Dédalo sorriu e parou de falar. Todas as crianças pediram mais, ele apenas se virou e levantou a mão, o que significava um pedido de silêncio. Voltou-se para platéia, e perguntou:
- O que você acham que ele fez? Não sabem? Pois bem, quem quer que eu continue a contar?
Harry olhou para Rony e comentou:
- Parece que os dois estão gostando assim como as outras crianças, Dédalo tem um grande talento, não acha?
- E como! Sally estava extremamente pirracenta hoje! Mas pelo visto vai parar. Ela sempre fica melhor depois de uma história.
- Sim… sim... agora vamos voltar a atenção a narrativa! – Harry disse e os dois voltaram a atenção a Dédalo.
Vários "eu" pairaram no ar como resposta a Dédalo. Esse sorriu e se sentou na cadeira novamente, começando:
Sr. Swoolfer se levantou assustado, e viu um homenzinho minúsculo com um guarda–chuva na mão:
- Acalme-se, sr., sou apenas o espírito do passado, irei relembrar algumas coisas a ti!
- Como? – o outro perguntou duvidoso.
- Venha, segure-se em mim! – o espírito disse.
Sr. Swoolfer apenas apertou o espírito na mão. Esse deu um sorriso sem graça e abriu o guarda-chuva.
Os dois sobrevoaram a cidade, o Sr. swoolfer tinha suas dúvidas, sobre aquele guarda-chuva que os fazia voar... era pequeno demais para levantar ele mesmo. Se encolheu ao pensar que poderia despencar. Bom, mesmo que caísse, deveria ser melhor do que morrer e carregar correntes como Paul.
Finalmente eles foram descendo, o que aliviou o sr. Swoolfer. Desceram numa casa a qual ele reconheceu. Ficou olhando o espírito que falou:
- Olhe... não reconhece esse natal?
Sr. Swoolfer ergue as sobrancelhas e andou um pouco até a janela, o espírito irritado disse:
- Ande! Olhe! Vai gostar!
Sr. Swoolfer resmungou algo e olhou. Reconheceu as pessoas, todas com um uniforme, e um senhor de terno tocando um violino. Sorriu: seu primeiro e último chefe, um ótimo homem! Deu a oportunidade a ele, um pobre garoto, a trabalhar. Olhou e viu seus vários companheiros. Ajudaram ele tanto… e ele quando muitos procuraram por ajuda os dispensara. Sr. Swoolfer sentiu um soco no coração, e então olhou num canto ele. Sentado longe de todos, tímido como sempre. O espírito deu um breve sorriso e falou:
- Vocês costumava a ser tímido e amável não é?
- Sim, é verdade, olhe, o sr. Pronchit tocando violino! Ele vivia tocando para nós... para trabalharmos mais felizes!
- Um ótimo homem, sem dúvida…
- Olhe, a gentil e bela…
- Laurie? A qual você era apaixonado...
- Sou… - respondeu rispidamente.
- Ah… claro, volte sua atenção a sala...
Sr. Swoolfer resmungou algo contra o espírito. Se voltou, e viu a sua linda Laurie indo até ele e claramente se lembrou daquele dia…
- Venha, Herbert! Olha! Estamos embaixo da planta a qual temos que nos beijar e…
- Ah… você está pisando no meu pé, Laurie. – Herbert disse tímido.
- Ah… claro… vamos, dance comigo!
- Eu não sei dançar direito e…
- Não importa! Venha!
E os dois começaram a dançar. Sr. Swoolfer deu um suspiro e voltou-se para o espírito…
- Eu amo tanto ela…
- Não foi o que você mostrou e nem o que parece… Venha…
E mais uma vez eles sobrevoaram a cidade, e sr. Swoolfer parecia extremamente irritado com suas lembranças. Finalmente pousaram em frente à casa de financias dele, aonde viram Laurie entrando pela porta rapidamente e a seguiram:
- Agora você entenderá porque eu disse que parece que não a ama mais.
Os dois entraram, e viram Sr. Woolfer mais novo, sentando em sua habitual cadeira em frente a várias moedas de ouro. Laurie se aproximou lentamente até ele, que contava…
- 9. 592... 9.59...
- Herbert?
- Oras! Laurie! Me tirou a concentração! Terei de contar tudo de novo! O que quer? Hein?
- Desculpe-me, querido. É que... nós nos casamos e ainda não tivemos a lua de mel, você não pôde ir nela, lembra?
- Ah… claro que lembro... e mesmo assim desperdiçamos um bom dinheiro por essa baboseira... e você me deu uma conta horrível! Não... não podemos ter agora… estou muito ocupado!
Laurie mordeu os lábios e chorou silenciosamente, e apenas disse, olhando para baixo:
- Sim, Herbert. Eu entendo…
- Está bem… está bem, agora com licença, está me atrapalhando!
Laurie fechou a cara, como ele podia tratá-la assim? Bateu os pés, e foi até a porta a fechando bruscamente fazendo todas as moedas caírem no chão. Herbert fechou a cara e pôs-se a catá-las. Mal ele sabia que quando chegasse m casa, teria uma carta na mesa avisando que ela fora embora… pediria divórcio.
Sr. Swoolfer gemeu, era cruel se lembrar disso. Ele tentara esquecê-la durante anos, agora Laurie já estava morta. Morrera de tuberculose. E ele ainda a amava, bem no fundo ainda a amava. Olhou para o espírito.
- Por favor, não me lembre mais dessas coisas tão ruins! Eu quero voltar para casa! Por favor!
O espírito respirou fundo e disse:
- Está bem, mas lembre-se quem faz seu destino é você... somente você. Cada dor, foi porque você fez.... agora espere o espírito do presente, sim?
Sr. Swoolfer fez que sim com a cabeça e de repente estava de volta a sua cama. Piscou os olhos e respirou fundo aliviado, passou a mãe pelo rosto e disse a si mesmo:
- Foi apenas um pesadelo, Herbert, durma de novo. Vamos, foi apenas um pesadelo!
Pegou um copo de água e bebeu rapidamente, suspirou e fechou as cortinas da cama. Deitou-se, e então ouviu um barulho. Com um pulo se levantou:
- Quem é? O que deseja?
Ouve apenas um clarão. Herbert se encolheu e se escondeu debaixo das cobertas. Depois tomou coragem e abriu uma fresta das cortinas vendo um gigante com várias moedas de ouro e comidas saborosas. Deu um grito e fechou as cortinas novamente, quem era aquele ali? Seria o espírito do presente? Olhou novamente e levou um susto a ver um gigantesco olho azul.
- Quem é… é… você? - Sr. Swoolfer perguntou, receoso, abrindo novamente a cortina. O gigante o pegou com a mão e levantou ele à altura dos olhos. Esse olhou-o atentamente e resmungou:
- Ricos como você são pobres por dentro, mas graças a deus temos ricos tanto fisica como mental e honestamente.
- Obrigada… – Sr. Swoolfer disse rispidamente.
- De nada, sou o espírito do presente. Prazer!
(continua...)
N/a: Ficou pequeno, não é? Mas o próximo poderá ser maior... não sei ao certo...
