo! – balbuciou Amy, melancolicamente, fazendo com que, as atenções de todos, voltassem, novamente, para ela. - Ele foi cercado! Foi espancado! Quase baleado e esfaqueado... Mas, mesmo assim, não teve medo! Em nenhum momento, ele se apavorou. Nenhum! Só estava preocupado em nos proteger a mim e a Serena... Mas, a fúria, que ardia em seus olhos... Que ardia dentro dele... Oh, meu Deus! Quanta violência!
Então, finalmente, Amy voltou a relatar todos os acontecimentos que se sucederam após o aparecimento do misterioso rapaz.
Contou como seu "salvador" interferiu no ataque dos JOKERS, e veio ao socorro dela e de Serena, ignorando por completo as advertências e ameaças dos seus inimigos, como se não ligasse a mínima para elas ou, simplesmente, as desprezasse. E de, como, ele caminhou firme e decididamente, em sua direção, para socorre-la., passando por alguns motoqueiros, sem se preocupar com a própria segurança.
Relatou também, o primeiro enfrentamento do rapaz com Togo, que tentara lhe barrar o caminho com violência. E como o gigante foi golpeado poderosamente e jogado contra a parede de tijolos daquela rua, para o espanto dela e dos demais motoqueiros.
Darrien arregalou os olhos com os detalhes, quando Amy contou como o rapaz, aproveitando a distração momentânea de seus inimigos, libertou Amy, que estava aprisionada e fez com que ela e Serena se abrigassem atrás de um poste, longe do que instantes se tornaria um "campo de batalha". Apertou as mãos de Serena com firmeza, compreendendo, mais claramente o perigo que ela também havia passado, mesmo estando desfalecida. E como estava em débito de gratidão com o tal "Rapaz", fosse ele quem fosse.
Essa sensação, num misto de terror e espanto, foi compartilhado por todos sentados a mesa, quando Amy relatou detalhes do combate violento e selvagem que se sucedeu em seguida: O primeiro ataque dos Jokers e como foi, rapidamente, rechaçado pelo "jovem misterioso". A luta do rapaz com Shiguero e suas correntes cortantes. E, como derrotara o mestre das correntes de forma espetacular.
Rei ficou de boca aberta, assim como Lita e Mina, quando Amy relatou como seu "misterioso salvador" pegou as correntes de Shiguero e desarmou alguns motoqueiros armados de pistolas, que tentaram baleá-lo, traiçoeiramente..
Amy contou como, desesperadamente, saíra do seu abrigo para tentar avisa-lo do perigo. E como o rapaz a repreendeu por isso, na mesma hora, furioso. Contou também, que como o seu gesto inadvertido, acidentalmente, o distraiu, fazendo-o ser pego de surpresa por trás, e imobilizado por seu primeiro oponente: Togo.
Amy levou a mão ao rosto,enquanto que lagrimas começaram a escorrer-lhe pela face. Foi nesse momento, que ela contou como Nomura espancou, brutal e covardemente o rapaz, do terrível dilema que ela teve de enfrentar em se transformar ou não em Sailor Mercury e, com isso, sacrificar a sua identidade secreta, para tentar salva-lo, assim que recuperou sua "caneta de transformação". E, como ficou sem ação ao ver Nomura encostar-lhe a lâmina afiada do canivete em sua garganta.
Mesmo assim, o rapaz, recordava-se, só se preocupava com a sua segurança e de Serena. Gritou furioso para que ela voltasse para junto de sua amiga e não se preocupasse com ele. Mesmo estando sendo espancado e depois, ameaçado com uma lâmina afiada na garganta.
Serena não se conteve e começou a chorar, também, quando Amy relatou como se "ofereceu" a si própria, como pôs sua própria segurança física a mercê de Nomura em troca pela vida do rapaz e da segurança de Serena.
As duas se abraçaram, com emoção, e por alguns instantes, choraram juntas.
A cena emocionaram a todos, principalmente, LUA, Rini e Hotaru, que também, choraram. Rei, Lita e Mina, também, não conseguiram segurar as lagrimas. Já Haruka, Michiriu e Darrien, baixaram a cabeça pesarosamente.
Instantes depois, Amy se recobrou e continuou o seu relato.
Contou como, já resignada de seu triste destino nas mãos imundas de Nomura, viu o "misterioso rapaz", inesperadamente, contra-atacar Nomura e libertar-se das garras de Togo, de forma poderosa e surpreendente. E de como ele, gentilmente, a ajudou a levantar-se do chão e a pedir-lhe que, novamente, abrigar-se junto com Serena, no abrigo, atrás do poste da rua.
As palavras carinhosa que ele proferiu para ela, de agradecimento e elogiando sua coragem, quando retornou para perto da amiga, ainda ecoavam em sua memória, como uma espécie de suave melodia. Mas, esse detalhe, ela não contou a suas amigas durante o relato. Preferiu manter isso em segredo para si mesma, como uma "lembrança valiosa e particular".
Depois, disso, Amy relatou, detalhadamente, o violento e intenso combate final que se seguiu, quando o jovem usando-se de uma incrível habilidade em artes marciais e técnicas de luta, literalmente, "massacrou" o bando inteiro dos Jokers. E como os motoqueiros restantes no final da luta, mesmo atacando-o com suas motos, não foram páreos para ele.
Finalmente, Amy encerrou o seu relato, narrando como o rapaz começou a espancar impiedosamente Nomura, tomado por uma fúria e ódio incontrolável, e como quase matou o motoqueiro a pancadas. E, como em desespero, ela interveio naquele espancamento e com seus apelos aflitos, impediu o "misterioso rapaz" de cometer assassinato.
...E o resto da historia, creio que vocês já sabem. – Conclui Amy, pondo fim a seu relato. – Me afastei dele, por um momento, quando Serena começou a recobrar a consciência, e ele, simplesmente sumiu, momentos antes de vocês chegarem.
Não entendo! Por que esse rapaz sumiu, de repente? – ponderou Lita.
Isso é muito estranho mesmo. – concordou Darrien.
Nem tanto! – observou Haruka, enquanto sorvia, calmamente, uma xícara de café e, depois a colocava, sobre a mesa. – Se esse rapaz, como eu suspeito, for realmente um lutador de rua, provavelmente, já deve ter alguma "passagem pela polícia".
Você está insinuando que este rapaz corajoso, que salvou Amy e Serena, com o risco de sua própria vida, seja algum tipo de marginal? Mas, isso é um grande absurdo!!! – explodiu Rei furiosa ,com aquela insinuação maldosa sobre alguém, que ela considerava um grande herói, por ter, salvo suas duas, mais caras, amigas.
Não se iluda com esta história que Amy acabou de contar, garota. Tudo bem! Não tiro o mérito, do sujeito, ter aparecido na "hora H" e salvado as duas. Mas, acredite quando falo que o tal cara deve ter alguma ficha policial com "arruaceiro ou responsável por agressão", em algumas delegacias da cidade. Pode apostar!
Isso é muito comum, entre os "lutadores de rua"....
Não entendi? – exclamou Serena. – O que isso tem haver com o fato dele ter sumido, depois da luta?
Pense um pouco, "Cabeça de Lua"! Se você fosse uma pessoa com "fichada", a última coisa que você gostaria era de ser pego, outra vez, pela policia, em flagrante, metido em mais uma briga de rua. Isso significaria uma "passagem grátis" direto para a cadeia ou para algum reformatório juvenil.
Obviamente, o tal rapaz ouviu a nossa aproximação e pensou que fossemos policiais. Mais do que naturalmente, ele deu no pé para não correr o risco de ser preso, junto com a "corja" que ele "massacrou"...
Isso não é verdade! Ele não é nenhum marginal! Não é!! – gritou Amy, furiosa com aquela insinuação injusta, ao mesmo tempo, que esmurrava a mesa e, ficava de pé, num sobressalto.
Todos se assustaram com a súbita explosão da moça e a olhavam-na, espantados, por sua inesperada reação. Não era comum Amy ser dada a acessos de raiva como aquele. Tal reação, apenas servia para mostrar a Serena e os demais o quanto sua amiga ficara abalada com tudo que aconteceu.
Até mesmo Haruka, olhou os olhos furiosos de Amy com certo receio, enquanto a garota se colocava a falar.
Esse rapaz não é nenhum bandido! – disse ela com uma estranha segurança.
E, como é que você pode ter tanta certeza disso? – retrucou Haruka, secamente.
Eu... Eu...
Isso mesmo, Amy! Como pode ter certeza disso? Por acaso você já conhecia este rapaz? Já o tinha visto antes? – perguntou Michiru.
Não! Eu... Eu... Nunca o vi antes... mas, sei que ele não é nenhum bandido ou delinquente. – Continuou Amy firme em sua posição.
Mas, Amy, como você pode afirmar uma coisa dessas sobre uma pessoa que nunca tinha visto antes, até esta tarde. – Perguntou Lita.
É meio complicado de explicar...
Tente, Amy! Você foi tão incisiva em defesa desse "rapaz", que, provavelmente, tem uma forte razão em acreditar em sua boa índole. – Pediu Serena, sorrindo amavelmente para a amiga. – Seja o que for, tenho certeza, que é uma boa razão.
Isso mesmo, Amy! Conte para a gente! Por favor! – pediu Rei, contundente.
Amy hesitou um pouco, tentando ordenar as idéias para apresentar os seus argumentos. Pensou com calma e respirou fundo.
Em seguida disse:
O que eu vou dizer agora, pode parecer algo um tanto estranho para vocês. Até mesmo parecer uma grande tolice, mas... mas...
Vamos, Amy! Fale – pediu Rini, ansiosa.
Quando eu estava presa. Imobilizada pelos dois motoqueiros e ele, apareceu, de surpresa, atacando-os por trás, eu caí no chão, de joelhos...
Ah, isso nos já sabemos, garota! – Disse Haruka, impacientemente. – O cara botou os dois a nocaute e ainda, de quebra, jogou-os para cima daquele desgraçado...
E, depois, como você mesma nos contou, ele se ajoelhou por de trás de você e perguntou se estava bem. Não foi isso? – completou Mina.
Sim, é verdade! E, foi nesse instante que vi o seu rosto claramente, pela primeira vez. E, também, foi neste momento que eu tive uma estranha sensação...
Estranha sensação? – perguntou Rei.
Sim, Rei. Talvez, de todos que estejam na mesa, você tenha uma melhor compreensão do que eu vou falar: Não sei como, nem por que, mas, eu tive uma forte sensação de que eu já o conhecia de algum lugar. E que, dentro de mim, algo me dizia que podia confiar totalmente minha segurança e de Serena a ele. Pois ele era um rapaz honrado...
Entendo! Foi como se você tivesse uma forte intuição!
Sim, Rei! Só que algo mais forte que isso e mais profundo que isso... Alguma coisa mais... mais...
Espiritual? – disse Rei com serenidade, entendendo perfeitamente, o que sua amiga tentava dizer-lhe.
Eu sei! Eu sei! Soa meio estranho dizer isso, ainda mais uma pessoa "racional" como eu. Mas, é que não encontro outra maneira de explicar-lhes o que senti ao encara-lo, olho no olho.
Mas, sabem o que foi mais estranho?
O que, Amy? – perguntou Lua.
É que, por um breve instante, pareceu-me que ele teve a mesma sensação de "Deja vu" que eu.
Por que acha isso? – perguntou Serena.
Os seus olhos! De repente, eles deixaram de me olhar com aquele brilho de fúria e o seu rosto...
Sim! Sim! Sim! – diziam, em coro, Serena e Mina, ansiosas pelo rumo daquela conversa.
Ficou diferente! Menos tenso, mais tranqüilos, olhando fixamente para os meus. Pareceu-me que ele ficou mesmo surpreso ao me ver tão de perto. Até mesmo a sua voz ficou mais calma e... – Amy subitamente parou de falar.
Levou seus dedos ao queixo e, ficou pensativa, como se tivesse relembrado algo importante.
O que foi, Amy? Por que você parou de falar, assim, de repente? – perguntou Serena.
A voz dele... A voz desse rapaz...
O que tem a voz dele?
É que só agora percebi algo, que não notei naquele momento.
O que? Ele era gago?
SERENA!!! – Gritaram furiosos, todos na mesa, com exceção de Amy, num tom de censura a tolice que fora aquela pergunta.
Pôxa, pessoal! Foi só uma suposição!
Amy esboçou um leve sorriso.
A pergunta tola de Serena, acidentalmente, animou-a novamente. E com um sorriso tímido, mas amigável disse:
Não, Serena! Ele não era gago! Ele tinha uma voz perfeita! Só que, somente agora, me recordando das palavras que ele disse para mim, naquele momento... E dos gritos desafiadores que ele lançou durante a luta...
Sim! Sim! Sim!! – perguntavam, novamente, ansiosas, Serena e Mina.
... Percebo agora, que ele tinha um sotaque estranho na sua voz.
Sotaque? – perguntou Michiru.
Sim! Um sotaque de alguém que não era de Tokyo...
É, mesmo? E só agora é que lembrou desse detalhe? Bom, acha que dá para identificar de que região era? Kyoto? Okinawa? – perguntou Darrien.
Não sei! Era um sotaque diferente... Falava algumas palavras com um som parecido com o "R" das aulas de inglês do colégio.
Um estrangeiro! – exclamou Lua.
Pode ser um dekassegui! Um trabalhador estrangeiro. Isso poderia abrir uma outra hipótese para explicar o súbito sumiço do rapaz. – Observou Ártemis.
Sei onde quer chegar, Ártemis! E acho que concordo com você! – acenou afirmativamente Darrien, em sinal de concordância.
Do que estão falando? – perguntou Haruka, secamente.
O sujeito que salvou Amy e Serena pode ser um trabalhador estrangeiro. Um dekasségui. – Explicou Ártemis. - Alguém que veio de outro país para trabalhar em uma das milhares de industrias e fabricas do Japão.
Como hoje é sábado, alguma dessas fabricas, dão folgas a seus funcionários. Ele deve ter aproveitado, para vir a Tokyo fazer compras ou visitar alguns amigos...
... E deve ter passado, por acaso, pela rua onde Amy e Serena estavam sendo atacadas e resolveu socorre-las, na mesma hora! Sim! Agora tudo faz sentido! – concordou Darrien.
É mesmo, "gênios"?! – ironizou Haruka, não agradando aquele raciocínio. – Então. Só me digam uma coisa: Se ele era um trabalhador estrangeiro, por que fugiu antes de aparecermos?
Simples. – observou Darrien. – As leis japonesas que regem a entrada de mão-de-obra estrangeira, em nosso país, são extremamente rígidas. Um trabalhador estrangeiro que fosse pego, envolvido numa briga como essa, seria sumariamente demitido do emprego e, talvez, até mesmo, preso e, em seguida, expulso do país, dependendo da gravidade do caso.
Pode ser... – balbuciou Amy para si mesma.
Tolices! – contestou Haruka. – O sujeito é, de fato, um "lutador de ruas". Já disse isso antes e volto a repetir. O tal rapaz é um lutador nato e, se ele é ou não um trabalhador estrangeiro, isso pouco importa. Acreditem-me: não é qualquer pessoa que tem esse brilho no olhar que Amy nos descreveu... Ah! Isso eu posso garantir. E ninguém vai me tirar da cabeça que esse sujeito já não tem alguma ficha na polícia. E pouco me importa qual foi a intuição que Amy teve desse rapaz, na hora. Essa coisa toda, para mim, não passa de "balela sentimental" ou "bobagens supersticiosas"...
Escute aqui, sua "sabichona"! Morda a língua antes de falar sobre coisas que não conhece, ouviu bem!? – advertiu Rei furiosa. – Essa sensação, essa intuição que Amy sentiu pelo rapaz foi real. E deve ser respeitada e levada bem a sério!
Oh, que medo! A "rainha do vudú" deu o ar de sua graça, mais uma vez. Agora vai nos fazer crer em seus mântras e bruxarias em frente de fogueiras.
Ora garota! Vê se cresce! Se eu quiser tirar a sorte, não se preocupe que vou ao templo do "tarado" de seu avô para comprar um daqueles seus amuletos inúteis e mal feitos. – alfinetou Haruka, grosseiramente.
Sua desaforada! Vou te mostrar a ter mais respeito com os meus conhecimentos espirituais e a tradição religiosa de minha família sua cretina! – gritou Rei furiosa, pulando da cadeira, e partindo para cima de Haruka.
As duas moças avançaram, furiosamente, uma sobre a outra. E só não se engalfinharam, lá mesmo, na lanchonete, porque foram agarradas pelas demais, que tentavam acalma-las e faze-las se comportarem para não dar vexame em público.
Até, mesmo Amy pediu para as duas se controlarem para não brigarem por causa de uma discussão sem sentidos.
Mas, foi uma única frase. Uma simples e inocente pergunta feita por Hotaru, que fez com que aquela confusão terminasse, subitamente:
Ele era bonito, Amy?
Surpreso e aturdidos com aquela inesperada pergunta, todos olhassem para ela, com visível surpresa.
Hotaru fora a única pessoa sentada a mesa, que mantivera-se em silêncio durante todo o relato de Amy sobre o ataque dos Jokers, e da discussão que se seguiu sobre quem era o misterioso rapaz que havia as salvo dos marginais.
Enquanto os outros falavam, Hotaru procurava imaginar como seria esse rapaz fisicamente e, quando, por fim, tomou coragem, fez a sua pergunta na mais inocente das intenções. Sem nenhuma maldade.
A pobre menina ficou intimidada, quando todos a olharam fixamente, com um misto de surpresa e espanto. E, por alguns segundos, sentiu-se arrependida por ter feito aquela pergunta, temendo ter cometido uma indiscrição.
Mas, logo em seguida, os olhares de todos se viraram para Amy, quase ao mesmo tempo. Apesar de ninguém falar nada, todos aguardavam alguma tipo de resposta por parte da menina de cabelos curtos.
Hotaru começou a se sentir muito mal por ter feito aquela pergunta, que agora achava ter sido, terrivelmente, indiscreta.
Jamais poderia imaginar que sua simples pergunta poderia precipitar aquela reação. Principalmente em Amy, que a olhava para a menina, meio que boquiaberta, parecendo como se tivesse ficado atordoada e perplexa com aquela pergunta.
Hotaru mal podia imaginar se quer o quanto sua pergunta causou grande comoção no coração de Amy.
Ela olhava para Hotaru fixamente, enquanto sentia um turbilhão de emoções invadir-lhe sua mente e seu coração, fazendo-a, relembrar nitidamente, dois momentos em particular: Quando "misterioso rapaz" a salvara dos dois capangas de Nomura e olharam-se, fixamente, uma para o outro, e quando ele lhe entregou sua "caneta da transformação", após, ela ter se arriscado por ele.
"Obrigado por tentar me ajudar! Você é uma garota admirável!", disse-lhe ele naquele momento. Aquela frase não para de ecoar em sua mente, nem mesmo a imagem do rosto dele. Uma face dura, mas ao mesmo tempo, singela e carinhosa. Uma face de um homem....belo e fascinante.
Sim! Amy não podia esconder aquela verdade para si mesma. E fora Hotaru, que inocentemente, com aquela simples pergunta, que fizeram Amy confrontar aquela dura verdade que sua mente racional tentara até então, ignorar para si mesma.
Uma verdade que, agora fazia o coração de Amy dispara, suas mãos suarem e aquela mesma onda de calor, que sentira antes, novamente, varrer-lhe todo o seu corpo.
Agora Amy podia compreender, finalmente, o que estava sentindo. Um sentimento forte e avassalador como nunca tinha experimentado em toda sua vida. Um sentimento de ternura e fascinação por aquele rapaz, que surgira inesperadamente, em sua vida, para socorre-la, e, que agora tinha partido, para, talvez, nunca mais se encontrarem. Nunca mais!
Amy pensou em tudo aquilo e de como o destino fora tão injusto para ambos. Sem lhe darem chance de se despedirem. E, principalmente, poderem se encontrar de novo!
Era por isso, que Amy acabou não conseguindo responder a Hotaru: Olhou para a menina com um olhar triste, enquanto, suas lágrimas voltaram a escorrer de sua face. Por fim, Amy levou as mãos ao rosto e caiu aos prantos.
Amy! Por favor! Me desculpe! Eu não tive a intenção de lhe deixar mais triste. De lhe fazer chorar. Perdão! – implorou Hotaru arrependida pela pergunta que fizera e que levara Amy a chorar.
Não é isso, Hotaru! Não é isso! – disse Amy em meio a lágrimas e soluços. – Ele... Ele... Ele foi embora. Sem ao menos se despedir de mim. De me dar uma chance de lhe agradecer por ter me salvado e a Serena, também! Eu queria poder dizer-lhe tantas coisa... Tantas coisas....
Mas, agora ele se foi para sempre! E eu nunca mais terei a chance de lhe dizer como sou grata por ele ter nos salvado. E, muito menos... de saber o seu nome. Nunca mais! Nunca!
E Amy chorou! E continuou chorando de amargura e tristeza durante todo o resto daquela tarde, sendo consolada, carinhosamente, por Serena, que entendia perfeitamente, aquele sentimento. E que, também, estava grata por ter sido salva pelo rapaz.
Então, ambas choraram de tristeza, juntas! E nada mais foi dito naquela mesa de lanchonete.
CENA 2:
Hospital Geral de Tokyo. Naquele Exato Momento.
As portas automáticas da entrada do Hospital se abriram e Sayaka entrou, em disparada, para dentro do hospital.
Chegou a recepção do hospital e, furiosamente, perguntou onde estavam internados os motoqueiros que a policia havia trazido para lá. A enfermeira de plantão ficou assustada com aquela pergunta grosseira e, socando o balcão de recepção, Sayaka fez, mais uma vez, a mesma pergunta.
Intimidada e com medo de possíveis conseqüências, a enfermeira lhe deu a informação que precisava. E Sayaka, rumou direto para os elevadores do hospital, empurrando grosseiramente, qualquer pessoa que estivesse em seu caminho.
Chegando aos elevadores, apertou o botão que levaria ao 3º andar, onde ficava a UTI e a área de tratamento de pessoas acidentadas. Dois enfermeiros estavam prestes a entrar no mesmo elevador que ela, levando um paciente na maca, mas foram impedidos de entrar por causa da garota, que, aos gritos furiosos, disse:
Peguem outro elevador, seus idiotas! Não quero nenhum moribundo sujo e cheio de germes perto de mim!
Em seguida as portas do elevador se fecharam e ela começou a subir.
Enquanto estava se dirigindo ao andar indicado, a mente de Sayaka começou a recapitular os acontecimentos de meia hora atrás.
Ela estava em seu quarto, em sua mansão nos arredores de Ginza, olhando sem muito interesse para a televisão, que passava programas de J-Pop, e consultando seu relógio de pulso, quase a todo instante.
Na última vez, que olhou para ele, os números digitais marcavam duas e quinze da tarde. E, por esse horário, ela sabia que Nomura e seus rapazes já teriam terminado todo o "serviço" que ela lhes incumbira de fazer.
Um sorriso cruel brotou em seu rosto.
A qualquer momento, Nomura, conforme o combinado, iria lhe telefonar para confirmar que sua vingança particular havia sido cumprida a risca. E, é claro, mal podia agüentar de ansiedade e curiosidade para saber de todos os detalhes, especialmente os mais cruéis e sórdidos, do que Nomura e seus rapazes fizeram com aquela maldita CDF.
Era uma pena que não pudessem gravar tudo em vídeo. Mas, como Nomura havia dito, não podiam deixar qualquer pista do que fizeram com essa garota que, mais tarde, pudesse cair nas mãos da policia. Ela adoraria ver a fita com as barbaridades que eles teriam submetido aquela desgraçada, metida a intelectual. Ouvi-la gritar de dor e vê-la sofrer aquelas humilhações seria algo que Sayaka assistiria em seu vídeo, varias e varias vezes, sem se "enjoar" ou ficar com tédio.
Bom, o mais importante era que Amy tivesse levado seu merecido "castigo" pela humilhação que fizera a passar no colégio.
Isso acabaria de uma vez com a pretensão daquela "subalterna" de se mostrar melhor do que ela. E, ao mesmo tempo, serviria de aviso para todos os alunos idiotas, daquele colégio miserável, a pensarem duas vezes antes de ter a audácia de afronta-la.
Sim, pensava, Sayaka. A vingança é algo "muito doce"...
O tempo estava passando e o telefone não tocava.
Nenhuma resposta de Nomura ou de algum de seus motoqueiros. E, Sayaka começou a estranhar aquela demora. Mas, quem sabe? Talvez, ainda estivessem se "divertindo" com Amy? Talvez, o suplicio daquela metida ainda não tivesse terminado. Essa era uma idéia que lhe agradava, mas, mesmo assim, gostaria de saber noticias do que estava acontecendo.
Sayaka estava quase considerando a possibilidade de ela mesma ligar para o celular de Nomura e perguntar por noticias, quando, de repente, o programa de televisão que ela assistia foi, subitamente, interrompido.
Sayaka observou surgir na tela um conhecido repórter local, com um microfone, com as siglas da emissora de TV estampadas, em punho. Ele transmitia uma reportagem de fora dos estúdios, em uma das ruas da cidade. O local lhe parecia levemente familiar...
Foi então que Sayaka sentiu como se o mundo todo desabasse em cima de sua cabeça, quando reconheceu a rua de onde o repórter estava transmitindo o noticiário: Era a rua onde, em seus planos maquiavélicos, Nomura e os Jokers teriam encurralado Amy e executado sua sórdida vingança.
Mas, o que ele estaria fazendo lá neste momento?
Antes que pudesse deduzir o que acontecera, o repórter começou o seu relato:
Boa Tarde! Sou Jiro Kaneda, da TKS Noticias! Estou numa rua sem saída, no bairro de Ebisu, onde há pouco mais de uma hora, aconteceu uma das brigas de gangues mais violentas da História de Tokyo, segundo comentários dos policiais encarregados deste caso.
A famigerada gangue de motoqueiros delinqüentes, os JOKERS, famosos pela sua reputação como arruaceiros e bandidos perigosos, entraram em confronto violento nesta rua, cujo saldo final foi os espancamento brutal e ferimentos graves em todos os vinte membros da gangue, além da destruição de quase todas as motos da gangue. – disse o jornalista, enquanto o seu "camera man" passava sua câmera por toda a rua.
Sayaka arregalou os olhos de choque e estupefação; e pulou para frente do aparelho de tv para melhor observar as imagens que via. Um verdadeiro cenário de guerra:
Carros da policia e ambulâncias estacionados na entrada da rua, policiais observando diversas motos destruídas e enfermeiros carregando os motoqueiros, gravemente feridos, em suas macas. Um deles ela reconheceu, imediatamente, como sendo Nomura. O rosto dele estava completamente irreconhecível: todo inchado e ferido. Aparentemente, estava com o nariz e o queixo quebrados, também! Se não fosse sua roupa, talvez ela nem teria percebido que era ele...
Sua reação foi a pior possível. Incrédula e chocada com o que estava vendo gritou furiosa:
Maldição! O que foi que aconteceu? O que? - gritou ela, em plenos pulmões, de ódio, sentindo sua intuição dizer-lhe, que seu plano de vingança contra Amy havia fracassado. E que aquela desgraçada havia, de alguma forma, conseguido escapar de sua armadilha cruel. Mas, como foi possível isso?
Como se respondendo a suas indagações o repórter continuou o seu relato:
... Ainda não está esclarecido para a policia o que de fato, realmente, aconteceu aqui, pois não houve nenhuma testemunha ocular, devido a rua ser, geralmente deserta, com muito pouco movimento de pedestres.
Entretanto, a policia trabalha com a hipótese de que os delinqüentes se envolveram com alguma gangue rival e acabaram levando a pior. Esta é a hipótese mais plausível, visto a gravidade com que todos os motoqueiros, sem exceções, foram espancados. Muitos com várias fraturas expostas por todo o corpo e outros com ferimentos muito mais graves., como foi o caso do líder da gangue, Nomura Irai, que esta sendo levado, com urgência, para a UTI do hospital Geral de Tokyo.
Todos os demais feridos, também, estão sendo encaminhados para esse hospital, onde ficarão sob observação médica e prestarão depoimento aos policiais encarregados desse caso, assim que suas condições de saúde melhorarem. O que poderá levar algum tempo.
Voltaremos a qualquer momento com novas informações sobre este caso! Obrigado pela atenção e continuem acompanhando nossa programação normal... CLICK!!!
Sayaka desligou, furiosamente a televisão, e em seguida saiu em disparada de sua casa em direção ao Hospital.
Ela cobraria explicações de Nomura e desses idiotas imprestáveis. Custe o que custasse ela os obrigaria a falar o que diabos acontecera naquele lugar e se haviam cumprido ou não sua "tarefa" com relação aquela CDF. Coisa, que, intuitivamente, sabia que não ocorrera. E ela arrancaria a resposta daqueles incompetentes, custe o que custasse.
Os seus pensamentos se dissiparam assim que o elevador chegou ao 3º andar do hospital.
Saiu, feito uma bala, do elevador, quase trombando de frente com um médico e começou a andar freneticamente pelo corredor a procura dos quartos onde Nomura e seus motoqueiros estavam colocados.
Não foi difícil ela descobrir os quartos em que estavam: Havia um som inconfundível de gemidos vindo nos quartos mais no final do corredor, próximo a uma outra área sinalizada como UTI.
Andou alguns metros a frente e parou diante de uma janela de vidro: do outro lado via a área de Terapia Intensiva, onde viu Nomura, deitado todo enfaixado no rosto e no corpo, com dois médicos monitorando, a todo instante, os aparelhos ligados a seu corpo. Ele estava todo entubado, com aparelhos ligados a seu corpo e monitorando-o seu estado físico, a todo o instante:
Esse teve sorte! Mais um pouco e, teria tido uma hemorragia séria no crânio, em consequência do "linchamento" que sofreu. – comentou um dos médicos para uma enfermeira de plantão, parados próximos a onde Sayaka estava.
Mas, irá levar meses para se recuperar... Coitado!
Coitado nada! Você ouviu o que aquele detetive nos contou sobre a "ficha criminal" que esse bandido tem? Esse canalha levou o que merecia! Garanto-lhe que ao sair da UTI, vai passar muito tempo andando de muletas na prisão...
É, doutor! É como dizem: Aqui se faz, aqui se paga! Não é verdade!
E esse pagou com "juros altos" todos os crimes que cometeu. Assim como esses outros dois motoqueiros dessa gangue, que estão no quarto, aí da frente. – comentou o médico, sem perceber que, acidentalmente, havia dado uma informação de onde estava outros membros dos Jokers, para a moça a seu lado.
Sayaka entrou em um dos quartos e, por sorte, encontrou dois motoqueiros que ela conhecia muito bem, deitados em duas camas de hospital, uma ao lado da outra: SHIGUERO e TOGO.
Aproximou-se de Shiguero, pois, sua cama estava mais próxima a porta. Além disso, ele parecia um pouco mais desperto, apesar seu estado ser, visivelmente, lastimável: O seu braço direito estava engessado, o peito e o tórax completamente enfaixados e o lado esquerdo do seu rosto, estava completamente inchado. Percebera que ele havia perdido alguns dentes nesta região, também.
Não era a toa que o rapaz gemia de dor: seu aspecto parecia de alguém que fora atropelado por um caminhão ou coisa pior.
"Com mil demônios! O que aconteceu com ele?" – pensou Sayaka. – "O que houve com os JOKERS, afinal de contas?"
Com os dentes cerrados de raiva e de frustração Sayaka aproximou-se mais perto de Shiguero e, sem um pingo de consideração por ele, colocou a mão pesadamente sobre o ombro engessado do motoqueiro, e começou a sacudi-lo, violentamente, sem dó nem piedade:
Acorde, seu inútil! Seu incompetente! Quero falar com você....AGORA!!!! – rosnou ela de raiva.
ARRRGGGHHH!!!! Meu braço! Meu Braço! – gritou Shiguero, sentindo uma dor alucinante, em seu ombro e braço. – Pare com isso, por favor! Ta doendo! Ta doendo! AAARRRGGGHHH!!!!!!
E vai doer muito mais se você não me contar, direitinho, o que quero saber: O que diabos aconteceu com vocês dois e o resto da gangue? Como vieram para aqui...NESTE ESTADO ??!!
ARRRGGGHHH!!! Eu conto! Eu conto! Eu juro! Mas, pare de sacudir meu braço. Você está me matando de dor... ARGGHHH!!!
Pois, então, comece a falar, seu idiota imprestável! – disse Sayaka, furiosamente, soltando e afastando a mão do ombro engessado de Shiguero. O motoqueiro respirou aliviado, apesar de sentir muita dor, e olhou para Sayaka, que ainda lhe perguntou. – Vamos me diga: O que aconteceu? Vocês deram ou não um jeito naquela maldita CDF? VAMOS, RESPONDA!!!!
A gente... A gente... A gente seguiu seu plano, a risca... Como você e o chefe haviam combinado... – começou relatar Shiguero, ofegante, e sentindo ainda muita dor. - No horário de saída da escola... a gente encurralou a tal garota da foto, que você havia nos mostrado e, também, uma outra garota que estava junto com ela, na hora....
Outra garota? Quem? – perguntou Sayaka curiosa e, levemente, surpresa.
Uma colega dela do colégio, eu acho. Sei lá! Era uma garota loira de longas tranças...
Serena Tsukino! Aquela paspalha! Então elas estavam juntas, hein!? – disse Sayaka apara si mesma. Ótimo! Ela não suportava aquela tapada, também. Se Nomura e os rapazes a pegaram também, sua vingança teria sido muito mais "doce"... – Hummm!!! Muito interessante! Mas, o que aconteceu, depois? Fale logo!
Como eu disse... Encurralamos as duas garotas naquela rua sem-saída, marcada no mapa que você nos deu....
Sim, mas, e depois? E depois?!
Elas tentaram reagir e fugir da gente, é lógico! Mas, não conseguiram. Colocamos a amiga dela a "nocaute", depois, que um dos nossos a golpeou forte na cabeça.
A outra, tentou ajuda-la, mas, acabamos por domina-la... Ela ficou inteiramente a nossa mercê e, principalmente, de nosso chefe...
Um cruel sorriso esboçou no rosto de Sayaka. Então, pelo que Shiguero contava, eles haviam pego Amy. Então, pode ser que tinham levado a cabo a vingança que ela planejara contra Amy. E, com um pouco de sorte, essa idiota da Serena, também teria "divertido os rapazes"...
E depois? E depois? Fale logo!! – esbravejou ela, ansiosa por saber o que houve em seguida.
O chefe esbofeteou a garota e rasgou sua camisa escolar, com o canivete. Aquele mesmo que você havia dado de "presente" para ele, com agradecimento por aquele outro serviço, lembra?
Sim! Sim! Eu me lembro. Mas, continue: O que houve depois?
A garota tentou proteger a amiga loira e chutou o chefe no "lugar onde mais dói". O chefe ficou maluco pela dor e a esbofeteou. Depois, agarrou-a e disse que ele mesmo ia se divertir com ela e ordenou, que o resto de nós, "cuidássemos" da loira caída ao chão...
Então, vocês cumpriram o combinado, não foi? Deram uma "lição" naquela garota metida e na sua colega palerma, não é verdade? – disse Sayaka sorrindo cruelmente, quase como em êxtase. Não importava o que havia acontecido, depois, desde que Nomura e os seus rapazes tivessem feito o "serviço todo". E, aparentemente, pelo que ele estava narrando, o "serviço" parecia que tinha sido feito exatamente, como ela havia pedido.
Mas, a alegria de Sayaka durou pouco. Logo, percebeu que Shiguero, hesitava em lhe dar uma resposta a essa pergunta crucial.
Sayaka na precisava ser nenhum gênio para perceber que ele não queria responder, temendo sua reação. E a raiva e a frustração de Sayaka voltaram a tona:
O que foi, seu imbecil? Por que não responde? Diga logo: Vocês deram uma lição nessas duas cretinas ou não? FALE LOGO!
A gente... A gente... Estava prestes a "se divertir" com aquelas duas, mas... mas...
Mas, o que, seu idiota? Fale de uma vez!
Mas... Mas... Foi então que ELE apareceu...
Sayaka fez um cara de espanto e confusão. Parecia que não havia escutado direito ou não compreendido muito bem a resposta de Shiguero.
ELE? Ele quem?
Ah! Você está querendo dizer "eles", não é? A outra gangue rival que o noticiário de TV mencionou, não é? Quem foram? A turma do Yusuke? Só podem ter sido eles, aqueles miseráveis traiçoeiros... Esses malditos não podiam ter aparecido em pior hora! Intrometidos desgraçados!
Não apareceu nenhuma gangue rival, Sayaka! Somente... ELE!
O QUE?!? – gritou Sayaka, estupefada e chocada com o que estava ouvindo daquele motoqueiro. – Você.... Você... Você não querendo me dizer... que todo esse espancamento... e destruição que houve naquela rua foi... foi... FOI OBRA DE UM ÚNICO HOMEM!?!?!
UM SÓ HOMEM LIQUIDOU TODA A GANGUE DOS JOKERS!?! SOZINHO?!?
Não... Ele não era... um homem comum... Ele mais parecia um demônio vingador, do que um ser humano normal. Ele lutava com um verdadeiro demônio. Sua força... suas habilidades de luta... ERAM SOBRE-HUMANAS!! – gritou Shiguero com um medo visível em sua voz, só de se recordar do aparecimento de Jimmy e de sua posterior derrota em combate nas mãos dele. – Ele não era um ser humano comum... Não podia ser! Da maneira como ele nos derrotou... "Destruiu" nossa gangue... Só pode ser mesmo um demônio....
Não é possível! Não pode ser verdade! – dizia Sayaka insistentemente, não querendo acreditar no absurdo do que aquele motoqueiro estava contando. Um só homem derrotou sozinho os "Jokers"? E impediu sua vingança? Quem era esse maldito intrometido? Quem?
Agora, mais do que nunca, Sayaka queria saber de tudo que havia acontecido naquela rua. Tudo! E não sairia do hospital até saber todos os detalhes do que se passou naquela rua.
Vamos, seu idiota! Quero saber de tudo! Conte-me quem era esse maldito intrometido. E o que aconteceu depois...
Quem era ele?!? Eu já lhe disse: um Demônio! E o que aconteceu em seguida... Foi um verdadeiro INFERNO....
Então, Shiguero começou a narrar todos os detalhes do que havia acontecido, logo após o aparecimento deste rapaz misterioso: A luta dos Jokers contra ele. O próprio combate dele contra esse rapaz e sua vergonhosa derrota. Os detalhes seguintes, ele veio a saber depois, através dos gritos de dor de Togo, ao seu lado e de um dos motoqueiros que, inutilmente, tentara fugir no final da luta, e que veio com ele na mesma ambulância.
De qualquer forma, ele contou tudo para ela, sem esconder nenhum detalhe humilhante da derrota da gangue.
Quando terminou seu relato, o rosto de Sayaka havia se transformado numa verdadeira máscara de espanto e incredulidade. Aquele relato era assombroso si só: Um único homem, sozinho e desarmado, vindo sabe se lá de onde, enfrentou e derrotou sozinho uma gangue de motoqueiros mais "barra pesada" de toda a Tokyo. Isso era algo difícil de acreditar, se não dizer impossível.
Ficou em silêncio, por um breve momento, olhando aturdida para Shiguero, sem se mover ou falar nada.
Mas, foi só por um breve momento!
Logo em seguida, o rosto de Sayaka voltou a se transformar numa fisionomia furiosa e vermelha de raiva. Quando, entendeu que seu plano de vingança havia falhado miseravelmente. Amy havia escapado de sua armadilha e, para Sayaka, era como se a garota tivesse mais uma vez a derrotado de uma forma humilhante. Só que desta vez, Amy havia contando com a ajuda da sorte e do destino, que lhe enviaram um "misterioso salvador" ou um demônio, como Shiguero não para de alardear, em seu socorro.
Então, não suportando mais esse golpe em seu orgulho, Sayaka resolve descontar toda sua raiva e frustração em Shiguero, esbofeteando-o, sem parar em meio a gritos e palavrões furiosos.
Seus incompetentes! Bando de fracotes! Gangue de Merda!! Como vocês todos puderam ser derrotados por um único homem!? COMO!?! COMO!?! SEUS IMPRESTÁVEIS!! SEUS FRACOTES!!!!
ARGGHHH!!! SOCORRO!!! SOCORRO!!!! ALGUÉM ME AJUDE!!! TEM UMA MALUCA QUERENDO ME MATAR!!!! SOCORRO!!!!! – gritava Shiguero, desesperado, em meio aos tapas e socos de Sayaka, que feriam-no cada vez mais. O pobre motoqueiro não tinha como se proteger, já que estava, literalmente, com as mãos e os braços "amarrados", pelos gessos e ataduras.
Era bem possível que, no descontrole de sua fúria, Sayaka pudesse ferir Shiguero com gravidade, se duas enfermeiras e um médico, que estavam de plantão naquele andar, não tivessem ouvido os gritos desesperados de socorro de Shiguero e vindo em seu auxílio.
As enfermeiras logo agarraram os braços de Sayaka, mas ela se debatia feito uma louca. Uma alucinada.
Tirem esta maluca daqui! Ponham essa neurótica para fora do hospital! – ordenou o médico, ao mesmo tempo que prestava socorro, ao já debilitado, Shiguero.
Sayaka se debatia sem parar e foi quase impossível, as duas enfermeiras retirarem ela do quarto. Porém, quando Sayaka se afastou do leito de Shiguero, acabou, acidentalmente, aproximando-se do leito vizinho onde estava TOGO. E, quando ela o viu, subitamente, para o espanto do médico e das enfermeiras, ela se calou e ficou imóvel. Seus olhos observavam, completamente arregalados, aquele que era considerado o motoqueiro mais forte de todo o bando dos JOKERS. E por ela própria, já que o tinha visto, algumas vezes, Togo "triturar" seus adversários de forma implacável. Ninguém! Ninguém mesmo, era páreo ante sua poderosa força física.
Contudo, agora, ela estava boquiaberta, atônita e sem palavras, ao ver o estado em que, se encontrava, naquele momento, o outrora "gigante de músculos": Ele estava deitado no leito hospitalar. Totalmente engessado, dos pés a cabeça, feito uma múmia. Com aparelhos médicos presos a seu corpo, monitorando, sem parar, suas condições internas, enquanto seus membros, pernas e braços, engessados, estavam suspensos por finos arames de sustentação, que os mantinham elevado do leito por alguns centímetros.
Era numa visão deplorável e ao mesmo tempo assustadora para ela.
Togo fora "destruído". Essa era uma palavra que melhor definia a visão que estava tendo do derrotado "gigante de músculos". E, agora, Sayaka, podia ter uma idéia real da força e do poder do adversário que os JOKERS enfrentaram. Seja ele quem fosse, havia demonstrado, no estado lastimável em que deixou Togo, a prova incontestável de sua supremacia absoluta sobre ele e os demais "JOKERS" durante a luta.
Mas, quem? Quem era esses sujeito? Quem era esse desgraçado intrometido que estragou os meus planos de vingança? QUEM ERA ESSE DÊMONIO MALDITO QUE ARRUINOU TUDO!!!!???? - gritou Sayaka em plenos pulmões, ao mesmo tempo que as enfermeiras, finalmente, a arrastavam-na para fora daquele quarto e, também, do hospital.
CENA 3:
Mansão Hara (QG de Shadow Moon)
Jimmy mal comeu o seu almoço, que ele mesmo havia preparado para todos, naquela tarde, horas depois do incidente da rua sem saída.
E, a mesa, mal falara com Issac ou Rumiko., que estavam, sentados a sua frente.
Estava sem fome e com a mente divagando ao longe. Só que desta vez, não pensava obcecadamente, como de costume, sobre o "Anjo Branco" ou sobre a missão que deveria levar a cabo naquela noite. Não! Agora, algo havia mudado dentro de si: Estranhamente, sua mente recordava-se, apenas, do incidente daquela tarde:
Primeiro, sua vitória sobre aqueles miseráveis covardes. Mas, também, como cometera o erro de ser pego de surpresa por aquele idiota musculoso e como quase isto lhe custou a vida. Se não fosse aquela garota ter intervindo em seu auxílio e lhe dado preciosos segundos para energizar o seu KÍ, talvez não tivesse escapado com vida.
Sim, aquela garota. Na verdade era a recordação dela, de seu rosto singelo, de sua voz suplicante e amável, de seus olhos cintilantes e de sua aura clara e límpida, que ocupavam a sua mente, agora. Não consegui tirar a lembrança dela de sua mente, por mais que tentasse se concentrar em sua missão de vingança.
A simples recordação daquela garota lhe trazia uma sensação de paz, que ele não conseguia ter, há vários dias e noites, desde o massacre no CARANDIRÚ 5. Por que? Por que ela não conseguia tirar o rosto daquela garota de sua mente? Por que não conseguia esquece-la e se concentrar apenas em sua missão de pegar o "ANJO"?
E por que, bem no fundo de seu coração, nutria um secreto desejo de... reencontra-la?
Jimmy se surpreendeu com este último raciocínio. Isto não era, algo apropriado, para um ninja como ele pensar naquele momento. Tinha que tirar estes pensamentos fúteis de sua cabeça e se concentrar em sua missão, apenas isso. Só a missão era importante! E ele faria de tudo para realizar sua tão ansiada vingança contra o "Anjo Branco".
E nada e nem ninguém iria desvia-lo desse seu objetivo! Nada!
Diga-me, meu neto: O que foi que aconteceu esta tarde, para que você voltasse a mansão com estes "ferimentos leves" e sua camisa totalmente rasgada? – perguntou, subitamente, Rumiko, levando sua mão a um bule de chá e despejando o seu conteúdo numa xícara, ao mesmo tempo.
Sim, vovó! – respondeu Jimmy respeitosamente para Rumiko enquanto, começava a relatar tudo que lhe acontecera.
Rumiko sorvia, calmamente, seu chá verde, enquanto ouvia Jimmy relatar-lhe, com detalhes, tudo que ocorrera no inicio daquela tarde: a aparição de uma mulher misteriosa pedindo socorro e sua luta contra a gangue de motoqueiros, em defesa de duas estudantes colegiais.
Ao terminar seu relato, Rumiko censurou-o por ter sido pego de surpresa por um adversário "infinitamente inferior" a ele em força e em KÍ.
Se sua mente estivesse em "equilíbrio", jamais teria sido surpreendido de maneira tão estúpida e amadora, seu tolo!
Amanhã, quero que dobre o tempo de seus exercícios de meditação e combate "nas sombras", meu neto! Não admitirei outro "erro infantil" como esse.
Sim, Vovó! Reconheço minha falha. E sei que, para um ninja do meu grau de combate e perícia, foi um erro imperdoável. Não cometerei outro desleixo como esse, prometo! Peço-lhe minhas sinceras desculpas!
Muito bem! Amanhã bem cedo, começaremos os treinamentos, sem falta!
Hoje, contudo, você tem duas importantes missões a cumprir, esta noite.
Issac, que estava também a mesa, devorando um delicioso prato de KYODON (arroz japonês com pedaços de carne, ovo e molho de soja), fez uma cara de confuso. Com a boca cheia, ainda mastigando a comida, perguntou:
Duas missões, vovózinha? Pensei que só tínhamos um trabalho a fazer esta noite: Colocar os sensores de vigilância na casa da tal de Serena... – perguntou Issac mastigando a comida.
Não me chame de "vovózinha", seu desbocado! Eu não sou sua avó! – disse ela rispidamente. – Quanto a sua pergunta: Sim, o plano original prossegue: Esta noite, assim que escurecer, meu neto irá até a casa dessa menina e, sorrateiramente, entrará lá para instalar os "sensores de vigilância".
Com eles poderemos acompanhar, vinte quatro horas por dia, tudo que acontece naquela casa. Caso ela e sua família sejam atacados pelo "anjo", saberemos imediatamente, e iremos em seu socorro.
Esses sensores de vigilância que você inventou, Issac, são muito úteis. – afirmou Jimmy. – Pequenos e portáteis. Do tamanho de uma pequena caixa de fósforo. Fácies de levar e de instalar, sem que os moradores daquela casa percebam. Creio serem, uma de suas melhores invenções, meu amigo! – disse Jimmy, sinceramente, congratulando seu amigo pelo seu invento.
Obrigado, Jimmy! Faço o que posso! As vezes, minhas invenções podem ser de grande valia, como é neste caso.
Fico feliz, em saber que estes meus sensores poderão nos ajudar a proteger aquela família, caso aja problemas.
Caso não aja necessidade, pelo menos teremos um "reality show exclusivo" para assistirmos. Só espero que este seja bem mais interessante do que aqueles programas "sem graça" que passam lá no Brasil e ... AAAIII!!!! – gritou Issac de dor ao levar um tapa de Rumiko na cabeça. – Poxâ, "vovózinha"! Isso doeu, viu?!
Seja sério, seu desavergonhado! O assunto é importante. E NÃO ME CHAME DE VOVOZINHA!!!! – resmungou Rumiko, furiosa.
Caramba, tem alguém aqui que acordou hoje de mau-humor, hein??! – murmurou Issac, enquanto acariciava o local do tapa em sua cabeça.
Você disse alguma coisa, seu grande safado!? – perguntou Rumiko com um olhar fuzilante e severo para Issac. Este por sua vez, "fez caras e bocas", fingindo surpresa:
Quem? Eu? Imagina, "vovózinha"! Eu não disse absolutamente nada. Só estava imaginando, que outra missão é essa que tem para o Jimmy...
Eu já lhe disse para...
Vovó! Issac! Chega dessa discussão inútil, por favor! – pediu Jimmy aos dois com seriedade. - Se vocês puderem parar com isso, gostaria de saber da senhora, vovó, que outra missão é essa, que eu não estava sabendo até agora.
Pois, muito bem, Jimmy! Eis sua outra tarefa para esta noite. – disse ela, ao mesmo tempo, que colocava um objeto envolto em lenços de seda coloridos, sobre a mesa.
Oba! O que é isso? Um presente para dar para alguém? – disse ironicamente, Issac, como se tivesse fazendo uma de suas piadas inconvenientes.
Exatamente! – disse Rumiko, secamente.
Ta falando sério, vovozinha? - disse Issac surpreso. – Pessoal, eu só falei isso brincando...
Isso é sério, Issac! Não é uma piada! E sei exatamente o que é que está embrulhado, debaixo desses lenços.
Com sua permissão, vovó!
A velha senhora fez um aceno positivo e Jimmy começou a desembrulhar o embrulho cuidadosamente. Quando finalmente, revelou seu conteúdo, Issac ficou maravilhado com a fina e ricamente adornada peça que estava vendo e assoviou:
FIIIUUUU!!!!! Mas, que peça bonita! O que é isso? Uma das peças raras lá da galeria de artes? Se é, por que, a trouxe consigo nesta viagem, vovozinha?
Eu já lhe disse para... – começou Rumiko a se prepara para responder furiosamente para Issac, mas, Jimmy rapidamente, interveio.
Vovó! Por favor! Deixe-me que, explicarei tudo para o Issac, ok?!
HUNFFF!!! Como queira! – Concordou ela, irritada.
Jimmy fez um breve relato da história da ADAGA com o desenho da "Lua Crescente" e como fora dada aos seus ancestrais pela "soberana da Lua", séculos áreas. Também, contou da promessa e do juramento que fizeram de, um dia devolver, a adaga ao seu "legitimo dono".
Quando terminou o relato, sua avó concluiu:
Sim, meu neto! E esta noite, você irá cumprir o juramento de seus ancestrais. Hoje á noite, você irá encontrar o legitimo herdeiro dessa arma milenar. Assim, os "espíritos" me falaram durante minhas orações desta tarde.
Mas, quem, vovó? Quem é esta pessoa a quem deverei entregar este objeto tão valioso? E onde irei encontra-lo? – perguntou Jimmy confuso com aquelas enigmáticas charadas de sua avó.
Não se preocupe com isso, meu neto! Tudo acontecerá em seu devido tempo e da maneira como as "forças espirituais" decidirem.
Apenas, prepare-se para a grande provação que lhe espera esta noite?
"Grande provação"? Mas, vovó, eu não entendo...
Basta! Já falei o que precisava saber. – disse Rumiko, secamente, pondo um "ponto final" naquela conversa. - Esteja pronto e alerta para esta noite. E cumpra, sem falha, suas duas missões!
Antes, que Jimmy ou Issac pudessem falar ou perguntar mais alguma coisa, Rumiko levantou-se da mesa, abruptamente, e se retirou da sala.
Houve um breve silêncio a mesa, enquanto os dois amigos, absorviam em silêncio aquelas misteriosas palavras ditas pela anciã.
Finalmente, Issac acabou falando:
Será que impressão minha, ou está acontecendo alguma outra coisa, muito mais séria, do que somente a caçada ao "Anjo"? E que somente nós dois não estamos sabendo?
Você também percebeu isso, não é, Issac?
Sim, Jimmy! Percebi! E confesso a você que, depois do que a vovozinha falou agora, estou começando a ficar com "calafrios"...
Esse papo de "espíritos" com que ela fala, me deixa sempre com os "cabelos brancos" de medo e em pé. E olha que ela não comentou nada, quando você lhe falou sobre a misteriosa mulher, que lhe pediu socorro para aquelas duas garotas, já sabendo, de antemão o seu nome...
Deus do céu! Alguém aqui pode me explicar, "racionalmente", o que é que está acontecendo aqui?
Infelizmente, Issac, precisaremos esperar até a noite para conseguirmos nossas respostas. – disse Jimmy, pensativo, enquanto olhava o relógio de parede da sala de jantar e constatava, que faltava umas cinco horas para começar a escurecer.
Logo, logo, Shadow Moon sairia atrás das respostas... e de vingança, também!
CENA 4:
Antiga Fabrica de Plásticos "Iwata" – Subúrbios de Tokyo (Esconderijo de Malachite e da Rainha Beryl)
Está tudo pronto, majestade! – anunciou com um sorriso cruel o dr. Átila, ao mesmo tempo, em que se curvava, respeitosamente, a mulher sentada num trono de aspecto vegetal. – Irei iniciar o processo de mutação genética assim que a senhora, ordenar, majestade!
Muito bem, doutor! Prossiga! – ordenou a rainha Beryl.
Às suas ordens majestade! – disse o cientista, curvando-se, respeitosamente para ela, mais uma vez, e, imediatamente, retornando ao painel de controle, a poucos metros de distância, de onde iria iniciar uma terrível experiência.
Beryl e Malachite, parado em pé a seu lado, não disfarçavam a ansiedade de ver o inicio da grande experiência de mutação genética do dr. Àtila, cujo resultado seria extremamente importante para os planos de Beryl e Malachite, não só com relação a sua vingança pessoal contra as Sailors, como, também, para a posterior conquista de todo o mundo.
Pouco depois, da experiência genética, que, "reconstruiu" o corpo da Rainha Beryl, na tarde do dia anterior, o esconderijo dos vilões sofrera uma radical metamorfose:
De posse de seus poderes a plena força, a rainha Beryl não hesitou em testar seu poderes maléficos, agora muito maiores e mais fortes, graças a "genialidade científica" do dr. Àtila. Ela resolveu dar aquele esconderijo, um aspecto "mais adequado", digno de abrigar a soberana do Negaverso:
Primeiro, reconstruiu seu trono real, fazendo surgir, do chão uma gigantesca raiz de arvore retorcida e de aspecto macabro. Ainda com o seu poder, moldou a raiz vegetal e a fez tomar forma de um imenso trono.
Agora, a rainha Beryl sentia-se completa! Estava sentada, novamente, a um trono que lhe fazia jus a sua "realeza e poder" e com o seu "cajado real", em uma de suas mãos.
O passo seguinte foi transformar todo o local, para lhe dar um aspecto semelhante, o maxímo possível, ao seu antigo palácio no NEGAVERSO. O que fez em menos de uma hora, graças a seus poderes renovados.
Agora todo o esconderijo apresentava um aspecto lugrube e medonho, com estranhas folhagens, caule, cipós e raízes, se alastrando nas paredes, no chão e no teto do esconderijo.
Sim, agora, Beryl e Malachite podiam se sentir realmente como se estivessem de volta ao NEGAVERSO, enquanto o dr. Àtila ficava admirado com os poderes extraordinários da rainha Beryl, em ação. Via possibilidades incalculáveis para suas futuras experiências genéticas.
Já Quimera e o Lunático, que ficavam atrás de Malachite, conforme ordenara, reagiam a tudo que acontecia, em sua volta, de forma diferente, cada um deles:
O Lunático demonstrava certo medo em estar naquele lugar, agora, com aspecto tão medonho. Se pudesse preferia fugir de lá. Mas, não era tolo de fazer uma tolice dessas, já que sabia perfeitamente, que o "Anjo" o caçaria onde quer que ele fosse e quando o encontrasse...
Seria a morte certa! E ele sabia disso muito bem.
Portanto, ficou calado, e observando o desenrolar da experiência, sem esconder seu medo interior. E torcer para não acabar "molhando" suas calças....
Enquanto isso, Quimera, simplesmente, rosnava baixinho.
Mas era um rosnado cheio de ódio e desejo de vingança contra o "Anjo", que o mantinha aprisionado sob o seu poder e influência. Que o obrigava a servi-lo como um escravo! Maldito!
Mas, Quimera seria paciente. Haveria em algum momento uma chance para se vingar de tamanha humilhação. Então, todos, absolutamente, todos pagariam com suas vidas. A começar, é claro, pelo "Anjo"...
O dr. Átila estava eufórico.
Estava a ponto de realizar uma de suas maiores experiências de mutação genética de toda a sua vida. Com o material das "sementes do Negaverso", já devidamente, "refinado" e combinado com DNAs mutantes, desenvolvidos por ele próprio ao longo de vários anos de pesquisas proibidas pelo conselho medico brasileiro, o dr. Átila estava a ponto de criar uma nova e incomparável geração de monstros genéticos, jamais idealizados antes.
Uma legião, que segundo acreditava, seriam os grandes guerreiros monstros do novo NEGAVERSO: a tropa de elite da rainha Beryl e de Malachite na conquista do mundo.
Era uma experiência que teria dois seguimentos:
O primeiro, seria a criação de uma tropa regular de soldados monstros mutantes, que criaria a partir do DNA da aranha "Tarântula", com o DNA das "sementes do Negaverso", conforme sua própria sugestão a Rainha Beryl e Malachite. Ambos solicitaram ao cientista que criasse soldados poderosos, não muito inteligentes, e que obedecessem as ordens dos dois, sem questionar. Mesmo a custa de suas próprias vidas.
É claro, que, essas criaturas, poderiam ser perfeitamente dispensáveis, se preciso fosse.
Sua sobrevivência, não poderia ser mais importante que a dos "soldados de elite de Beryl". Esses sim, monstros de alto grau de poder, cuja missão seria a destruição das Sailors. Para isso, Malachite, exigiu do Dr. Átila que seguisse suas instruções de como queria que fossem criados e de que modo, seria o processo de metamorfose deles.
Átila ficou, simplesmente, "encantado" com as idéias proposta por Malachite e disse que os "monstros de Elite" seriam criados de acordo com as suas especificações exatas.
Malachite sorriu. Não duvidava que o dr. Átila faria tudo conforme sua ordens.
Agora chegara o momento da primeira fase de suas experiências: A criação dos soldados monstros.
O dr. Àtila cuidadosamente abriu um compartimento, de um imenso aparelho e, lá de dentro, tirou, em meio a vapores de produtos químicos misturados, uma enorme vasilhame transparente. Dentro dele havia dezenas de objetos minúsculos, semelhantes a pequenas "bolinhas de gude". Só que estas eram de aspecto diferente, de cor alaranjada, cobertas por uma espécie de casca e com filamentos, semelhantes a minúsculas veias, bombeando líquidos dentro delas.
Essas "bolas de gude" de aspecto bizarro e horrível, mexiam-se incessantemente, como se estivessem vivas. E estavam!
A combinação genética foi bem sucedida, majestade! Os espécimes já se encontram em "fase embrionária". E prontos para serem... "chocados"!! He! He! He! – avisou o cientista sem esconder seu riso de satisfação ao ver que tudo estava transcorrendo bem.
A experiência seguia seu curso como o planejado.
Vamos doutor! Não me deixe mais ansiosa do que estou: Traga-me a minha tropa à vida! Já! – ordenou a rainha Beryl, mal conseguindo conter a sua impaciência para a conclusão daquela experiência.
Imediatamente, majestade! – disse o dr. Átila, caminhando para o centro do laboratório e colocando o grande recipiente no chão. Bem de baixo de um enorme aparelho, com uma aspecto bizarro e estranho, que se assemelhava um pouco com um "canhão de luz", destes que haviam em boates e discotecas.
Em seguida, o cientista retornou ao painel de controle e acionou alguns botões.
No mesmo instante, uma onda de energia percorreu o imenso "canhão de luz" iluminando seu interior com uma luz de côr verde-avermelhada, cada vez com mais intensidade.
Até que, quando, o "Canhão de luz" parecia ter alcançado o seu ponto de saturação e de limite, o dr. Átila agarrou, com força, uma alavanca, de seu painel de controle, e puxou-a para baixo, abruptamente, ao mesmo tempo, em que gritava, extasiado, a plenos pulmões:
SURJAM! ABOMINÁVEL TROPA DE MONSTROS MUTANTES...ARACNÓIDES!!!!!!!
Um som estridente ecoou por todo o laboratório!
Ao mesmo tempo, o canhão de luz disparou, num tiro direto para baixo, uma espécie de raio verde-avermelhado, que atingiu em cheio o recipiente com as "bolinhas", penetrando-as por completo. Então, segundos depois, o recipiente explodiu, espalhando as bolinhas pelo chão do imenso laboratório.
Malachie e a Rainha Beryl abriram um largo sorriso de êxtase ao ver que as bolinhas, aumentaram de tamanho, instantaneamente, até que atingiram o tamanho de um imenso ovo, que se quebraram, na mesma hora.
De dentro deles, saíram umas criaturas horripilantes, de aspecto humanóide, mas com feições faciais que se assemelhavam a aranhas. Tinham duas pernas, o que permitiam que elas ficassem de pé, mas as semelhanças como humanos terminava aí: Possuíam quatro braços, com garras em lugar de mãos. Tinha uma pele coberta com pelos negros e sua voz (se é que tinham) era um tipo de chiado incompreensível.
Havia agora um total de 50 "aracnóides" a frente de Malachite e da rainha Beryl, movimentando-se sem parar, como se estivessem aguardando o comando dos dois.
A rainha Beryl não os fez esperar muito. Levantou de seu trono e com autoridade gritou, empunhando seu cajado:
De joelhos, Aracnóides! Sua soberana vai falar! – gritou Beryl.
Imediatamente, a monstruosa tropa se curvou e ficaram parados em posição de prontidão.
Malachite sorriu. Era obvio que estes monstros eram inteligentes o suficientes para entender e obedecer as suas ordens. Seriam soldados excelentes.
Beryl continuou seu discurso:
Hoje se inicia uma nova era para este planeta miserável! Começamos agora os primeiros passos para a conquista definitiva do planeta Terra e a reconstrução do glorioso reino do Negaverso!
Os Aracnóides começaram a se agitar e emitir seus sons estridentes. Como ovacionando sua soberana.
Um reino novo e poderoso cujos pilares serão construídos sobre os túmulos das malditas Sailors!!!! – disse Beryl cerrando os dentes de ódio e fúria – Somente elas é que estão em nosso caminho de conquista... E PRECISAM SER DESTRUÍDAS!!!
Houve uma nova agitação. Os Aracnóides ansiavam pelas ordens de ataque de sua rainha:
Elas tem que morrer, meus aracnóides! Especialmente, sua líder: a princesa da Lua SAILOR MOON!
MORTES AS SAILORS! MORTE A SAILOR MOON!!!!
Que o sangue dessas malditas sirvam como "batismo" para nossa guerra total contra a patética raça humana.
Houve uma nova e ainda maior agitação entre os aracnóides, quando Beryl concluiu seu discurso:
TRAGAM ME AS CABEÇAS DAS MALDITAS SAILORS EM UMA BANDEJA DE PRATA!!!!! Há! HÁ! HÁ!
MAS QUE SAILOR MOON E TUXEDO MASK SEJAM ACORRENTADOS E ARRASTADOS ATÉ MIM. PARA QUE SOFRAM UMA CRUEL E INFINDÁVEL TORTURA EM MINHAS MÃOS ANTES DE MORREREM, TAMBÉM!!!!!! HÁ! HÀ! HÁ!
Os Aracnóides estavam alvoroçados. E prontos para entrarem em ação!
A Rainha Beryl sorriu, cruelmente! Finalmente, iria iniciar seu plano tão ansiado de vingança contra Sailor Moon e suas comandadas. Só que ainda faltava um detalhe importante, que não podia faltar em seus planos.
Voltou a sentar em seu trono e virou-se para Malachite, dizendo-lhe:
Iniciem a segunda fase, imediatamente. Enquanto isso vou me ausentar por um instante... – disse Beryl num tom de mistério.
Para onde vai minha rainha? Quer que eu ou um de meus "servos" a escoltem? – perguntou, preocupado Malachite, estranhando aquelas palavras.
Não precisa se preocupar, meu fiel Malachite! Não vou me demorar! Só vou me encontrar com uma "velha amiga" e já volto... He! He! He! – disse ela num tom enigmático, ao mesmo tempo que se tele-transportava para um destino desconhecido.
Malachite nada disse ou esboçou reação. Sabia, perfeitamente, que sua rainha, com seus novos poderes, poderia muito bem se proteger sozinha. E aí quem atrevesse a se intrometesse em seu caminho...
Tratou logo de cumprir suas últimas ordens.
Virou-se para o dr. Átila e ordenou-lhe:
Dr. Átila! Inicie, já, a segunda fase da experiência de mutação genética!
Como quiser, meu caro "Anjo"!
Imediatamente, o dr. Átila se dirigiu a um outro aparelho, que tinha a aparência bizarra de um enorme "micro-ondas" com vários fios, bobinas e um recipiente raso, parecido com um "prato fundo de sopa". Tirou dos bolsos dois enormes tubos de ensaios: Um deles de cor verde, continha o "DNA aperfeiçoado e refinado" de uma das sementes do Negaverso. O outro, com conteúdo vermelho, continha o DNA de uma das experiências secretas e proibidas do dr. Átila.
O cientista derramou o conteúdo dos dois tubos no "prato", e imediatamente, a mistura de ambas provocou uma reação de gases e borbulhos. O dr. Átila sorriu ao observar os líquidos se misturarem, e, rapidamente, correu de volta para o painel de controle.
Mais uma vez, acionou seus comandos, e, logo o aparelho de "Micro-ondas" começou a ser varrido por energias caóticas e multicoloridas. Muito mais poderosas e perigosas do que as utilizadas para a criação dos Aracnóides, instantes atrás.
Depois de alguns instantes, tudo cessou! Automaticamente, o "aparelho" empurrou o "prato" para fora do seu interior através de uma base metálica, abaixo do "prato".
O dr. Átila retornou para perto do aparelho e ao olhar o interior do prato, sorriu com cruel satisfação.
Sem conseguir mais conter a ansiedade, Malachite gritou nervoso:
E então? Deu certo? Fale!
Por que você mesmo não vem até aqui dar uma olhada, meu caro "Anjo"? He! He! He! Creio que você terá uma "bela surpresa"...
Malachite se tele-portou no mesmo instante de onde estava para se materializar ao lado do dr. Átila. Olhou para a mesma direção que ele, e o que viu fez seus olhos se arregalarem de surpresa e um sorriso maligno surgir em sua face, instante depois.
Depois de sofrer uma bombardeio de energias desconhecidas no estranho aparelho, a misteriosa mistura genética feita pelo dr. Átila, sofreu uma radical e misteriosa metamorfose: Já não mais havia uma mistura borbulhante de líquidos e gases, mas, sim uma repugnante criatura, com o tamanho não muito maior do que uma palma de mão.
A pequena criatura tinha um aspecto de uma horripilante, semelhante a uma "ameba". Ela não tinha olhos e nem membros, contudo ostentava uma minúscula e afiadas presas, em algo que lembrava, vagamente, uma boca.
A pequena criatura soltou um horripilante rugido, que apesar de pequeno, era aterrador.
Malachite pegou a criatura e ficou observando-a rugir, na palma de suas mãos por alguns instantes, depois, sorriu para o dr. Átila e lhe disse:
Parabéns, doutor! O sr. conseguiu mais uma vez! Realizou um excelente trabalho ao criar esse primeiro... PARAZITÓIDE! He! He! He!
Agora só precisamos arrumar um "hospedeiro" humano adequado para que ele atinja o "Estágio Maximo", meu caro "Anjo"! Então, a experiência ficará concluída, de fato.
Não se preocupe, doutor! Acharei a pessoa apropriada para o nosso "Parazitóide". E farei isso ainda hoje! Só estou esperando por uma informação de meus...
Malachite não terminou a sua frase.
Seu telefone celular, em seu bolso, tocou, e ele atendeu-o com a outra mão livre.
Do outro lado da linha, uma voz masculina lhe passava a preciosa informação que ele estava aguardando...
CENA 5:
No lado de fora da lanchonete "THE CROWN". No final daquela mesma tarde.
As garotas e Darrien haviam passado, praticamente, a tarde toda na lanchonete, conversando e tentando, de todas as maneiras, animar Amy, ainda muito abalada como os acontecimentos daquele dia.
E ao saírem da lanchonete, Rei estava decidida a fazer com que todas as suas amigas, especialmente, Amy, aceitassem o seu "convite" feito, instantes atrás na mesa da lanchonete:
Sem discussões, Amy! Já está decidido e não aceitarei um "não" como resposta! – disse Rei de forma firme e irredutível.
Mas, Rei eu não quero atrapalhar nem você e nem as meninas... – disse Amy, meio que encabulada.
Que atrapalhar coisa nenhuma! Vai ser um grande prazer para mim, como sempre, hospeda-las, neste fim-de-semana, lá na minha casa.
OBA! QUE LEGAL! VOU COMER AQUELES DELICIOSOS PRATOS FEITOS PELO NIKOLAS! OBA! OBA! – gritava Serena, infantilmente, enquanto sua cabeça imaginava os pratos culinários que Nikolas, o ajudante do avô de Rei, costumava a fazer, quando Rei trazia suas amigas para estudarem ou passarem uma ou duas noites, lá, ocasionalmente, a convite de Rei
Darrien e as outras meninas olharam-na com certa vergonha por vê-la se comportar tão infantilmente.
Serena! Por favor, comporte-se! – pediu Lua com certo incomodo.
Ops! Desculpe-me! Acho que me empolguei! Mas, é que o Nikolas cozinha quase tão bem como a Lita.
Você é uma gulosa incorrigível, Serena! – afirmou Rini.
Sua Chata! – disse mostrando a língua. Rini fez o mesmo em resposta!
Amy sorriu de maneira meiga. Enquanto Rei voltava-se, novamente, para ela:
Vamos Amy! Vai ser bom para todas nós ficarmos juntas, nesse fim-de-semana. Com uma fazendo companhia para outra. Ainda mais, depois de tudo isso que aconteceu, hoje!
Eu sei, mas...
Rei está certa, Amy! – disse Lita entrando na conversa. – Não é bom você ficar sozinha, neste fim-de-semana, lá na sua casa. Lembre-se que sua mãe foi, ontem, para Kobe, para uma conferência médica importante, e só estará de volta na terça-feira.
E nenhuma de nós ficaríamos tranqüilas em saber que você está, sozinha, em sua casa.
Além do mais, você e as meninas precisam estudar para as provas deste fim de mês. – Lembrou Lua. – E não preciso lembrar que "uma certa colega" sua não foi nada bem nos últimos exames escolares. E que sua média geral está uma vergonha! – disse a gata preta olhando com um ar de censura, para Serena, que ficou com o rosto todo envergonhado. Darrien a olhou com um severo olhar de censura para sua namorada, também.
É! Conheço uma outra menina que está na mesma situação... – disse Ártemis, olhando, também com reprovação para Mina.
É verdade! Serena e a Mina são duas preguiçosas e "cabeças-de-vento". Se a Amy não está perto para ensina-las, não conseguem de maneira alguma fazerem suas lições de casa e muito menos estudarem... – "alfinetou" cruelmente Rini.
CALA BOCA SUA LINGUARUDA!!!! – gritaram Serena e Mina ao mesmo tempo, enquanto que cada uma puxava uma trança da menina de cabelos rosa, fazendo a pobre criança gritar de dor.
Serena! Mina! Comportem-se! – exclamou Darrien.
Essas duas não tem jeito mesmo! Que vergonha! – concluiu Haruka para Michiro, que estava parada ao seu lado.
A confusão estava formada, como sempre, e Amy , sem outra opção resolveu aceitar o convite de Rei. No fundo, no fundo, ela não queria ficar sozinha enquanto sua mãe estava fora.
Meninas! Meninas! Por favor! Acalmem-se! Eu vou aceitar o convite da Rei. Podemos ficar lá este fim-de-semana e por os estudos em dia.
Verdade, Amy? – perguntou Rei, com seriedade.
Sim! – acenou Amy, afirmativamente, com um aceno de cabeça.- Gosto de passar alguns dias em sua casa Rei. Além de ser um lugar tranqüilo para estudar o templo de seu avô é muito bonito, também. Sem contar que seu avô e o Nikolas sempre nos recebem com muita hospitalidade e carinho.
Sim, Rei! Aceito o seu convite! Vou gostar de passar o fim-de-semanas com as minhas amigas mais queridas.
Que bom, Amy! Fico feliz em ouvir isso! –disse Rei satisfeita. Afinal, era muito difícil alguém dizer-lhe um "não". Ela sabia ser muito convincente e insistente quando queria.
Eu também, Amy! – disse Serena, gentilmente. – Você vai ver que se sentirá melhor até segunda-feira. E esquecer todo este pesadelo que passou. Pode contar comigo, minha querida amiga.
Com todas nós! – completou Lita.
É isso aí! – respondeu Mina fazendo um gesto com o polegar para cima.
Eu e a Hotaru podemos passar o fim-de-semana em sua casa, também? – perguntou Rini.
Mas é lógico que podem! – disse Rei com um largo sorriso para as duas crianças. Mas, depois, virou-se para Haruka e Michiro e com a face séria e tom frio na voz, completou- Vocês duas podem ficar, lá em casa, também... Se quiserem!
Não obrigada, Rei! Eu e Michiru temos outros compromissos para este fim-de-semana. E deixar seu avô tarado e incompetente, olhar pelo buraco da fechadura enquanto eu e Michiru estamos tomando banho, não está nos meus planos, nesse nosso retorno ao Japão.
Como é que é? Sua desaforada! Retire o que disse! Sua... Sua...
Calma, Rei! Procure manter a cabeça fria. – pediu Lita.
Não vamos brigar agora, meninas. – pediu Lua.
Haruka virou-se para Hotaru.
Você pode passar esse fim-de-semana com elas, se quiser, Hotaru! Eu e Michiru podemos vir te buscar, na segunda feira, de manhã.
Não! Eu vou para casa junto com vocês duas. – respondeu Hotaru para a decepção de Rini.
Hotaru!
Me desculpe, Rini. Mas, voltamos de viagem, ontem a noite e não tive tempo de arrumar as minhas coisas na casa de Haruka e Michiru. Além disso, preciso preparar meus livros e cadernos, com as lições atrasadas até segunda-feira.
Ah, que pena!
Não fique com essa cara. Podemos combinar na segunda-feira, depois do colégio, de nos encontrarmos aqui, na porta da lanchonete do Andrew para tomarmos um milkshake. Que tal?
Ta bom! Fica combinado! – disse Rini meio triste, mas feliz que iria encontrar a amiga, depois de amanhã.
Nós também, viremos aqui na segunda, nesse mesmo horário. Podemos nos reunir, todas nós... – sugeriu Michiru.
Combinado! – disseram todas as meninas em uníssono.
Também preciso ir embora. Tenho um monte de trabalho me esperando no computador lá em casa. – disse Darrien.
Mas, já Darrien? Pensei que você fosse ficar um pouco mais comigo? – reclamou Serena, cheia de dengo.
Não se preocupe, meu amor! Te ligo hoje a noite! E amanhã, dou uma passada no templo para passarmos a tarde toda juntos.
Ai! Ai! Meu coração parece que vai explodir! – exclamou Serena apaixonadamente. – O Darrien vem me ver amanhã, de tarde! Oba! Oba!
Você vem me ver também, não é Darrien? – perguntou Rini, jogando literalmente um "balde de água fria" nos planos românticos de Serena para o dia de amanhã.
Mas, é claro, Rini! Vou passar a tarde com você também! – disse ele, com um largo sorriso.
Ora, sua pestinha!!! –vociferou Serena.
Serena! Para com criancices e trate de cuidar direitinho de Rini, ok? – pediu Darrien com seriedade.
Ah, ta bom! – respondeu Serena, meio que a contra-gosto.
Ótimo! Assim que gosto de ver! – concluiu Darrien.
Meninas! Daqui a pouco já vai começar a anoitecer! È melhor irmos logo, lá para minha casa. – observou Rei.
Todas concordaram e, depois de uma breve despedida, cada um seguiu o seu rumo.
Mas, nenhum deles havia percebido o carro preto estacionado, um pouco afastado da entrada da lanchonete. E muito menos os dois passageiros do veículo, que munidos de um sofisticado equipamento de escuta, puderam ouvir toda a conversa do grupo, na calçada.
Um dos mafioso tirou o fone do ouvido e virou-se para o seu companheiro no volante.
E então? Conseguiu obter a informação? – perguntou o motorista.
Sim! Elas estão indo todas juntas para a casa daquela menina de cabelos pretos... A tal de REI HINO.
Ah, sei! A que mora naquele templo xintoísta, que espionamos, outro dia.
Exatamente! O "alvo de nosso chefe" vai passar o fim-de-semana lá com as amigas...
O chefe precisa saber disso, imediatamente. Pegue o celular e contacte-o!
Agora mesmo! – disse o seu parceiro, discando as teclas do celular ao mesmo tempo.
CENA 6:
Antiga Fabrica de Plásticos "Iwata" – Subúrbios de Tokyo (Esconderijo de Malachite e da Rainha Beryl) Naquele mesmo instante.
Malachite sorriu, ao ouvir , pelo celular, as noticias de seus informantes da Yakuza:
Então a garota vai passar a noite, junto com as demais colegas, na casa de Rei Hino, não é? – disse Malachite com um cruel sorriso. – Sim, sei quem é essa menina! Não! Não precisam me dar o endereço, pois sei exatamente onde ela mora e em que bairro fica o Templo Xintoísta.
Fizeram um bom trabalho! Não! Não precisam mais segui-las , por hoje! Estão dispensados! Mas, aguardem meu chamado para amanhã. Combinado! Até amanhã!
Malachite desligou o celular e virou-se para o Parazitóide, que ainda tinha sobre a sua mão e exclamou:
Excelente!
Boas noticias, "Anjo"? – perguntou o dr. Átila.
As melhores, doutor! Sailor Moon e suas amigas vão passar a noite juntas, num templo Xintoísta. Uma delas mora lá. Poderemos ataca-las, hoje mesmo!
Maravilha! – exclamou cruelmente o dr. Átila. – Os aracnóides estão ansiosos para entrarem em ação...
E eu mal posso esperar para dar ao nosso pequeno bichinho aqui, o seu hospedeiro. E já tenho em mente um "candidato perfeito". He! He! He!
Malachite soltou uma cruel gargalhada enquanto que o Parazitóide em sua mão, como se entendesse o que seu dono falava, saltou um pequeno e feroz rugido.
Calma, meu "pequeno demônio"! – disse Malachite a pequena e horripilante criatura na palma de sua mão. – Está noite lhe darei a chance de "crescer". Não se preocupe. He! He! He! E, então, você poderá dar cabo daquelas malditas sailors. Há! Há! Há!
Como resposta, o Parazitóide, rugiu um pouco mais alto...
CENA 7:
Na rodovia movimentada de Tokyo.
Haruka dirigia seu possante PORCHE pela estrada, em direção a sua casa. Michiru como sempre estava ao seu lado, no banco da frente, enquanto que a pequena Hotaru estava sentada, comportadamente, no banco de trás.
Enquanto que Haruka dirigia, olhou para ela no espelho retorvisor e disse:
Não teria problema algum se você quisesse passar esse fim-de-semana com Rini e as meninas, Hotaru. Eu e Michiru nãao ficaríamos aborrecidas...
Eu sei disso, Haruka! – disse a menina. – Mas, é que realmente, temos muitas coisas para arrumar lá em casa, não é? E não queria deixa-las fazer todo o serviço sozinha.
Você é uma menina muito gentil, Hotaru! Mas, isso era desnecessário! Eu e a Haruka poderíamos cuidar de tudo sozinha. – respondeu Michiru.
Mesmo assim eu tenho muita coisa do colégio para colocar em ordem como falei. E não quero levar bronca dos professores logo no meu primeiro dia de aula e...
A frase morreu subitamente na garganta de Hotaru quando a garota sentiu uma forte dor na altura do peito e tombou para trás. Seu corpo todo tremeu e começou a ter espasmos musculares. Seus olhos estavam virados, como se tivesse acabado de desmaiar.
HOTARU! HOTARU! HOTARU! – gritou desesperada Michiru
Meu Deus o que aconteceu? – exclamou aturdida e nervosa Haruka.
Pare o carro! Encoste em algum lugar, mas pare o carro... Já! – implorou Michiru.
Rapidamente, Haruka levou o carro a um encostamento na estrada e parou, lá mesmo. Em seguida saltaram do carro e foram para o banco de trás acudi-la:
Hotaru! Hotaru! Fale comigo! Vamos, fale! – gritou Haruka desesperado.
Oh, meu Deus! Ela parece que esta desmaiada...
Não! Não está! Mas, parece que ela sofreu algum tipo de ataque cardíaco ou dor no peito. Não o corpo dela não para de tremer...
Espere! – exclamou Michiru. – Parece que ela está melhorando. Parece que essa crise que ela teve está passando...
De fato, tão abruptamente, como começou o mal-estar de Hotaru se foi e a garota se encontrava desfalecida, aos braços de Haruka.
Hotaru! Hotaru! Acorde, Hotaru! – implorava Haruka enquanto sacudia a garota cuidadosamente, para força-la a despertar.
Deu certo! Instante depois, Hotaru! Como se recuperasse os sentidos abriu os olhos e olhou para as duas moças.
Oh, graças a Deus! Ela voltou a si. – exclamou Michiru aliviada.
Hotaru! O que foi que aconteceu com você? O que foi que você está sentindo? O que...?
Setsuna... Plutão... – disse a garota quase sem força na voz.
O que? O que foi que você falou? – exclamou Haruka confusa.
Eu tive... uma "visão"! – disse Hotaru, agora mais recuperada. – Uma "visão" muito clara e muito forte...
Oh, céus! Os poderes paranormais de Hotaru voltaram a se manifestar. Ela não tem muito controle sobre eles e isso lhe causa uma dor horrível! – lembrou-se Michiru.
Sim! Estou lembrado disso... – acenou afirmativamente, Haruka e, depois, virou-se novamente para Hotaru, perguntando-lhe: - O que foi que você viu, Hotaru? Fale! Não tenha medo?
Setsuna... Sailor Plutão... Ela está em perigo...
O que está dizendo? Mas, como? Onde?
Precisam... ajuda-la... – balbuciou Hotaru. Em seguida a garota voltou a desmaiar.
Hotaru! Hotaru! – gritou Haruka tentando faze-la acordar, novamente, mas foi inútil.
Não adianta! Hotaru perdeu os sentidos. Vai ficar desacordada por algum tempo. – observou Michiru.
Você escutou o que ela disse?
Sim. Disse que Setsuna estava em perigo! E que precisava de nossa ajuda o quanto antes.
Sei onde ela está morando, agora. Podemos chegar lá em dez minutos.
O que estamos esperando?
Sem mais nenhuma palavra as duas mulheres colocaram a menina deitada no banco traseiro e voltaram nos assentos dianteiros do Porche.
Haruka ligou os motores do carro e acelerou-o ao máximo. Em seguida disparou velozmente em direção a casa de Setsuna Meiou: a Sailor Plutão.
CENA 8:
Num conjunto habitacional – Bairro de Ueno (nos arredores da estação ferroviária).
Já estava anoitecendo quando MEIOU SETSUNA (SAILOR PLUTÃO), desceu do trem na estação de Ueno.
Consultou o relógio da estação e constatou que eram seis da tarde em ponto. Felizmente seu turno na enfermaria do colégio Juuban High School, sem nenhum incidente grave, a não ser uma garota que havia torcido o pé, no treino de educação física há dois dias atrás. Um acidente que não valia a pena, sequer registrar.
Mas, Setsuna, sentia que nada estava bem a sua volta. Pelo contrário!
Sabia, graças a seus poderes sensitivos e "para-dimensionais" que algo muito grave havia acontecido, mais ou menos, três ou quatro dias atrás. Algo tão aterrador e maligno que, ela via claramente, havia desequilibrado o plano dimensional terrestre.
Não sabia exatamente o que era ou o que estava causando aquela sensação angustiante, dentro de si. Mas, não tinha qualquer dúvida que se tratava de uma nova ameaça para todo o planeta Terra.
Uma ameaça tão ou mais poderosa do que a última inimiga ao qual ela e suas companheiras Sailors haviam enfrentando, há pouco tempo atrás: SAILOR GALAXIA.
Ela, assim como as demais sailors, haviam nutrido a esperança que as batalhas houvessem terminado, finalmente. Tola ilusão, ela compreendia agora.
As batalhas em defesa do planeta Terra jamais terminarão até que se concretizasse a instauração do "Novo Millenium de Prata", no futuro longínquo. Mas, para que isso, um dia viesse a acontecer, era preciso proteger o "presente".
E o presente estava, novamente, sob ameaça.
A contra-gosto teria que avisar suas companheiras sailors. Lamentava ter que tira-las de seu breve e agradável período de paz, que todas elas estavam vivenciando. Uma pena!
Hoje pela manhã, havia recebido um telefonema, antes de sair de casa e ir para a escola. Era Haruka avisando que ela e Michiru haviam acabado de regressar de Hong Kong e pretendiam encontrar as outras meninas na lanchonete de Andrew. Infelizmente, por causa de seu turno na enfermaria do colégio, não pode ir ao encontro de todos. Teria sido uma boa oportunidade para contar-lhes sobre suas "premonições" e alerta-las sobre o novo perigo.
Mas, enfim, teria que deixar isso para uma outra hora.
No fundo, Setsuna queria ter mais certeza do que ela e as demais sailors estavam prestes a enfrentar. E, principalmente, quem seria o seu inimigo desta vez.
Com esses pensamentos fervilhando em sua mente, Setsuna percorreu em quinze minutos de caminhada a distância entre a estação de trens de UENO até o condomínio de apartamentos, em que ela estava vivendo agora.
Era um apartamento modesto e pequeno, era verdade. Mas tinha conforto suficiente para uma só pessoa, além da vizinhança ser composta por gente amigável.
Decidira morar sozinha por dois motivos:
Primeiramente, por causa da viagem de Haruka e Michiru, que iriam fazer, juntamente com Hotaru, para o exterior. Ela não queria ficar sozinha naquela imensa casa. E em segundo lugar, apesar de gostar da companhia de suas amigas, precisava de certa privacidade para cumprir sua missão de vigiar o "PORTAL DO DESTINO". E havia certas coisas nessa sagrada missão que não poderia permitir que nenhuma das outras sailors tivesse acesso.
Além do mais, estava gostando daquela sensação de independência que havia conquistado. E de privacidade.
Chegou ao seu apartamento, de numero 504 e girou a chave na fechadura.
Entrou no apartamento e, despreocupadamente, fechou a porta atrás de si enquanto jogava sua pasta sobre a pequena mesa.
Setsuna , talvez pelo cansaço daquele dia enfadonho ou por estar distraída com seus pensamentos, levou alguns segundos para que seus sentidos aguçados percebessem que ela não estava sozinha naquele quarto.
Foi um erro que ela pagaria caro por ter cometido, quando uma voz, vindo de uma cadeira próxima a sua cama lhe falou com cínica crueldade:
Até que enfim, você chegou, "querida irmã"! Estava ficando cansada de esperar...
Não pode ser! Você?!? – disse Setsuna aturdida, mal acreditando na figura que estava a sua frente, enquanto levava, instintivamente, as mãos ao bolso para pegar sua "caneta de transformação".
Nem pense nisso, sua tola! – disse Beryl, ao mesmo tempo que apontava sua mão para Setsuna e disparava uma potente descarga energética.
AAARRRGGGHHH!!!!!!! – Gritou Setsuna, enquanto sentia seu corpo ser dolorosamente eletrificado, por alguns momentos, e, em seguida cair, quase desmaiada ao chão.
Este sempre foi o seu maior defeito, mana: Você é tão previsível... He! He! He! – disse Beryl, cruelmente, ao mesmo tempo em que se levantava da cadeira e se aproximava de Setsuna, caída ao chão. – Isso é maneira de receber a visita de sua querida irmã mais velha em sua casa? Depois de tanto tempo? Mas, que falta de consideração a sua...
Não... Não ... Não pode ser! Isso é impossível! Você... Você... Você morreu! Sailormoon e suas amigas... a derrotaram! Anos atrás... – gemia, Setsuna, atordoada, mal acreditando ver a figura parada, em pé, a seu lado.
Como esses míseros seres humanos costumam falar: "as notícias sobre a minha morte foram um tanto exageradas"... He! He! He! – disse a rainha Beryl soltando uma gargalhada maléfica.
Setsuna olhava-a com um misto de choque e incredulidade para Beryl, mas os seus sentidos confirmavam seus piores temores: Era sua odiosa irmã que, de fato, estava a lá. Sua aura maléfica e cruel infestava todo o apartamento, como algo imundo. E o que era pior: Sentia que os poderes de sua irmã, que já eram temíveis anteriormente, de alguma forma, estavam bem maiores e mais fortes.
E ela logo teve uma demonstração disso, quando, inesperadamente, Beryl parou de gargalhar e, num impulso furioso, agachou-se e agarrou Setsuna pelo pescoço, erguendo-a, como se ela não fosse nada.
Setsuna, sentia o aperto dos fortes dedos de Beryl em seu pescoço, sufocando-a, enquanto seus pés agitavam-se, acima do chão.
Eu voltei do inferno, irmã! Voltei de uma "prisão escura e solitária", que a maldita Sailormoon me enviou, para me vingar dela e de todas as suas amigas. – disse Beryl, furiosamente.
Nunca! COF!!– disse Setsuna quase sem ar. – Você não conseguirá cumprir seus planos cruéis. COF!! Eu vou impedi-la! Custe o que custar! COF!!
Você não vai fazer nada, sua grande tola! A não ser me entregar, aquilo que vim buscar para, digamos, "garantir minha vitória". – disse Beryl, ao mesmo tempo que, num impulso, jogou Setsuna contra a parede do quarto. A mulher gritou de dor ao se chocar contra a parede e acaba caindo sentada no chão, toda machucada e sem ar.
Setsuna não tinha mais forças ou condições físicas para reagir. Estava completamente a mercê de sua inimiga.
Beryl ciente de sua vitória próxima, se aproxima ameaçadoramente, de Setsuna:
Vamos, "querida irmã"! Não segui sua "aura energética" por toda essa cidade imunda para lhe encontrar e acabar perdendo o meu precioso tempo, com conversa inútil: Entregue-me aquilo que vim buscar e prometo-lhe que, lhe darei uma morte rápida e indolor.
Entregue-me a OPALA DE DEIMOS!!! – exigiu Beryl, ameaçadoramente.
Nunca! Jamais lhe entregarei aquela jóia maldita! – disse Setsuna, contundentemente. – Pode me matar, se quiser! Mas, jamais te entregarei essa opala, Beryl. – Disse Setsuna, apavorada com a possibilidade daquela perigosa jóia, que jurara, séculos atrás, manter sob sua guarda, caísse nas mãos de sua odiosa irmã. As conseqüências seriam terríveis e aterrorizantes.
Você irá me entrega-la, mana. Por bem ou por mal. E já que prefere dificultar as coisas para mim será do pior jeito... – disse Beryl preparando-se para atingi-la com outro raio de suas mãos.
Setsuna, cerrou os dentes, preparando-se para mais um golpe devastador, quando, súbito, ouviu uma voz gritar no quarto.
PARE!
Mas... Quem é que ousa me interromper?! – disse Beryl furiosa, virando-se em direção a Janela do quarto, onde partira aquela voz feminina.
Surpreendeu-se em ver duas sailors desconhecidas para ela, paradas, uma ao lado da outra, olhando desafiadoramente para elas.
Maldição! Quem são vocês? – disse ela furiosa em ver aquelas duas jovens que entraram, subitamente, pela janela.
Faço parte de uma nova era. Sou Sailor Urano! E entrarei em ação! – disse a mulher de cabelos claros e curtos.
Eu também faço parte de uma nova era. Sou Sailor Netuno! E entrarei em ação! – completou sua companheira de cabelos compridos.
As sailors do "sistema solar externo"! Sim! Agora me lembro de vocês... – disse Beryl, num tom de evidente desprezo. – É! Parece que as coisas realmente mudaram enquanto estive "ausente"... SailorMoon arranjou novas aliadas. Mas, isso não irá ajuda-la. Tão pouco a vocês duas, suas intrometidas!
Cale-se, sua bruxa! E afaste-se de nossa amiga, agora! Senão quiser sofrer as conseqüências. –ameaçou Urano, furiosa.
Oh! Uma ameaça? – disse Beryl com deboche. – Mas quanta petulância! Acho que vou lhes ensinar "boas maneiras", antes de acabar de tratar de meus "assuntos familiares" com minha irmã.
O que? Sua irmã? – Perguntou chocada, Sailor Netuno.
Não pode ser! – retrucou incrédula, Sailor Urano. – Isso é uma grande mentira!
Calem-se, malditas! Eu não tenho que lhes dar nenhumas explicações. Vão me pagar caro pela afronta de me ameaçarem. – gritou, Beryl, furiosa.
Isso que nós vamos ver, sua bruxa! – disse furiosa Urano, preparando-se para lançar seu ataque.
Infelizmente para ela e Netuno, as duas não tiveram a mínima chance de esboçar qualquer reação.
Tudo aconteceu em uma fração de segundos.
Antes que pudesse lançar o seu raio devastador, Urano e Netuno, viram Beryl, num gesto com as mãos, simplesmente desaparecer de sua frente.
O que? – exclamou Urano, espantada.
Ela desapareceu! – retrucou Netuno.
Cuidado, garotas! Atrás de vocês!!!! – gritou alarmada, Setsuna.
Infelizmente o aviso chegou tarde demais!
Beryl, de maneira astuta, havia se tele-portado bem atrás das duas moças. E antes que as duas percebessem o que estava acontecendo ou esboçassem alguma reação, Beryl agarrou-as pelo pescoço, e descarregou uma poderosa energia no corpo das duas moças.
Urano e Netuno gritaram de dôr enquanto a energia maligna, saindo das mãos de Beryl, as estavam eletrocutando, incessantemente. A agonia e o suplicio das duas heroínas era indescritível.
Tolas! Achavam mesmo que seriam páreos para mim? Para o meu poder supremo? Idiotas! Irão perecer pelas minhas próprias mãos. – gritou Beryl, diante da tortura das duas moças.
Pare, por favor! Não faça isso! – gritou Setsuna, sentindo dores horríveis por todo o corpo.
O que foi, mana? Está preocupada com a sorte dessas duas idiotas? Mas, quanta consideração a sua. – respondeu Beryl com ironia.
Não as mate! Por favor! Não faça isso!
Se a vida dessas duas inúteis é tão importante para você, então, proponho-lhe um acordo: Entregue-me a "Opala de DEIMOS" e pouparei a vida de suas amigas. Caso contrário "irei frita-las até os ossos"... – propôs Beryl, dando um ultimato ameaçador.
Não faça isso! Não entregue o que ela está querendo... AAAARRRRGGGHH!!!!! – gritou Urano, sentindo a descarga energética percorrer-lhe o corpo, dolorosamente.
Vamos, irmã! Estou ficando impaciente: Vai me entregar a jóia ou não? – disse Beryl, ao mesmo tempo que aumentava a descarga energética fazendo as duas sailors prisioneiras gritarem mais alto de dôr.
Era uma cena dantesca e dolorosa demais para ficar assistindo sem fazer nada.
E apesar do difícil dilema entre o seu dever sagrado em manter guardada a jóia, sob sua responsabilidade, e ajudar suas amigas em perigo de morte, Setsuna, acabou seguindo seu coração:
Ok, Beryl! Você venceu. Tome! – disse Setsuna abrindo a mão, ao mesmo tempo que uma jóia amarelada e arredondada, se materializava em sua palma.
Oh, a "Opala de Deimos"! – exclamou Beryl, enquanto que soltava Urano de sua mão. A jovem guerreira caiu, desfalecida, ao chão. – Finalmente!
Beryl fez um gesto com os dedos e a jóia acabou "flutuando no ar", das mão de Setsuna para a sua.
Sim! Era mesma a "Opala de Deimos"! Ela sentia seu poder maléfico enterrado dentro da jóia. Aguardando pelo momento certo de se manifestar, sob o comando, da pessoa certa. Isto é: Ela.
Obrigada, mana! Você me deixou tão feliz, que acho que vou deixar você e essa insolente caída aos meus pés "viverem por mais algum tempo". He! He! He! O suficiente para deixa-las assistirem o fim de Sailor Moon e de suas guerreiras. Há! Há! Há! Viu como posso ser generosa? Há! Há! Há!
Netuno! Solte Netuno... –disse Setsuna, ao ver que a moça ainda estava nas garras de Beryl, totalmente desacordada.
Beryl olhou para sua vitima de cabelos cumpridos com desdém. Em seguida virou-se para Setsuna e completou:
Como disse, querida irmã, as vezes sou uma pessoa que pode ser muito generosa... Mas, outras vezes... Não! He! He! He! – disse Beryl, ao mesmo tempo que girava os braços e, simplesmente, jogou Netuno pela janela.
Não!!!! – gritou Setsuna, desesperadamente.
Há! Há! Há! Como eu disse antes, mana: Você é tão previsível! Há! Há! Há! ADEUS!!!! – disse Beryl, se tele-portando para longe.
Beryl havia partido, mas, não antes de mandar uma das sailors para a morte certa. Em poucos segundos, Neptune iria se chocar no chão da rua e o impacto seria, sem dúvida alguma mortal.
Então num gesto desesperado, unindo todas as suas forças, que restavam, Setsuna consegue pegar sua caneta de transformação e ergue-la para o alto:
PELOS PODERES DO PLANETA PLUTÃO! TRANSFORMAÇÃO!!
Em instantes, ocorre uma espantosa metamorfose e Setsuna se transforma em SAILOR PLUTÃO.
Sem perder tempo, e com a sua força totalmente recobrada pela transformação, Sailor Plutão, num gesto desesperado, parte para o socorro de sailor neptune.
Teletransporte! – diz elas para si mesma, ao mesmo tempo que ela desaparece de seu quarto e reaparece, no mesmo instante, na rua.
Sailor Plutão olhou para cima de sua cabeça e horrorizada viu que Netuno estava a poucos segundos de se chocar ao chão. E da morte certa.
Sem tempo para raciocinar, Plutão saltou para o alto e conseguiu segurar Netuno em pleno ar. Em seguida, com a amiga em seus braços, e pousou em pé e em segurança na calçada da rua.
Havia conseguido salvar Netuno e agora cuidava dela.
Minutos depois, Netuno voltava a si, sentindo dores horríveis por todo o corpo, quase ao mesmo tempo que Urano, que havia se recuperado, descera as escadas do prédio e se reunia com suas amigas, na calçada:
Netuno! Netuno! Você está bem?
Fora os meus ossos que estão doendo sem parar e da imensa dor de cabeça que estou sentindo, estou bem sim! Não se preocupe. – disse Netuno, visivelmente machucada. E você, Pluto?
Estou bem, apesar de meus ferimentos e de estar exausta, depois do tele-porte.
Obrigada, garotas! De qualquer forma, vocês me salvaram, também! Se não tivessem aparecido, Beryl, certamente, teria acabado comigo.
Mas, como foi que vocês souberam que eu precisava de socorro?
Hotaru teve uma premonição!- respondeu Netuno. - Uma visão de que você estava em perigo...
Céus! Isso significa que ela teve um de seus "ataques" ! – Exclamou Plutão, levando as mãos, a sua boca, assustada e preocupada com o bem estar da menina. Ela sabia que as visão causavam um forte mal estar em Hotaru, fazendo-a muitas vezes, perder a conciência e desmaiar. – Como está Hotaru? Onde ela está?
Calma! Hotaru está desmaiada, mas está bem. Deixamos ela, repousando no nosso carro... – tranqüilizou-a Netuno.
Aquela bruxa maldita! Ela ainda me paga... – jurou Urano furiosa.
Esqueça isso! Temos coisas muito mais importantes para fazer: Precisamos avisar Serena e as meninas que Beryl está de volta. E rápido! – afirmou Plutão.
Elas estão na casa de Rei. No templo xintoísta! – respondeu Netuno que se levantava do chão com ajuda das duas amigas.
Temos que ir para lá, imediatamente! Só que estou muito fraca para tentar um outro tele-porte... – disse Plutão , reconhecendo que excedeu suas forças ao salvar Netuno. Estava muito exausta e fraca, naquele momento.
Nós também! Droga! – praguejou Urano.
O nosso carro está estacionado no outro lado da rua, Plutão. Se corrermos, podemos chegar lá em meia hora. – avisou Netuno.
Então vamos lá, imediatamente. Não podemos perder um minuto sequer!
Espere um pouco, aí! – avisou Urano aborrecida e olhando com desconfiança para Plutão. – Acho que você precisa nos dar algumas "explicações" do que vimos e ouvimos, na sua casa, há pouco.
Tudo a seu tempo, Urano! Prometo que lhe darei todas as explicações. Mas, quando todas nós estivermos reunidas e em segurança. Por favor, lhe peço um pouco mais de paciência. E, também, que confie em mim. – pediu Plutão.
Está bem! – concordou Urano, meio a contra-gosto. - Mas, assim que nos reunirmos com as garotas, quero saber de tudo, ouviu bem? Tudo!
Combinado.
Muito bem! Vamos então! – concluiu Urano.
Em seguida, meio que cambaleando, as três sailors dirigiram-se até o carro, que rapidamente, saiu em disparada, em direção ao templo do avô de Rei.
CENA 9:
Mansão Hara (QG de Shadow Moon) – Na base secreta, na caverna abaixo da mansão.
Já havia anoitecido.
E Jimmy, já trajando seu uniforme ninja de Shadow Moon, estava com seu amigo Issac e sua avó, na caverna secreta, abaixo da mansão.
Ele estava checando, pela última vez, suas armas de combate bem como os equipamentos eletrônicos de vigilância construídos por Issac.
Guardou tudo nos seu uniforme ninja, assim que constatou que estava tudo em ordem.
Em seguida, colocou sua mascara ninja e dirigiu-se para sua moto: a "FLECHA DE PRATA". Issac, passava a última checada nos equipamentos de sua moto, quando Shadow Moon sentou-se no assento da veículo.
Issac , segundos depois, abriu um largo sorriso e fez um sinal com o polegar para cima:
É isso aí, Jimmy! Como lhe prometi, deixei a "Flecha de Prata" nos trinques!!! Sua moto está "turbinada" e pronta para enfrentar qualquer parada. – disse Issac orgulhoso de mostrar a seu amigo, que tinha feito um excelente trabalho de reparos e calibragem da moto do guerreiro ninja.
Bom trabalho, Issac! A moto está perfeita! – disse Shadow Moon.
Não é só isso, meu caro parceiro ninja. Também coloquei no computador de bordo o mapa atualizado das ruas e localidades de Tókyo. Agora você não se perde de jeito algum nessa metrópole...
Excelente, Issac! Vou precisar que você me trace o caminho mais rápido para chegar na casa do nosso "alvo".
Imaginei que essa seria a primeira coisa que você iria me pedir, Jimmy! E foi por isso que tomei a liberdade, de já traçar, uma caminho seguro e discreto até a casa dessa Serena. Não é o caminho mais curto, mas irá faze-lo chegar até a casa da garota, sem ser visto por nenhum pedestre curioso. – assegurou Issac.
Bom trabalho! Agora, quero checar a recepção da antena e câmera embutida, no meu traje.
È pra já! – disse Issac. Imediatamente, rodou sua cadeira de rodas até o painel dos computadores e acionou alguns comandos. Súbito uma imagem na imensa tela apareceu: a do próprio Issac. – Perfeito! A "câmera oculta", em seu emblema da lua, na parte de cima de sua mascara, está funcionando perfeitamente. O áudio da antena também, mas, só teremos certeza, quando você estiver, já rodando pela cidade.
Então, não vou perder mais tempo! Vou partir agora. – Confirmou ele para Issac.
Shadow Moon virou-se para sua avó que permanecia parada e em silêncio, próxima ao elevador de acesso do esconderijo a mansão.
Curvou-se, respeitosamente, para a velha senhora, quando ela, lentamente, aproximou-se dele, parando a seu lado:
Estou pronto para cumprir a minha missão, avó!
Muito bem! Então lhe entrego isso, meu neto! – disse a mulher com severidade, estendendo as duas mãos, que seguravam a adaga milenar, embrulhada em seda. – Guarde-a com muito cuidado e entregue-a para o seu dono legítimo.
Tentarei encontra-lo, avó!
Não se preocupe! Você vai encontra-lo, esta noite! Os "espíritos" já me confirmaram isso, meu neto! Só que antes, você deverá enfrentar um grande desafio...
Desafio? Quer dizer... Que enfrentarei o "Anjo" está noite, avó? – disse Shadow Moon levantando os olhos com um olhar desejoso de vingança. – Por favor! Diga-me!
Já falei tudo o que tinha para falar meu neto! – cortou a velha senhora, rispidamente. – Agora, é hora de você partir!! E de encontrar o seu destino! VÁ! – ordenou ela a seu neto com firmeza.
Shadow Moon acenou a cabeça afirmativamente e, em seguida, virou-se para Issac. O rapaz na cadeira de rodas levantou o braço e estendeu-lhe uma das mãos. Sem hesitar Shadow Moon apertou, com firmeza, retribuindo o gesto de amizade e camaradagem de seu amigo.
Vê se fica "esperto", Shadow Moon! Nada de ficar distraído e dar "sopa" ao inimigo, falou?
Pode deixar, parceiro! Desta vez, não vou facilitar para nenhum inimigo! – prometeu Shadow Moon.
E não esqueça mais uma coisinha: Proteja essa garota... A tal de Serena do "Anjo", custe o que custar. Não deixe aquele "filho da mãe" machuca-la! Está certo?
Jimmy ficou em silêncio, olhando para seu grande amigo. Não lhe deu a resposta a seu pedido.
Olhando com severidade, pouco costumeira, Issac reafirmou:
Está certo?
Cuidarei dela! – prometeu Shadow Moon, não disfarçando o contra-gosto em sua voz.
É isso aí! Te cuida, Shadow Moon! E boa sorte, amigão! – concluiu Issac.
Obrigado, parceiro!
Os dois rapazes apertaram as mãos ainda com mais força e, depois, Issac afastou a cadeira de perto da moto.
Jimmy ligou os motores da "Flecha de Prata" e partiu, acelerado, do esconderijo, rumo a casa de Serena Tsukino.
Que as forças celestiais estejam com você está noite, meu neto e que as profecias se cumpram! – murmurou Rumiko para si mesma, vendo seu neto partindo.
CENA 10:
Residência de REI HINO. No Templo Xintoísta, região metropolitana de Tókyo . Naquela mesma noite.
As garotas entraram em alvoroço quando o programa de J-Pop preferido de Mina, começou, às nove horas da noite, em ponto.
E, para tumultuar ainda mais a gritaria, a primeira cantora a se apresentar no programa era justamente a cantora preferida de Mina e, também, de Rini: Utada Hikaru.
Lita que estava sentada, bem no meio das duas, reclamou da barulheira, mas não teve jeito. Teve que ouvir a cantora apresentar uma canção inédita no programa e, ainda por cima, ouvir Mina e Rini fazerem coro as letras da música, gritando a plenos pulmões, em seus ouvidos.
Todas estavam em um dos cômodos do quarto de Rei, que era grande e espaçoso o suficiente, para abrigar todas as seis garotas, mais os dois felinos: Artêmis e Lua. Havia chegado ao templo, há pouco mais de três horas atrás, já ao anoitecer.
Era desnecessário dizer que a última coisa que alguém pensou, ao chegar no templo, foi abrir qualquer livro escolar ou estudar alguma matéria.. As garotas só queriam relaxar depois dos acontecimentos traumáticos daquele inicio de tarde. Era a "ordem" naquela noite.
Ou melhor dizendo, era a ordem dada por Rei, assim que elas e suas amigas chegaram ao templo.
Como sempre, o avô de Rei e Nikolas as receberam com muita alegria e cordialidade assim que chegaram no templo.
É sempre uma alegria para um velho como eu receber a visita de garotas tão lindas e educadas como as amigas de minha neta. He! He! He! – disse ele, com um largo sorriso sapeca.
Vovô, comporte-se! Veja se na dá nenhum vexame, por favor! – implorou Rei envergonhada, já antevendo o show de piadas "impróprias" de seu avô. Mas, não houve jeito de impedi-las.
Seu avô adorava visitas e, ainda mais entretê-las com brincadeiras e piadas, nem sempre, adequadas a um homem de sua idade avançada e, ainda mais, responsável pelo santuário Xintoísta. O que, claro, deixava, Rei vermelha de vergonha.
Após alguns minutos, assistindo uma infindável lista de piadas e brincadeiras infames de seu avô, na porta de entrada do templo, Rei respirou aliviada, quando seu avô finalmente se retirou do local, para cuidar de outros assuntos do templo.
Rei virou-se para Nikolas e perguntou:
Nikolas, por favor, traga algumas lenhas para aquecer a banheira, que todas nós iremos tomar banho e trocarmos de roupa. Depois, quero que você prepare alguma coisa para comermos e bebermos no Jantar.
Sim, senhorita! Mas, temos pouca coisa na geladeira e na despensa para preparar um jantar para todas. Terei que fazer algumas compras no supermercado. – avisou ele, meio que constrangido.
Ok! Prepare o banho primeiro e, depois, lhe darei algum dinheiro para as compras. Mas, ande logo que queremos jantar antes das nove horas, entendeu bem?
Sim, senhorita! Entendi!
Então, o que está esperando? Não fique parado aí que nem uma estátua! Vá buscar lenha para esquentar a banheira. – disse Rei, severamente.
É pra já, senhorita! Agora mesmo. – respondeu o rapaz, meio atrapalhado.
Nikolas, virou-se e foi buscar lenha para acender e esquentar a banheira, que era em estilo japonês antigo, e que, normalmente, era acesa do lado de fora.
Rei virou-se para suas amigas e disse:
Meninas! Vamos tirar os uniformes, tomarmos um bom banho e, depois, colocarmos roupas mais confortáveis e descansarmos. O jantar não deve sair antes do que nove horas...
O que? Vamos ficar todo este tempo sem comer nada? – perguntou Serena, horrorizada com essa possibilidade.
Deixe de ser gulosa, Serena! – disse Rei aborrecida. - Comemos na lanchonete de Andrew não faz, nem meia hora. E ainda está com fome?
Serena só pensa em comida! – alfinetou Rini. – E quando não é isso, fica de preguiça em casa ou querendo falar por telefone com o Darrien...
AAAIII!!!!! – gritou Serena feito uma desesperada. – Darrien! Eu precisão falar com o meu querido Darrien. Cadê o telefone? Cadê? Cadê?
Serena, comporte-se! Estamos na casa dos outros. – censurou Lua. – Além disso, o Darrien avisou para você que estaria muito ocupado trabalhando a noite toda. Vê se não atrapalhe os afazeres dele, ligando sem necessidade.
Mas, eu quero tanto falar com ele... Estou com tantas saudades de meu noivinho.... – disse Serena fazendo bico.
Amanhã você conversa com ele. Agora trate de tirar seu uniforme, tomar um bom banho que você, eu e Amy tivemos um dia bastante tumultuado e... OPS!!!!! – disse Lua, percebendo que havia feito uma grande gafe, ao mencionar os acontecimento terríveis daquela tarde. Virou-se preocupada em direção de Amy, que estava atrás das demais na entrada do templo, em absoluto silêncio. – Desculpe-me, Amy! Eu não queria...
Tudo bem, Lua! Estou melhor! Você e as meninas não precisam ficar preocupadas em evitar falar, sobre o que aconteceu, perto de mim. Já estou recuperada... – disse a garota com os cabelos curtos com a voz melancólica. Nenhuma das garotas se mostraram convincentes, com aquelas palavras, ditas por ela.
Lua olhou com aborrecimento para Serena. E, com severidade, disse:
Serena! Vá tomar banho e trocar de roupa, já! E vê se não fica a noite toda mergulhada na banheira, como você faz sempre! Tem gente que está esperando sua vez.
Ta bom! Ta bom! Já entendi o recado! – disse Serena meio que rabugenta com a bronca de Lua.
Pensando bem, você pode tomar banho junto com Rini, como costumam fazer lá em casa, já que a banheira aqui é grande o suficiente para vocês duas. Assim é menos tempo para os outros esperarem...
O que?! Quer que eu tome banho junto com essa pirralha chata, aqui também?! – protestou Serena.
Ah, Lua! Não quero tomar banho junto com a Serena! – protestou Rini. – Ela não para de ficar se mexendo na banheira feito "lagartixa" e, toda hora, ela me espirra água com sabão nos meus olhos.
Quem espirra água com sabão no olho é você, sua chata! Você fica toda hora batendo com as mãos na água e a joga para todo o lado. Especialmente na minha cara. – reclamou Serena.
Não faço isso não!
Faz sim, sua mentirosa!
Não faço!
CHEGA COM ESSA CRIANCICE E VÃO LOGO TOMAR BANHO VOCÊS DUAS! JÀ! – gritou Lua furiosa, mostrando os dentes, como se estivesse rosnando.
Ta legal, Lua! – disseram, em coro, as duas meninas cabisbaixa.
Meu Deus, quanta imaturidade! – disse Rei, encabulada, em assistir tamanha infantilidade, de Serena e de Rini.
Em seguida, virou-se para Amy e, de maneira atenciosa, lhe disse:
Amy! Tome o banho por última. Assim você não precisa ter pressa e pode ficar o tempo que quiser na banheira. Ta legal?
Esta bem, Rei! – disse Amy sorrindo timidamente.
E, assim, as coisas transcorreram normalmente.
Nikolas, como sempre fora bem prestativo, e cuidou para que a água da banheira se mantivesse, quente, mas numa temperatura agradável, para as garotas.
Tirando Serena e Rini, que iniciaram uma guerra de jogar água ensaboada uma na outra, e discutirem, aos berros, em pleno banho, todas tomaram banho e se trocaram, tranqüilamente.
Como o combinado, Amy entrou por ultima na banheira, logo após a própria Rei.
Amy entrou na banheira, depois de se ensaboar-se e lavar-se num pequeno banquinho, ao modo japonês. Submergiu seu corpo, quase que totalmente, só deixando sua face do lado de fora.
Conforme Rei tinha lhe falado, o banho, realmente, a estava ajudando a relaxar seu corpo e aliviar-lhe a tensão acumulada, durante todo aquele dia terrível. Porém, não "apagava" de sua memória, as lembranças do que tinha ocorrido. E tão pouco o rosto daquele "rapaz misterioso".
Ficou olhando para o teto e para o vapor da água da banheira, subindo, com um olhar distante. Seu corpo podia estar naquela banheira, mas, sua mente, não. Ela estava relembrando de como aquele "misterioso rapaz" e ela se olharam pela primeira vez, quando ela estava caída no chão, depois que ele a libertou das garras de dois motoqueiros.
"Você está bem?" dissera ele com uma voz forte, mas atenciosa, que ela conseguia ainda, ouvir ecoando em seus ouvidos.
"Você está bem?" Ela ainda podia sentir o toque gentil, porém, firme, de sua mão em seu ombro.
"Você está bem?" Ela ainda lembrava como ele a tocara com seus dedos no seu rosto e enxugara suas lagrimas ao final daquela luta.
"Você está bem?" Ela ainda se lembrava daquele seu olhar e deu seu rosto...
Você está bem, Amy? – perguntou Rei, cujo rosto parecia ter surgido em sua frente, de repente.
Amy se assustou com a súbita aparição da amiga a sua frente. Dissipou seus pensamentos e voltou a realidade.
Rei?
Desculpe-me, Amy! Não queria importuna-la! Bati na porta, antes de entrar. Mas, como você não respondeu, tomei a liberdade de entrar...
Desculpe, Rei! Acho que estava meio distraída. Não ouvi você bater. – disse Amy meio encabulada. Quanto tempo havia ficado lá? Ela havia perdido completamente a noção do tempo.
Tudo bem! Eu só vim aqui para te trazer toalhas limpas.
Obrigada!
Tudo bem com você? – perguntou Rei, acariciando, amigavelmente, a cabeça da amiga, num gesto de conforto e apoio. – Você parecia tão distraída...
E estava mesmo. Desculpe! Faz muito tempo que estou aqui? Acho que perdi completamente a noção do tempo. – perguntou com um tímido sorriso.
Um pouquinho! – respondeu Rei com um sorriso, meio que severo. – Para falar a verdade, essas toalhas foram a desculpa perfeita que arrumei, para entrar aqui, e saber se estava tudo bem com você. – confessou Rei, colocando as toalhas limpas no banquinho.
Estou! Estou bem, Rei! Só estava pensando...
Nele? – perguntou Rei, com franqueza.
Aquela pergunta surpreendeu Amy que levantou a cabeça, sobressaltada, da água. Ficou com o rosto vermelho e não conseguia esconder o quanto aquela pergunta a havia encabulado.
Com certa hesitação, virou-se para o lado e olhou para Rei, que continuava a fita-la, serenamente.
Por um breve instante, as duas amigas se entreolharam, em silêncio.
Então, Amy compreendeu perfeitamente, que sua amiga, (graças a sua forte intuição feminina, que tanto se orgulhava), sabia, perfeitamente, o que estava passando em seu coração, de fato. E, tentar, desconversar ou fugir daquela pergunta, seria inútil.
Foi com muito esforço que as palavras saíram de sua boca:
Sim!
Foi o que imaginei.
Eu... Eu... Não consigo parar de pensar nele, Rei! Não consigo...
Eu, também, não conseguiria parar de pensar num rapaz, que surgisse do nada e me salvasse de um grande perigo. Até parece coisa de novela...
Por que? Por que ele sumiu daquele jeito?
Não sei, Amy! Sinceramente, eu não sei... – disse Rei, agachando-se e ficando de joelhos, de frente para Amy. Em seguida, começou a cariciar os cabelos dela, tentando conforta-la.
Ele não é um marginal! Não é! Pouco importa as "insinuações" maldosas de Haruka. Sei que ele não é nenhum bandido.
É o seu coração que esta lhe dizendo isso, Amy? – perguntou Rei, afetuosamente.
Amy teve certa dificuldade em responder, mas, por fim, acenou a cabeça, afirmativamente:
Sim!
Então confie nele! Confie em sua intuição! É o que sempre costumo fazer e, raramente, me engano.
Você é uma garota que lida com assuntos religiosos e misticos, Rei! Por isso é fácil para você pensar e agir dessa maneira. Mas, já no meu caso é diferente. Eu sou uma garota mais racional... Mais objetiva e pragmática...
... Que tem um coração tão grande e belo como qualquer uma de nós seis, aqui. Um coração cheio de amor e carinho. Não tenha vergonha disso!
Eu... Eu... Eu me sinto meio tola de pensar nessas coisas... De falar, de coisas que nunca senti antes... Não consigo parar de pensar nele...
É, simplesmente, porque você esta apaixonada. E é inútil tentar "racionalizar" o amor.
A última afirmação de Rei calou fundo o coração de Amy. Finalmente, alguém, lhe dizia, claramente, o que se passava com ela. Amy, baixou a cabeça, num misto de confusão e vergonha. Não sabia como deveria agir ou o que falar.
Por sorte, sua amiga Rei, tinha mais experiência nesse assunto do que ela, e podia ajuda-la a lidar com esses sentimentos confusos para Rei.
Não se sinta envergonhada dos sentimentos que você está vivendo, Amy. Isso é uma coisa muito especial. É maravilhosa...
Eu... Eu... Não sei o que fazer, Rei! Como agir... Estou muito confusa! – disse Amy, não conseguindo por suas idéias em ordem.
Responda-me uma simples pergunta: Qual a coisa que você mais gostaria de ter nesse exato momento? Responda-me, sem pensar ou raciocinar. Agora!
Queria encontra-lo de novo! – disse Amy, sem hesitar por um momento. Ela própria se surpreendeu com a rapidez de sua resposta. Foi algo instintivo.
Foi o que imaginei... – observou, Rei. – Você quer mesmo reencontra-lo?
É a coisa que mais quero nesse mundo, Rei! – respondeu Amy com firmeza.
Bom, se você não se importar em ouvir um conselho de garota exotérica e não-racional, como eu... Talvez possa ajuda-la. Sei de uma forma de ajuda-la a encontrar o seu "misterioso herói", novamente.
Amy quase pulou da banheira de sobressalto ao ouvir aquelas palavras. Agarrou Rei pelos ombros e, num acesso de nervosismo, pouco comum nela, começou a sacudir Rei, afobadamente:
O que disse? Pode me ajudar a reencontra-lo? Como? Fale, Rei! Por favor, fale! Me diga como? Vamos?
Calma, Amy! Eu falo! Eu falo! Só que, por favor, pare de sacudir-me, feito uma batedeira. Se não vou acabar caindo com roupa e tudo dentro da banheira.
Olha para isso: Já estou com minha camisa molhada, de tanta água que você jogou, acidentalmente, agora, em mim.
OPS! Perdoe-me, Rei! – disse Amy, lamentando o estrago que acabara de fazer, acidentalmente.
Tudo bem! Não foi de propósito. Mas, acho melhor continuarmos nossa conversa fora daqui, não concorda?
Mas...?
... Depois, que você se enxaguar e trocar de roupa, continuaremos nossa conversa, lá na sala, ok?
Amy acenou a cabeça, afirmativamente. E, depois, viu Rei sair do banheiro, deixando-a novamente, sozinha.
"Encontra-lo de novo?! Será possível?", pensava Amy sem parar. Não tinha idéia de com Rei poderia ajuda-la, de fato, nesse sentido. De qualquer forma, não hesitaria em tentar descobrir.
Amy não perdeu tempo: Saiu imediatamente da banheira e enxugou-se com as toalhas trazidas por Rei, o mais rápido possível.
Minutos depois, já estava com seu corpo seco, cabelos penteados e roupa trocada.
Chegou a sala durante o inicio da apresentação da cantora Utada Hikaru, no programa de TV. Sorriu ao ver como Rini e Mina, se divertiam, fazendo coro, junto a cantora. Até Lita, que parecia estar muito incomodada com a gritaria das duas, logo depois, se deixou contagiar-se pela animação das duas amigas.
Olhou para o lado, ao ouvir um discussão, no outro canto da sala.
Era Serena e Lua. Ambas estavam sentadas na cama de Rei e Serena estava com o telefone de cabeceira da anfitriã em suas mãos. Lua a olhava e dizia severamente:
Não! Não! E não, Serena!
Mas, Lua! É só uma "ligadinha rápida"!
Já disse que não! Você não vai incomodar o pobre do Darrien. O coitado tem muito trabalho para fazer hoje a noite, esqueceu.
Mas, só quero saber se ele chegou bem em casa....
Ele é maior de idade e sabe perfeitamente chegar sozinho em casa.
Mas, então, deixe-me ligar para ele para dizer "boa noite". Só isso?!
Não! Não! E não! Te conheço muito bem, Serena. Se você ligar para o Darrien, este seu "Boa Noite" vai levar, no mínimo, uma hora no telefone.
Mas,...
Mas, nada! Ligue para sua casa e avise a seus pais que você e Rini passarão o fim de semana na casa de Rei. Senão eles vão ficar muito preocupados.
E, depois, que acabar de falar com eles desligue o telefone e vá cuidar de Rini, como é sua obrigação.
Ah, tenho mesmo que tomar conta daquela pestinha?
SERENA!!!!!! – rosnou Lua em alto em bom som, mostrando os dentes.
Ta bom, Lua! Foi só uma brincadeirinha. Fique calma. Não falei a sério. – disse Serena com um sorriso encabulado e nervoso. Lua está de muito mau-humor naquela noite e não estava com paciência para as infantilidades de Serena.
Amy sorriu ao ver que estava tudo bem com Serena e que os acontecimentos daquela tarde, de forma alguma, alteraram seu "comportamento normal".
Virou-se para os lados, mas não viu Rei em parte alguma da sala.
Ficou cabisbaixa. Triste por um momento, achando que a amiga havia esquecido do que prometera para ela.
Subitamente, uma voz, se fez ouvir, atrás de Amy.
Ah, que bom! Já se trocou.
Amy virou-se e deu de cara com Rei sorrindo para ela.
Já!
Ótimo! Siga-me, Amy! Quero te mostrar uma coisa.
Está certo!
Amy e Rini caminharam por um imenso corredor de madeira, bem encerado e brilhante. Pararam em frente a uma porta de papel e madeira.
Rei fez uma solene reverencia e depois, abriu a porta:
Amy viu o interior de um pequeno santuário xintoísta (um dos muitos que havia naquele templo), decorado por telas de papel com inscrições religiosas de mantras e preces e um oratório de madeira esculpido.
Espere-me aqui, um minuto só, Amy! – pediu Rei, enquanto, cerimonialmente, entrava dentro do pequeno santuário.
Está bem, Rei!
Rei demorou menos de cinco minutos, dentro daquele santuário.
Saiu logo após ter achado o que procurava lá dentro e, quando, finalmente, fechou novamente, a porta, virou-se para Amy, estendendo-lhe uma das mãos.
Tome! – disse Rei, sorridente.
Mas... O que é isto!?
É um "amuleto de amor". – disse Rei sorridente. – E é um dos especiais, de nosso templo: Ele ajuda meninas enamoradas a encontrarem seus amores perdidos.
Amy sentiu uma sensação de decepção tomar-lhe conta de si. Parecia que acabara de ser vitima de uma piada ou brincadeira sem graça. Um Amuleto? A resposta de Rei para ajuda-la a encontrar o "misterioso rapaz" era essa?
Amy mal consegui disfarçar sua decepção quando, por fim falou:
Rei! Você não pensa realmente que este seu amuleto possa ajudar-me a reencontra-lo, não é? Olha! Respeito suas crenças e os objetos sagrados do seu templo, mas é que...
Você não acredita em amuletos! Eu sei disso, Amy! E isso não importa! Por favor, leve consigo, assim mesmo. Ele contêm um "mantra de amor" poderoso, e, crendo nele ou não, o amuleto fará você reencontrar o rapaz. – disse Rei, com muita segurança.
Mas...
Como tenho certeza, disso? Por que tenho fé! Fé que uma amiga tão legal e querida como você merece toda a felicidade do mundo, Amy. E acredito que, de alguma forma, de alguma maneira, as forças espirituais a ajudarão a encontra-lo de novo. – disse Rei, não conseguindo a emoção de suas palavras.
Rei!? Eu... Eu... Me desculpe! – disse Amy emocionada com as palavras de sua amiga. Num ímpeto, abraçou Rei, como se ela fosse uma irmão mais velha e lhe disse emocionada. – Obrigada, Rei! Vou guardar seu amuleto... Seu presente... Com muito carinho perto de mim.
Desculpe-me, Amy! Perdão! Eu não estava junto de você e de Serena na hora que vocês duas mais precisavam de ajuda. Principalmente, você que sofreu tanto. – Rei, não resistiu as lagrimas que derramava em sua face. – Coitadinha! Aqueles animais a feriram e eu não estava lá para te proteger. Proteger uma de minhas melhores amigas... Para proteger minhas "irmãs"... Não estava...
Ta tudo bem, Rei! Já passou... – disse Amy, consolando-ª. Agora podia ver o sentimento de culpa que Rei estava carregando, desde a lanchonete. – Ninguém teve culpa pelo que aconteceu. Ninguém. Muito menos você...
Eu devia ter estado com você e Serena. Devia. Devia estar lá para protege-las. Eu teria acabado com aqueles motoqueiros malditos. Eu.... – Rei engasgava suas palavras num misto de tristeza e raiva de si mesma.
SHHH!!!! Já passou, Rei! Já passou! Estou bem agora! Estamos todos bem agora... Todas bem!
Amy e Rei ficaram abraçadas, acalentando e tranqüilizando, uma a outra, por algum tempo.
Finalmente, quando, pararam de chorar, desfizeram o abraço e enxugaram as lagrimas de seus olhos.
As duas esboçaram, um sorriso caloroso uma para a outra e, finalmente, Rei disse:
É bom ver como estão as meninas. Daqui a pouco o Nikolas, volta do super-mercado e irá servir o jantar.
Tenho que arrumar o quarto para a janta.
Rei, se quiser, posso ajuda-la a levar os FUTONS (colchões japoneses) para o seu quarto. Assim, você não precisa ter que fazer todo o trabalho sozinha.
Mas, que é isso, Amy! Você é minha convidada de honra, esta noite! E eu...
Por favor, Rei! Deixe-me ajuda-la. Vai me fazer muito bem, acredite-me!
Ok! Mas, vamos dividir as tarefas, está bem?
Claro.
Amy e Rei foram ao outro cômodos da casa onde pegaram os colchões e outros utênsilhos para levar ao quarto.
Na volta pelo corredor, Rei olhou para a janela, e viu que Nikolas, estava acabando de regressar do super-mercado. E, como de costume, havia se atrasado.
Esse Nikolas, não toma jeito mesmo: Está atrasado de novo! Depois, sou eu que tenho que ficar agüentando a "choradeira" de Serena, porque ela esta "morrendo de fome". GRRR!!!!!
Coitado dele, Rei! O super-mercado fica muito longe do templo. O pobre Nikolas tem que caminhar um bocado para ir e voltar para cá.
Bah!!!! Ele é homem. E nasceu para fazer o serviço pesado mesmo. – disse ela com severidade. – Aposto que ele ficou de conversa fiada com o atendente do super-mercado. Ou pior: Ficou dando suas "cantadas ridículas" para aquela funcionária nova e "sem-graça", que eles acabaram de contratar. – Disse Rei, sem esconder uma ponta de ciúme em sua voz. – Mas, que incompetente! Será que este tolo esqueceu-se que temos visitas?
Mas, Rei, eu acho que você esta sendo injusta com o pobre do Nikolas, ele...
NIKOLAS!!!! – Gritou Rei, furiosa para o rapaz que acabava de atravessar o portão de entrada do templo carregando, vários embrulhos de compras. – Onde é que você estava, seu molenga? Isso são horas de você chegar? Eu e as meninas estamos esperando um tempão para você trazer comida para nós.... – disse Rei ao mesmo tempo, que abria a porta de madeira e saía para o lado de fora do templo.
As tentativas de Amy de tentar acalmar sua amiga foram inúteis. Uma vez que o temperamento "genioso" de Rei vinha a tona, ninguém era capaz de segura-la. De qualquer forma, Amy sabia perfeitamente, que esta era uma das maneiras que Rei tinha para demonstrar (por mais estranho que parecesse) sua afeição e carinho por Nikolas.
Então Amy, esboçou um leve sorriso, quando viu sua amiga calçar os seus habituais e tradicionais tamancos de madeira, do lado de fora do templo, e caminhar, em passos acelerados e firmes de encontro do rapaz.
Para Amy, a cena parecia mais a de "um sargento furioso indo dar bronca a um soldado raso". A comparação, infelizmente, para o pobre Nikolas, não estava tão longe da realidade. E, Amy e suas demais amigas, já haviam testemunhado essa mesma cena por diversas vezes.
Mas, Amy sabia da paixão platônica (e outras vezes não tão platônica assim) que Nikolas e Rei nutriam um pelo outro. Era uma relação complicada demais, para que Amy pudesse compreender ou sequer, tentar analisar.
Contudo, Amy e suas amigas sabiam, perfeitamente que apesar das broncas severas que sempre levava de Rei, Nikolas parecia não se importar com isso. Pois gostava de Rei, profundamente, do jeito que ela era. Inclusive os seus acessos de mau humor.
E, mesmo quando levava broncas dela, Nikolas, se sentia muito querido e, até mesmo, amado. Por isso, não era de se estranhar que, as vezes, ele sorria para Rei, mesmo durante suas broncas severas.
Amy se tranqüilizou. Sabia que os dois se entendiam bem e que, no final de toda aquela algazarra, tudo acabaria bem e todos iriam jantar juntos.
Vendo Rei se aproximar de Nikolas, dava a Amy esta certeza disso. E Ela sorriu, levemente, sabendo que, logo, a bronca terminaria e tudo ficaria bem, novamente entre os dois.
Infelizmente, como Amy testemunharia, horrorizada, nos minutos seguintes, Rei, sequer teria chance de se aproximar de Nikolas, desta vez...
CENA 11:
No Portal de entrada do templo Xintoísta. (casa de Rei Hino)
O pobre Nikolas estava carregando cerca de cinco enormes pacotes de embrulho, contendo todos os produtos da enorme e longa lista de compras feitas por Rei.
Alguns deles, continham embalagens muito frágeis de doces e geléias que, ao menor deslize ou falta de cuidado de sua parte, poderiam se quebrar. Então, seria um desastre. Uma perda total.
Por isso, Nikolas se desdobrou para carregar com cuidado aquele monte de embrulhos, desde o super-mercado até de volta ao templo. O que, é claro, obrigou-o a andar devagar todo o longo trajeto, equilibrando os pacotes entre seus braços e suas mãos, como um autêntico equilibrista de circo.
Mas, esse, apesar de difícil, não tinha sido a pior etapa de seu regresso ao templo. Negativo!
O pior ainda estava por vir, quando, quase uma hora de caminhada depois, ele se encontrou diante da imensa escadaria de acesso a entrado do templo Xintoísta.
Nikolas olhou os degraus de pedra esculpida que se direcionavam para o alto e engoliu seco a garganta.:
Ai! Ai! Ai! Lá vamos nós! Subir esta escadaria toda... Ai! Ai! Que os céus meu protegem... e me dêem uma "mãozinha", também! – murmurou para si mesmo, olhando exausto para o imponente obstáculo a sua frente.
Nikolas respirou fundo, segurou os embrulhos com firmeza e cuidado redobrados e começou a subir, lenta e cuidadosamente, a longa escadaria de pedra. E, durante, toda a subida, Nikolas fizera valer-se de todos os seus dotes de "equilibrista" (que o coitado nem sabia que dispunha até vir trabalhar no templo), segurando os pacotes nos braços e nas mãos, sem deixa-los caírem ou amassa-los.
Por varias vezes, Nikolas achou que perderia o controle da situação e, pelo menos num momento da escalada, por pouco, seus embrulhos não vieram ao chão.
Felizmente, como das outras vezes, a sorte lhe sorriu de novo. Nikolas conseguiu, após meia-hora de subida, chegar até a entrada do templo. Estava, é claro, ofegante e cansado pelo esforço de subir e proteger os embrulhos, mas, pelo menos, os pacotes estavam intactos:
Pelos ancestrais! Consegui, finalmente, chegar aqui! – exclamou ele a beira da exaustão.
NIKOLAS!!! – gritou Rei, naquele exato momento, ao vê-lo chegar, da janela de sua casa.
Ai! Ai! Ai! Lá vem bronca! A srta. Rei "vai me arrancar o couro", desta vez! – disse ele resignadamente, sabendo que ela não aceitaria nenhuma de suas desculpas, por mais justificadas que fossem, pelo seu atraso.
Paciência! Era sempre assim! Ele sabia perfeitamente disso, depois, de viver e trabalhar no templo por tanto tempo. Ocasionalmente, Rei lhe dava severas broncas ou pelo serviço que ela achava, que não havia sido feito de maneira correta, ou por erros inadmissíveis na preparação de eventos religiosos e orações no templo.
Mas, depois, ele bem sabia, tudo ficarei bem. Ela o perdoaria, depois de um "longo sermão", e voltaria a sorrir para ele, gentilmente, de vez em quando. E isso era o que lhe bastava. Um sorriso belo e caloroso de Rei.
Ele não trocaria nenhum lugar no mundo para ficar, do que aquele velho templo. Perto do "mestre" e, principalmente, perto da senhorita Rei. A mulher que ele admirava e amava em silêncio.
Ela é tão bonita! Mesmo quando esta tão zangada... – Murmurou ele para si mesmo, baixinho, enquanto ele a observava a distância, colocar os tamancos de madeira e, vir, furiosa em sua direção.
Novamente, Nikolas respirou fundo, preparando-se "psicologicamente" para a bronca que iria levar desta vez.
E começou a caminhar, cabisbaixo e resignadamente, em direção a Rei, para encontra-la no meio do caminho. Porém, após atravessar o portal de madeira do templo e caminhar alguns passos, Nikolas se surpreendeu ao quase "trombar" com uma figura alta de roupas finas e elegantes, que, simplesmente, apareceu bem a sua frente, derrepente.
Nikolas fora pego de surpresa e parou, abruptamente, no susto, deixando que um de seus pacotes caísse ao chão.
Oh, Não! Que azar! – disse ele vendo, o pacote com o conteúdo esparramado ao chão. – Agora a srta. Rei vai ficar realmente uma fera, comigo...
He! He! He! He! – Riu ,cruelmente, o misterioso sujeito a sua frente parecendo divertir-se com seu infortúnio. Nikolas se sentiu ofendido. Como se estivesse sofrendo um deboche.
Quem é você, moço? E o que esta fazendo aqui, a uma hora dessas? – disse furioso e confuso, para o homem de cabelos compridos a sua frente. – Sabia que por causa do susto que o senhor me deu, aparecendo na minha frente, assim sem avisar, perdi um pacotes de compras que fiz no super mercado? Tive um grande prejuízo, sabia?
Este é o menor de seus problemas agora, humano! Agora sobre quem eu sou e o que estou fazendo aqui... - Malachite abriu um largo sorriso cruel e maligno, que fez o coração de Nikolas, gelar de medo, como se pressentindo que algo terrível estava prestes a acontecer. - ... Vim te trazer um "presente muito especial". He! He! He!
Céus! Não! Não! – balbuciou Nikolas apavorado, deixando os pacotes caírem ao chão, de seus braços trêmulos de pavor.
Nikolas! Fuja! Depressa! – disse Rei assistindo a cena toda a certa distância e correndo o mais rápido possível para tentar socorre-lo.
Mas, foi uma tentativa inútil!
Malachite sequer virou-se para trás, quando, num gesto de um de seus braços, disparou um feixe de energia de força, que atingiu em cheio, Rei e a jogou, praticamente, de volta, a entrada da casa., onde caiu com violência, metros de distância.
Senhorita Rei!!! Seu maldito! Eu vou... Eu vou... – ameaçou Nikolas, tentando partir em defesa de sua amada, mas, infelizmente, Malachite o derrubou com um rápida tapa da mesma mão. Nikolas, caiu sentado no chão e agora estava completamente a mercê do misterioso agressor.
Malachite sorriu, cruelmente, e como se nada tivesse acontecido, falou com frieza:
Agora, onde estávamos, quando fomos tão rudemente interrompidos? Ah! O seu "presente" He! He! He! Espero que goste! He! He! He!
Não! Não! Afaste-se de mim! Afaste-se!
Malachite estendeu o outro braço com o punho fechado. Abriu os dedos da mão e Nikolas gritou horrorizado, ao ver, na palma da mão de Malachite, a figura aterradora e repugnante doPARAZITÓIDE..
Céus! Que coisa horrível é essa? Afaste-a de mim. Por favor! NÃÃÃOOO!!!!
Pegue-o! – disse Malachite, com frieza e crueldade na voz, para a pequena e horripilante criatura na palma de sua mão.
O que aconteceu a seguir foi algo realmente medonho. Algo radicalmente contra as leis da natureza e da ciência:
Como se tivesse acatando o comando de seu mestre, o PARAZITÓIDE rugiu, furiosamente. E em seguida, sofreu uma nova metamorfose: Asas semelhantes as de abelhas ou de mosquitos, surgiram abruptamente de suas costas, assim como uma dezena de pernas, como a de uma centopéia desenvolveram, na parte de baixo da criatura num piscar de olhos. E , finalmente, na última etapa daquela transformação medonha, as presas de sua boca se alargaram, tornando-se compridas como a de um mosquito, só que mais grossas e mais perfurantes.
Ao cessar toda aquela horrenda mutação, que não durou mias do que cinco segundos, o Parazitóide alçou vôo e foi direto para cima de Nikolas.
A criatura vôo em zingue-zague ao redor de Nikolas, confundindo-o e deixando-o, cada vez mais em pânico. O pobre rapaz tentou afugenta-la, numa tentativa patética em se proteger.
Infelizmente, para Nikolas, seus pobres esforços terminaram, quando o Parazitóide, pousou e cravou violentamente e dolorosamente em sua nuca, suas minúsculas garras e presas.
Nikolas gritou ao sentir as presas da repugnante criatura varar-lhe a pele e a carne, até finalmente atingir, o ponto de seu cérebro que se conectava com o sistema nervosos central. Ao atingi-lo, a criatura emitiu uma poderosa rajada de energia desconhecida, que pareceu estraçalhar de dor e a queimar o corpo de Nikolas de dentro e por fora.
O terrível suplicio de Nikolas durou alguns segundos até que, finalmente, ele parou de gritar.
Agora, o pobre rapaz parecia um zumbi. O comando de seu corpo e de sua mente, já não mais lhe pertenciam, mas, sim, ao Parazitóide.
Malachite sorriu ao perceber que a "conexão simbiótica" havia sido completada com sucesso. E agora, viria a fase final daquele aterrorizante processo..
O que aconteceu depois, foi muito rápido!
Preso a nuca de sua vitima, e conectado a seu cérebro e a espinha dorsal, ao mesmo tempo, o parazitóide começou a brilhar, juntamente com o corpo de Nikolas. A estranha luz de cor verde-escura cobriu-lhes os corpos por alguns instantes, até que desaparecessem, de súbito, revelando, naquele instante, que um estranho tipo de casulo, agora, envolvia todo o corpo de Nikolas.
Malachite sorriu mais ainda, ao ver o estranho casulo.
CENA 12:
No Templo Xintoísta. Case de Rei. Alguns momentos antes.
Rei estava caminhando furiosa em direção de Nikolas já preparando sua bronca. E que bronca ela iria dar para ele.
Viu aproximando-se com a cabeça baixa em direção contrária, mas essa cara de "coitadinho" não iria ajuda-lo. Ele iria ouvir umas "poucas e boas" dela.
Rei parou, ao pressentir, com seus sentidos mediúnicos, algo apavorante e perigoso que estava por perto. E ficou paralisada de medo.
Olhou para Nikolas, e viu quando uma estranha figura de cabelos brancos se "materializou" bem na frente dele, aparecendo, literalmente, do "nada". Cena que Amy, lá na entrada da casa, também testemunhou, assombrada.
Nikolas, que não o viu aparecer foi, acidentalmente a seu encontro, e acabou deixando cair um dos pacotes do chão.
Viu os dois homens discutindo e isso só fez a sua sensação de perigo aumentar.
Rei começou a temer pela segurança e pela própria vida de Nikolas e começou a correr em sua direção, ao mesmo tempo que tentava alerta-lo.
NIKOLAS!!!!!
Foi um esforço em vão. Ela não consegui se aproximar mais.
A estranha figura, atingiu-a, em cheio, com um misteriosos raio disparado de uma das mãos, e a lançou a metros de distância, fazendo cair bem próxima a entrada de sua casa, onde foi socorrida por Amy.
Rei! Você esta bem! Rei?! – disse Amy, agachando-se e com as mãos em volta as costas da amiga.
ARGGGHH!!! Que dôr! O desgraçado me acertou com força... Céus! Nikolas! – Exclamou ela, temendo pela segurança do rapaz.
As duas se viraram para onde os dois homens estavam e viram, quando o Parazitóide alçou vôo e começou a voar em volta de sua vitima, apavorada pelo medo.
Amy não hesitou! Levou o seu aparelho de comunicação, em seu pulso, e alertou suas amigas.
Garotas! Venham, aqui fora, rápido! Rei foi atacada por um invasor e Nikolas está correndo um grave perigo. Venham depressa!
Estamos a caminho, Amy! - Respondeu Serena.
Elas já vão chegar, Rei!
Amy, por favor, ajude-me a levantar...
Amy ajudou sua amiga e quando Rei ficou de pé, ambas assistiram, aflitas, os acontecimentos que se seguiram: Viram quando o misterioso homem abriu a palma da mão e de lá saiu, alguma coisa apavorante, que fez Nikolas gritar, histericamente, de medo e horror.
Pelos espíritos ancestrais! Nikolas! Nikolas!
Rei gritou desesperadamente, tentando ajudar seu amigo, mas, Amy preferiu conte-la até a chegada do resto das meninas.
Felizmente, elas acabaram aparecendo, instantes depois.
Meu Deus! O que está acontecendo aqui? – disse Serena.
Nikolas! Ele está ali! Na entrada do templo, sendo atacado por um inimigo misteriosos. – disse Amy, aflita para Serena, ao mesmo tempo que apontava em direção onde o amigo delas estava sendo atacado.
Todas as seis garotas olharam na direção indicada, só para acabarem testemunhando, o momento exato que o Parazitóide prendeu-se a nuca do pobre rapaz e completou a "ligação simbiótica" entre ambos.
Nikolas!!!!! – gritou Rei, outra vez, em desespero, quando viu Nikolas ser atingido por uma descarga energética e depois, cair de joelhos, quase que, aparentemente, sem vida.
Vamos, meninas! Não podemos perder mais tempo! – gritou Serena.
É isso aí! Temos que salvar Nikolas, imediatamente. Antes que seja tarde demais! – concordou Lita.
Meninas! Entrem em ação! – gritou Lua para seis garotas.
Sim! – responderam todas em uníssono.
Todas sacaram, com exceção de Serena e Rini, que usavam seus "broches de transformação", as demais sacaram suas "canetas", e iniciaram o processo de transformação para SAILORS.
PELO PODER DO CRISTAL DE MERCÚRIO!
PELO PODER DO CRISTAL DE MARTE!
PELO PODER DO CRISTAL DE JUPITER!
PELO PODER DO CRISTAL DE VÊNUS!
PELO PODER DO CRISTAL DA LUA DO FUTURO!
ETERNAL SAILOR MOON! (MAKE UP!) TRANSFORMAÇÃO!!!!
Em instantes, as seis garotas se transformaram em Sailors e, rapidamente, partiram em direção ao misteriosos atacante.
Pararam a menos de cinco metros de distância e, todas, imediatamente, tomaram posição de luta.
Sailor Moon foi a primeira a falar com o atacante:
Quem é você, seu bandido? E o que foi que fez com nosso amigo? – disse ela numa voz autoritária e furiosa.
Quem sou eu? Há! Há! Há! – disse o homem de cabelos compridos, sem se virar para as guerreiras, com ar cínico em sua voz. – Puxa vida! Será que faz assim tanto tempo desde o nosso último encontro, que vocês, sailors guerreiras, já nem mais reconhecem o som de minha voz? He! He! He! Estou, sinceramente, sentido! Mas, que falta de cortesia, essa, de vocês! – disse-lhe numa voz, cínica, mas cruel.
Oh, não! Não! Não pode ser! – balbuciou, Rei, com os olhos arregalados de espanto e horror. – Os sonhos... As visões proféticas que tive... Pelos meus ancestrais! Isso não podem estar se concretizando. Não!
Sailor Marte! O que foi? O que está acontecendo com você? – perguntou-a, Sailor Moon.
Meu Deus! Não pode ser! Não podem ser ele... – balbuciou, também Amy, lembrando-se dos pesadelos semelhantes aos de Rei que teve, nas últimas noites. Ela contudo, graças a sua boa memória, reconheceu de imediato aquela voz.
Ele quem, Mercury? – perguntou Sailor Moon.
Malachite! – disse Mercury, cerrando os punhos com força de raiva.
O que?!? – gritaram, horrorizadas e incrédulas, Sailor Moon, Vênus e Júpiter. Lua e Artêmis também ficaram chocados ao ouvir aquele terrível nome do passado. Somente Sailor Chibi Moon, não sabia de quem se tratava. Mas, pela reação dos demais, sabia que era algum inimigo perigoso do passado.
He! He! He! Parece que duas de vocês, ainda se lembram bem de mim. He! He! – disse ele com ironia cruel, ao mesmo tempo que virava-se de frente para elas.
Oh, meu Deus! É ele mesmo: Malachite! – gritou assutada, Sailor Vênus, quando o terrível inimigo, ficou de frente a elas.
Não pode ser! Ele morreu! Vimos quando esse desgraçado foi destruído, em nosso combate final, no plano dimensional. – exclamou Sailor Júpiter, suando frio na testa e pronta para lutar.
Não, suas tolas! Para a infelicidade de vocês todas, eu não estou morto. Porém, o mal que me causaram... O sofrimento que fizeram-me amargar todos esses anos em que estive, digamos, "ausente"... Foi para mim, pior que a própria morte!
Vocês, suas malditas, me jogaram num inferno insuportável do qual só retornei agora! – gritou ele furioso. – E todas vocês vão pagar muito caro por isso...
Sailor Moon e suas companheiras sentiram o sangue gelar. Sabiam que Malachite era um inimigo perigoso e cruel. Um dos mais poderosos que já haviam enfrentado e fora por pura sorte e ajuda da RAINHA SERENETY que haviam conseguido sobreviver e derrotar o vilão.
O que fez com Nikolas, seu maldito! O que? – gritou furiosa Sailor Marte.
He! He! He! Está falando deste idiota, que agora está no "casulo"? Acho que o doutor pode lhe explicar melhor... He! He! He!
Quem? – exclamou Sailor Marte.
Ele está se referindo a mim, minha cara jovem! – disse uma voz, saindo das sombras, de trás de Malachite. Era um homem ocidental de um pouco mais de cinquenta e poucos anos, trajando um jaleco médico e ostentando um sorriso tão sádico e cruel quanto o de Malachite. Graças a magia de Beryl, conseguia falar e entender perfeitamente, a língua japonesa.
Quem é você? – perguntou Sailor Moon.
Permitam-me que me apresente: Sou o dr. Átila T. Magalhães. E sou um cientista de bio-genética.
Meu Deus! Você é o dr. Átila? O "cientista louco" do Brasil? – exclamou Sailor Mercury, espantada.
Você o conhece, Mercury? – perguntou Sailor Moon.
Sim! Pelas informações que coletei nos jornais brasileiros, em língua inglesa, pela Internet, recentemente... – disse numa alusão a pesquisa que tinha feito, pouco tempo atrás a respeito de Shadow Moon. – Esse homem é procurado por toda a América do Sul, especialmente, no Brasil. Ele é conhecido como um cientista louco que cria monstros através de experiências genética horripilantes e proibidas pelo conselho médico brasileiro e pelo conselho genético de pesquisas. Esse homem é uma afronta a medicina mundial... – disse Mercury sem disfarçar seu ódio, nojo e sua repulsa, ao homem a sua frente.
Vejo que minha fama me precede... Mas, não sou nenhum cientista louco, minha cara jovem! Isso posso lhe assegurar. Minhas criações genéticas são verdadeiras "obras primas". He! He! He! Como esta que está prestes a "nascer".
O que? Do que está falando? – disse Marte, aflita.
Exatamente o que ouviu, minha cara. Graças a colaboração do meu empregador, aqui, ao meu lado... – disse apontando para Malachite. – Que me colocou nas mãos um material genético exótico e extraterrestre, estou prestes a apresentara vocês e ao mundo todo, uma nova raça de monstros genéticos, superiores a tudo que já criei ou imaginei criar em todos os meus anos de experiências clandestinas.
Eu batizei essa nova geração de monstros de "GENE MALÉVOLOS". He! He! He!
E o seu amigo, ali, dentro do casulo, terá a honra de ser o primeiro "hospedeiro" dessa minha nova criação. He! He! He!
Não! Isso não, seu desgraçado! Seu desalmado! Liberte Nikolas! Já! – gritou desesperada Sailor Marte.
Lamento, mas agora é tarde demais, minha cara! Uma vez que a forma embrionária do meu monstro, ao qual chamo de Parazitoide, se une simbióticamente, com um corpo humano que lhe sirva de "hospedeiro", o processo de mutação genética e irreversível. Há! Há! Há! Veja! O casulo já está quase maduro e irá romper-se a qualquer momento...
Não! Não!
O seu amigo já não existe mais, minha jovem! Em seu lugar, você irá testemunhar o nascimento de um poderoso "Gene Malévolo". He! He! He!
Maldito desgraçado! Eu vou acabar com você seu louco varrido!
Marte! Não! – gritou Sailor Moon, tentando impedi-la de atacar o cientista , mas não conseguiu. Marte não ouviu seus apelos, pois sua mente e seu coração foram tomados pelo ódio e fúria.
Marte saltou em direção do cientista, que, estranhamente, se mantinha imóvel. O mesmo fez Malachite. Por um segundo, Sailor Marte acreditou que iria conseguir colocar as mãos no dr. Àtila e estrangula-lo.
Mas, foi, só, por um breve momento!
Surgindo das sombras, uma enorme mão, com garras a golpeou com extrema força e ela foi atirada de volta ao lugar, que tinha saltado, junto a suas companheiras. O golpe foi tão forte, que ela já havia perdido os sentidos, antes de atingir o chão, com violência.
Sailor Marte! – gritaram as demais Sailors, que correram em seu socorro, imediatamente.
Levou alguns momentos, de muita aflição até que Sailor Marte, recobrasse os sentidos.
UNGHHH!!! Minhas costelas... Como doem!!
Você está bem, Sailor Marte? – perguntou Sailor Moon, aflita.
Estou bem, Sailor Moon! Mas... Mas... O que foi... Que me atingiu? UNGGHH!
Fui eu, "gatinha"! – respondeu uma voz selvagem, quase num rosnado, vindo próximo aos dois homens.
Ao se virarem, todos tiveram uma reação de horror e medo ao verem a gigantesca criatura, cheio de pelos e garras afiadas, parada ao lado do dr. Átila, como se fosse um "guarda-costas".
Permitem-me apresentar uma das minhas antigas criações genéticas. Seu nome é QUIMERA. E ele está aqui para, além de salvaguardar minha integridade física e do meu empregador, também, está responsável para garantir que vocês não interfiram em nossa "experiência".
Quimera! – disse Sailor Mercury olhando aterrorizada para o horripilante monstro a sua frente. Ela, se lembrava bem, dos artigos de jornais, que leu na Internet, sobre Shadow Moon e seus inimigos. Quimera era um dos mais perigosos e mortíferos. E o que leu a respeito dele... – Garotas! Tomem muito cuidado! Este monstro é um assassino. Ele já enfrentou o Shadow Moon, uma vez, e...
SHADOW MOON!!!! – gritou a criatura ensandecida. – Shadow Moon!
Antes, que Mercury ou as demais pudessem fazer algo, Quimera avançou furiosamente sobre as garotas, e, de maneira brutal, golpeou-as com os seus braços peludos, algumas das sailors, que foram jogadas ao longe, deixando, Sailor Mercury, a sua interia mercê e sozinha. Sem chances de escapar.
Antes que pudesse fazer alguma coisa, o monstro agarrou Mercury com uma de suas mãos, cheias de garras, imobilizando-a e trazendo-a para perto de si.
Você, garota! Como sabe de Shadow Moon? Você o conhece? Fale de uma vez, ou irei esmaga-la com minhas próprias mãos. GRRR!!!!!
AAAAIII!!!!! – gritou Mercury sentindo os ossos de seu corpo, serem lentamente esmagados pelo aperto daquela monstruosa mão. - Me solte! AAAIIII!!!!!
Solte ela, seu monstro horrível! Ela não conhece Shadow Moon! Ela só comentou para a gente, o que já leu nos jornais sobre você e ele. – disse Sailor Moon, já de pé e encarando, de frente, a monstruosa criatura.
Os Jornais? Os jornais deste país já falaram de mim?
Sim, seu "feioso"! – respondeu Sailor Moon, desafiadoramente, tentando fazer com que toda atenção da criatura se fixasse nela. Era uma que chance tinha de salvar Mercury. – E sabe o que eles disseram?
O que? O que? – rosnou Quimera.
Que o tal de Shadow Moon te mandou para a prisão depois de ter lhe dado uma grande surra, seu "monstro bobão"!!!! – disse Sailor Moon, fazendo careta com sua língua para o monstro.
Mentira! RRRRRRAAARRRRR!!!!!!! – rugiu o monstro ensandecido, ao mesmo tempo que, jogava Mercury para longe, como se fosse absolutamente "nada" e avançava sobre Sailor Moon.
Sailor Moon! – gritou Mercury, desesperadamente, ao cair ao chão e ser socorrida, de imediato por, Sailor Júpiter e Chibi Moon.
Sailor Moon ficou parada estática, tentando achar, rapidamente, uma maneira de escapar ao monstro que avançava, furiosamente, a sua frente, mas, ele vinha muito rápido. A essa velocidade, não teria tempo de se esquivar.
Então, quando a criatura esta prestes a alcança-la, um pequeno objeto de cor avermelhada, passou rente a face da criatura, ferindo-a levemente e detendo o seu avanço. O objeto, ficou-se ao solo, revelando-se ser uma rosa vermelha.
Meu olho! Meu Olho! Maldição! Quem foi quer me feriu?
Fui eu, criatura abominável! – disse uma voz vindo do teto de um dos santuários do templo.
TUXEDO MASK!!!!! – gritaram as Sailors em uníssono, ao ver seu valente aliado, novamente, ao seu lado, socorrendo-as durante o perigo. Especialmente Sailor Moon, que levantou as mãos no peito, dizendo com ar apaixonada.
Ai! Ai1 Ai! Tuxedo Mask! Meu Herói!!!
Um lugar tão bonito e sereno como esse, só pode abrigar "belas rosas" como essas destemidas moças, para meditações e orações sinceras de seus corações puros. E jamais ser um local que sofra o sacrilégio de ser ameaçado por criaturas más e demônicas como vocês.
Príncipe Endymion! Finalmente, voltamos a nos reencontrar... – disse Malachite, olhando a figura, de fraque, cartola e bengala, que acabara de saltar do telhado, e pousar ao lado de Sailor Moon, preparado para protege-la, contra um novo ataque de Quimera. O monstro já havia se recuperado e ameaçava um novo ataque.
Seu maldito intrometido! Você me feriu! GRRR!!!! Eu vou arrancar seu coração com minhas presas e tritura-lo...
Cale-se, seu monstro estúpido! Você não fará nada disso! Já causou muita confusão por hoje! Agora volte para cá! – ordenou Malachite com uma voz poderosa, ao mesmo tempo que agitava sua moa e gesticulava. Um poderoso raio energético atingiu a mente de Quimera, como da outra vez, causando-lhe uma dor terrível.
Sailor Moon, Tuxedo Mask e as demais Sailors olharam estarrecida o imenso poder que Malachite desprendia. E estupefadas, viram como o imenso monstro, grunhindo e rosnando, furiosamente, acabou retrocedendo e voltando, servilmente, para trás de Malachite.
Fique agora, quieto, aí atrás! E não me cause mais nenhum problema, seu animal estúpido! – disse Malachite num tom de ameaça.
Quimera rosnou por alguns instantes, mas, logo silenciou-se.
Malachite, virou-se novamente, para a Tuxedo Mask e Sailor Moon.
Ah, meu caro príncipe Endymion. Ou será que devo chama-lo de Tuxedo Mask? O que prefere? – disse Malachite num tom de ironia e sarcasmo.
Para mim tanto faz, seu canalha! Só quero que saiba que não permitirei que você leve adiante seus planos malévolos. Sejam eles quais forem. – disse Tuxedo Mask de forma firme e desafiante. – Eu não permitirei.
Creio que não a nada que você ou suas amigas poderão fazer para nos impedir, Tuxedo Mask. He! He! He! E tão pouco, contrariar a vontade de "minha rainha"…
Como? O que disse? – disse assustado Tuxedo Mask, ao ouvir a última frase.
Foi exatamente o que você acabou de escutar, meu caro príncipe! – disse uma voz fria e ameaçadora, vindo de trás do casal.
ARRGGHHH!!!!
TUXEDO MASK!!!! – gritou Sailor Moon, desesperada, ao ver seu amado, ser atingido, pelas costas por um poderosos raio energético, que o "eletrocutou" e o fez cair, dolorosamente ao chão. Sailor Moon, aflita foi socorre-lo. O jovem herói sentia muitas dores, mas graças a ajuda de Sailor Moon, conseguiu erguer a cabeça e olhar em direção do seu traiçoeiro agressor.
Seus olhos se arregalaram de horror ao ver a figura sinistra e diabólica da RAINHA BERYL.
Espantado, meu príncipe? Vejo pelo seu olhar de assombro e dessa maldita Sailor Moon, que você não está conseguindo acreditar no que seus olhos atraentes estão vendo. Mas, acredite neles: Sou eu mesma! BERYL! Aquela que uma vez, o amo com todas as forças de seu coração, mas, que você seu ingrato, rejeitou-me por causa dessa miserável.
Pelos meus honrados ancestrais! Espíritos celestiais do Bem e da Luz! Isso não pode estar acontecendo. Por tudo que é mais sagrado... AS PREVISÔES TERRIVEIS DE MEUS PESADELOS NÃO PODEM ESTAR SE CONCRETIZANDO!!!!! NÃO PODEM!!! – gritou horrorizada, Sailor Marte, vendo que, o seus pesadelos "premonitórios" das últimas noites, por fim, concretizavam-se, plenamente, com o aparecimento aterrador da Rainha Beryl, a sua frente.
Oh, Meu Deus! Ela voltou! Como nos meus pesadelos, também... – balbuciou, horrorizada, Sailor Mercury, para si mesma, lembrando-se de seus próprios pesadelos. Pesadelos, muito idênticos aos de Rei..
Rainha Beryl? Mas, como... – Tentou perguntar Tuxedo Mask, mas foi, rispidamente, interrompido.
Silêncio! Eu não devo lhe dar satisfações alguma sobre como sobrevivi e como estou aqui, bem diante de vós. Basta que saiba, que vim aqui, para reclamar o que é meu por direito: MINHA VINGANÇA SOBRE VOCÊ E SAILOR MOON!!!!
Você está louca! Não vou permitir que fira Tuxedo Mask ou qualquer uma de minhas amigas. – disse Sailor Moon, se pondo a frente de Tuxedo Mask e disposta a proteger o seu amado, com o próprio corpo, se fosse preciso.
E nós não permitiremos que você os machuque, também! – disse Sailor Júpiter, aproximando-se de Sailor Moon, ao mesmo tempo que as demais Sailors faziam o mesmo.
Todas as Sailors iriam proteger Sailor Moon a todo custo, como deixaram bem claro, para Beryl.
Tolas! Vocês não tem a menor chance! Olhem para trás e testemunhem o nascimento de seu "executor", suas idiotas! Há! Há! Há! – avisou Malachite.
As Sailors e Tuxedo Mask viraram-se, novamente, em direção de Malachite e de seus comparsas. E, foi então que viram que o casulo, começou a se mexer e a rachar-se, ao mesmo tempo!
Pelos céus! – disse Lua para si mesma.
A gata preta foi a única que conseguiu falar algo, antes , que, instantes depois, o casulo, explodisse em mil pedaços, e de dentro dele, surgisse um monstro humanóide, de características bizarras e medonhas: Tinha um rosto semelhante a de um leão, com a face mais proeminente e uma longa juba laranja. Seu corpo parecia de um humano com características felinas. Possuía listras e tinha ossos expostos na altura da costela, que pareciam laminas afiadas. Tinha braços coberto de pelos negros espessos , semelhantes aos de um urso, com longas e afiadas garras.
A criatura rugiu e com seus olhos, cor vermelhos, olhou para as Sailors e disse, rosnando, num tom de ameaça.
RRRAAARRR!!!!!! Finalmente, estou livre do casulo! RRAAARRRR!!!! Livre para matar e destruir ! RRRAARRR!!! - Fez uma reverencia, solene e respeitosa aos pés de Malachite e continuou. – Meu Senhor Malachite! Eu aguardo o seu comando para cumprir o objetivo pelo qual fui criado pelo senhor e o dr. Átila. RRRAAARRRR!!!!
Vamos meu poderosos monstro bestial: Diga-nos, seu nome e qual o seu objetivo primário? – perguntou, cinicamente, Malachite, sem desviar os olhos de seus inimigos encurralados, entre ele, seus comparsas e a Rainha Beryl.
Eu sou o monstro GENE MALÉVOLO RAIDAK!!!! RRAAARRR!!!! E minha missão e destruir as sailor guerreiras. RRRAAARRR!!!! – vociferou o monstro, ansioso por atacar seus alvos à sua frente.
Céus! Essa coisa fala e pensa por si própria? – perguntou espantada Sailor Vênus.
Meninas, cuidado! Esse monstro não é igual a qualquer outro tipo de inimigo que já tenhamos enfrentado. – advertiu Mercury. – Ele demonstra, claramente, possuir um alto grau de consciência e pode pensar por si própria. È um monstro que não pode ser subestimado!
Muito perspicaz, de sua parte, observar isso minha cara jovem! He! He! He! – disse o dr. Átila. – Os meus monstros "Genes Malévolos" possuem um alto grau de inteligência e força descomunal. E foram criados para serem invencíveis!!!! He! He! He! Nenhum de seus truques infantis irá funcionar contra minha criação. A derrota de vocês é inevitável!!! He! He! He!
As sailors suaram frio de medo e de angustia diante das palavras seguras e confiantes do cientista criminoso.
Numa tentativa desesperada, Marte tentou trazer a conciência de Nikolas de volta à tona de sua mente:
Nikolas! Não faça isso! Sei que você está em algum lugar ai dentro deste monstro! Por favor, eu lhe suplico! Volte a razão! – disse, Sailor Marte, numa tentativa desesperada de trazer a mente de Nikolas de volta a si.
Cale-se, sua garota estúpida! RRRAAARRR!!!! – disse o monstro, que como resposta a suplicas da jovem Sailor Marte, disparou bolas de fogo, pela sua boca. As bolas de fogo explodiram, violentamente, perto dela e dos demais. A força das explosões fora tão poderosa, que todos foram jogados pelos ares e caíram, em seguida, pesadamente ao chão.
Vá, minha criatura! Faça as Sailors sentirem o suplicio de suas garras e de seu poder. Há! Há! Há! – ordenou Malachite.
RRRAAARRR!!!! Como quiser meu, mestre! RRRAAARRR!!! Acabarei com todos, sem misericórdia! RRRAAARRR!!!
Quando todos conseguiram se reerguer do chão, RAIDAK, começou avançar em direção deles, ameaçadoramente.
Nikolas! Não! Eu lhe suplico! Não faça isso! – implorou mais uma vez, Sailor Marte.
Tola! Será que ainda não entendeu? Seu amigo já não existe mais, seu corpo agora, modificado e mutado geneticamente, pertence a RAIDAK. Há! Há! Há! E logo, ele irá acabar com todas vocês. Há! Há! Há! – riu Malachite, sentindo a vitória próxima.
O Monstro avançava, cada vez mais, e as sailors não sabiam o que fazer.
Temos que atacar! Com todas nossas forças juntas. – disse Tuxedo mask.
Por favor, pessoal! Não façam isso! Aquele monstro é o Nikolas! Ele está ainda lá dentro, no corpo daquela fera, eu sei disso. Sinto em meu coração. Se o atacarmos e o destruirmos, Nikolas irá perecer também.
Eu sei, Marte! Mas, se não fizermos nada, seremos destruídos. – disse Sailor Vênus.
Droga! Se o meu "CAJADO LUNAR" não tivesse sido destruído, na batalha final contra SAILOR GALAXIA... Poderia tentar, o poder da "Cura Lunar" e tentar trazer Nikolas de volta ao seu estado humano. Mas.... Mas... Mas, agora, isso é impossível! Lamento, Marte! – disse Sailor Moon, pesarosa, sabendo que não podia fazer nada para ajudar sua amiga aflita.
Pelos Ancestrais! Tem que haver um jeito de salva-lo! Tem que haver! – disse Marte, inconformada, socando furiosamente o chão, sob seus pés.
Se fosse vocês, seus tolos, cuidaria de salvar minha própria pele. He! He1 He! - disse Malachite, rindo, cruelmente, diante daquela situação tão angustiante para todos.
Em seguida virou-se para Beryl e perguntou, com cinismo, quase zombeteiro:
Majestade! Já que esses tolos estão tão preocupados em salvar vidas, que tal fazermos aquele "joguinho" que havíamos, imaginado. He! He! He!
Boa idéia, Malachite! O momento é mais do que propício para isso. He! He! He! Vamos tornar todo esse "jogo de gato-e-rato" mais interessante... – concordou com crueldade na voz.
Como desejar, minha rainha! – respondeu Malachite, com uma reverencia respeitosa e um sorriso cruel nos lábios. Em seguida, virou-se para seus inimigos e disse:
Olhem, em cima deste campanário, Sailors. Guardei uma surpresinha especial para vocês todas. Há! Há! Há! – disse Malachite, apontando para o local que ficava próximo a entrada do templo.
VOVÔ!!!! – gritou Sailor Marte, ao ver, juntamente com suas amigas, seu avô, desacordado, e amarrado no mastro central, do velho campanário. Ele não estava sozinho. Ao seu lado, havia um homem estranho, um ocidental de cabelos espetados e uma roupa colante escura, com uma espada em punho.
Oi, gatinhas! Meu nome é LUNÁTICO! He! He! He! Desculpem-me por não ter me apresentado antes para vocês, mas, é que, como vocês podem ver, estava ocupado. He! He! He!
O "chefe" me mandou pegar esse velho, enquanto, ele estava rezando distraído. Puxa vida, gente! Esse sujeito baixinho tem uma cabeça bem dura, nossa!! Meus dedos ainda estão doendo, quando o golpeei na cabeça e o pus a nocaute. – disse fazendo um gesto, como as mãos, como se lhe doessem os dedos. - E como se não bastasse esse baixinho pesa um bocado. Custou-me, à beça, traze-lo até aqui em cima e amarra-lo... UFA!!!!
Seu covarde! Atacando um velho indefeso enquanto estava rezando? – gritou, indignada, Sailor Moon.
Calma, garota. Nada pessoal! Mas, sabem como é: Ordens são ordens! Se vocês tentarem fugir, o chefe me deu ordens expressas para fazer picadinho "dele". E, conhecendo o chefe que tenho, não sou nem louco (apesar de meu nome) em desobedece-lo.
Desgraçado! – praguejou Tuxedo Mask.
Lamento, pessoal! Mas, sou eu ou o velhote aqui. E, nesse caso, não vou nem pensar duas vezes. – avisou o Lunático, encostando o fio da espada na garganta do avô de Rei.
Malachite! Seu desgraçado covarde e traiçoeiro! Liberte-o! Já! – gritou furiosa, Sailor Moon.
Quer que eu liberte esse velho inútil, Sailor Moon. Há! Há! Há! Mas, é claro! Posso poupar-lhe a vida, com uma condição: Que você, tudedo Mask e suas companheiras derrotem Raidak e nossos soldados.
Soldados? Que soldados? AAAIIII!!!!! – gritou Sailor Moon, ao sentir a terra sob seus pés tremerem. Súbito, a terra se abriu em diversos buracos, e dentro de cada um surge, dezenas de ARACNÒIDES, que sem hesitar, começam atacar as Sailors.
Meu Deus! Que coisas horríveis e nojentas são essas??? – gritou Sailor Moon, apavorada e tentando esquivar-se dos golpes dos estranhos monstros.
Esses são os Aracnóides, Sailor Moon! Outras de minhas criações genéticas, graças a colaboração da rainha Beryl e de meu empregador. He! He! He! Eu os criei para serem os soldados perfeitos para os planos de conquista da Terra pela Rainha Beryl. – explicou o dr. Átila.
Nunca! Jamais permitiremos que vocês dominem o nosso amado mundo. Jamais! – gritou Sailor Moon, enquanto lutava, desesperadamente, contra os Aracnóides, ao lado de seus amigos.
Tola! Acha que vocês tem alguma chance de vencer meu exército de monstros? – disse Beryl com a certeza da vitória próxima. - Vocês estão em menor numero. E, mesmo que consigam vence-los, Raidak acabara com todos vocês. Há! Há! Há! – concluiu ela, no exato momento que Raidak, entrava no meio do combate.
A fúria do "Gene Malévolo" mostrou-se, assustadoramente, insuperável. Sua força impossível de ser confrontada ou sobrepujada pelas Sailors e por Tuxedo Mask. O terrível monstro estava derrubando-os e ferindo-os com extrema facilidade. Tornando-os alvos fáceis para os Aracnóides.
Mas, o pesadelo daquela noite, ainda só estava começando....
FIM DO CAPITÚLO 7
