AP"S UMA FESTA DE BACO – CAPITULO 06
MAIS CONFUS'ES À VISTA...
Máscara da Morte devolveu o bebê a Hebe e cruzou os braços:
_ Estou esperando uma explicação, Afrodite. E que seja boa...
Afrodite abriu a boca, fechou, se dirigiu a Hebe e olhou para a menina em seus braços...
_ A pinta é do outro lado, debaixo do outro olho, se você não notou. E caso você também não tenha notado, eu estive ao seu lado durante todos os festejos de Baco... Acho que eu não te devo explicação nenhuma... – reunindo toda a sua dignidade magoada, Afrodite saiu do Salão do Templo indo em direção à casa de Peixes.
Asterion puxou a neném do colo de Hebe e mordeu o lábio inferior.
_ Carlo!
_ Me deixa em paz!
_ Como Afrodite pode ser pai e mãe ao mesmo tempo? – Milo sacudia a cabeça enquanto saía do Templo apoiando-se no braço de Camus... – Aceita um lanche, minha senhora Hebe?
_ Essa situação é toda muito, muito confusa. – Baco punha a mão na barriga de Shaka, sentindo com prazer o bebê chutar. – A gente revirou todas as regras naturais da coisa...
_ VOCÊS QUEREM ME ESCUTAR, PELO AMOR DE ZEUS?
_ Calma, garoto. Eu estou aqui ainda... – Zeus deu uma gargalhada – Não precisa me invocar tão alto...
_ Desculpe, meu senhor. Mas esses cabeças duras não querem me ouvir...
_ Então fala, menino. No stress...
_ A menina é a cara da minha mãe – gemeu Asterion.
_ Tem certeza? Olha que os bebês recém nascidos mudam depois de crescidos...
_ Putz, na boa, cara. – Zéfiro se apoiou no ombro do cavaleiro de Hound. – Assim que nascem eles não parecem nada além de um joelho com pernas e uma boca pra berrar...
_ Ela pode até mudar, mas quem tem essa pinta desse lado do rosto é minha mãe.
No meio desse barraco, o médico chegou com a maca e os enfermeiros, entrou, pegou Misty, embrulhou-o e uma das enfermeiras tirou o bebê do colo de Asterion.
_ Com licença. Vamos pesar, medir, limpar essa gracinha. Depois vocês podem ir lá visitar a "mamãe" e a filhotinha.
_ Zeus! Que confusão monstruosa... – gemeu Bóreas
_ Eu não tenho nada que ver com isso. Vocês arrumaram, vocês consertam. – decretou o pai de todos os deuses, abraçando sua filha – O que me importa é que minha filhinha se machucou com tudo isso. Pensa que eu esqueci? Quem mexe com meu bebê paga o preço. Vamos, Hebe?
_ Só um minutinho, papai. Eros e Anteros, ponham Liebe a par da confusão que ocorreu aqui fora, porque Afrodite e seu marido vão precisar de ajuda agora...
_ Simples! Você! Vai lá embaixo e conta o que contou pra nós e tudo se resolve. – disse Eros, cruzando os braços.
De repente, sentiram o cosmos de Afrodite se elevar e o barulho de coisas se quebrando ecoavam pelos corredores até chegar ao templo.
_ Parece que não é tão simples assim, Eros. – Zeus riu novamente. Aquele povo era muito engraçado. Puxou sua filhota e voltou ao Olimpo.
Afrodite e Liebe saíram com o doutor e se espantaram. Desceram correndo para o templo de Peixes, a tempo de ver Carlo tentando arrombar a porta do quarto, a porta totalmente coberta de cipós de rosas bravas, cheias de espinhos.
_ Pare, Carlo! Ele não pode sofrer contrariedades!
_ Contrariedades? – rugiu o italiano.- E eu posso carregar chifres? A prova estava lá, no rosto daquele bebê... Essa putana deve ter sentido saudades do ex-amante, só não contava que ele ficasse grávido...
_ Não seja tolo! – explodiu a deusa xará – Asterion confessou depois que você saiu que a menina é a cara da mãe dele.
Carlo parou de tentar arrombar a porta.
_ Está falando sério? Não quer apenas limpar a barra do seu protegido?
_ Se você tivesse esperado, ouviria da própria boca dele. – Liebe colocou o dedo no nariz de Máscara da Morte. – Agora temos que acalmar nosso gravidinho. Eu vou entrar lá.
O quarto estava de ponta cabeça. Afrodite estava sentado no chão, os olhos cheios de lágrimas, segurando a barriga.
_ Eu não mereço, Liebe. Não mereço... Eu nunca traí meu marido, nunca! Ainda mais com Misty de Lagarto...
_ Mas você já foi amante dele...
_ Éramos adolescentes, estávamos experimentando... Mas depois nunca mais...
_ Sabe, a filha de Misty é a cara da mãe de Asterion. Ele confessou. Mamãe está contando para Carlo.
_ MALEDETO! E eu aqui, sofrendo essas agressões à toa, essa desconfiança toda. Eu não vou perdoa-lo nunca, nunca, nunca...
_ Vai sim, querido. Sua filhinha precisa daquele pai. VOCÊ precisa daquele pai... E ele ama vocês. Você sabe que ele te ama... Essa reação toda foi porque ele te ama.
Afrodite não queria sair do quarto, muito menos perdoar Carlo, mas estava diante da família do amor. Um esforcinho aqui e ali e logo Máscara da Morte estava ajoelhado diante de Afrodite, beijando a barriga e levando um beijo de perdão.
Misty, enquanto isso, descansava e pensava, olhando o bebê no bercinho ao lado. "Essa pinta... deve estar rolando babado forte lá no Templo de Peixes..." deu uma risadinha, depois ficou triste... "É...mas não tem perigo com aqueles dois... Eles se amam de verdade, nada vai se por entre eles... Eles vão acabar se entendendo. E a nós, querida? Quem nos ama?"
De repente bateram à porta. Entrou o maior buquê de margaridas que Misty já tinha visto. Atrás do buquê (embaixo, sei lá...) vinha Asterion, totalmente sem graça... Ele sorriu amarelo:
_ Tity? Eu... eu... – ele nem sabia como começar, mas acabou gaguejando mais um pouco. – Eu sinto tanto sua falta... Eu sei que eu fui um canalha, um sem vergonha, maldito, todos os adjetivos que você quiser me chamar, mas eu vim até aqui te pedir perdão.
Misty ficou surpreso. Se levantou com cuidado, se recostando na cama, tentando ganhar tempo:
_ Bonito buquê de margaridas, bofe...
_ Ah, eu não sabia que flor comprar e fiquei com medo da sua reação se eu trouxesse rosas... sabe como é, né?
Misty sorriu... A neném se mexeu, Asterion chegou perto e pediu:
_ Posso pegar um pouquinho?
_ Sim, pode...
_ Eu não te falei ainda, mas sabia que essa pinta é igualzinha à da minha mãe?
_ Enfermeira! Enfermeira! Esse senhor já está de saída!
_ TITY!
_ Filho de uma p***! Você me deixou sozinho, passar uma gravidez de cão, não acreditou em mim, e agora vem querer assumir a paternidade só porque ela nasceu com a marca da vaca da tua mãe? Você que pensa, meu querido. Eu sofri, eu quase morri pra parir, nunca passei tanta dor na minha vida pra você ficar só sorrisos, distribuindo charutos aí fora. Vai te fu**!
A enfermeira chamou outra, uma acalmou Misty outra colocou Asterion pra fora... O médico foi chamado e explicou para o chocado pai:
_ Ele ainda está abalado com o parto... Os hormônios estão voltando ao normal... Acho melhor você tentar aos poucos... pra não arriscar uma depressão pós parto...
Enquanto isso, Shaka reclamava de azia... Mú não perdoou:
_ Mas claro que tem que estar com azia... Tanta batata no estômago...
_ Ah, deixa de ser implicante! Os novos sabores que o Ikki me trouxe são de-li-cio-sos... De azeitona e azeite, por Buda! Mas pode ser um bebê bem cabeludo... – Virgem balançou a sua cabeleira loira depois passou a mão nos cabelos roxos de Áries. – Cabelo é coisa que não falta nessa família...
_ Você pediu mesmo a benção do parto normal à deusa Hera?
_ Sim, Mú. Isso sempre me preocupou, como esse bebê iria sair. Se ela nos proporciona um jeito natural, eu fico tranqüilo. Ai, os sons da casa de Peixes terminaram, pelo jeito aqueles dois se entenderam. E Misty e Asterion? Terão um final feliz?
_ Se depender das deusas do amor, vão. Mas deixa o Asterion sofrer um pouquinho. Ele merece...
_ Mú! Você só me surpreende...
_ E isso é bom ou é ruim?
_ Na maioria das vezes isso é muito bom... Já escolheu o nome do nosso filhote?
_ Achei que você que iria cuidar disso.
_ Eu tenho idéias, mas gostaria de ouvir as suas.
_ Vá para as almofadas do jardim, então. Eu vou preparar um chá com torradas e já vou pra lá.
_ Não se esquece da geléia de damasco. Ah, leve a de goiaba também... Ainda temos geléia de uva?
Mú sorriu... Parecia mentira que aquele ser tão disciplinado até na alimentação tinha se transformado num epicurista, querendo comer de tudo e mais um pouco. E foi fazer o chá...
N/A: Ufa! Desculpe a demora, gente. Mas eu tive que enfrentar problemas domésticos e perdi o pique. Olha, escolhi os nomes, obrigada pelas sugestões, elas ficarão guardadas para uma próxima oportunidade (nossa, agora eu não posso reclamar de nomes de personagens, fiquei com uma galeria). Imprimi todos os e-mails, no último capítulo vão aparecer todas que pediram, com seus respectivos nicks... Já prevejo que vai rolar um certo ciúme na hora de pegar os bebês, porque as preferências incidem em dois casais... E eu vou aproveitar essa preferência pra zoar um pouco, porque esses dois últimos capítulos, até por causa do meu estado de espírito, ficaram meio dramáticos. Calma que voltará a ser comédia...
_ Eu não vou ter parto normal, né?
_ Não, Milo. Não vou arriscar seus gêmeos...
_ Comigo você nem se preocupa, né? Aliás, acho que você me odeia. Porque você não engravidou o Camus?
_ Verdade! Porque eu não pensei nisso antes? Talvez ele não me desse tanto trabalho...
_ Tut, tut, vocês dois... (Dois escorpiões brigando só sai faísca...) Calma... Pipe, ma cherie, ele só está nervoso com a cesariana chegando... As oscilações de humor dele estão variando cada vez mais... Só isso...
_ Hmpf! Queria ver se fosse você com essa barriga, senhor-emoções-no-lugar.
_ Nem dê idéia! Se ela resolve escrever o fic ao contrário, serei eu a ficar de barriga e não ia pegar bem!
_ Ai, Máscara da Morte, como você é machista!
_ Carina, io sono su piú amato cavaliero... (Sou seu cavaleiro mais amado) Você não faria isso comigo, faria?
_ Buaaaa, eu não disse? Ela me odeia, por isso apronta comigo...
_ Shaka, o que você acha?
_ Que essas batatinhas de queijo, azeite e ervas são divinas...
_ Esse já ta comprado por você... e a preço de batatinha... Buaaa...
_ Camus... Leva ele que eu já vou escrever o capítulo da cesariana pra isso ter um fim...
