Capitulo 9

A ultima das batalhas

O animal ergueu-se no céu ainda escuro. Quando chegou à mansão o sol já nascia no horizonte. Entrou pela porta das traseiras sem encontrar nenhum devorador da morte pelo caminho. Só descobriu o porquê quando começou a subir as escadas para o segundo andar, todos os devoradores da morte, incluindo Voldemort, estavam reunidos no salão e pelo tom de raiva na voz de Voldemort parecia ser o planeamento de um grande ataque.
Subiu as escadas até ao quarto e trocou a sua roupa por um vestido, um tanto ou quanto arrojado. Verde escuro, de frente única que prendia delicadamente ao seu pescoço, muito justo ao corpo e com aberturas laterais a partir do meio da coxa. Prendeu o seu cabelo num coque elegante com algumas mexas a cair casualmente sobre a sua face, adornado com uma simples tiara de brilhantes. Inspirou profundamente antes de descer as escadas, com que tomando coragem para o que viria a seguir. Quando ia a entrar no salão, depois de descer as escadas, algo a impediu.

-Senhor quais são as previsões da feiticeira para esta grande batalha? – Perguntou Lucius Malfoy – Não que eu não acredite no potencial das nossas tropas ou nas capacidades do nosso mestre mas os homens estão descrentes.

-Nós vamos ganhar esta batalha – respondeu num tom de total desprezo – E a feiticeira está indisposta.

-Eu estou aqui meu senhor – Disse entrando no salão, perante os olhares espantados de todos, encaminhando-se para o lado de Voldemort. Ele segurou com força o braço da ruiva e dirigiu-se ao Malfoy.

-Diz aos homens o que viste! – Ordenou.
-Ganharão meu senhor.
-Aqui está Malfoy, e para que esta situação não se repita vou ter de castiga-lo.
-Não meu Lord, eu vos imploro, por favor meu senhor.

Malfoy foi atingido por um feitiço Cruciatus, a ruiva fechou os olhos para não ver o que acontecia, e quando tornou a abri-los o loiro respirava com bastantes dificuldades, sendo observado por todos os presentes.

-Que isto vos sirva de lição. Agora façam o que tem a fazer.

Encarou a rapariga com a expressão mais aterradora e ameaçadora que ela alguma vez tinha visto, segurando o seu braço com ainda mais força.

-Agora diz-me o que vai acontecer nesta batalha? – Ordenou, voltando a ruiva para si e adicionando à sua expressão o olhar fulminante, carregado de puro ódio.

-Vamos ganhar, as forças das trevas vão ganhar.

Ele soltou o braço da ruiva, que ficou coberto de pequenas manhas avermelhadas na zona onde ele apertava, e continuou a fixa-la com aquela expressão.

- - - - -

Acordou e deu imediatamente por falta da ruiva. Olhou em volta e nem sinal dela, nem roupas nem varinha, nada. Vestiu-se e saiu da tenda na esperança de a encontrar na rua. Era quase dia e já havia bastante actividade no acampamento. Procurou em todos os locais mas não a encontrou até que deu pela falta do cavalo alado.

-Merda! Eu não acredito que ela fez isto!

Avistou Clair ao fundo do acampamento e dirigiu-se até ela.

-Chama o Ravens! È urgente! – A rapariga olhou para a expressão do loiro e no momento seguinte Ravens caminhava na direcção do rapaz.
-O que aconteceu Malfoy!

Ele explicou-lhe a história da ruiva e da importância dela para Voldemort.

-Em primeiro lugar temos de avisar a Ordem, em segundo lugar, ela previu o ataque do acampamento e nós temos de os atacar antes que eles saiam da mansão e se dispersem.
-A Ordem será informada e dez dos nossos melhores homens partiram agora para te acompanhar até à mansão.

- - - - - -

Ele ainda a olhava e a cada segundo que passava a deixava mais nervosa. Durante aqueles meses tinha aprendido a ocultar os seus sentimentos e por isso não estava ser complicado esconder o medo por detrás dum meio sorriso.

-Estas diferente Virgínia – Disse segurando o queixo da ruiva – Consigo senti-lo.
-Garanto-lhe que continuo igual.
-Então é claro que não te importas de o demonstrar, pois não?

A ruiva engoliu em seco mas não transpareceu qualquer sinal de nervosismo.

-Claro que não, meu senhor.

Voldemort conjurou cinco taças douradas cheias dum liquido incolor.

-Destas cinco taças, só duas não contêm veneno – Disse num tom um tanto ou quanto divertido – Veneno esse letal.

A ruiva aproximou-se das taças e começou a passar a mão sobre cada um dos recipientes, tentando ganhar o máximo de tempo possível, pois já não possuía o dom da visão.

-Com duvida? – Perguntou cada vez mais divertido.

A ruiva ergueu a segunda taça a contar da esquerda e levou-a aos lábios, sentido o sabor amargo e frio daquele liquido, e para seu contentamento nada aconteceu.

-Falta uma.

A rapariga olhava seriamente para as taças douradas, já tinha tido sorte uma vez e o mesmo não se repetiria. Depois de muito meditar escolheu o da ponta, do lado direito e ergueu a taça lentamente. Antes que pudesse provar aquele líquido um barulho soou fora do salão e logo em seguida a porta abriu-se de par em par. Momentos depois o salão transformou-se numa arena, num autentico campo de batalha onde devoradores da morte duelavam com aurores e membros da Ordem. Antes que pudesse ter qualquer tipo de reacção foi "arrastada" por Voldemort, que segurava o seu pulso com imensa força. Pode reconhecer algumas pessoas que participavam na luta, o pai das gémeas Patil, Lucius Malfoy, Clair e outros aurores que tinha visto no acampamento. Gritou o mais alto que conseguiu mas o grito não surtiu qualquer efeito pois a batalha continuou sem que ninguém se voltasse na sua direcção.

De repente tudo ficou escuro e a ruiva perdeu os sentidos.

.....

Ouvia vozes distantes e a sua cabeça doía como nunca. Tentou mover-se mas parecia que o seu corpo não queria obedecer. Apurou o ouvido, tentando conhecer as vozes que a envolviam. Uma delas era sem duvida a de Voldemort, sempre fria, desprovida de sentimentos, a outra parecia-lhe bastante familiar, parecia-lhe a voz dele. Prestou mais atenção e constatou que era realmente a voz dele, a inconfundível voz arrastada que tão bem conhecia, mas ele não podia estar ali, podia?

Tentou abrir os olhos para confirmar as suas suspeitas. Estava deitada no chão, incapaz de se mover, incapaz até mesmo de erguer a cabeça. Apenas via vultos reflectidos no chão de pedra brilhante, assim como manchas coloridas, certamente efeitos dos feitiços proferidos durante a batalha. Entretanto ouviu a voz de Harry.

"O que será que ele faz aqui? Será que Draco o avisou?"

Após varias tentativas falhadas de se erguer, a ruiva conseguiu, por breves momentos, levantar a cabeça.

Draco e Harry duelavam com Voldemort e apesar de estarem em vantagem numérica a luta estava bastante desequilibrada para o lado deles. Viu o loiro a ser arremessado contra uma parede, perto do local onde estava. Tentou chama-lo mas nenhum som saiu da sua boca. Começou a mover-se lentamente , erguendo-se pouco a pouco.

Viu Harry a duelar com Voldemort, uma luta desigual e quando tornou a olhar para o loiro ele já não jazia no chão, ele tinha voltado para a luta.

Finalmente conseguiu erguer-se na totalidade, ainda que amparada na parede.

-Vem até mim, minha Virgínia – Ouviu Voldemort dizer. Olhou para o homem e começou a caminhar até ele. Draco e Harry olhavam atónitos, sem saber o que fazer.

Seguiu até Voldemort sob os olhares inquisidores dos dois rapazes.

-Diz-me minha Virgínia, desejas ficar a meu lado?
-Sim, meu senhor – Respondeu automaticamente fazendo Harry entrar em estado de choque, Draco por sua vez parecia estar a ver a situação de outra forma, como se a ruiva tivesse pensado em algo.

-E qual destes dois achas que devemos matar primeiro? O Santo Potter ou o traidor?
-O traidor meu senhor – Disse lançando um olhar signi9ficativo ao moreno – Os traidores não merecem perdão. -Exactamente minha Virgínia.

Quando Voldemort ergueu a varinha para atingir o loiro, Virgínia cravou o punhal prateado, que Draco havia deixado cair, nas costas do homem, dando hipótese ao Harry de o atingir. Antes de ser atacado ainda teve tempo de proferir um feitiço contra a ruiva, que a atirou contra a parede do salão. Harry direccionou a Voldemort um feitiço que encheu todo o salão com fumo. Quando o fumo se dissipou Voldemort já não se encontrava mais ali, apenas restava uma mancha negra no chão, no local onde ele estava anteriormente.

Draco correu na direcção da ruiva, para ver como ela estava. Sentou- se ao lado dela e colocou a cabeça da ruiva no seu colo. Tinha um corte feio na testa, que sangrava em abundância. Ele afastou os cabelos ruivos da desta e curou o ferimento com um feitiço, mas mesmo assim ela continuava desacordada.

Harry aproximou-se dos dois.

-O que aconteceu Malfoy?
-Potter, faz alguma coisa de útil e vai buscar ajuda.

Estranhamente Harry nada disse, apenas saiu do salão em passos largos. O loiro continuou ali, a afagar suavemente os longos cabelos ruivos, esperando que o seu despertar. Não demorou para que isso acontecesse, Virgínia abriu os olhos lentamente e fixou-os nos do loiro.

-O que aconteceu...?
-Shiii.... – Disse pousando o dedo indicador nos lábios dela - Está tudo bem agora.

Passava a mão suavemente no rosto da ruiva, olhando-a ternamente. Virgínia ergueu a mão até ao pescoço do rapaz e puxou-o para si, beijando-o fervorosamente.

-Calma, calma – Pediu o loiro – Temos tempo e tu não estas com muito bom aspecto, precisas de descansar, vou tirar-te daqui.
-Mas... mas
-Sem mas.....

Levantou-se e pegou na ruiva ao colo, dirigindo-se para a saída do salão completamente destruído. Draco caminhou com ela para fora da mansão, encontrando-se com Harry e Ron.

-Malfoy! O que aconteceu?!? – Perguntou o ruivo furioso.
-Nada Weasley! Não aconteceu nada!
-Mas ela está desacordada!

Draco não havia reparado mas a ruiva voltara a desmaiar.

-São efeitos do feitiço, ela está um pouco fraca.
-Feitiço? Qual feitiço?
-A Gin foi atingida por Voldemort – Explicou Harry – Mas parece estar melhor – Completou perante a cara espantada de Ron.

-Vamos voltar para Hogwarts, tenho um botão de transporte programado para daqui a dois minutos – Disse Ron.

Dois minutos depois os quatro chegaram a Hogwarts agarrados a uma pena dourada.

-Vão falar com Dumbledore enquanto eu a levo à Ala Hospitalar – Disse Draco assim que chegaram.

Ron ia protestar mas Harry segurou o seu braço.

-Vamos Ron.

Draco caminhou até à enfermaria com Virgínia nos braços. Estavam alguns membros da Ordem deitados nas várias camas da Ala Hospitalar, o loiro caminhou até uma das camas vazias e deitou a rapariga delicadamente. Minutos depois ela foi atendida por Madame Pomfrey.

-Sr. Malfoy, pode sair agora, ela vai ser tratada convenientemente.
-Mas eu quero ficar, pelo menos até ela acordar.
-Tudo bem, mas aviso-lhe que ela precisa de repouso, muito repouso.

Draco ficou ali, só a observa-la, segurando na mão dela, À espera que ela despertasse.

-Draco... - Murmurava durante o sono – Draco.....

Draco sorriu ao ouvir o seu nome, ao constatar que ela sonhava com ele.

-Não!!!!! – Gritou acordando, bastante abalada. Respirava com dificuldade ainda muito assustada com o sonho.

-O que foi Virgínia, o que aconteceu? – Perguntou aproximando-se mais da ruiva.
-Lembras-te daquela visão, daquela que eu tive antes de nós.... Bem antes de nós... tu sabes.... Bem eu sonhei com essa visão, ele não morreu... ele continua vivo.
-Mas o Potter... o Potter acabou com ele....
-Não! Eu sei que ele continua vivo, eu consigo senti-lo embora já não o possa prever...
-Então esta não foi a ultima das batalhas – Concluiu o loiro

- - - - - Fim do 9º Capitulo - - - - -

N/A: Fiquei triste com a falta de reviews, o que se passou? Não gostaram do capítulo anterior? Mesmo assim algumas almas caridosas fizeram o favor de comentar e a elas eu agradeço.... Maira Granger, AvOaDa, Carol Malfoy Potter and last but not least Rute Riddle ....Espero que gostem deste capitulo .... Até mais .... Bjxs .... FUI!!!!!