Disclaimer:

Lien, ensandecida, com uma ameaçadora e terrível pena de pavão na mão direita se aproxima perigosamente de Joanne K. Rowling, que está acorrentada em uma mesa de tortura.

Lien: Você poderia ter evitado isso, Joanne... Era só dá-los para mim e nada disso estaria acontecendo...

Rowling: Quem te deu intimidade para me chamar de Joanne?

Lien: Isso não vem ao caso. Eu te dou mais uma chance! Dê ao menos o Draco para mim que eu deixo você ir sem maiores problemas!

Rowling: Você poderia usar uma imperdoável em mim que eu não o daria para você!

Lien: Foi você quem pediu.

Inicia-se a tortura, com cócegas nos pés da autora.

Lien: Bom, eles ainda não são meus, mas eu tenho esperanças de que, até o fim do capítulo ela não suporte mais a tortura e ceda. E lembrem-se, se não quiserem passar por tortura semelhante, não mexam nos MEUS personagens sem me pedir!

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N.A: Como sempre, obrigada a Avoada, PK, Daniel e Ainsley pelos reviews. Ainsley, eu só botei aquela cena do Voldie chorando para mostrar que ele, apesar de tudo, também é humano, entende?

N.A2: FOI MAL A DEMORA!!!!!!!!!!!! DISCULPA, DISCULPA, DISCULPA, DISCULPA, DISCULPA, DISCULPA, DISCULPA, DISCULPA, DISCULPA!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!! !!!! Mms aconteceu de que eu tenho prova toda quinta-feira e nem sempre posso mexer no meu querido, amado, idolatrado, salve, salve, computador, sabem? Por isso que eu não escrevi nada...

N.A3: As músicas dos primeiros capítulos são "I'll see you on the other side", do Ozzy Osbourn e "Confortably Numb" do Pink Floyd. E a desse capítulo também é do Pink Floyd e é famosérrima!!! Quem não souber... Ou é muito burro ou muito desatento, ou não sabe nada de inglês! Procure em cada frase! Não é difícil para quem tem noções básicas de inglês e sabe traduzir do "brasileirês" para a tal língua.

N.A4: Este NÃO é o último capítulo, por mais que isso possa parecer. É o penúltimo. Depois vem o epílogo. Bem... De certa forma este acaba sendo o último. Ah... Sei lá! Não me pressionem!

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Meu encontro comigo mesmo

No dia seguinte foi o velório de Helena. Não me lembro de um dia em minha vida que tenha sido pior. Acho que nem mesmo ver Cedrico morrer, ou Sirius desaparecer para sempre atrás daquele véu me fez sofrer tanto. Talvez porque aquilo eu realmente tive a chance de impedir, se não tivesse abandonado Helena naquele dia. Talvez porque desta vez a minha raiva era maior. Talvez porque eu ainda não tinha me vingado. Talvez.

Só sei que nada sei, diria um sábio. Eu não sou um sábio. Só sei que meu maior desejo, naquele momento, eu decidi que, se eu não pudesse me vingar de todos os trouxas, ao menos um eu mandaria direto para o inferno.

Carlos, o primo de Helena. Se não fosse por ele, Helena estaria viva.

Helena... Ela foi cremada, pois não tinha lugar para enterrar o corpo dela. De qualquer jeito, acabou sendo queimada, como os outros. Suas cinzas estavam agora dentro de uma urna, esperando para serem levadas a Hogwarts, já que seu maior desejo era conhecer a minha antiga escola.

Alguns dias depois, Tom preparava uma poção para ao menos neutralizar o devorador. Mas ainda faltava um ingrediente que, provavelmente, não teríamos ao alcance. Sangue de unicórnio.

Como vamos conseguir isso?? – perguntei para Tom. – Não temos uma Floresta Negra aqui no quintal como tinha em Hogwarts!!!

Não se descontrole, Potter. Estou cansado de ter que ouvir suas reclamações. Concentre-se no que vai fazer contra o protetor. Deixe que eu cuido do devorador. Não foi esse o combinado?

Droga, o que eu ia fazer contra o protetor?? Eu nem sabia que tipo de criatura enfrentaria!! Afinal, era uma espécie de demônio, de acordo com o que Tom tinha me falado. Talvez eu não durasse nem um segundo enfrentando a coisa.

O pior é que agora Tom tinha depositado confiança em mim!

Você já sabe como vai arrumar o sangue? – perguntei, afastando meus pensamentos para longe.

Claro que sei. Assim que chegar, serão apenas mais quinze dias até que a poção fique pronta.

Estamos em outubro. Em quanto tempo você acha que esse sangue aparece por aqui? Antes do ano que vem??

Amanhã, sem falta.

Hunf... – "Hunf"?? Nota zero, Potter... Eu me superei em respostas ridículas nessa.

E quando você quer que o tempo dê uma trégua ele parece ouvir o que você pensa e dispara em uma corrida contra você.

Não tenho a menor idéia de como Tom tinha conseguido aquele frasco de sangue de unicórnio e achei melhor não perguntar. A resposta poderia ser desagradável. E ali estávamos, a dois dias da poção estar pronta e a dois dias do dia das bruxas.

Será que se comemorava o dia das bruxas no Brasil?

André me disse que sim, mas apenas os professores. Era apenas um dia sem aulas. Eles faziam rituais proibidos aos alunos. Não me atrevi a perguntar o que era.

A noite do dia das bruxas seria o momento ou de derrota ou de vitória para os bruxos da Dínamo. Tudo estava nas mãos minhas e de Tom. Minha barriga tinha se revoltado comigo e resolvi que fazer um jejum seria menos nojento do que botar pra fora tudo que engolia.

Aproveite o dia das Bruxas, Potter. – Tom me disse, certa hora. – Ficamos mais fortes nesse dia, você já deve ter percebido isso. Você não vai precisar destruir o demônio que protege o devorador. Só preciso que o distraia tempo suficiente para que eu use a poção.

De certa forma eu me senti encorajado por aquelas palavras. Não teria que enfrentar uma criatura desconhecida até a morte de um de nós.

Um dia faltava. André, que pensava que eu só tinha me afastado dele por causa das lembranças de Helena, percebeu minha inquietação. Deduziu que eu e Tom estávamos fazendo alguma coisa. Pediu para que eu contasse.

André, você já sofreu o bastante com a minha intervenção na sua vida. É melhor que não saiba de nada.

Mas eu quero ajudar!! O que quer que eu puder fazer, me deixe fazer!!! Merda, Helena era minha namorada, estava grávida de um filho meu!!! Eu quero vingança tanto quanto você ou Vol...

Tom!! – disse, exasperado e um pouco temeroso de que alguém nos escutasse. – O nome dele é Tom!!

Que se dane o nome dele!!! Isso não apaga quem ele foi ou o que fez!!!

Voldemort está morto, André!!! Meta isso na sua cabeça!!! Eu matei Voldemort!!! Quem está ali é o cara que existia antes de Voldemort!!!

André percebeu que eu não iria mudar de opinião quanto a Tom. Desistiu de discutir, mesmo porque aquele não era o ponto importante da discussão anterior.

Deixa eu ajudar vocês, Harry, por favor!!! Eu te suplico!!! É uma chance de poder acalmar a raiva que eu estou por dentro!!

Eu ponderei. Estava tendo uma idéia que talvez desse certo.

Tá certo, André. Mas você só vai ajudar depois. Primeiro eu e Tom vamos garantir que possamos fazer magia lá fora. Depois, todos vão poder ajudar.

Ah, então é isso que vocês estão tramando?? Desistam, nem os professores sabem o porquê de nossa magia ser bloqueada lá fora.

Pois nós já descobrimos e já sabemos o que fazer. E eu tenho a sensação de que os professores sabem sim.

Não sei por que disse aquilo. Talvez eu estivesse certo, nunca descobri.

E o que vão fazer?

Se der certo, você será o primeiro a saber, eu te garanto.

Eu estava com muito medo. Se desse errado, talvez isso significasse a destruição do mundo bruxo! A soltura do Devorador de Almas estava em jogo!

Tremi.

Madrugada de 30 para 31 de outubro, meia-noite... Eu e Tom estávamos parados em frente aos portões da Dínamo. Nunca soube se ele estava com medo naquela hora. Nunca perguntei. Mas seu rosto estava impassível como sempre foi.

Imaginei o quanto ele tinha sofrido para se tornar uma pessoa tão sem sentimentos. Ou se ele tinha construído um muro em volta de si tão grande e que aquela demonstração de frieza era apenas mais um tijolo no muro.

Potter... – ele disse, após alguns segundos.

Que foi, Tom?

Por que você insiste em me chamar pelo primeiro nome se eu só te chamo de Potter?

Porque acho tanto Servoleo quanto Riddle nomes horríveis. Também porque sempre que digo esses nomes, não consigo evitar de lembrar da noite, na Câmara Secreta, quando você seqüestrou Gina Weasley e se apresentou para mim como Tom e Voldemort. Te chamando apenas de Tom, tenho a ilusão de que você é outra pessoa.

Ah...

Por que me perguntou isso?

Não queria morrer, de novo, aliás, com essa dúvida.

Novo silêncio se estabeleceu entre nós dois. A perspectiva era ainda pior, já que até ele cogitava morrer.

Potter...

Que foi?

Boa sorte.

Pra você também.

Me enchi de uma falsa coragem e abri os portões. Continuamos parados.

De repente, Tom começa a correr rapidamente, até a igreja. Saí e fechei os portões para que ninguém entrasse e corri na mesma direção.

Invadimos a igreja.

Estava deserta, como se esperava.

O Devorador está na sacristia. – Tom disse, secamente.

Vou com você até lá, para ver se a criatura que o protege está lá.

Tom não respondeu e eu tomei seu silêncio como um consentimento.

Só então percebi que era a primeira vez que eu entrava em uma igreja. Me permiti olhar em volta. Não podia negar que era um lugar bonito. Estilo barroco, com várias imagens, adornos em ouro, o teto pintado com motivos religiosos. No altar havia uma enorme imagem de Jesus Cristo crucificado.

Revoltado por dentro, me perguntei, baseado em meus parcos conhecimentos de religião e história cristã, como um homem, tomado por filho direto de Deus, que não fez nada a não ser espalhar o amor, a compreensão e o perdão, poderia intervir por aquelas pessoas que se diziam cristãs.

A hipocrisia daquela cidade era nauseante. A religião à que eles se apegavam era o amor. Ame ao próximo. E eles matam em nome de seu Deus. Que espécie de amor é esse? Eu, em toda minha vida, jamais tinha parado para questionar ou mesmo pensar sobre Deus. E agora percebia que sabia mais sobre o assunto do que imaginava.

Joguei meus pensamentos fora e entrei na sacristia logo após Tom. Lá era mais simples do que de fora. Algumas cadeiras, um armário antigo, um berço, uma mesinha...

Um berço??

Nos aproximamos do berço e vimos, deitado lá dentro, um bebê de beleza magnífica. Nada mais se assemelharia de um anjo do que aquela criança. Cabelinhos dourados e cacheados, bochechinhas rosadas, olhos de um azul tão profundo e belo e um pé, metido na boca. Ele olhou para Tom e para mim e soltou uma risadinha.

É ele? – perguntei. – O devorador?

Não. O devorador era diferente. E mais velho. Algo em torno de quinze anos.

Será este o protetor do devorador?

Não, meu caro. – uma voz disse atrás de nós, nos fazendo virar bruscamente. – Essa honra é toda minha.

Era um padre. Pelo menos deveria ser, devido às roupas que usava. A batina preta e o colarinho branco. Tinha olhos castanhos e cabelos idem. Não era de aparência feia e parecia ser jovem. Seu semblante era tranqüilo, quase pacífico e apaziguador.

Eu comecei a tremer de medo. Parecia que agora tudo tinha ido por água abaixo.

Creio que vocês sejam estudantes daquela escola aqui em frente, estou certo? – sua voz tinha um tom quase sedutor, não demonstrava o perigo que realmente representava. – Meu nome é Caleb. Sejam educados e me digam seus nomes.

Não consegui responder. Estava amedrontado demais. Tom, como sempre, estava acima do medo.

Por que deveria responder qualquer coisa a você se seu objetivo é nos matar? Acabe logo com isso!!

Jovem Tom, para que tanta precipitação? Nada sabe você sobre meu verdadeiro objetivo em manter o Devorador de Almas aqui.

Nem eu nem Tom nos surpreendemos com o fato de ele saber o nome dele. Agora queríamos nos manter vivos pelo menos o tempo de destruirmos o Devorador.

E suponho que você nada nos dirá. – Tom respondeu, impassível.

A você não. Sua missão é destruir o Devorador. Bom, se você empurrar o armário, verá uma porta secreta. Ali está escondido o seu objetivo. Apenas lembre-se de não olhar nos olhos dele, ou sua alma será devorada.

Eu estava estupefato. Aquele... Aquele... Aquela coisa tinha entregado tudo de bandeja! O que ele queria??

Jovem Harry... Se puder me acompanhar, creio que a sua missão era me distrair até que o serviço de Tom fosse concluído.

Meneei, ainda pasmo e em choque.

Então, enquanto eu te conto algumas coisas que, com certeza vai querer saber, eu te mostro as dependências da igreja.

Hesitei muito antes de resolver o que fazer. Olhei para Tom, buscando um conselho, um apoio, um grito, um empurrão, uma ação, um encorajamento... Qualquer coisa que ele dissesse eu faria.

Vá com ele, Potter. – ele disse, simplesmente. Depois se virou até o armário e o empurrou com alguma dificuldade, revelando a porta de que Caleb falara.

Vamos? – o padre estendeu o braço para fora da sacristia, dando um sorriso quase encantador, me convidando a sair. Fui, ainda hesitante.

Começamos a rodar pela igreja. Eu olhava para ele, que caminhava serenamente ao meu lado, admirando as obras, as imagens, as flores trazidas por senhoras carolas e fúteis...

Após alguns minutos de silêncio, ele me surpreendeu, com sua voz grave.

Ah... Harry, nem em seus mais loucos sonhos você imaginaria o porque de eu ter deixado Tom destruir aquele que eu protejo, não é mesmo?

Não... Não, senhor. – respondi, amedrontado.

Ora, não me chame de senhor. Sou um demônio, não um professor ou um político a quem deve respeito.

Por quê? – perguntei, agora certo de que morreria cedo ou tarde, pelo menos não morreria na ignorância.

Tantos motivos... Um deles é a mera diversão, claro. Todos os demônios racionais se divertem com a desgraça alheia.

Desde quando?

Ah, muitos anos. Tomei essa cidade para mim há muitos anos atrás.

Como?

Segredos demoníacos, meu caro. Coisas que você jamais entenderia.

Por que ataca minha gente?

Eu nunca ataquei ninguém, te asseguro. Mas eu faço os tolinhos trouxas atacarem vocês porque vocês podem notar a minha presença. Vocês têm o poder de me destruir. Bom... Não destruir. Mas derrotar.

Comecei a perceber que Tom estava demorando demais. Não sabia que espécie de ritual ele teria que fazer antes de aplicar a poção, mas fosse o que fosse, já teria dado tempo de fazê-lo.

Você e seus colegas devem se sentir tão desamparados em relação à proteção dos professores... – ele continuou sem que eu perguntasse nada. – Eles não passam de meros escravos de minha vontade, não os culpe. Os adultos, entenda isso, Harry, são absurdamente suscetíveis à vontade alheia, principalmente à de um demônio mil vezes mais poderoso que eles.

Por que não me mata? Por que não matou a mim e a Tom assim que entrou na sacristia? – então me ocorreu a terrível realidade. Tom não voltaria de dentro daquela salinha secreta.

Não vou te matar, Harry, porque você precisa matar alguém.

Não vou matar ninguém para você!! – disse, enfurecido. Ele sorriu e eu tremi àquele sorriso. Caleb se aproximou mais e passou um braço sobre meu ombro.

Você não vai matar ninguém para mim, Harry. Você vai matar apenas para satisfazer sua vingança e a de seu colega, que, inutilmente, espera seu chamado dentro daquela escola.

À minha mente veio o rosto de Carlos. Caleb sorriu mais largamente, como se tivesse visto a imagem formada em meu cérebro.

Subitamente – nem eu, talvez nem ele esperava aquela reação – eu me desvencilhei de Caleb e entrei na sacristia. Abri a porta por onde Tom tinha entrado.

Não havia nada lá. Uma sala totalmente vazia. A não ser pelo corpo inanimado de Tom.

Meus olhos se encheram de lágrimas. Ele não poderia voltar desta vez. Sua alma tinha sido destruída. Eu tinha perdido meu último amigo.

Caleb entrava depois de mim e benzeu o corpo de Tom. Indignado, empurrei Caleb e ergui Tom.

Ele não suportava trouxas!!! – cuspi. – Ele jamais aceitaria ser bento como na cultura trouxa!!

Pelo menos ele fez a parte dele. – Caleb sorriu. – O Devorador foi destruído. Agora... – ele enfiou a mão em seu bolso e tirou de dentro uma varinha. MINHA varinha. – Vá até o colégio São Pedro e faça o que deve fazer. Faça o que QUER fazer. Não se preocupe com Tom. Ele não irá a lugar algum mesmo...

As palavras de Caleb tiveram o efeito que ele esperava. Larguei Tom no chão, com cuidado, tomei a varinha das mãos dele e comecei a me dirigir para fora da igreja.

Parei. Olhei para o falso padre, que esperava a minha saída.

Por que um padre? – perguntei, sem emoções.

"Até mesmo um demônio pode usar a palavra de Deus em seu benefício". A maneira mais fácil de alcançar os ouvidos do povo.

Refleti alguns instantes até perceber que não havia o que refletir. Saí da igreja.

Fui reconhecido de imediato por algumas pessoas, graças à varinha em minhas mãos. Vi um velho atrevido arrancar uma velha arma do cinto e apontar para mim, bradando xingamentos e preparando-se para atirar.

Nunca tinha me sentido tão confiante e superior. Apontei a varinha para ele e não pensei duas vezes.

Crucio.

O velho caiu no chão, contorcendo-se de dor. Ele devia ser cardíaco, porque morreu em alguns segundos.

As testemunhas gritavam e corriam apavoradas. A imunidade tinha acabado.

Entrei na Dínamo e falei com André. Não disse que Tom havia morrido. Disse apenas que ele saísse e se vingasse do maior número de trouxas possível.

Saí da escola, depois da debandada que saiu, já que André espalhou a notícia para a escola inteira. Fui até o São Pedro.

Entrei. Não sabia que caminho exato seguir, apenas seguia meu instinto. Parei diante de uma porta com os dizeres "Carlos Tavares".

Sorri sadicamente. Tudo que havia de humano em mim morrera quando eu vi Tom morto.

Girei a maçaneta. Trancada.

Alorromora.

A porta se abriu com um clique. Entrei.

Vi Carlos sentado em uma poltrona, lendo um jornal. Ele olhou para mim demoradamente e então me reconheceu.

Bruxo desgraçado!! Que está fazendo aqui??? Como entrou sem que fosse morto???

Não respondi. A reação dele foi ir até a gaveta e pegar uma arma. Antes que ele atirasse, eu já estava pronto.

Impedimenta.

Que sensação maravilhosa, vê-lo parado, sem ação, com medo. O mesmo medo que reconheci nos olhos de Helena quando ela voltara para a escola, moribunda.

O que você sentiu quando torturou a Helena de forma mortal, Carlos? – perguntei calmamente. Ele, obviamente, não respondeu. – Foi algo parecido com isso? Crucio.

Senti um prazer indescritível ao vê-lo gritando de dor, se contorcendo, espumando de dor. Fiquei naquela terapia vingativa por vários minutos. Então, quase pude ouvir a voz de Tom.

"Mate-o".

Então, com o maior prazer que eu já pude sentir em minha vida, disse a maldição mais temida pelos bruxos.

Avada Kedavra.

Ali jazia o corpo morto de Carlos Tavares.

Voltei para a Dínamo. Escrevi essas incontáveis linhas e mandei para você. Cuide de Edwiges para mim. Ela tem ordens de não voltar, em breve morreria com o clima daqui. Acho que ela não gostou muito da idéia, mas ela não tem opção.

Não estou pedindo a remissão de meus pecados. Estou apenas te informando. Acho que você tem direito de saber disso. Talvez porque seja o único que resta daqueles que meu pai confiava plenamente. Eu mudei, sim. Demais, até. E não mudarei de volta.

Mate Pedro Pettigrew por mim, se tiver a chance. Só não o matei daquela vez que matei Voldemort, Lúcio e Bellatrix porque novamente ele fugiu como o rato que é.

Remus... Não me odeie. Você teria feito o mesmo.

Diga a Rony, Hermione e os outros que morri. No fundo é verdade. O Harry que eles conheceram não mais existe.

Aliás... Queime esta carta depois que lê-la. Esqueça-se de mim também. Sou uma decepção para todos vocês.

Até algum dia, quem sabe.

Harry Potter.

Continua...