Um caso complicado de se resolver (acho que pra essa nem Dr. Dolittle).
A aula começou normal, na hora do almoço, juntou um montinho de garotas em volta de Shaoran. Sakura se afastou, iria falar com ele depois. Foi sozinha para seu canto, Tomoyo estava com Eriol e Sakuya ficara no montinho de garotas. Ela comeu tranqüila e acabou por resolver salvar Shaoran daquelas garotas. Chegou na sala e notou que ele estava realmente com problemas.
- Ei, garotas. – disse Sakura e todas se viraram. – Que tal deixa-lo respirar um pouco? Acho que ele precisa, a não ser que ele não seja humano.
- Sakura, pelo que sei você gosta do Yukito, então não enche, OK?
- O que tem a ver eu gostar do Yukito com vocês estarem sufocando o Li?
- Desde quando você virou a protetora dele?
- A partir do momento que ele vai morar comigo, algum problema nisso?
- Ah é, isso é verdade, Li?
- É sim, nossos pais vão se casar. – disse ele.
- Eu fiquei encarregada de mostrar a cidade para ele, e também de adverti-lo quanto a certas pessoas.
- O que está insinuando?
- O que todo mundo já sabe. – ela passou uma rasteira na menina. – Vamos, Li. – os dois saíram da sala e se sentaram em um canto, onde Shaoran poderia almoçar calmamente.
- Obrigado. – disse ele.
- Isso não foi nada, acontece sempre. – disse Sakura, se sentando ao lado dele. – Aquela garota é uma idiota, fica se achando a gostosa só porque é a mais rica do colégio.
- Você nunca se meteu em confusão por causa dela?
- Ela também não é nenhum anjo, sei de coisas sobre ela que poderiam faze-la ser expulsa, acha que ela teria coragem de falar algo sobre mim?
- Acho que não.
- Sakura? – Eriol e Tomoyo se aproximavam. – Já bateu na Nanaka hoje?
- Já sim. – ela riu.
- Melhor você saber que está se metendo com a garota mais meiga e perigosa da escola. – brincou Eriol para Shaoran.
- Eu notei, tenho que tomar cuidado.
- E muito... – disse Eriol e os quatro riram. – Eriol Hiiragizawa, muito prazer. – Eriol estendeu a mão para Shaoran.
- O prazer é meu. – Shaoran apertou a mão dele.
- Ei, Sakura, posso falar com você? – um garoto a chamou, Shaoran o reconheceu do dia anterior, fora ele que atirara contra Shaoran.
- Claro, Touma. Já volto, gente. – ela se levantou e foi falar com Touma.
- O que foi, Li? – perguntou Eriol, percebendo o olhar de desagrado do rapaz.
- Você já soube de tudo o que houve ontem?
- Soube sim.
- Foi ele quem atirou em mim e acabou ferindo Sakura.
- E...
- Ela ainda fala com ele, como pode?
- Sakura é uma pessoa muito doce e compreensiva. – disse Tomoyo. – O que houve foi um acidente, e Touma provavelmente só quer pedir desculpas.
Eles ficaram observando e mais rapazes foram se aproximando, eram seis rapazes em volta dela e ela ria animadamente com eles. Do nada eles se afastaram e Yukito chegou. Conversou com Sakura uns dois minutos e todos eles se foram. Sakura voltou e se sentou no mesmo lugar que estava antes.
- E então, como foi hoje? – perguntou Tomoyo.
- Yukito vai estar ocupado, mas vai me ligar de noite.
- Então que tal enturmarmos o Li na cidade? – perguntou Eriol.
- Você banca a primeira rodada de jogos? – perguntou Sakura.
- Com certeza.
- Você topa? – se virou para Shaoran.
- Ué, porque não? – disse ele, dando de ombros.
- Então três e meia a gente se vê lá, certo? – disse Tomoyo.
- OK.
A aula passou normal, Shaoran foi para a casa de Sakura e eles viram que estavam chegando malas na casa.
- Surpresa! – disse Shaoran, em tom de gozação.
- Você sabia disso? – perguntou ela.
- Sabia... – ele abriu o portão para ela passar.
- Obrigada. – ela passou e os dois entraram na casa.
- Que bom que chegaram! – disse Yelan. – Shaoran, sua mala está no quarto ao lado do de Sakura.
- Parece que o Touya vai ter que arranjar outro lugar para passar a noite. – Sakura riu.
- Talvez não. – a voz de Touya soou como a morte para Sakura.
- Opa... – Sakura fechou os olhos esperando o maior dos croques de seu irmão. Ele ia dar, mas Shaoran segurou a mão dele.
- Acho que não é educado bater em uma mulher. – disse friamente.
- E quem é você para me dizer o que fazer, principalmente quando se trata da minha irmã?
- Sou o outro irmão. – e soltou a mão de Touya, puxando Sakura para o outro lado, longe do alcance de Touya.
- Finalmente um irmão decente. – Sakura riu. – É melhor irmos nos trocar, senão vamos nos atrasar.
- Tudo bem. – os dois subiram as escadas.
Sakura estava se trocando e assim que acabou ouviu batidas na porta.
- Entra. – ela penteava o cabelo.
- Quem aquele cara pensa que é? – perguntou Touya, mal-humorado, fechando a porta.
- Simpático ele, não é? – ela riu. – Não ligue, ele ficou assim depois que quase tomou bala quando entrou na área da gangue do Yukito.
- Deixe-me adivinhar, a senhorita pulou em cima dele e levou a bala por ele.
- Quase, a bala pegou de raspão. Fiquei de enturmar ele por aqui, vamos à casa de jogos.
- Ah, pelo menos alguém que vai por algum juízo nessa sua cabeça, eu espero.
- Acho que não, você mesmo disse que eu não tenho jeito.
- Mas você sabe que eu falei brincando. – ele abraçou a irmã por trás e acariciou os cabelos dela. – Ah, Sakura, você tinha tudo para ser uma garota perfeita e foi se meter justo com aqueles caras?
- Touya, nós vamos começar com isso de novo? – perguntou Sakura, não gostando do rumo da conversa.
- OK, me desculpe.
- Quer vir conosco?
- Pra casa de jogos?
- É.
- Tudo bem, mas não vá ficar brava se eu acabar com todos vocês nos games.
- Eu duvido que você consiga. – ela riu e os dois saíram do quarto.
Logo Shaoran também desceu e os três foram para a casa de jogos.
- Touya! – Tomoyo exclamou quando o viu. – Há quanto tempo!
- É mesmo, vim para o casamento de meu pai, vou ficar algum tempo por aqui.
- Que bom, assim vamos ter bastante tempo para conversar.
- Ei, Eriol, já comprou as fichas? – perguntou Sakura.
- Já sim.
- Me passa duas, tenho umas contas a acertar. – disse ela, olhando para Touya e apontando o jogo de dança.
- Tá certo. – ele deu duas fichas e eles rodearam a máquina enquanto Sakura e Touya subiam.
- Está pronto, maninho? – perguntou Sakura, pondo as fichas.
- Você vai perder como na última vez.
- Cuidado, Sakura treinou muito, Touya. – disse Tomoyo.
- Não importa.
- Vamos ver o que não importa. – Sakura colocou no nível mais difícil e escolheu uma música de nome "Hero" que era bem rápida.
Sakura deu um banho em Touya, que saiu com cara de tonto da máquina. Sakura e Eriol riam soltos. Tomoyo ria um pouco mais controlada e Shaoran olhava Touya de um modo gozador, rindo também. Touya o olhou com cara de limão azedo e o chamou para uma competição naquele jogo.
- Acho melhor não, um banho por dia é suficiente.
- Vamos, está com medo?
- Eu, com medo de você? Você só pode estar brincando, não é?
- Vai, Li. – disse Sakura. – Ele suporta a humilhação.
- Tudo bem. – os dois subiram e Shaoran deixou Touya escolher tudo. Mesmo assim ganhou fácil. – Opa, eu avisei. – disse Shaoran, gozando da cara de quem comeu e não gostou de Touya.
- Ai, Touya, vamos mudar de jogo. – disse Sakura rindo.
Eles passaram a tarde lá e Touya sempre arranjava um jeito de desafiar Shaoran, sempre perdendo em todos os jogos. Sakura ria do ciúme de Touya, ele não precisava fazer isso, mas decidiu deixar os dois brigando e rir às custas deles.
A tarde foi tranqüila, apesar da guerra, e depois todos foram para casa. No caminho, Sakura conversava com Shaoran, já que Touya parecia não estar muito animado para conversar.
- Você é ótimo naqueles games, passava muito tempo em casas daquelas antes?
- Um de meus amigos em Hong Kong tem uma casa dessas, estava sempre lá quando não estava treinando (acharam que ele não ia ser um guerreiro, se enganaram).
- Treinando?
- Artes marciais, treino desde pequeno.
- "Quem me dera ter um irmão que fosse bom em artes marciais quando era da gangue..." – pensou Sakura. Shaoran notou a melancolia no olhar dela.
- O que foi, algo errado?
- Nada não. – ela sorriu.
- Sakura? – Yukito a chamou.
- Vão na frente, eu já vou. – disse Sakura a Touya e Shaoran, indo próxima a Yukito. – Touya, vai.
- Tudo bem. – ele se afastou, ao lado de Shaoran.
- Então Touya voltou?
- Só até o casamento de meu pai. Achei que fosse estar ocupado a tarde inteira.
- Consegui liberar um pouco. Estava pensando se você não queria jantar em casa.
- Está falando sério?
- Claro, por que eu brincaria com isso?
- Não sei. Bom, não tem problema, pra mim vai ser ótimo.
- Às sete e meia está bom para você?
- Claro, estarei lá sete e meia.
- Vou esperar. – Yukito se afastou.
- Finalmente! – Sakura não cabia em si de alegria. Saiu correndo para sua casa e encontrou Touya e Shaoran entrando na casa. – Finalmente eu consegui! – exclamou ela, abraçando Touya.
- Sakura, o que foi? – perguntou Touya.
- Yukito me convidou para jantar na casa dele hoje. Finalmente, depois de meses!
- E você acha mesmo uma boa idéia? – perguntou Shaoran. – Você mesma falou que seria perigoso você se envolver com ele.
- Um jantar, Li, não significa que ele necessariamente queira algo comigo. Além do que, eu falo, mas, na verdade, se ele me pedisse em namoro não hesitaria.
- Mas ele hesitaria em pedir, se realmente gosta de você ele não te colocaria em tanto perigo. – disse Shaoran.
- Nada do que você me disser vai me fazer mudar de idéia quanto a esse jantar, agora tenho que me arrumar, com licença. – ela foi para o quarto dela e se trancou lá.
- O que houve com a Sakura? – perguntou Fuyutaka.
- Vai jantar com Yukito. – disse Touya mal-humorado, sentando no sofá.
- Bom, esperemos que dê tudo certo. – disse Yelan. – Parece que ela estava querendo isso há tempos.
- Ela não sabe realmente o que quer. – disse Shaoran, subindo para seu quarto também.
- O que deu nele? – perguntou Fuyutaka.
- Logo passa, ele sempre faz isso. – disse Yelan.
Enquanto isso, Sakura ligava para Tomoyo de seu quarto.
- Ai, Tomoyo, você não vai acreditar...
- Fala, Sakura, tá me deixando curiosa!
- Yukito me chamou para jantar na casa dele!
- Sério? Que maravilha, Sakura!
- Você acredita que o Li ficou chateado? Ele disse que não era uma boa idéia.
- Bom, você tem que concordar que é perigoso... Mas se é mesmo o que você quer, não liga. Curta muito essa noite que eu também tenho meus planos.
- Ah, é? Eriol finalmente vai conhecer sua mãe?
- É, ele vem aqui hoje à noite. O que será que a minha mãe vai falar, hein?
- Ai, Tomoyo, sua mãe não vai encrencar com ele.
- É, acho que não.
- Bom, melhor eu desligar que tenho que escolher a roupa ainda...
- Não exagera, ele gosta de você como você é.
- Eu sei, mas isso não quer dizer que eu vá usar qualquer roupa, não é?
- Verdade, então beijos e boa sorte.
- Pra você também, e manda beijos pro Eriol também.
- Eu mando, até amanhã e vou querer saber todos os detalhes.
- Eu também, até amanhã. – ela desligou. – Bom, agora vamos ao armário.
Ela ficou lá escolhendo a roupa. Seis e quinze saiu do quarto para tomar banho e às sete horas estava pronta para sair. Ela estava linda com uma saia jeans um pouco acima dos joelhos e uma blusa vermelha de manga até os cotovelos e um decote enorme no peito, além do que a blusa era colada ao corpo.
- Você está sonhando se pensa que vai assim, não é? – perguntou Touya, indignado.
- E quem é que vai me impedir de ir assim? Essa roupa é minha e eu a visto quando quero. – ela olhou para Shaoran. – Ainda está bravo comigo?
- Eu não estava bravo com você. – disse ele, desviando o olhar do corpo da garota. – Só acho que seria perigoso para você se envolver com ele.
- Que bom! Pode parecer estranho, mas não queria que você estivesse. – ela se virou para o espelho, deu uma última olhada em si mesma e arrumou um pouco o cabelo, sem a mínima necessidade porque já estava lindo.
- Já vai, Sakura? – perguntou Fuyutaka.
- Já sim, pai.
- Então se divirta e não volte muito tarde, tem aula amanhã.
- Tudo bem, pai. – ela estava saindo.
- Ei, Sakura. – Yelan a chamou. – Deixe-me ver como está. – ela pegou a mão de Sakura e a fez dar uma voltinha. – Só falta um pequeno detalhe. – Yelan tirou do próprio pescoço uma corrente dourada com um coração vermelho de cristal na ponta. – Perfeita.
- Obrigada. – Sakura sorriu. – Agora eu vou indo... Não quero me atrasar. Até depois. – ela saiu da casa e foi andando calmamente.
Sakura andava calmamente pela rua pensando na noite que iria ter. Ela não estava esperando grandes coisas para hoje, mas só o fato de ele a ter convidado para jantar já era um bom sinal.
Ela chegou na porta e tocou a campainha. Yukito demorou um pouco, mas logo atendeu.
- Sakura, é você?
- Sou sim.
- Desculpe-me, estou atrasado. A porta está aberta tranca quando entrar, por favor.
- Claro. – ela abriu a porta e trancou assim que passou. – Olhou para os lados e viu Yukito na cozinha, sem camisa.
Sakura inspirou fundo, aquilo era demais para ela... Tentando parecer natural, porque era normal mesmo, os dois eram muito amigos e ele estava em casa, além do que a cozinha dele estava muito quente mesmo.
- Desculpe, Sakura, acabei tendo que resolver umas coisas e me atrasei. – disse ele, pegando a camisa que estava pendurada na cadeira e colocando-a.
- Quer ajuda? – perguntou ela, rindo um pouco.
- Qual a graça? – perguntou ele, estranhando.
- Nada não, é que nunca tinha te imaginado na cozinha.
- É, ri mesmo, tá? – ele brincou.
- Não é isso, é que realmente é meio estranho...
- É, mas você tem que concordar que não poderia servir qualquer coisa para você.
- Me sinto lisonjeada, mas você quer ou não ajuda?
- Não precisa, já estou terminando aqui.
- Tudo bem. – Sakura deu uma olhada geral na cozinha e seu olhar se deteve na arma dele que estava sobre a pia. – Yukito. – Ele a olhou e ela apontou a arma dele.
- Ah, me desculpe. – ele pegou a arma e guardou em uma gaveta. – Estava procurando outra coisa e acabei deixando aí em cima.
- Você não me engana. – disse ela, séria. – O que está havendo?
- Nada, Sakura, eu juro.
- Yukito. – ela o encarava firme. – Sabe que não adianta mentir para mim.
- Eu não estou mentindo. Acha que não pode confiar em mim?
- Não é isso, é que você sabe bem que não gosto disso.
- Eu sei, por isso nunca faria isso de propósito. OK, Sakura, eu tive que trocar o clipe da arma e esqueci de guarda-la. Me atrasei porque tive que ir comprar munição, feliz agora?
- Você não precisa falar assim, eu sei como é isso, você mesmo me ensinou, não se lembra?
- Desculpe, não quis ser grosseiro com você.
- Tudo bem. – ela se sentou em uma cadeira e ficou em silêncio.
- Não te chamei aqui para ficarmos brigados, Sakura.
- Eu sei. – ela sorriu. – Não estou brava.
- Está falando a verdade? – ele se aproximou dela.
- Estou. – ela olhou para o fogão. – vai queimar a comida. – disse ela, quando começou a ouvir som de fritura.
- Opa. – ele voltou para o fogão e ela riu. – Você vai ver se vai rir quando experimentar.
- Espero que não.
Logo Yukito acabou de preparar o jantar e serviu tudo. Eles comeram conversando e rindo, realmente estava maravilhoso, Yukito era ótimo cozinheiro.
- Sakura, seu pai não ficou bravo por eu ter te chamado aqui de última hora?
- Ah, não. Não tínhamos planos para hoje, além do que, eu vivo fazendo isso com a Tomoyo e o Eriol.
- Sakura, não é disso que eu estou falando. Mesmo não sendo um encontro, você sabe que pega meio mal você à noite na casa de um cara livre.
- Sinceramente não ligo, somos amigos e isso é o que importa. – ela sorriu.
- Tem razão. – nessa hora eles ouvem um tiro bem próximo da casa. – Essa não, isso é hora? – Yukito se levantou, assim como Sakura. – Sakura, melhor você ir para sua casa.
- Yukito, eles devem ter cercado a casa, se eu sair eles vão atirar.
- É a mim que eles querem, não vão te ferir.
- Se for você que eles querem, não vou te deixar sozinho.
- Sakura, não é hora para discutirmos isso. – ele tirou uma arma do bolso.
- Sabia que você tinha duas. – disse Sakura, correndo para a cozinha e pegando a outra.
- Sakura...
- Vai recusar a minha ajuda e provavelmente ser morto por causa disso? – Sakura observou a janela e atirou no galho de uma árvore, que assim que caiu ouviu-se o gemido de um homem. – Minha mira continua boa.
- Acho que agora é tarde para voltar atrás. Vamos para o telhado.
- Somos alvo fácil lá.
- Até eles notarem que saímos por ali já acabamos com todos. – ele segurou o braço dela e os dois correram para o local onde havia uma saída para o telhado. – Assim que houver uma brecha você foge.
- Não saio daqui sem você. – disse ela, firme.
- Você na muda mesmo, não é? Continua a mesma teimosa. – os dois subiram no telhado, mas assim que começaram a abater os inimigos, foram vistos e começaram a ser alvos ali em cima.
- Mais alguma idéia brilhante? – perguntou Sakura, ironicamente.
- Na verdade não.
- Ótimo, então veja se aprende algo. – ela se desviou de uma bala, caiu em cima dele e os dois rolaram telhado abaixo e foram parar em um canto que não estava sendo vigiado. – Assim eles acham que fomos atingidos e temos tempo de fugir. - disse Sakura enquanto ajudava Yukito a se levantar.
- Belo plano, agora vamos. – os dois saíram correndo e pararam na esquina que cruzava a rua de Sakura com o beco onde era o QG da gangue de Yukito. – Desculpe, não imaginei que fossem atacar a minha casa.
- Tudo bem, não se preocupe. O jantar estava delicioso, obrigada.
- De nada.
- Bom, acho que isso é seu. – ela colocou a arma na mão dele. – Já vou indo, meu pai vai ficar preocupado se eu voltar muito tarde. – ela limpou a pólvora da mão.
- Ah, Sakura.
- O que?
- Será que eu teria outra chance, mas dessa vez eu dou um jeito para não sermos interrompidos.
- Quando você quiser, só me avisar.
- Até amanhã.
- Até. – ela foi andando para sua casa. Assim que entrou, viu que Shaoran e Touya ainda estavam acordados. – Olá.
- Como foi? – perguntou Touya, sem tirar os olhos da TV.
- Papai e Yelan já estão dormindo?
- Estão. – disse Shaoran, tirando o controle da mão de Touya e desligando a TV. – O que foi, você não me parece bem.
- E não estou mesmo. – ela se sentou ao lado de Shaoran. – Quando cheguei, ele estava atrasado com o jantar e ainda tinha uma arma em cima da pia da cozinha.
- Ele tem uma arma? – perguntou Shaoran.
- Ele tem duas, sempre teve. E ele também tem licença pra elas, se é essa a sua dúvida. Ele logo viu que esquecera ali em cima e guardou. Discutimos um pouco, mas logo passou.
- Então o que foi tão ruim assim? – perguntou Touya.
- Uns caras de outra gangue começaram a atirar ali perto. O alvo era Yukito, claro. Ele disse para eu ir embora, mas eu não fui. Quando ele tirou outra arma do bolso, peguei a que ele tinha guardado em uma gaveta da cozinha. Começamos a atirar de volta, pelo menos eu atirava. Ele sugeriu o telhado, discordei, mas acabamos indo, era o único plano que tínhamos. Só que fomos vistos logo, então tive que fingir que fui atingida para cair do telhado com Yukito para termos tempo de fugir.
- Então se não fosse por você ele nem estaria vivo? – perguntou Touya.
- E se não fosse por ele, eu não estaria viva. Se ele não tivesse nos levado para o telhado, nada disso teria dado certo.
- Você não se machucou, não é?
- Não, e nem Yukito. Por sorte saímos ilesos.
- Sorte mesmo, você não pode correr tanto risco assim, Sakura.
- Eu sei disso, Shaoran. Acho melhor esquecermos isso, boa noite. – ela subiu as escadas e entrou no quarto.
- A propósito, Touya, você vai dormir aonde? – perguntou Shaoran.
- Tem um quartinho ali no porão, vou ficar lá. – disse ele, ligando a TV novamente.
- Parece que você nem se importa com a sua irmã.
- E parece que isso não é assunto seu.
- Sakura é uma pessoa maravilhosa, devia protege-la. Afinal, você é o irmão mais velho dela, você devia tê-la impedido de entrar em uma gangue e de se envolver com as pessoas erradas.
- E você devia saber que isso não é da sua conta, Sakura pode ser muito teimosa, você vai notar isso. Não pense que não tentei impedi-la de entrar naquela gangue, mas já era tarde.
- Pois acho que você poderia tentar ajuda-la agora. Ainda não é tarde para isso. – Shaoran subiu as escadas e se trancou no quarto.
- Pivete idiota. – resmungou Touya, desligando a TV e indo para o quartinho do porão.
Bom, gente, esse é o segundo capítulo. Queria agradecer a Hime Hiiragizawa (apesar d ela ter furado comigo, não é Hime????), à Julia Kinomoto Li, Saki Kinomoto e Makimachi Misao, que me ajudaram muito. Ah, e eu não posso esquecer da Soul Hunter, pois tirei a idéia de colocar gangues em Tomoeda de um fic dela (Assassino anônimo, que é muito bom, mas ainda não está terminado).
Esse capítulo me deu trabalho, afinal, para variar, eu mudei mil coisas e apaguei várias vezes antes de fazer esse aí. E então, o que estão achando? Está uma porcaria? Está bom? Pode falar se estiver intragável, não tem problema. Tem uma coisa, no primeiro capítulo eu disse que o outro fic não ia andar enquanto eu não tiver um retorno um pouco maior ( a falta de idéias também colabora) mas esse fic vai andar conforme eu for escrevendo, aquele não tem nada a ver.
Bjs, Miaka.
