Disclaimer:
Pessoa encapuzada e armada: Atenção, isso é um assalto! Passe os direitos autorais e todos os personagens para cá!
Rowling: Prefiro enfrentar o Voldemort na pior das TPMs!
Lien, após tirar o capuz: Mas você também não colabora, né??? Dá eles para mim!!
Rowling: Não.
Lien: Só um!!!
Rowling: Desista, minha cara...
Lien: GRRRRRRRRRR!!!!!!!!!!!!! NEM HARRY, NEM TOM PERTENCEM A MIM!!! MAS OS OUTROS PERTENCEM E NA RAIVA QUE EU TOU DESSA CHATA, EU SOU CAPAZ DE ESFOLAR VIVO QUEM ROUBÁ-LOS DE MIM!!!!!
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N.A: VALEUZÃO, Avoada e SnakeEye's PK que postaram sobre o capítulo anterior. E, Avoada, eu também tenho o MAIOR fetiche pela arte das trevas. Essa fic e a anterior (Loucuras em Hogwarts, onde a Fayth é o meu alter- ego) comprovam. PK, valeu mesmo por ser meu fã e a cidade é uma cidade fictícia de nome horrível, que surgiu num surto de falta de criatividade e fica aqui, em Minas Gerais. Se alguém mais postou reviews sobre a fic, me desculpem, mas eu ainda não pude ver. Mesmo assim, valeu MESMO.
N.A2: Ninguém descobriu ainda quais músicas estão escondidas??? Nesse aqui não tem, mas no próximo com certeza vai ter! Vamos lá, descubram!!
N.A3: PK, posso te pedir um favor? Faz um desenho de capa para a fic pra eu (assassinando o português, com Lien Takeuchi)??
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Minhas descobertas.
Sabe, talvez, em uma remota chance, o plano até desse certo... Se tivéssemos tido tempo de colocá-lo em prática.
O fato é que Tom e eu fomos descobrir que não era apenas entre bruxos e trouxas que existia a tal intolerância, ali naquela cidade. Por alguma razão, totalmente desconhecida para nós, o São Pedro e a Igreja também não se davam bem.
E parece que, aproveitando-se da guerra que começava a surgir entre nós, o São Pedro começou a acusar a Igreja de aliar-se aos bruxos... E vice e versa.
Em resumo, ficou impossível de sair nas ruas sem arriscar o pescoço, já que alguns fiéis começaram a atacar os alunos do São Pedro com pedras (opção nada inteligente), enquanto os alunos do São Pedro tinham conseguido armas de fogo.
Foram necessários poucos dias para se formar uma verdadeira carnificina na cidade. Eu me perguntei onde tinha se enfiado a polícia naquela hora, mas a cidade não parecia ter nem posto policial, nem imprensa competente, nem vínculo com o resto do país, ou o governo teria tomado alguma atitude, não teria?
No final das contas, estávamos todos presos na Dínamo. Não podíamos sair para colocar o plano em prática. Mesmo assim, começamos a amaldiçoar alguns objetos de uso cotidiano dos trouxas, esperando a menor oportunidade.
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Dez dias depois, recebemos uma visita um tanto inusitada. Um jovem frade gritava nos portões da escola, implorando misericórdia. Nessa hora eu me perguntei se os professores eram surdos, porque nenhum apareceu.
Eu me lembro de ver Tom, à porta de entrada do casarão, olhando o frade e sorrindo sadicamente, enquanto o pobre era cercado por alunos do colégio e brutalmente espancado.
Não consegui censurar a atitude de Tom. Eu senti talvez o mesmo prazer em ver alguém pagando por ao menos uma das mortes de colegas nossos.
Mas não demonstrei esse prazer a olhos nus, principalmente porque, sempre que eu demonstrava qualquer prazer à dor alheia, além de André me dar um olhar inquisidor que definitivamente me lembrava Hermione, eu me sentia cada vez mais parecido com Tom. E isso era inconcebível! Mesmo agora sendo aliados, eu ainda era o oposto dele!
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Um mês depois do início da guerra civil, fomos obrigados a esquecer o perigo que correríamos se saíssemos do colégio.
Os trouxas do Colégio São Pedro conseguiram, ninguém sabe como, seqüestrar um dos nossos. Não um marmanjo qualquer, de dezessete anos. Um garoto. De onze anos. E fomos obrigados a ver o menino, triste, em pânico, berrando, chorando, implorando misericórdia, enquanto pegava fogo.
Perguntei aos alunos que estavam lá há mais tempo se existia um Ministério da Magia ao qual pudéssemos recorrer. A resposta foi simples:
"Até existe. Mas não importa o quão desesperadas são as nossas súplicas, eles nunca nos ouvem."
Não pretendia recorrer ao Ministério. Apenas queria ter certeza que ninguém apareceria enquanto eu arrancava as tripas de alguém com as mãos.
Tom parecia até orgulhoso de mim nesses dias. E insuportavelmente superior, dizendo o tempo inteiro que era isso que tentava prevenir enquanto Voldemort.
Nunca respondi a essas provocações. Eu sabia que no fundo ele estava certo. Eu apenas era ingênuo demais para achar que as coisas poderiam ser resolvidas de outro jeito.
Bom, pelo menos ele não ficava mais me culpando por tê-lo matado. Tudo bem, eu realmente o matei antes. Mas também o ajudei ele a voltar à vida, o que o tirou da posição de vítima.
Por incrível que pareça, eu também começava a sentir um pouco de humanidade em Tom. A impressão que se tinha era que quanto mais parecido eu ficava com ele, mais parecido comigo ele ficava. Uma espécie de estranho equilíbrio começou a surgir entre nós. O Nêmesis perfeito.
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Não tínhamos certeza de mais nada depois daquele dia. Só de uma coisa: alguém tinha que pagar.
Pro inferno com aquela droga de guerra civil ou o que fosse! O novo plano era descobrir o que impedia a magia de ser realizada do lado de fora da Dínamo e neutralizar o que quer que fosse, como fosse.
Existia uma maneira de tentar descobrir o que era. Tom tinha uma peculiaridade mágica extremamente rara, mais rara do que ofidioglotia. Ele possuía a Visão Além, um dom que o permitia ver através de qualquer superfície (não protegida por magia, óbvio) num raio de dez quilômetros. Só precisávamos que ele visse a Igreja e o colégio São Pedro.
Mas tudo que é bom tem um risco. Tom corria o risco de ficar cego se perdesse o controle ou se alguém descobrisse o que estava acontecendo. Mesmo assim ele estava disposto a correr esse risco. Não para ajudar a comunidade bruxa, mas para poder usar uma imperdoável em um trouxa.
Resolvemos começar pelo São Pedro. Era menos perigoso que a Igreja e se o que quer que fosse estivesse ali, pouparíamos um bom tempo.
Mas não estava. Não seria tão fácil assim. Nada é. Pelo menos descobrimos que Helena ainda estava viva e presa no São Pedro.
Antes de se virar para a Igreja, ele ainda rodou o olhar pela vizinhança e não havia nada que se parecesse com um artefato que impede o uso da magia.
Tom respirou fundo. Um bruxo usar a Visão Além em uma igreja era fato inédito. Nós não sabíamos o que poderia acontecer. Eu o encorajei. Ele me mandou calar a boca.
Tom fechou os olhos. E tornou a abri-los, revelando uma coloração negra em toda a extensão do orbe. Ele tremia, mas fechou os punhos, para que eu não notasse. E então fechou os olhos, assustadíssimo. Tornou abri-los.
__ O que foi??? Alguém percebeu??? – perguntei, aflito. Se alguém tinha percebido, o plano tinha ido por água abaixo.
__ Antes fosse isso! – ele respondeu, sem disfarçar o medo na voz. – Potter, eu sei o que está impedindo a magia de se realizar lá fora!
Engoli em seco. Eu só tinha visto aqueles olhos vermelhos com medo uma vez na vida e foi quando Dumbledore o encarou, no meu quinto ano. Tom não tremia à toa. E não temia o que se pode enfrentar. O que quer que fosse, era ruim, muito ruim.
__ O que é, Tom? – perguntei, tentando manter-me controlado.
__ A única coisa que pode destruir o mundo bruxo!
__ O QUÊ, DROGA???
__ O devorador de almas.
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Eu não fazia a menor idéia do que fosse um devorador de almas. Só me veio à cabeça a lembrança de um dementador, já que eles sugam a alma da pessoa pela boca. Quando Tom me explicou, eu preferia nunca ter ouvido.
Um devorador de almas é uma criatura de aparência humanóide e sem consistência física, incorpórea. Ele devora a magia que fica no ar. Toda a magia que era realizada fora da cidade era absorvida por ele. Ele comia magia.
__ Bom, ele deveria se chamar "devorador de magia". – me permiti brincar. Claro que me arrependi.
__ Não é bem assim, Potter. O devorador de almas tem esse nome porque, se for solto de seu cativeiro ele não vai ficar comendo magia. Não é esse o alimento natural dele. A magia é feita de essência humana. Ele come essência humana. Se ele tem comido magia é porque não lhe deram outra opção!
__ Tá, mas se ele está preso, podemos destruí-lo facilmente, certo? – eu já sabia a resposta, mas não poderia deixar a esperança morrer antes de ter certeza.
__ Errado. O devorador de almas é um demônio. E só outro demônio pode controlá-lo. Por mais fácil que seja destruir o devorador, o seu protetor sempre é mil vezes mais poderoso. Por isso ele se mantém em cativeiro! Por medo e respeito!
As coisas não podiam ficar "melhores". À aquela altura faltava apenas um incentivo moral para me fazer OU perder o controle OU entrar em pânico.
Para piorar (a falta de criatividade da minha sina ataca novamente), enquanto Tom me explicava tudo isso, ouvimos mais gritos. Ótimo, com certeza mais alguém estava sendo queimado ou espancado...
Não desta vez.
Tereza, uma menina do quinto ano teórico (a escola tinha cinco anos teóricos, depois mais cinco anos práticos), entrou no casarão, gritando para todos que quisessem ouvir, que alguém tinha largado Helena no portão. Viva.
__ ALGUÉM, POR FAVOR, TIRE HELENA DE LÁ!!!! ANTES QUE A MATEM!!!
Eu não perdi tempo, correndo até o portão. Tom foi atrás de mim e, enquanto eu abria o portão e pegava Helena nos braços, ele vigiava para que eu não fosse atacado. Cena inconcebível até menos de um ano atrás.
Mandei que alguém avisasse André e corri para o Ambulatório. A enfermeira, senhorita Camargo, olhou para Helena e seu semblante tornou-se sombrio imediatamente.
Ela me lembrou Pomfrey nessa hora, me expulsando do Ambulatório enquanto examinava minuciosamente o estado de Helena.
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Quando Helena apareceu deviam ser três horas da tarde. Já eram três da manhã e eu, André e Tom ainda esperávamos por notícias de ser estado de saúde.
A senhorita Camargo abriu a porta. Eu e André nos levantamos imediatamente, aflitos por notícias. Mas o semblante dela continuava sombrio.
__ Camila... – André começou, a voz estrangulada. Mas não conseguiu falar mais nada.
__ Eu não sei exatamente o que fizeram com ela. – ela falou após breve pausa. – Mas foi cruel. Ela estava grávida de dois meses e abortou a criança. Ela perdeu sangue demais. Está com quarenta graus de febre agora, sendo que estava com apenas trinta e oito quando foi trazida para cá.
__ Mas ela vai sobreviver, não vai?? – perguntei, quase ordenando que isso fosse verdade.
Camila não respondeu. Mordeu o lábio inferior e buscou forças dentro de si. Levantou a franja castanha, revelando um quarto crescente azul, tatuado.
__ Como sacerdotisa, senhor Potter, eu garanto. Nenhum ser humano sobreviveria à tamanha crueldade como a que fizeram com ela, nem mesmo uma de nós. Devolveram Helena para que ela morra aqui.
Senti meu sangue correr cada vez mais rápido. André viu seu mundo acabar ali mesmo. Sentou-se no chão e começou a chorar compulsivamente. Tom mantinha-se frio como sempre.
__ Ela quer ver vocês dois. – Camila concluiu, dando passagem e, provavelmente, indo chorar em outro lugar.
Reunindo o que me restava de controle, entrei no Ambulatório, carregando André comigo. Ele foi até a cama de Helena.
Sua pele tinha uma aparência quase translúcida. Seus olhos estavam sem vida. Seus cabelos, antes roxos (púrpura, na verdade), estavam negros.
__ Dedé... – ela murmurou, procurando a mão do namorado, que logo atendeu o seu desejo.
__ Lena... Quem fez isso com você? – ele disse, não contendo o choro. Ela não respondeu à pergunta.
__ Era seu, Dedé... O bebê era seu... Eles tiraram o nosso bebê...
Isso só fez André chorar mais e eu ficar mais furioso. Ela virou-se para mim, cada segundo mais fraca e lutando pela vida.
__ Harry... Você... É a única esperança... Você e Voldemort...
__ Como...? – eu ia perguntar, mas ela me interrompeu. Provavelmente sabia que não tinha muito tempo.
__ Só... Se vocês dois se... Unirem... É que... Esse tormento... Vai acabar...
Ela parou, agarrando com força o próprio peito, obviamente sentindo muita dor. Tomou fôlego e continuou.
__ Eu... Desviei você... Harry... Me perdoe... Você deveria... Ir para Hécate... Eu... Desviei você... Para cá... Precisávamos... Você...
Naquela hora não soube o que sentir. Tudo estava muito confuso e eu estava perdendo a primeira amiga que tinha feito em um país longe do meu. Resolvi deixar para sentir qualquer coisa depois.
__ Helena... – eu disse, minha voz estrangulada pelo choro que estava entalado em minha garganta. – Não nos deixe!
__ Ah, Harry... Bem... Que eu gostaria... De ficar por aqui... Com vocês...
__ Lena... – André apertou a mão dela com força. Ela não reclamou, mas eu pude perceber que doeu muito. – Eu te amo demais, você não pode me deixar aqui!!!
__ Essa... Opção... Já... Não... É... Minha... Dedé... – ela tomou seu último fôlego. – Harry... Salve-nos... Dedé... Eu... Também... Te... Amo...
Um último sopro saiu de seus pulmões e ela não retornou a respirar. Terminou assim, ela, olhando fixamente para o teto, a boca entreaberta, a mão apertada contra a de André.
Não pude mais me conter. Ensandecido, enquanto André derramava seu choro sobre o corpo sem vida de Helena, comecei a berrar e esmurrar a parede, sem me importar com minha dor física. A dor interna era maior que qualquer coisa que eu poderia ter sentido antes. Mas não derramei nenhuma lágrima.
Após alguns minutos de autotortura, Tom entrou no Ambulatório e me segurou, sem dizer uma só palavra. Eu olhei para minha mão. Estava sangrando e visivelmente quebrada.
Saí do Ambulatório. Depois recomecei a gritar.
__ DROGA!!! MERDA!!! O QUÊ??? EXPLICA PRA MIM, O QUÊ??? O QUE EU FIZ PARA MERECER ESSA MERDA??? POR QUE EU MEREÇO PASSAR POR ESSA DESGRAÇA??? POR QUE TODOS QUE EU ENCOSTO ACABAM DESTRUÍDOS, FISICA OU MORALMENTE??? POR QUE SEMPRE EU TENHO QUE SALVAR ALGUÉM??? POR QUE AQUELAS PESSOAS LÁ FORA SÃO TÃO CRUÉIS COM NÓS, BRUXOS??? NEM VOCÊ ESCAPOU DA MINHA MALDIÇÃO!!!
Ali, naquele momento, quando eu precisava de uma resposta, de uns gritos, ele fez justamente o que eu mais precisava realmente: me deu um murro.
__ Cala a boca, Potter! Não é você o culpado de todas as merdas que acontecem no mundo!! Quer saber por que os trouxas nos atacam?? Porque eles não suportam serem menos que nós!!! Não suportam saber que nós podemos mais do que eles!!! Por isso eles se aliam a demônios, para tentar se firmar maiores que nós, apenas provando que nada conseguem fazer sem ajuda!!! Quer saber porque você sempre tem que salvar alguém?? Você foi escolhido por mim para lutar contra mim como um igual!! Você me derrotou!! Então se todos recorrem a você, nesse caso, a culpa é TODA minha e eu assumo isso com orgulho!!! Afinal, você matou o maior bruxo das trevas de todos os tempos, claro que você será visto como o novo bruxo mais poderoso do mundo!!! Porque você me impediu de fazer o que nós estamos fazendo agora!!! Matar trouxas!!!
__ VOCÊ QUERIA MATAR MEUS AMIGOS TAMBÉM!!!
__ Eu mataria qualquer um que se metesse no meu caminho e continuo pensando assim! Sem contar que você tinha aquela nojentinha sangue-ruim como amiga! Eu te asseguro, Potter, mais cedo OU mais tarde ela se voltaria contra você!
__ NÃO OUSE FALAR MAL DE HERMIONE!!!
__ CALE A BOCA, AGORA QUEM FALA SOU EU!!! Você acha mesmo que Salazar Slytherin era apenas "seletivo"??? Acha que eu era apenas cruel??? Eu já vi, antes de você pensar em nascer, do que os trouxas são capazes!!!
Pela primeira vez eu vi os olhos de Tom se encherem de água.
__ Eu não matei meu pai apenas porque ele abandonou minha mãe após ele descobrir sua verdadeira natureza!! Há partes de minha história que não se contam nos livros!!!
Ele respirou fundo, trêmulo. Aquilo era surreal. Afinal era realmente um humano por trás daquela camada quase intransponível de frieza.
__ Eu fui atrás de meu pai, pela primeira vez, aos quinze anos!!! Me apresentei como o filho de alguém que ele conhecia e perguntei porque ele não foi atrás do filho que ele SABIA que tinha!!! Sabe qual foi a resposta???
Neguei.
__ Ele disse que se soubesse que minha mãe era de um sangue tão sujo e repulsivo como era, teria matado a mim e a ela!! Quando, esperançoso de que ele mudasse de idéia, disse que eu era seu filho, eu conheci o inferno pela primeira vez!!
Seu tom de voz continuava furioso, mas as lágrimas caiam sem parar.
__ Não posso te mostrar neste corpo o que ele me fez, Potter!! Mas ele fez questão de que eu levasse, enquanto eu vivesse, a marca da vergonha de ser um bruxo!!! Eu... Eu era uma criança, perto daquele homem enorme!!! Ele me bateu com o atiçador da lareira!!! Passei uma semana no hospital, entre a vida e a morte!!! Depois fui descobrindo que não existia um único trouxa que não odiasse, mesmo que secretamente, a bruxaria!!!
Inevitavelmente meu pensamento voou até Little Whinging. Os Dursley odiavam bruxaria descaradamente. E ali estava eu, com pena daquele que matou meus pais.
__ Potter, depois daquele dia eu até pensei que a coisa fosse apenas de meu pai! Mas nenhum outro trouxa demonstrou sequer piedade por mim!! E alguns, os que sabiam da existência bruxa, repugnavam a bruxaria e, secretamente, repudiavam os filhos que nasciam bruxos!!! E os que não faziam isso, convenciam os próprios filhos a se voltarem contra nós!!!
__ Isso é mentira! – disse, não acreditando no que ele me relatava.
__ Se escapa alguém dessa estatística, Potter, dá para contar nos dedos! Os trouxas não prestam! E ALI, NAQUELE AMBULATÓRIO, ESTÁ O CORPO MORTO DE HELENA PARA COMPROVAR!!! ELA ESTAVA GRÁVIDA, O PRIMO DELA SABIA E MESMO ASSIM ELE FEZ TUDO AQUILO!!! ELE MATOU UMA PESSOA DE SEU PRÓPRIO SANGUE APENAS POR CAUSA DO SANGUE BRUXO!!!
__ CHEGA!!! EU NÃO QUERO OUVIR MAIS NADA, NEM DA SUA INFÂNCIA TRISTE, NEM DO QUE AQUELE PUTO FOI CAPAZ DE FAZER PORQUE EU ACABEI DE VER HELENA MORRER!!! AO INVÉS DE FICAR AQUI, JOGANDO NA MINHA CARA QUE EU FUI INGÊNUO, VAMOS PENSAR EM ALGUMA COISA PARA NEUTRALIZAR AQUELA PORRA DO DEVORADOR DE ALMAS E FINALMENTE PODERMOS FAZER ALGUMA COISA PARA NOS VINGARMOS!!!
Tom respirou fundo, agora mais calmo. Novamente a muralha fria tomou conta de seu rosto.
__ Pois bem, Potter. Sei o que fazer com o Devorador. Mas precisamos saber o que fazer com o seu protetor.
Agora sim estávamos falando a mesma língua. Também me acalmei. Respirei fundo mil vezes antes de responder.
__ Eu sei o que vou fazer com o protetor. Descubra quem ele é e eu cuido do resto.
Continua...
Pessoa encapuzada e armada: Atenção, isso é um assalto! Passe os direitos autorais e todos os personagens para cá!
Rowling: Prefiro enfrentar o Voldemort na pior das TPMs!
Lien, após tirar o capuz: Mas você também não colabora, né??? Dá eles para mim!!
Rowling: Não.
Lien: Só um!!!
Rowling: Desista, minha cara...
Lien: GRRRRRRRRRR!!!!!!!!!!!!! NEM HARRY, NEM TOM PERTENCEM A MIM!!! MAS OS OUTROS PERTENCEM E NA RAIVA QUE EU TOU DESSA CHATA, EU SOU CAPAZ DE ESFOLAR VIVO QUEM ROUBÁ-LOS DE MIM!!!!!
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N.A: VALEUZÃO, Avoada e SnakeEye's PK que postaram sobre o capítulo anterior. E, Avoada, eu também tenho o MAIOR fetiche pela arte das trevas. Essa fic e a anterior (Loucuras em Hogwarts, onde a Fayth é o meu alter- ego) comprovam. PK, valeu mesmo por ser meu fã e a cidade é uma cidade fictícia de nome horrível, que surgiu num surto de falta de criatividade e fica aqui, em Minas Gerais. Se alguém mais postou reviews sobre a fic, me desculpem, mas eu ainda não pude ver. Mesmo assim, valeu MESMO.
N.A2: Ninguém descobriu ainda quais músicas estão escondidas??? Nesse aqui não tem, mas no próximo com certeza vai ter! Vamos lá, descubram!!
N.A3: PK, posso te pedir um favor? Faz um desenho de capa para a fic pra eu (assassinando o português, com Lien Takeuchi)??
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Minhas descobertas.
Sabe, talvez, em uma remota chance, o plano até desse certo... Se tivéssemos tido tempo de colocá-lo em prática.
O fato é que Tom e eu fomos descobrir que não era apenas entre bruxos e trouxas que existia a tal intolerância, ali naquela cidade. Por alguma razão, totalmente desconhecida para nós, o São Pedro e a Igreja também não se davam bem.
E parece que, aproveitando-se da guerra que começava a surgir entre nós, o São Pedro começou a acusar a Igreja de aliar-se aos bruxos... E vice e versa.
Em resumo, ficou impossível de sair nas ruas sem arriscar o pescoço, já que alguns fiéis começaram a atacar os alunos do São Pedro com pedras (opção nada inteligente), enquanto os alunos do São Pedro tinham conseguido armas de fogo.
Foram necessários poucos dias para se formar uma verdadeira carnificina na cidade. Eu me perguntei onde tinha se enfiado a polícia naquela hora, mas a cidade não parecia ter nem posto policial, nem imprensa competente, nem vínculo com o resto do país, ou o governo teria tomado alguma atitude, não teria?
No final das contas, estávamos todos presos na Dínamo. Não podíamos sair para colocar o plano em prática. Mesmo assim, começamos a amaldiçoar alguns objetos de uso cotidiano dos trouxas, esperando a menor oportunidade.
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Dez dias depois, recebemos uma visita um tanto inusitada. Um jovem frade gritava nos portões da escola, implorando misericórdia. Nessa hora eu me perguntei se os professores eram surdos, porque nenhum apareceu.
Eu me lembro de ver Tom, à porta de entrada do casarão, olhando o frade e sorrindo sadicamente, enquanto o pobre era cercado por alunos do colégio e brutalmente espancado.
Não consegui censurar a atitude de Tom. Eu senti talvez o mesmo prazer em ver alguém pagando por ao menos uma das mortes de colegas nossos.
Mas não demonstrei esse prazer a olhos nus, principalmente porque, sempre que eu demonstrava qualquer prazer à dor alheia, além de André me dar um olhar inquisidor que definitivamente me lembrava Hermione, eu me sentia cada vez mais parecido com Tom. E isso era inconcebível! Mesmo agora sendo aliados, eu ainda era o oposto dele!
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Um mês depois do início da guerra civil, fomos obrigados a esquecer o perigo que correríamos se saíssemos do colégio.
Os trouxas do Colégio São Pedro conseguiram, ninguém sabe como, seqüestrar um dos nossos. Não um marmanjo qualquer, de dezessete anos. Um garoto. De onze anos. E fomos obrigados a ver o menino, triste, em pânico, berrando, chorando, implorando misericórdia, enquanto pegava fogo.
Perguntei aos alunos que estavam lá há mais tempo se existia um Ministério da Magia ao qual pudéssemos recorrer. A resposta foi simples:
"Até existe. Mas não importa o quão desesperadas são as nossas súplicas, eles nunca nos ouvem."
Não pretendia recorrer ao Ministério. Apenas queria ter certeza que ninguém apareceria enquanto eu arrancava as tripas de alguém com as mãos.
Tom parecia até orgulhoso de mim nesses dias. E insuportavelmente superior, dizendo o tempo inteiro que era isso que tentava prevenir enquanto Voldemort.
Nunca respondi a essas provocações. Eu sabia que no fundo ele estava certo. Eu apenas era ingênuo demais para achar que as coisas poderiam ser resolvidas de outro jeito.
Bom, pelo menos ele não ficava mais me culpando por tê-lo matado. Tudo bem, eu realmente o matei antes. Mas também o ajudei ele a voltar à vida, o que o tirou da posição de vítima.
Por incrível que pareça, eu também começava a sentir um pouco de humanidade em Tom. A impressão que se tinha era que quanto mais parecido eu ficava com ele, mais parecido comigo ele ficava. Uma espécie de estranho equilíbrio começou a surgir entre nós. O Nêmesis perfeito.
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Não tínhamos certeza de mais nada depois daquele dia. Só de uma coisa: alguém tinha que pagar.
Pro inferno com aquela droga de guerra civil ou o que fosse! O novo plano era descobrir o que impedia a magia de ser realizada do lado de fora da Dínamo e neutralizar o que quer que fosse, como fosse.
Existia uma maneira de tentar descobrir o que era. Tom tinha uma peculiaridade mágica extremamente rara, mais rara do que ofidioglotia. Ele possuía a Visão Além, um dom que o permitia ver através de qualquer superfície (não protegida por magia, óbvio) num raio de dez quilômetros. Só precisávamos que ele visse a Igreja e o colégio São Pedro.
Mas tudo que é bom tem um risco. Tom corria o risco de ficar cego se perdesse o controle ou se alguém descobrisse o que estava acontecendo. Mesmo assim ele estava disposto a correr esse risco. Não para ajudar a comunidade bruxa, mas para poder usar uma imperdoável em um trouxa.
Resolvemos começar pelo São Pedro. Era menos perigoso que a Igreja e se o que quer que fosse estivesse ali, pouparíamos um bom tempo.
Mas não estava. Não seria tão fácil assim. Nada é. Pelo menos descobrimos que Helena ainda estava viva e presa no São Pedro.
Antes de se virar para a Igreja, ele ainda rodou o olhar pela vizinhança e não havia nada que se parecesse com um artefato que impede o uso da magia.
Tom respirou fundo. Um bruxo usar a Visão Além em uma igreja era fato inédito. Nós não sabíamos o que poderia acontecer. Eu o encorajei. Ele me mandou calar a boca.
Tom fechou os olhos. E tornou a abri-los, revelando uma coloração negra em toda a extensão do orbe. Ele tremia, mas fechou os punhos, para que eu não notasse. E então fechou os olhos, assustadíssimo. Tornou abri-los.
__ O que foi??? Alguém percebeu??? – perguntei, aflito. Se alguém tinha percebido, o plano tinha ido por água abaixo.
__ Antes fosse isso! – ele respondeu, sem disfarçar o medo na voz. – Potter, eu sei o que está impedindo a magia de se realizar lá fora!
Engoli em seco. Eu só tinha visto aqueles olhos vermelhos com medo uma vez na vida e foi quando Dumbledore o encarou, no meu quinto ano. Tom não tremia à toa. E não temia o que se pode enfrentar. O que quer que fosse, era ruim, muito ruim.
__ O que é, Tom? – perguntei, tentando manter-me controlado.
__ A única coisa que pode destruir o mundo bruxo!
__ O QUÊ, DROGA???
__ O devorador de almas.
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Eu não fazia a menor idéia do que fosse um devorador de almas. Só me veio à cabeça a lembrança de um dementador, já que eles sugam a alma da pessoa pela boca. Quando Tom me explicou, eu preferia nunca ter ouvido.
Um devorador de almas é uma criatura de aparência humanóide e sem consistência física, incorpórea. Ele devora a magia que fica no ar. Toda a magia que era realizada fora da cidade era absorvida por ele. Ele comia magia.
__ Bom, ele deveria se chamar "devorador de magia". – me permiti brincar. Claro que me arrependi.
__ Não é bem assim, Potter. O devorador de almas tem esse nome porque, se for solto de seu cativeiro ele não vai ficar comendo magia. Não é esse o alimento natural dele. A magia é feita de essência humana. Ele come essência humana. Se ele tem comido magia é porque não lhe deram outra opção!
__ Tá, mas se ele está preso, podemos destruí-lo facilmente, certo? – eu já sabia a resposta, mas não poderia deixar a esperança morrer antes de ter certeza.
__ Errado. O devorador de almas é um demônio. E só outro demônio pode controlá-lo. Por mais fácil que seja destruir o devorador, o seu protetor sempre é mil vezes mais poderoso. Por isso ele se mantém em cativeiro! Por medo e respeito!
As coisas não podiam ficar "melhores". À aquela altura faltava apenas um incentivo moral para me fazer OU perder o controle OU entrar em pânico.
Para piorar (a falta de criatividade da minha sina ataca novamente), enquanto Tom me explicava tudo isso, ouvimos mais gritos. Ótimo, com certeza mais alguém estava sendo queimado ou espancado...
Não desta vez.
Tereza, uma menina do quinto ano teórico (a escola tinha cinco anos teóricos, depois mais cinco anos práticos), entrou no casarão, gritando para todos que quisessem ouvir, que alguém tinha largado Helena no portão. Viva.
__ ALGUÉM, POR FAVOR, TIRE HELENA DE LÁ!!!! ANTES QUE A MATEM!!!
Eu não perdi tempo, correndo até o portão. Tom foi atrás de mim e, enquanto eu abria o portão e pegava Helena nos braços, ele vigiava para que eu não fosse atacado. Cena inconcebível até menos de um ano atrás.
Mandei que alguém avisasse André e corri para o Ambulatório. A enfermeira, senhorita Camargo, olhou para Helena e seu semblante tornou-se sombrio imediatamente.
Ela me lembrou Pomfrey nessa hora, me expulsando do Ambulatório enquanto examinava minuciosamente o estado de Helena.
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Quando Helena apareceu deviam ser três horas da tarde. Já eram três da manhã e eu, André e Tom ainda esperávamos por notícias de ser estado de saúde.
A senhorita Camargo abriu a porta. Eu e André nos levantamos imediatamente, aflitos por notícias. Mas o semblante dela continuava sombrio.
__ Camila... – André começou, a voz estrangulada. Mas não conseguiu falar mais nada.
__ Eu não sei exatamente o que fizeram com ela. – ela falou após breve pausa. – Mas foi cruel. Ela estava grávida de dois meses e abortou a criança. Ela perdeu sangue demais. Está com quarenta graus de febre agora, sendo que estava com apenas trinta e oito quando foi trazida para cá.
__ Mas ela vai sobreviver, não vai?? – perguntei, quase ordenando que isso fosse verdade.
Camila não respondeu. Mordeu o lábio inferior e buscou forças dentro de si. Levantou a franja castanha, revelando um quarto crescente azul, tatuado.
__ Como sacerdotisa, senhor Potter, eu garanto. Nenhum ser humano sobreviveria à tamanha crueldade como a que fizeram com ela, nem mesmo uma de nós. Devolveram Helena para que ela morra aqui.
Senti meu sangue correr cada vez mais rápido. André viu seu mundo acabar ali mesmo. Sentou-se no chão e começou a chorar compulsivamente. Tom mantinha-se frio como sempre.
__ Ela quer ver vocês dois. – Camila concluiu, dando passagem e, provavelmente, indo chorar em outro lugar.
Reunindo o que me restava de controle, entrei no Ambulatório, carregando André comigo. Ele foi até a cama de Helena.
Sua pele tinha uma aparência quase translúcida. Seus olhos estavam sem vida. Seus cabelos, antes roxos (púrpura, na verdade), estavam negros.
__ Dedé... – ela murmurou, procurando a mão do namorado, que logo atendeu o seu desejo.
__ Lena... Quem fez isso com você? – ele disse, não contendo o choro. Ela não respondeu à pergunta.
__ Era seu, Dedé... O bebê era seu... Eles tiraram o nosso bebê...
Isso só fez André chorar mais e eu ficar mais furioso. Ela virou-se para mim, cada segundo mais fraca e lutando pela vida.
__ Harry... Você... É a única esperança... Você e Voldemort...
__ Como...? – eu ia perguntar, mas ela me interrompeu. Provavelmente sabia que não tinha muito tempo.
__ Só... Se vocês dois se... Unirem... É que... Esse tormento... Vai acabar...
Ela parou, agarrando com força o próprio peito, obviamente sentindo muita dor. Tomou fôlego e continuou.
__ Eu... Desviei você... Harry... Me perdoe... Você deveria... Ir para Hécate... Eu... Desviei você... Para cá... Precisávamos... Você...
Naquela hora não soube o que sentir. Tudo estava muito confuso e eu estava perdendo a primeira amiga que tinha feito em um país longe do meu. Resolvi deixar para sentir qualquer coisa depois.
__ Helena... – eu disse, minha voz estrangulada pelo choro que estava entalado em minha garganta. – Não nos deixe!
__ Ah, Harry... Bem... Que eu gostaria... De ficar por aqui... Com vocês...
__ Lena... – André apertou a mão dela com força. Ela não reclamou, mas eu pude perceber que doeu muito. – Eu te amo demais, você não pode me deixar aqui!!!
__ Essa... Opção... Já... Não... É... Minha... Dedé... – ela tomou seu último fôlego. – Harry... Salve-nos... Dedé... Eu... Também... Te... Amo...
Um último sopro saiu de seus pulmões e ela não retornou a respirar. Terminou assim, ela, olhando fixamente para o teto, a boca entreaberta, a mão apertada contra a de André.
Não pude mais me conter. Ensandecido, enquanto André derramava seu choro sobre o corpo sem vida de Helena, comecei a berrar e esmurrar a parede, sem me importar com minha dor física. A dor interna era maior que qualquer coisa que eu poderia ter sentido antes. Mas não derramei nenhuma lágrima.
Após alguns minutos de autotortura, Tom entrou no Ambulatório e me segurou, sem dizer uma só palavra. Eu olhei para minha mão. Estava sangrando e visivelmente quebrada.
Saí do Ambulatório. Depois recomecei a gritar.
__ DROGA!!! MERDA!!! O QUÊ??? EXPLICA PRA MIM, O QUÊ??? O QUE EU FIZ PARA MERECER ESSA MERDA??? POR QUE EU MEREÇO PASSAR POR ESSA DESGRAÇA??? POR QUE TODOS QUE EU ENCOSTO ACABAM DESTRUÍDOS, FISICA OU MORALMENTE??? POR QUE SEMPRE EU TENHO QUE SALVAR ALGUÉM??? POR QUE AQUELAS PESSOAS LÁ FORA SÃO TÃO CRUÉIS COM NÓS, BRUXOS??? NEM VOCÊ ESCAPOU DA MINHA MALDIÇÃO!!!
Ali, naquele momento, quando eu precisava de uma resposta, de uns gritos, ele fez justamente o que eu mais precisava realmente: me deu um murro.
__ Cala a boca, Potter! Não é você o culpado de todas as merdas que acontecem no mundo!! Quer saber por que os trouxas nos atacam?? Porque eles não suportam serem menos que nós!!! Não suportam saber que nós podemos mais do que eles!!! Por isso eles se aliam a demônios, para tentar se firmar maiores que nós, apenas provando que nada conseguem fazer sem ajuda!!! Quer saber porque você sempre tem que salvar alguém?? Você foi escolhido por mim para lutar contra mim como um igual!! Você me derrotou!! Então se todos recorrem a você, nesse caso, a culpa é TODA minha e eu assumo isso com orgulho!!! Afinal, você matou o maior bruxo das trevas de todos os tempos, claro que você será visto como o novo bruxo mais poderoso do mundo!!! Porque você me impediu de fazer o que nós estamos fazendo agora!!! Matar trouxas!!!
__ VOCÊ QUERIA MATAR MEUS AMIGOS TAMBÉM!!!
__ Eu mataria qualquer um que se metesse no meu caminho e continuo pensando assim! Sem contar que você tinha aquela nojentinha sangue-ruim como amiga! Eu te asseguro, Potter, mais cedo OU mais tarde ela se voltaria contra você!
__ NÃO OUSE FALAR MAL DE HERMIONE!!!
__ CALE A BOCA, AGORA QUEM FALA SOU EU!!! Você acha mesmo que Salazar Slytherin era apenas "seletivo"??? Acha que eu era apenas cruel??? Eu já vi, antes de você pensar em nascer, do que os trouxas são capazes!!!
Pela primeira vez eu vi os olhos de Tom se encherem de água.
__ Eu não matei meu pai apenas porque ele abandonou minha mãe após ele descobrir sua verdadeira natureza!! Há partes de minha história que não se contam nos livros!!!
Ele respirou fundo, trêmulo. Aquilo era surreal. Afinal era realmente um humano por trás daquela camada quase intransponível de frieza.
__ Eu fui atrás de meu pai, pela primeira vez, aos quinze anos!!! Me apresentei como o filho de alguém que ele conhecia e perguntei porque ele não foi atrás do filho que ele SABIA que tinha!!! Sabe qual foi a resposta???
Neguei.
__ Ele disse que se soubesse que minha mãe era de um sangue tão sujo e repulsivo como era, teria matado a mim e a ela!! Quando, esperançoso de que ele mudasse de idéia, disse que eu era seu filho, eu conheci o inferno pela primeira vez!!
Seu tom de voz continuava furioso, mas as lágrimas caiam sem parar.
__ Não posso te mostrar neste corpo o que ele me fez, Potter!! Mas ele fez questão de que eu levasse, enquanto eu vivesse, a marca da vergonha de ser um bruxo!!! Eu... Eu era uma criança, perto daquele homem enorme!!! Ele me bateu com o atiçador da lareira!!! Passei uma semana no hospital, entre a vida e a morte!!! Depois fui descobrindo que não existia um único trouxa que não odiasse, mesmo que secretamente, a bruxaria!!!
Inevitavelmente meu pensamento voou até Little Whinging. Os Dursley odiavam bruxaria descaradamente. E ali estava eu, com pena daquele que matou meus pais.
__ Potter, depois daquele dia eu até pensei que a coisa fosse apenas de meu pai! Mas nenhum outro trouxa demonstrou sequer piedade por mim!! E alguns, os que sabiam da existência bruxa, repugnavam a bruxaria e, secretamente, repudiavam os filhos que nasciam bruxos!!! E os que não faziam isso, convenciam os próprios filhos a se voltarem contra nós!!!
__ Isso é mentira! – disse, não acreditando no que ele me relatava.
__ Se escapa alguém dessa estatística, Potter, dá para contar nos dedos! Os trouxas não prestam! E ALI, NAQUELE AMBULATÓRIO, ESTÁ O CORPO MORTO DE HELENA PARA COMPROVAR!!! ELA ESTAVA GRÁVIDA, O PRIMO DELA SABIA E MESMO ASSIM ELE FEZ TUDO AQUILO!!! ELE MATOU UMA PESSOA DE SEU PRÓPRIO SANGUE APENAS POR CAUSA DO SANGUE BRUXO!!!
__ CHEGA!!! EU NÃO QUERO OUVIR MAIS NADA, NEM DA SUA INFÂNCIA TRISTE, NEM DO QUE AQUELE PUTO FOI CAPAZ DE FAZER PORQUE EU ACABEI DE VER HELENA MORRER!!! AO INVÉS DE FICAR AQUI, JOGANDO NA MINHA CARA QUE EU FUI INGÊNUO, VAMOS PENSAR EM ALGUMA COISA PARA NEUTRALIZAR AQUELA PORRA DO DEVORADOR DE ALMAS E FINALMENTE PODERMOS FAZER ALGUMA COISA PARA NOS VINGARMOS!!!
Tom respirou fundo, agora mais calmo. Novamente a muralha fria tomou conta de seu rosto.
__ Pois bem, Potter. Sei o que fazer com o Devorador. Mas precisamos saber o que fazer com o seu protetor.
Agora sim estávamos falando a mesma língua. Também me acalmei. Respirei fundo mil vezes antes de responder.
__ Eu sei o que vou fazer com o protetor. Descubra quem ele é e eu cuido do resto.
Continua...
