¬¬ Capítulo 2 ¬¬
Já entardecia, o céu já era todo alaranjado, as duas mulheres caminhavam por entre o jardim.
- Tina... Eu sei que pareço chata, mas você realmente esqueceu Carlos? – Virginia conhecia toda a história vivida pelo irmão e a amiga, sabia também que tinha sido culpa dos dois o acontecimento que levou ao fim do relacionamento. A maior parte da culpa era do irmão. Em meados de junho, estava aproximando-se o verão, Martina tinha chegado de surpresa na reserva, tencionará encontrar o namorado, mas não foi só quem encontrou em meio aos lençóis da cama dele. Deitada, abraçada e ainda adormecida, estava uma morena de longos e cacheados cabelos negros. Ao que viu ela voltou para casa arrazada, não queria mas saber de Carlos. Virginia ainda tentou saber do irmão o que tinha com certeza acontecido. Mas Martina não tirava da cabeça a traição que tinha visto. Era ela quem deveria está entre os lençóis do namorado. Aquilo machucou-a bastante, mas pois fim a duvidas que a moça ainda tinha sobre como seguir sua vida. Martina seguia uma vida completamente e totalmente desencontrada da de Carlos e o que não falar do próprio. Ela começava a cursar uma universidade bruxa, o que tomava bastante de seu tempo e Carlos tinha suas próprias obrigações na reserva.
- Gina, acontece que não era pra ser, e eu agora sou noiva – e novamente mostrou a aliança no dedo esquerdo – do John, você precisa conhecê-lo. Carlinhos é passado. John é totalmente o oposto de teu irmão. Eu agora posso dizer que seria sempre amiga dele, mas um relacionamento com Carlos Weasley é algo improvável. Eu não estou disposta... – Existia aniamação na voz de Martina ao falar do noivo.
- Tina, lembra quando contei que estava entrando nos últimos dias de gestação?
- Claro, você falou agora há pouco, eu mesmo... – Martina observou assustada o que acabara de ouvir. – Você não vai, digo, agora, vai?
- Ter a criança? – Ginny contraiu o rosto sentindo outra contração. – Acho que não preciso dizer mais nada, preci... ciso?
- Precisamos de um médico... – pensou um pouco e lembrou-se de mais alguém. – E Malfoy.
- Você é medica.
- Não me lembre desse detalhe. Precisamos ir ao hospital.
-Não, eu terei minha criança em casa.
-Temos de entrar então... – Martina falou e chamou os elfos próximos.
- Sim, senhorita! – Falaram em uníssonom os dois elfos.
- Vamos levar Gin para dentro, o neném vai nascer... – Os elfos cuidadosamente obedeceram.
Virginia foi deitada e Martina correu a lareira pra avisar ao médico obstetra, que não tardou a chegar. Ela realmente era médica e uma boa médica, mas não atuava em obstetrícia e muito menos conhecia o caso da amiga, que aparentemente era fácil, levando em consideração o parto em casa. Doutor Bakher quando chegou encontrando sua paciente deitada na cama e referindo contrações, logo examinou-a.
- Tina cadê Draco? - Perguntou a ruiva.
- Ohh, por Merlim, Gin. – A moça no nervosismo e não querendo deixar a amiga só, tinha esquecido de chamar o futuro papai. Mas não disse nada, não ainda, tinha que arranjar um meio de fazê-lo.
Martina Amundesen saiu em disparada do quarto. Já na sala de comunicação e aparatagem desaparatou para o ministério da magia em busca de Draco Malfoy. Na sala adjacente a do rapaz, sua secretária dizia que o mesmo não estava em sua sala no momento. A loura nervosa praticamente gritava que precisava falar com ele e com maior urgência. Draco Malfoy atravessava o corredor que levava ao seu escritório, voltando de uma reunião e ouviu a voz exasperada de alguém que o procurava. Sem saber do que se tratava e como alguém naquele estado tinha obtido permissão para chegar ali, ele caminhou para a entrada oculta de sua sala, sem passar pela secretária, que ao ver uma singela luz acender, em baixo da mesa, entendeu que o chefe retornava a sua sala. Quando a secretária levantou-se para anunciá-la, a loura não esperou e entrou junto na sala. Draco quando viu a amiga da esposa sentiu seu coração acelerar os batimentos, mas toda e qualquer alteração existente era só e somente interna.
- Srta. Martina?! – Falou aparentemente calmo.
- Oh Draco, você vem comigo.
- Hei, para onde?
- Para sua casa, oras. – Agora que falava com Draco a moça mostrava-se consideravelmente mais calma.
- É algo com Ginny?
- É, digo... – mas não foi necessário completar a frase, o louro já tinha ido.
Chegando a mansão, sem ter noção exata do que acontecia, parou um instante para tentar encontrar o local para onde deveria ir, notou logo a correria para o quarto próximo a biblioteca, aquele onde tinham decidido que dormiriam durante os últimos dias de gestação de Virginia.
Martina chegou quase ao mesmo tempo, correu e ainda pode dizer antes de Draco entrar no quarto:
- Você vai ser papai. – falou a porta do quarto.
- Olá Dr. Bakher. – Assim que avistou o medico da esposa, cumprimentou.
- Boa tarde, sr. Malfoy.
- Ginny, você está bem? – Malfoy andou, agora mais calmo por saber o que aconteceu, até o lado da esposa. – Bem que disse que não queria dormir em outro quarto que não o seu. – Brincou.
- Por que demorou tanto a vir? – Lágrimas riscavam o rosto da mulher.
Draco não respondeu, pensou em dizer que tinha acabado de saber, que a amiga dela só o tinha avisado agora, mas não o fez, em outros tempos teria sentido prazer em contar a verdade pura.
- Draco, incrível como Virginia diz não ter sentido as contrações iniciais. – Comentou o médico, interrompendo o olhar do casal.
- Eu nem desconfiei que seria hoje. – Falou o futuro pai. – Virginia não me falou nada. – Esse último trecho tinha sido somente para ele. Estava bastante preocupado e chateou-se em pensar que não tinha sido informado de nada, só vindo saber naquela hora.
- Você está quase com dilatação suficiente, já tem sete centímetros. Mais três e pronto... Já pude constatar que temos um bebê querendo sair... – Falou animado o obstetra.
- Mas agora eu posso sentir – assegurou a futura mamãe com mais lágrimas a escorrerem por sua face e sentindo novamente uma contração.
Não era sempre que os partos vinham a parecer rápidos, a partente só tinha deferido dor naquele momento, normalmente eram precisos de 12 à 15 horas em espera, e sempre com dores.
Segundo o Doutor Bakher a paciente tinha-o chamado quando já contava com sete centímetros, pois havia começado a pensar estar entrando nem trabalho de parto. Só que não estava mais no começo.
Duas horas depois o obstetra falou:
- Chegou à hora.
A dor tinha aumentado bastante. Virginia fez muita força, até que com ajuda a criança nasceu. Martina foi a primeira a pegar a criança nos braços.
- É uma menina. Uma linda menina. – Depois de anotado peso, e feito a limpeza das narinas a loura entregou a criança para a mãe.
Ginny que desde o momento final do parto chorava silenciosamente, mantendo os olhos fechados. Por um momento abriu os olhos e olhou para ela. A criança estava vermelha, tinha pouquíssimo ou quase nenhum cabelo, provavelmente seriam louros, com os de Draco, mas era difícil distinguir. Chorava bastante, parecia faminta. Ao que a placenta foi expelida o médico recolheu seus instrumentos e despediu-se da jovem mamãe, sugerindo descanso.
Ginny tentou sofregamente alimentá-la, ainda que tenha participado de diversas aulas e tenha lido livros e revistas sobre o tema, não tinha sentido ainda o realismo da situação. Martina, ainda que não fosse mãe, ainda, estava sempre a auxiliar mães em momentos como aquele, e foi o que fez com a amiga. Sentou-se ao lado de Ginny na cama, ajeitou a criança de encontro aos seios de Virginia, que após uns poucos minutos era sugado avidamente.
Martina que deveria voltar ao hotel antes de escurecer completamente, estava altamente atrasada, há muito que a noite já tinha chegado. Passado o nascimento da pequenina, Martina pode despedir-se da amiga e ir.
Draco somente mantinha-se próximo da cama observava aquele ser que era parte dele. Sentia imensa vontade de tê-la nos braços, mas não sabia se era seguro. Ginny notando o impasse do esposo ofereceu colocá-la nos braços dele. Como primeira reação, Draco disse não, mas com a insistência de Ginny, ele recebeu pela primeira vez a filha nos braços, sentia-se inseguro, beijou a testa suada da cansada mamãe.
- Ela parece com você, Ginny.
O casal manteve-se algum tempo contemplando aquele pequeno ser. Era uma bonequinha, ainda um pouco inchada. Tinha chegado enfim... Agora era real.
Gina começou a chorar. Era verdade, agora era mãe.
- Draco, precisamos avisar a minha família que nossa filhinha nasceu.
- E você precisa dormir um pouco, não ouviu o médic... – Tentou inutilmente e irritantemente anular a presença da familia da esposa.
- Eu ouvi, sim. Só avise meus pais... Amanhã eu digo aos meus irmãos.
- Ok. – Não adiantaria discutir. – Mas... Como chamaremos nossa princesinha?
- Responda-me você.
- Sei que era uma possibilidade nascer uma menininha, mas pensava que seria um garoto.
- Eu pensei em alguns nomes, mas estou indecisa. Você gosta de Honey?
- Acho perfeito. Bem doce, nossa Honey. – Aproximou-se da esposa beijando-lhe os lábios. E pegando novamente Honey em seu colo, agora com mais confiança. - Hei, mocinha vamos deixar mamãe dormir enquanto avisamos aos seus avós. – Falava para a criança adormecida em seus braços.
- Volta logo. – Falou Ginny quando Draco já ultrapassava a porta do quarto. – Eu não vou dormir antes de você voltar. – Virginia praticamente fechava os olhos.
