Chamas de Uma Saudade Morta

Fanfiction

Animê: Card Captor Sakura

Legenda:

'Fala'

-Pensamento-

Disclaimer: Card Captor Sakura pertence ao CLAMP e não a mim.

Era muito triste para qualquer ser humano tomar café da manhã sozinho, este é o estereotipo de solidão. Eriol estava já conformado com sua condição quando Tomoyo chegou perto de sua mesa e com um sorriso meigo, disse a ele:

'Estou de folga hoje... Posso me sentar com você, Senhor Eriol Giragizawa?'

'Mas é claro. É um prazer ter a sua companhia.'

'Muito obrigada. O prazer é todo meu. Fico muito feliz de conhecer um pintor tão famoso quanto o senhor, mas acho que estou sendo muito ousada, não deveria ter este tipo de relação com os hóspedes deste hotel.'

'Não se preocupe com isso, eu não direi nada a ninguém.' Eriol disse, com um sorriso no misterioso no semblante.

'Bem, saudações a parte, gostaria de saber como você soube da minha existência.'

'Quando eu era pequena, minha mãe me mostrou algumas pinturas suas. Posso chamar o senhor de "você?'

'É claro que sim.'

'Bem, desde então, fiquei curiosa quanto a sua história, então comecei a pesquisar sobre a sua vida.'

'Nossa, você não sabe o quão grande é o ânimo que você me trás. Fico muito feliz de saber que você tem pesquisado sobre a minha vida.'

'É que eu me interesso muito pela arte. Mas eu pensei que você tinha parado de pintar, eu estava enganada, quando entrei no seu quarto ontem, vi que você tinha pintado mais alguns quadros.'

'Sim, é verdade, mas eu parei de pintar profissionalmente. Hoje em dia eu só pinto por esporte.'

De repente, passou um homem muito grande e forte, grosso e mal educado, gritando para Tomoyo:

'Menina, vai trabalhar, sua folga acabou há dez minutos!'

'Oh, me desculpe senhor!' Ela disse e se virou para Eriol, dizendo 'Este é o meu chefe, eu tenho que trabalhar, até mais tarde.'

'Até mais tarde.'

-Nossa... Que pessoa interessante... Nunca pensei que seria reconhecido pelas minhas obras ainda hoje, e num país tão diferente... Quem diria, realmente, enquanto há vida, há esperança... Não... Eu digo mais: Sempre há esperança!- Eriol pensava tranqüilo e muito mais contente. Haviam sobrado restos de sua vida de antigamente, ele percebera naquele momento.

Ele havia terminado seu café e voltara para o seu quarto. Lá, ele olhava fixamente para o retrato não terminado de sua ex-amada. Algo nele o atormentava. Ele não sabia por que ainda guardava aquele retrato com ele. Talvez por que fosse uma das únicas ligações entre ele e o pintor renomado, com uma mulher linda e uma casa almejada por mais da metade da população mundial, e o que ele era naquele momento, um homem como qualquer outro que passava férias na Escócia para esquecer suas mágoas.

Resolvera então deixar aquele quadro lá e dar uma volta pelo hotel. Aquele hotel era muito grande, luxuoso, mas a parte de fora era muito fria, por isso ele vestiu um sobretudo marrom escuro, sobre suas roupas um tanto originais, mas ainda assim não quentes o suficiente.

Nevava muito quando Tomoyo, que estava em seu horário de trabalho se encontrou pela terceira vez com Eriol.

Quando ela chegou e avistou-o, ele estava virado de costas, olhando o céu e a paisagem branca de neve.

'Sr. Eriol...' Ela disse, olhando para suas costas.

'Eu já disse para você não me chamar de senhor.' Ele disse, e só então virou.

'Me desculpe... É que eu não sei o que está acontecendo comigo... Eu... Bom... É meio difícil para mim, ter que dizer uma coisa dessas...'

'Não se preocupe, eu vejo que agora que dei uma volta na minha vida, também penso a mesma coisa que você.'

'Bem... Eu...'

'Querida Tomoyo... Quando me encontrava no fundo do inferno mental, pensando em cometer algo tolo, sem minha fama e sem o amor que o povo sentia por mim... Quando tudo para mim era nada, e nada era tudo... Pois nada mais existia, eu me vi na frente de um caminho doloroso... Eu não tinha outra escolha, teria que passar para o outro lado, ou eu acabava com a minha vida, ou viveria para nada, no ócio. Mas daí eu vi você, e outro caminho se abriu na minha frente... O que era um caminho terrível e de sofrimento se tornou uma bifurcação. Agora eu posso escolher o caminho que vou trilhar. E já fiz a minha decisão.'

'E qual é a sua decisão, Eriol?'

'Eu te amo, Tomoyo. Vamos sair daqui, eu vou voltar a vender meus quadros, vamos começar do jeito certo, do começo!'

'Graças a Deus você me entende, Eriol, finalmente eu achei alguém... Eu também te amo! Vamos sair deste lugar de sofrimento e tristeza logo!'

'Sim, mas antes, tenho que fazer uma coisa.' Ele disse, e saiu sem dizer mais nenhuma palavra.

Desceu então rapidamente com um quadro em mãos e fez uma fogueira na neve. Então, disse solenemente:

'Aqui eu encerro esta vida de erros, deixando este legado totalmente errôneo para os aventureiros que quiserem pesquisar.' E jogou o quadro no fogo. Só então Tomoyo pode ver que aquele era o quadro não terminado de sua ex-amada.

O lugar para onde Eriol e Tomoyo foram é um mistério até hoje. Dizem que Eriol conseguiu toda a sua fama de volta, mas agora estava mais feliz do que nunca. Não pela fama, que era uma mera conseqüência, mas por que tinha sua cara metade em seus braços.

Assim, o último quadro de Eriol Giragizawa se chamava "Tomoyo", e retratava a mesma, sua amada que lhe acompanharia até a morte.