Cap 8 – Amar é perdoar

Enquanto isso, Seiya e Saori conversavam no quarto dela. Ele não sabia como lhe pedir perdão.
A moça não escondia sua mágoa, e apesar de ter lhe agradecido por salva-la, ela se convencera de que Seiya só fizera isso porque existia a possibilidade dela estar grávida dele.
Por isso, quando ele pediu perdão e tentou beijá-la, Saori o rejeitou.
- Não quero que fique comigo só porque eu posso estar grávida.
- Não é por isso – ele sussurrou – eu te amo, e preciso de você comigo!
- Não acredito em você. Não mais...
- Eu sim tenho motivos para estar magoado! Você só casou comigo porque queria me castigar!
- Admito isso, mas em nenhum momento eu o enganei dizendo que o amava. Você não pode dizer o mesmo...
- Eu não te enganei! Estou apaixonado por você, e só falei aquelas coisas porque estava com raiva!

Vendo que nada do que dizia parecia adiantar, Seiya deixou de lado todo o orgulho que lhe restava, e se ajoelhou aos pés dela.
- O que é isso?
- Estou implorando que me perdoe, e que me deixe continuar a amá-la, mesmo que não possa retribuir esse amor.
Por um momento, Saori quase sucumbiu à vontade de perdoa-lo.
Mas não o fez. Não conseguia confiar nele, depois de tudo o que Seiya lhe dissera quando discutiram.
Friamente, anunciou sua decisão:
- Quero ir embora daqui. Não vou ficar com você, pois sua única preocupação é a possibilidade de eu lhe dar o herdeiro que tanto deseja.
Seiya perdeu a paciência:
- Isso é ridículo! Ainda que você estivesse grávida, nada me impediria de repudia-la! Poderia criar meu filho sem você!
Quando percebeu o que dissera, era tarde.

Horrorizada com o que acabara de ouvir, Saori gritou:
- Jamais entregaria um filho meu! É por isso que eu nunca poderei amá-lo! Você é egoísta e não se importa com ninguém além de si mesmo!
- Saori, você deturpou minhas palavras! Eu não vou tirar esse filho de você! Se é que ele existe...
Ela tentou, mas não pôde conter as lágrimas que insistiam em cair. Mais uma vez, Saori se esquivou quando Seiya tentou abraça-la.
Percebendo que a perdera, ele teve que se resignar. Olhou-a com tristeza.
- Você é livre para fazer o que quiser. Se não quer ficar comigo, aceitarei sua decisão.
Após dizer isso, saiu do quarto.
Saori não se conteve mais, e chorou amargamente, abraçada ao travesseiro.
Profundamente infeliz, Seiya foi para seus aposentos.
Depois de um banho, deitou-se. O quarto escuro era iluminado apenas por uma única vela.
Era assim que ele se sentia por dentro. Nas trevas. Por algum tempo, Saori iluminara sua vida. Mas assim como a chama da vela, a luz dela já se esvaecia. Logo, ele ficaria na mais profunda escuridão...
Sem que ele notasse, um vulto começou a surgir por detrás das cortinas.

Foi chegando cada vez mais perto da cama... Quando se preparava para enterrar a adaga no peito de Seiya, Shina ouviu um grito:
- Não!!!
Seiya escapou da punhalada, enquanto olhava pasmado para Shina e Saori.
- Me deixa! Eu vou mata-lo! – berrava Shina.
Saori a derrubara no chão, ao mesmo tempo em que tentava tomar a adaga de suas mãos.
As duas lutaram pela posse da adaga. Seiya tentou separa-las. No meio da confusão, Shina acabou acertando um golpe em Seiya.
O ferimento começou a sangrar, para desespero das duas mulheres.
- Alá! O que foi que eu fiz? – gritava Shina.
- Seiya!!! Por favor, não me deixe! Eu te amo, me perdoe por ser tão orgulhosa!
Ao ouvir o que Saori lhe dizia, ele sorriu. Fechou os olhos, para desespero dela.
- Não, Seiya, não!!
Ela se agarrou a ele, chorando de aflição. Os gritos chamaram a atenção de várias pessoas.
Pandora, Fler, Minu e June entraram ali, seguidas por Hyoga e Shun.
- Ela o matou! – acusou Saori.
Shun e Hyoga seguraram Shina, que teve uma crise de histeria. Mu e Aioria chegaram, junto com Seika.
- Meu irmão!!
Ela se abraçou a Saori, e as duas, unidas pelo sofrimento, nem perceberam que Mu
examinava Seiya.
Ele tinha alguns conhecimentos de Medicina, e vendo que Seiya ainda estava vivo, resolveu costurar o ferimento, para que a hemorragia cessasse.
Felizmente, o punhal não atingira nenhum orgão vital. O corte fora um pouco acima do peito, e Mu conseguiu estancar o sangue. Mesmo assim, Seiya poderia morrer se o ferimento infeccionasse.
Mu usou ervas para tratar o machucado. Seiya teve febre alta, e durante alguns dias, permaneceu desacordado, ainda sob risco de vida.
Saori não se afastou dele em nenhum momento, de tão apreensiva que estava.

Ela tinha ido ao quarto dele para fazer as pazes, e conseguira impedir Shina de mata-lo. Mas não adiantara, pois a rival conseguira acertar Seiya com a adaga.
Ele a chamava em seus delírios:
- Saori... Me perdoe... Eu te amo...

Comovida, agora ela tinha certeza de que Seiya a amava de verdade.
Entretanto, talvez fosse tarde demais... O risco de perde-lo para sempre era uma ameaça à sua felicidade.

Notas da autora:

Quero agradecer à todos que deixaram reviews, e tmb aqueles que me mandaram e-mails elogiando a fic.

Não percam o próximo capítulo, com o final desta emocionante história (ai, como eu sou convencida, rss...)