Um caso complicado de se resolver
Na manhã seguinte, Sakura acordou cedo e foi fazer o café de todos. Yelan desceu e logo notou o desânimo da garota.
- O que foi, Sakura? O jantar não foi bom?
- Tivemos uns probleminhas. – foi só isso o que ela disse.
- Ah, sei... – Yelan notou que ela não queria falar daquilo.
- Obrigada por me emprestar isso. – Sakura tirou do bolso a corrente e devolveu a Yelan.
- De nada, meu bem. Quando quiser de novo é só me avisar.
- Claro.
Logo todos desceram. Fuyutaka achou estranho o comportamento da filha, mas Yelan pediu para ele não perguntar nada. Depois, Sakura e Shaoran saíram da casa para irem à escola.
- Sakura, você está bem?
- Não.
- Quer falar sobre o que houve ontem?
- Não.
- Tem algo que eu possa fazer para te ajudar?
- Não.
- Você só sabe falar não?
- Não.
- Então fala outra coisa.
- Não.
- Tudo bem, você não está a fim de conversar.
- Não é bem isso... Olha, te encontro na classe, tenho uma coisa para fazer. – ela saiu correndo na frente e Shaoran a viu entrando no território da gangue de Yukito.
- Ela realmente é muito teimosa, mas melhor deixa-la fazer isso sozinha. – ele continuou andando normalmente.
- Touma, eu preciso falar com Yukito. – Sakura insistia para que Touma a deixasse falar com Yukito.
- Sakura, ele teve problemas ontem, pediu para não ser incomodado.
- Eu sei que ele teve problemas, Touma. Ele estaria com problemas maiores se eu não estivesse lá com ele, agora me deixe falar com ele!
- Não posso, Sakura. Ele mesmo disse que não era para incomodá-lo, não importava o que estivesse acontecendo.
- Ótimo, Touma, muito obrigada por nada. – Sakura se virou e saiu de lá morrendo de raiva. Touma a conhecia, porque então não a deixou vê-lo? Talvez Yukito não estivesse lá. Isso, ele deveria estar na casa dele, ela tinha que falar com ele. Mas se ela faltasse na aula o pai dela iria desconfiar.
Ela foi para a escola e chegou na hora. A aula foi tranqüila e, na hora do almoço, Touma foi falar com ela.
- Sakura, eu...
- Olha, Touma, sou uma pessoa compreensiva, legal e até ingênua, às vezes (e muito modesta, diga-se de passagem). Mas não sou tonta, sei que Yukito não estava lá. Você poderia pelo menos ter me dito isso.
- Se eu dissesse você iria atrás dele.
- Ingênua não significa tonta, Touma. Eu não teria como me defender se fosse atrás dele.
- Defender do que?
- Ele pode estar na casa dele ou no QG dos Allstars. Chuto pela segunda opção.
- Está certo, mas foram ordens dele para que você não soubesse.
- Pare de tentar se justificar! Não importa o que você diga, não adianta mais. Vou para o QG dos Allstars assim que a aula acabar, e não será você quem vai me impedir.
- Sakura, você não pode. Yukito deu ordens para que protegêssemos você, custe o que custar, e é o que vou fazer.
- Não venha me dizer o que eu posso ou não posso fazer.
- Yukito já salvou sua vida uma vez, não acha que deve isso a ele?
- Quando o salvei ontem á noite, ficamos sem dividas entre nós. Agora não venha com essa história de ordens que ele deu, sei que ele nunca falaria isso. Você está me escondendo algo e é melhor me contar antes que eu realmente me irrite.
- Está certo, você venceu. Me espere no portão da escola na saída, tem algo que preciso te entregar.
- Melhor que esteja falando a verdade.
Na saída, os dois se encontraram e foram para o QG da gangue de Yukito (cujo nome é White Tigers). Lá, Touma entregou para Sakura uma arma e uma carta de Yukito:
"Sakura, sabia que isso acabaria acontecendo cedo ou tarde. Ontem de noite, você foi vista pelos Allstars na minha casa e foi marcada como alvo também. Eu nunca quis envolver você nisso, mas isso era inevitável, não podia mais continuar te negando companhia depois de todas aquelas tentativas que você fazia de ficar comigo. Só não queria que tudo isso acontecesse logo ontem, porém, agora é tarde para lamentar. Não sei se vou vê-la de novo, mas quero que se proteja. Mantenha essa arma sempre perto de você e não baixe a guarda facilmente, odiaria saber que você foi morta pelos Allstars. Os documentos de licença para porte de arma estão nesse envelope, não se preocupe com nada, estão legalmente no seu nome. Não chore, por favor. Touma vai ficar encarregado de te proteger como ele puder, não quero que acabe como eu: uma pessoa paranóica que não pode levantar da cama sem antes ter uma arma na mão. Sobre seu pai, acho melhor contar toda a verdade para ele, ele vai compreender, tenho certeza. Queria poder te ver agora, te dizer tudo isso cara a cara, mas no momento não posso, espero que, se houver oportunidade, ainda possamos marcar aquele jantar. Do seu eterno amigo, Yukito."
Sakura tinha lágrimas nos olhos quando acabou de ler a carta. Não podia acreditar que Yukito entrara na missão suicida de invadir o QG dos Allstars sozinho.
- Sakura, ele não quer que vá atrás dele. Por favor, não torne as coisas mais difíceis. – disse Touma.
- Yukito é mais que um simples amigo pra mim, Touma. Não posso deixa-lo se sacrificar dessa forma.
- Ele não está indo se suicidar, Sakura.
- Você sabe muito bem que não há esperanças de ele voltar com vida. – Sakura guardou a arma e a carta na mochila.
- Eu sei disso, mas as ordens dele foram claras: "Proteja-a como se sua vida dependesse disso, pois se ela se ferir eu mesmo cuidarei para que dependa". Foi exatamente isso o que ele falou.
- Eu sei que ele só quer me proteger, mas me dando uma arma me deu um meio de ajuda-lo e eu não vou desperdiçar isso.
- Sakura, você não pode ir.
- Se você não vier comigo eu vou sozinha! – ela saiu dali e foi para sua casa.
Chegando em casa, Sakura se trancou em seu quarto e passou a tarde toda lá dentro. Quando teve certeza de que não havia ninguém que a impedisse de sair de casa, Sakura desceu e colocou três envelopes sobre a mesa da cozinha, cada um com um nome: Fuyutaka Kinomoto, Touya Kinomoto e Shaoran Li. Não havia motivos para deixar um para Yelan também, já que elas mal haviam se falado. A carta para fuyutaka fora a mais difícil de escrever, pois ela teria que revelar tudo a ele. A de Shaoran fora complicada, mesmo mal conhecendo o rapaz, ela realmente se apegara a ele. Ele a escutara, a entendera. Estava preocupado com ela sempre, sentiria falta dele. A de Touya fora fácil de escrever, já que o irmão sabia o que ela passara e sabia o que ela estava sentindo. Saiu de casa com um short preto, uma camiseta vermelha e uma pochete preta, que continha a arma dentro. Passando pela rua que levava ao QG dos White Tigers, viu Touma se aproximar dela com dois rapazes a acompanhando.
- Veio ajudar ou tentar me impedir?
- Não temos como impedir e não podemos entrar, mas vamos ajuda-la a entrar lá e a encontrar Yukito.
- Obrigada. Ah, e não leve ninguém da minha família para lá. Tenho certeza que Shaoran vai querer ir atrás de mim.
- Desde quando você o chama pelo primeiro nome?
- Ele me chama de Sakura, porque não posso chamá-lo de Shaoran?
- Isso é verdade.
A caminhada continuou silenciosa até que eles chegaram na esquina do QG.
- É simples, Sakura, nós vamos distraí-los enquanto você entra.
- Certo, mas não precisa de muito, não se arrisquem, tudo bem?
- Não se preocupe, não vamos. – disse Touma.
- Obrigada. – Sakura saiu correndo para outro canto para que eles começassem o plano.
Sakura entrou sem problemas, só que estava pensando em como achar Yukito naquele lugar. Era somente um depósito, mas parecia um labirinto. Ouviu vozes, e elas estavam bem próximas. Escondeu-se rapidamente, uma de suas habilidades era passar desapercebida nos lugares. Logo o grupo de rapazes passou e pela calma deles ela soube que Yukito ainda não tinha sido encontrado. Depois de algumas horas, Sakura foi para uma sala que ela notou estar abandonada. Entrou, mas alguém a segurou por trás e tampou sua boca. "Acabou" – pensou ela, mas quando olhou, era Yukito quem a segurava.
- O que você faz aqui? – perguntou ele, nervoso.
- Eu não podia te deixar se suicidar aqui.
- E Touma não te impediu?
- Ele bem que tentou, mas no fim acabou me ajudando a entrar.
- Ele vai ver quando eu sair daqui.
- Isso é, se sair daqui. Isso foi loucura, Yukito.
- Foi para o bem de todos, principalmente o seu.
- Como você pode pensar que eu estaria bem sabendo que você está aqui correndo tanto perigo? Você me conhece e sabe que, me dando uma arma, me deu um meio de ajuda-lo.
- Eu sei, mas precisava fazer isso para a sua segurança.
- Ótimo, mas agora que estamos aqui dentro, qual o seu plano?
- Eu tenho um mapa do depósito, mas eu precisava saber quais locais estão bloqueados e quais não estão.
- Estamos aqui, certo? – Sakura apontou para um ponto no mapa.
- Certo.
- Então aqui, aqui e aqui está bloqueado. – disse Sakura apontando três corredores. – Estou rodando aqui há horas. E aqui é a sala do chefe. – ela apontou para uma sala no mapa.
- Certo, então temos dois caminhos, pela frente ou pela direita.
- O da direita é muito vigiado, não tem como passar desapercebido. O de frente é mais leve na defesa, eles não esperam um ataque frontal. Mas precisamos planejar bem, eles não são bobos.
- Eu sei disso, como você prefere fazer isso.
- Para acabarmos com a gangue, precisamos derrotar o chefe. Um ataque frontal certeiro seria nossa melhor opção, mas assim precisamos saber mais sobre a defesa da sala do chefe, em quais horários tem mais gente e em quais tem menos.
- E como você pretende fazer isso?
- Com muita paciência e silêncio. – ela se levantou. – Você fica aqui, volto em uma hora. Não saia daqui e nem faça barulho.
- Sakura, toma cuidado.
- Não se preocupe, vou tomar. – ela saiu da sala.
Aquela hora se passou e Sakura ainda não voltara. Passada uma hora e meia da saída dela, ela entrou na sala.
- Sakura, porque demorou tanto?
- A vigilância começou a se intensificar, na dava para sair. Só consegui agora.
- Ninguém te viu?
- Claro que não, Yukito. Se tivesse visto eu não voltaria para cá.
- Certo, o que conseguiu descobrir?
- A segurança relaxa durante o dia e se intensifica durante a noite.
- Foi o que eu imaginei.
- O melhor horário para atacar seria amanhã as oito.
- Você diz daqui a vinte e quatro horas?
- Exatamente. A segurança é quase nula na frente.
- Certo, então fica para amanhã as oito. Está com fome?
- Um pouco.
- Eu trouxe algumas coisas. – ele puxou uma mochila enorme e Sakura riu. – Prevenir é melhor do que remediar.
- Mas você trouxe comida para um mês.
- Eu sei.
Os dois comeram com calma e depois Yukito disse para Sakura descansar que ele ficaria de guarda. Ela se recostou na parede e dormiu um pouco. Logo que acordou, viu que dormira por duas horas.
- Acho que você também precisa descansar um pouco. – disse ela, se levantando.
- Verdade, me acorde em duas horas.
- Tudo bem.
Ela ficou ali de guarda, e em duas horas, Yukito acordou.
- Que horas são? - perguntou o rapaz, colocando os óculos.
- Meio-dia. – disse ela, sem mesmo olhar para ele.
- O que foi?
- Nada. – mentiu. Ela precisava controlar seus impulsos, eles precisavam acabar com tudo aquilo antes de ela pensar em outras coisas.
- Sakura, eu te conheço bem, sei quando tem algo errado com você. – ele virou o rosto dela e a encarou de perto.
- Ah... – aquele olhar dele a deixava sem ação, tudo o que ela queria naquele momento era que ele a beijasse. Ela já havia ficado com outros rapazes, mas sempre imaginava como seria o beijo de Yukito. Quase como se atendesse aos seus pensamentos, Yukito foi se aproximando dela com os olhos fechados. Assim que seus lábios se tocaram, Sakura sentiu o calor percorrer seu corpo, mas quando o beijo se aprofundou, sentimentos contraditórios começaram a brotar em seu peito, como se isso não fosse a coisa certa a se fazer.
Se afastou dele se sentindo confusa, se realmente aquilo não era certo, ela não sabia o que era. Yukito a abraçou, sentindo a confusão dela. O calor do abraço dele, ela sentia o mesmo calor com Touya. Parece que ela estava enganada quando achava que amava Yukito, ela o queria como irmão, como amigo. Na época que se conheceram, Touya quase não ligava para ela, ele tinha problemas maiores com a faculdade. Yukito preenchera esse vazio, mas infelizmente confundira os sentimentos da garota.
- Parece que finalmente você percebeu. – disse Yukito.
- É, acho que realmente eu me enganei sobre tudo.
- Eu não queria fazer isso, mas era o único jeito de você perceber o erro que estava cometendo. Pretendia fazer isso ontem, mas não deu.
- É, não deu mesmo. E Sakuya vai ficar feliz em saber disso.
- A Sakuya? Por que?
- Não se faça de bobo, sei que você gosta dela e ela gosta de você.
- Ela gosta de mim?
- Claro que gosta, mas ela acha que você gosta de mim. Eu sabia o tempo todo que você gosta dela, mas não ia desistir tão fácil. – ela suspirou. – Você acha que vou conseguir achar alguém?
- Claro que vai, mas isso se sairmos daqui, então se concentre.
- Você tem razão, não é hora para ficar deprimida.
Eles ficaram até a meia-noite traçando planos de fuga caso algo saísse errado, e também planos de ataque. Sakura dormiu um pouco, até as três. Depois Yukito dormiu até as seis. Sete horas ele revisaram tudo, dividiram a munição e foram para o local se prepararem para atacar.
Enquanto isso, na casa de Sakura, todos havia chegado tarde na noite anterior e, vendo o quarto de Sakura trancado, acharam que ela estava dormindo. Porém, na manhã seguinte encontraram as cartas.
Shaoran se levantou primeiro e leu a dele.
"Shaoran, talvez não entenda porque estou deixando essa carta e nem porque escrevi usando seu primeiro nome, mas assim me pareceu melhor. Quando você ler esta carta, provavelmente já estarei no QG dos allstars, a gangue que atacou a mim e ao Yukito noite passada. Agradeço tudo o que fez por mim, mesmo sendo por tão pouco tempo, adorei passar esse tempo com você, você tem um coração de ouro. Quando encontrar Tomoyo ou Eriol, por favor, diga-lhes a verdade, eles não precisam ser protegidos. Yukito foi lá para me proteger, pois virei alvo dos Allstars também. Ele pretende acabar com a gangue toda sozinho. Não podia deixar ele se sacrificar dessa forma. Sinto muito, não cumpri a minha parte de te enturmar na cidade, mas acho que Tomoyo e Eriol poderão fazer isso. Peço que não pressione Touma para que ele o leve até o QG dos Allstars, ele não vai faze-lo independente do que você faça. Espero que me perdoe por isso algum dia. Beijos, Sakura".
Shaoran não acreditava no que lia, Sakura havia sido louca o suficiente para ir atrás de Yukito?
Touya foi o próximo a descer e também leu a carta.
"Touya, sei que vai ficar bravo comigo e que se nos vermos de novo vai querer me dar um daqueles croques como você sempre faz. Na verdade eu adoraria, mas não sei se será possível. Estou indo para o QG dos Allstars procurar por Yukito, que se escondeu lá para um ataque surpresa. Ele foi para lá, pois virei alvo dos Allstars também, ele tinha que acabar com tudo, para me proteger. Espero te ver de novo... Beijos da irmã que te ama, Sakura".
Touya estava em choque, como Sakura podia ter feito algo assim?
Mas nenhum dos dois teve reação pior que Fuyutaka.
"Pai, sei que o senhor provavelmente vai se zangar muito comigo e também sei que não devia ter escondido isso do senhor por tanto tempo, mas chegou a hora de saber de tudo. Quando eu tinha treze anos, Touya estava ocupado na faculdade e o senhor com o trabalho. Acabei procurando companhia fora de casa e acabei me envolvendo com pessoas erradas, digamos assim. Entrei em uma gangue, fiquei lá por uma semana. Exatamente aquela semana que o senhor viajou para uma escavação. Apanhei muito, mas fui salva por uma pessoa que conseguiu que eu saísse da gangue sem maiores incidentes. Essa pessoa foi Yukito, a partir daí, sabia que devia minha vida a Yukito. Ele sempre estava comigo, para me proteger de outras pessoas. Depois de algum tempo, foi a época da guerra de gangues, a cidade toda estava um caos. Yukito era ainda daquela gangue, mas viu que a gangue ia ser destruída, então conseguiu convencer os melhores de cada gangue da cidade e todos se uniram, formando uma única gangue. Yukito ficou sendo o chefe da gangue e assim eles acabaram com a guerra, destruindo todas as outras gangues. Mas isso deu espaço para gangues maiores e mais fortes surgirem, e foi o que aconteceu. Os White Tigers, liderados por Yukito, passaram a ser praticamente os donos da cidade, mas nunca machucaram ninguém sem terem reais motivos para isso. Foi então que o terror começou, os Allstars surgiram com um único propósito: destruir os White Tigers, e, conseqüentemente, acabar com Yukito. Yukito têm plena consciência do perigo que corre e eu também sabia disso, mesmo assim insistia para sair com ele. No jantar na casa dele, fomos atacados e fui marcada como alvo também. Yukito entrou no QG dos Allstars para acabar com tudo, mas sozinho é impossível, por isso estou indo ajuda-lo, não posso deixar ele se sacrificar por mim. Peço que não o culpe se ele voltar sem mim, a decisão de ir foi minha e sei dos riscos que corro entrando lá. Espero que um dia me desculpe pelas mentiras que te contei todo esse tempo. Beijos da filha que te ama, Sakura".
Fuyutaka não acreditava no que lia, sua filha Sakura mentira para ele todo esse tempo, sua querida flor de cerejeira o enganara. Agora ela corria perigo e ele mal sabia onde encontra-la. Viu Shaoran pegar sua mochila e ir até a porta.
- Você vai para a escola mesmo sabendo pelo que Sakura está passando? – perguntou Touya, indignado.
- Vocês subestimam Sakura, ela é forte e sabe o que está fazendo. Além do que, se Yukito puder, tenho certeza que ele fará qualquer coisa para que ela volte bem. Posso só conhece-la há três dias, mas sei do que ela é capaz. Ela salvou minha vida e confiou em mim para guardar o segredo dela, agora é a minha vez de confiar nela. Se ela diz que precisava ir atrás de Yukito, é porque ela precisava mesmo. – ele saiu da casa e foi para a escola. Chegando lá, contou tudo a Tomoyo, Sakuya e Eriol.
- Não acredito que Sakura tenha sido tão louca. – disse Tomoyo.
- Ela não é louca, simplesmente seguiu seus instintos. – disse Shaoran.
- Mas como ela pretende ajudar, ela não tem nada que a proteja. – disse Sakuya.
- Yukito lhe deu uma arma. – disse Touma, se aproximando do grupo.
- Como? – perguntaram os quatro ao mesmo tempo.
- Yukito sabia que ela corria perigo, então deixou uma arma e me pediu que entregasse a ela.
- Como você consegue dormir de noite? – perguntou Shaoran.
- Calmantes. – respondeu Touma. – Também não gosto muito disso, mas ou eu ajudava Sakura ou ela poderia nem conseguir entrar.
- Isso seria pior, poderiam vasculhar o QG e encontrarem Yukito. Para você só existe seu chefe, não é? – disse Shaoran, com visível nojo.
- Não me importo com o que pensa de mim, Sakura me pediu um favor, achei que era melhor ajuda-la.
- Não fique bravo com ele, Li, Sakura faria isso de qualquer jeito. – disse Eriol.
- Só quero saber uma coisa: como o pai e o outro irmão de Sakura reagiram? – perguntou Touma.
- Para o Sr. Kinomoto foi um choque, ele não sabia de nada. Touya estava indignado, não imaginou que Sakura pudesse fazer isso. – disse Shaoran. – Acho que não adianta eu pedir para que me leve até lá, não é?
- Não, Sakura me pediu que não o levasse e não vou fazer isso. Além do que, os dois já devem estar começando o ataque a essa hora.
- Então provavelmente quando sairmos da escola já iremos saber o que houve com os dois? – perguntou Sakuya.
- É bem provável.
- Você fala como se fosse algo normal. – disse Tomoyo.
- O que eu sinto não importa agora, o que nos resta é só esperar que eles consigam voltar. – disse ele, saindo dali.
Enquanto isso, Yukito e Sakura estavam em posição para começarem o ataque. Eles esperaram que todos fossem embora e que só houvesse somente dois rapazes guardando a sala. Cada um atirou em um dos rapazes e os dois invadiram a sala.
- Ora, ora, quem diria que Yukito Tsukishiro e sua namoradinha conseguiriam penetrar tão fundo no meu QG. – disse o chefe da gangue, com a arma na mão.
- Ela não é minha namorada, Masayuki Urameshi. E acho que você devia se preocupar um pouco mais com a própria segurança do que com suas piadinhas.
- Ela não me parece capaz de me matar, com essa carinha de inocente.
- Se você foi capaz de mandar me matarem, porque eu não seria capaz de mata-lo? – perguntou Sakura, encarando o rapaz.
- Certo, certo, eu mandei que matassem Yukito e quem estivesse com ele. O azar foi seu se estava com ele.
- Ora, seu canalha. – Sakura mirou nele e ficou firme, pronta para atirar.
- Sakura, não se altere. É exatamente o que ele quer.
- Eu sei, achei que já tivesse provado para você que sei o suficiente para me proteger.
- Creio que não esteja se referindo ao que houve ontem aqui. – perguntou Yukito, em tom de brincadeira.
- Não estou falando daquilo, Yuki, não seja tolo. – ela riu.
- Ótimo, agora podemos acabar com isso? – perguntou Yukito.
- Com todo o prazer, quanto mais cedo, melhor. – disse Sakura.
- Sinto muito, Urameshi, mas para continuarmos com nossas vidas precisamos acabar com essa gangue. Ou seja, ou você colabora conosco ou vamos ter que acabar com você. – disse Yukito, calmamente.
- OK, sei que estou em desvantagem aqui e que vocês vão acabar com isso nem que isso custe a vida de vocês. O único problema é que não vou desistir sem luta! – ele atirou na coxa direita de Sakura e se escondeu atrás de umas caixas.
- Droga. – disse Sakura, se jogando para trás de uma mesa de metal enquanto Yukito pulava para trás de uns sacos de mantimentos.
- Você está bem? – perguntou Yukito.
- Estou sim, não se preocupe. – disse ela. Não era bem verdade, sangrava muito e doía demais, mas ela tinha que acabar com aquilo.
- Vamos ver quem ganha essa. – disse Urameshi. Ele não ia entregar os pontos, eles sabiam disso.
A troca de tiros era violenta, mas nenhum dos três atingia seu alvo. O QG estava vazio e aquele lado da cidade era praticamente deserto, o local perfeito para um tiroteio. Sakura foi tentar mudar de local para ter uma visão melhor do alvo, mas sua coxa foi atingida mais uma vez no percurso. Quando ela pulou, tendo como apoio somente a perna esquerda, Urameshi atingiu seu braço esquerdo.
- Sakura!!! – berrou Yukito. A garota ignorou a dor que sentia e conseguiu mirar direitinho na testa do rapaz.
- Acabou. – ela soltou a arma e sentia a dor que os ferimentos deixaram.
- Você está bem? – Yukito correu para socorre-la.
- Acho que sim. – era uma mentira deslavada.
- Vamos, preciso te levar para o hospital. – ele a pegou no colo, pegou a arma dela e saiu do QG correndo.
Assim que chegou no hospital, que estava quase vazio para a sorte deles, uma enfermeira chamou uns dois médicos e eles a levaram para uma sala onde poderiam retirar as balas. Pediram a Yukito que falasse com a enfermeira enquanto isso.
- Você é da família dela? – perguntou ela.
- Não.
- Namorado?
- Não.
- Sabe onde posso encontrar os familiares?
- Sei o número de telefone da casa.
- Ótimo.
Logo a enfermeira tinha todas as informações que precisava e foi ligar para a casa dos Kinomoto. Yukito foi se sentar em frente à sala onde estavam tirando as balas do corpo de Sakura. Logo o Sr. Kinomoto e Yelan chegaram no hospital. Fuyutaka o olhou com raiva e fez um momento repentino em direção a ele, como se fosse avançar em cima dele, mas pensou melhor e foi falar com a enfermeira.
Na escola, um monitor chamou Shaoran e era o Sr. Kinomoto dizendo onde Sakura estava. Ele anotou em dois papeis e deixou um na mesa de Tomoyo quando foi pegar suas coisas. Chegou no hospital e foi falar com sua mãe. Depois de tudo que ela sabia foi dito, ele foi falar com Yukito.
Bom, esse me deu noites e noites de insônia pensando nele…… espero que tenha valido a pena. Quero pedir mil desculpas aos Fãs de Bey Blade pelos nomes das gangues, mas eu não tinha idéia para os nomes. Quem não sabe do que eu estou falando, ignorem a última frase.
Enfim, será que Sakura vai sobreviver? Claro que vai, ela não levou tiros em partes vitais, mas quais serão as conseqüências desses tiros? Bom, isso a gente vai ver...
Qualquer coisa deixem um review, me mandem um mail (stella_oro@hotmail.com) , me contatem no ICQ 165702015 ou MSN Stella_oro@hotmail.com.
Bjs, Miaka.
