Um caso complicado de se resolver

- Watashiwa Shaoran-kun ga suki... – Sakura sussurrou no ouvido dele quando o mesmo se levantou e a abraçou.

- Wuo ai ni, Ying Fa... – ele beijou o pescoço dela, mas foi por pouco tempo, fora um dia e tanto, ambos estavam muito cansados.

- Shaoran... Você não faz idéia da segurança que sinto estando em seus braços...

- Não acho que eu mereça tudo isso... – a abraçou mais perto de si olhando fundo nos olhos esmeralda.

- Claro que merece... Eu já disse, te amo mais que tudo no mundo...

- E eu posso dizer o mesmo... Agora, que tal entrarmos e jantarmos antes que eu não me segure mais...

- Vamos... – ela entrelaçou seu braço no dele e os dois entraram na casa, indo para a sala de jantar.

- Finalmente voltou a si, Shaoran... – comentou Sayo quando os dois entraram e viram que só os esperavam para o jantar.

- Desculpem a demora... – disse Sakura. – Acho que sabem que tivemos uns problemas hoje...

- Entendemos perfeitamente, mas agora não é hora de falarmos disso. Vamos comer. – disse o Sr Li.

Todos comeram tranqüilamente, conversando entre si, porém, Sakura e Shaoran estavam calados.

Qualquer um que os visse diria que estavam deprimidos, mas se olhasse atentamente veria uma troca constante de olhares e sorrisos enigmáticos.

A madrasta de Shaoran notou isso e, como queria falar com Sakura ainda aquela noite, achou melhor chamá-la antes do jantar acabar. Sussurrou algo para seu marido e se levantou, indo até Sakura e fazendo sinal para que ela a seguisse.

Sakura não entendia muito bem o que a mulher queria, mas Shaoran fez sinal para ela ir junto então ela foi.

- Desculpe chamá-la assim no meio do jantar, mas queria falar com você.

- Não precisa se preocupar, senhora, pode falar.

- Queria falar sobre o pequeno lobo e sobre o pequeno "plano" de vocês para pegar o tal Chiba.

- Sou toda ouvidos.

- Sobre o pequeno lobo...

- Não me sinto realmente bem colocando Shaoran nessa confusão, mas não tive muita escolha.

- Eu entendo, mas não é isso o que me preocupa.

- Então o que seria?

- Ele sofreria muito se algo acontecesse a você... Não se arrisque demais...

- É a última coisa que pretendo fazer. Conheço Chiba, sei o que ele quer e não vou me arriscar a nada... Não só por Shaoran, mas por um velho acerto de contas também...

- Entendo...

- E sobre o plano?

- Bem... Creio que já tenha todo o plano armado, mas eu peço que avise a segurança da mansão... Podem ajudar.

- Sinto muito... Mas a segurança da mansão não vai saber de nada.

- Por que?

- É estranho demais que Chiba tenha entrado sem ninguém ver... Eu mesma chequei a rotina de ronda deles... Não tinha como ele entrar e eu conheço os métodos... Tem um espião na segurança, não podemos nos dar ao luxo... Tenho já um plano para a segurança, não se preocupe... Estou controlando as informações da segurança... Chiba não vai me escapar dessa vez.

- Se você está tão certa disso, acho que não tenho porque me preocupar.

- Não se preocupe com a segurança, quanto a isso não haverá problemas.

- Tudo bem... Vamos voltar à sala de jantar então.

Elas voltaram e terminaram o jantar normalmente com os outros. Quando Sakura e Shaoran iam para o quarto, uma das criadas chamou Sakura, dizendo que tinha uma ligação para ela.

- Quem será? – perguntou a si mesma, atendendo ao telefone com Shaoran a seu lado. – Alô? Yuki, o que você pensa que está fazendo? Eu disse que viria de férias e que não era para ligar a não ser em caso de necessidade. Ah, então Mizuno te ligou. Não precisa, eu já sei como lidar com ele. Yuki, não venha, é sério. Eu sei que se preocupa, mas eu posso me virar, não posso? Não, Yuki, ele não vai tocar em mim novamente. Não se preocupe, com Mizuno e Yue por aqui acho que tenho um bom apoio. Ele não vai me matar, você sabe que é a última coisa que ele quer. Tá certo, eu sei disso. Tudo bem, qualquer coisa eu juro que ligo... Tá bem, tchau. – ela colocou o telefone no gancho. – Vou matar o Mizuno assim que pegarmos o Chiba... Como que ele liga pro Yukito e fala tudo? É louco mesmo.

- Vamos, Sakura. Não estressa com isso, vamos dormir que amanhã vamos ter um dia daqueles. – disse Shaoran, enlaçando a cintura dela.

- Tá bem... Você tem razão, vamos.

Os dois foram para o quarto e se deitaram depois de trocarem de roupa, escovarem os dentes e etc.

- Sakura... Você realmente acha que vai dar certo?

- Shaoran, conheço Chiba, mais do que eu gostaria. Ele vai voltar aqui, mas só no dia que eu achar conveniente.

- Como assim?

- Lembra que eu falei que não sabia como ele entrou sem fazer nada errado?

- Lembro.

- Tem alguém na segurança passando informações para ele, tenho certeza. As informações passadas para a segurança vão ser reguladas para criarem o momento propício para ele aparecer.

- Sei...

- Quanto ao espião, esse eu pego depois... Chiba nunca consegue agüentar muita pressão e eu sei muito bem como fazer ele contar. Juro que não vou machucá-lo. – acrescentou ao vê-lo erguer uma sobrancelha.

- Eu sei, Sakura... – ele passou as mãos pela cintura dela, a puxando mais para perto. – Sei que você não o machucaria de propósito, por mais que ele tenha te machucado.

- Ah, Shaoran... – Sakura aproveitou o fato de estar de camisola e ele com um pijama constituído de um short e uma camisa e começou a deslizar sua perna sobre a dele.

- Acho que é melhor dormirmos, Sakura... Ainda temos tempo para curtir as noites, não acha?

- Você tem razão... – ela se aproximou mais dele, se apoiando no peito. – Mas isso não significa que eu não posso curtir a sua companhia, não é?

- Claro que não... – ele beijou a testa dela e começou a afagar os cabelos cor de mel. – Mas é melhor dormir... Vamos ter um dia cheio amanhã.

- Eu sei... Boa noite...

Sakura adormeceu e Shaoran também não demorou a fazer o mesmo. Acordou cedo e observou o anjo que estava em seus braços dormir. Ainda eram seis e meia, não iria acordá-la, tinham combinado oito horas, ainda faltava tempo.

Sakura acordou não muito depois e, quando levantou o rosto, encontrou um par de olhos chocolate fitando-a. Sorriu, ele ficara lá para não acordá-la.

- Bom dia. – disse ele.

- Bom dia... Dormiu bem?

- Maravilhosamente... E você?

- Sonhei com você. – ele abriu ainda mais o sorriso que tinha no rosto ao ouvir essas palavras.

- São quinze para as sete, vamos levantar?

- É... Acho que é o melhor...

- Mas antes... – ele prendeu a cintura dela firmemente e a puxou para cima de si. – Quero um bom dia decente.

- Tá bem então... – ela aproximou seu rosto do dele devagar, só para irritá-lo. Começou com um beijo suave, bem doce. Acariciava os cabelos dele, aprofundando vagarosamente o beijo. – Será que foi decente o suficiente? – perguntou, olhando nos olhos dele.

- Com certeza. – ele mergulhou naquelas piscinas esmeralda, vendo todo o amor que ela tinha por ele transparecer. – Agora vamos levantar... É melhor.

- Tem razão.

Os dois levantaram, se trocaram e foram tomar café. Encontraram Masayuki, Sayo, Aoshi, Meiling e Seiya tomando café.

- Bom dia. – disse Seiya aos dois.

- Olá, Seiya, tudo bem com você? – perguntou Sakura alegremente, sentando-se a mesa ao lado de Shaoran.

- Tudo sim. Seu rosto já está muito melhor, não é?

- É... Daqui a pouco nem mais marca tem. – ela sorriu.

Eles conversaram enquanto comiam, somente Masayuki estava calado.

- Sakura... Melhor irmos. Já são sete e quarenta. – disse Shaoran.

- Verdade. Vou pegar minha pochete, com licença, gente... – ela saiu dali acompanhada de Shaoran.

- Eles estão passando por uma barra pesada... – comentou Meiling.

- Sakura parece não ligar muito... – disse Seiya.

- Ela parece estar acostumada com tudo isso... Com licença que vou falar com Shaoran. – Aoshi saiu dali e os encontrou no corredor. – Shaoran... Eu estava pensando, será que "aquilo" não vai lhe ser útil?

- É mesmo, Aoshi, seria muito bom! Vamos pegar, vou com ela.

- Do que vocês estão falando? – perguntou Sakura.

- Vem com a gente, vamos pegar e então saímos. – os três foram para o quarto de Aoshi e Shaoran pegou sua espada.

- Caramba! – Sakura estava pasma.

- Essa é minha eterna companheira, senti muita falta dela... – disse Shaoran.

- E como você vai sair da mansão com ela sem ninguém ver? – perguntou Aoshi.

- Ops... Acho que é melhor deixar no meu quarto, não preciso dela por hora...

- Leve isso com você... Considere um presente. – disse Aoshi, entregando uma espada curta a ele, uma kodachi tradicional. – Essa você pode levar sem problemas.

- Essa é a sua espada... Não posso ficar com ela.

- Não, Shaoran, essa espada vai te ajudar muito, assim como me ajudou. E essa não é minha única espada, o clã me fornece armas quando eu precisar.

- Mas se descobrir que você me deu a sua...

- Não podem me impedir, agora que você não é mais do clã, eu provavelmente vou me tornar o líder logo...

- Eu sei. Valeu.

Shaoran guardou a sua espada no quarto e saiu com a kodachi escondida nas costas.

Chegaram à delegacia oito e quinze, andaram devagar para chegarem atrasados mesmo, sabiam que nenhum dos dois iria chegar na hora também.

- Bem, agora que os pombinhos chegaram podemos treinar sério. – disse Mizuno.

- Escuta, você poderia continuar com Shaoran, hoje eu queria treinar um pouco sozinha e olhar os policiais, precisamos ir logo com isso. – pediu Sakura.

- Tudo bem.

- Você não me disse nada disso. – comentou Shaoran enquanto eles iam para o stand.

- Não queria tocar no assunto antes de realmente precisarmos. – disse Sakura. – Não podemos perder tempo, se ele ficar impaciente pode perder o controle.

- Às vezes você parece outra pessoa... Quase não reconheço...

- Desculpe... Sei que parece falsidade, mas eu juro que faço isso para o bem de todos...

- Eu sei, meu anjo. – ele levantou o rosto dela, fazendo-a fitá-lo. – Nunca disse que achava que você fosse falsa... Só um pouco dissimulada. – ele sorriu.

- Eu ainda descubro como é que você consegue falar a coisa certa na hora certa...

- Acho que não vai... Nem eu sei como faço... – ele alargou o sorriso.

- Ô dois, desculpa quebrar o clima, mas vamos? – chamou Mizuno.

- Vamos. – disse Sakura.

- Ele não parece se importar com quebrar o nosso clima. – comentou Shaoran.

- Ele está preocupado... Chiba é imprevisível para ele, não quer que mais ninguém se machuque.

- Eu sei...

Yue e Shaoran treinaram juntos, Mizuno por vezes estava com eles, mas ficava mais observando Sakura.

Ela mantinha um semblante sério enquanto observava os policiais. Alguns se irritavam pelo comportamento dela, mas nenhum reclamava. Passou um bom tempo observando, depois foi para uma cabine sozinha e começou a atirar.

- Ela está estranha... – comentou Yue com Mizuno.

- Não podemos culpá-la, afinal, ela está passando por um momento complicado.

- Mesmo assim...

- Não vá lá falar com ela... – pediu Shaoran. – Ela precisa ficar sozinha por enquanto. O melhor que temos a fazer e treinar para podermos ajudá-la quando ela precisar de nós.

- Ele tem razão, só de você olhar já sabe que se aproximar é pedir para levar bala. – comentou Mizuno arrancando risos da parte de Yue e um sorriso da parte de Shaoran.

Sakura ouviu o riso e virou encarando-os. Deu um discreto sorriso, desaprovando o comportamento, mas nem se deu ao trabalho de ir lá, se virou e voltou a atirar.

- Será que ela ficou brava? – perguntou Yue.

- Não... Senão teria vindo aqui e nos dado uns bons cascudos. – Mizuno brincou e os dois riram alto, fazendo a atenção de todos lá se voltar para eles, menos a de Sakura.

- Sinto muito... Mamãe... – Sakura começou a atirar seguidamente, não parava de jeito algum. Chamou a atenção de todos, só parou quando acabaram as balas do clipe, que, na verdade, já estavam no final.

Sakura saiu do stand rapidamente, tentando controlar as lágrimas que lhe corriam pelo rosto.

- Agora realmente tem algo errado... – Shaoran deixou a arma ali e foi atrás de Sakura, seguido pelos dois. – Sakura... – Shaoran chegou até ela e a viu chorando, algo que não acontecia sempre. A abraçou firmemente. – Calma...

- Não foi culpa sua... – Mizuno começou, deixando Shaoran sem entender nada. – Estava demorando para você voltar a se martirizar por aquilo, não adianta nada fazer isso agora, Sakura!

- Mizuno cala a boca! – Sakura berrou, se afastando de Shaoran e encarando seu antigo chefe. – Não quero discutir isso... Me deixa em paz!

- Sakura, não fale assim... – Yue tentou acalmá-la, mas foi calado pelo olhar de fúria que ela dirigiu a ele.

- Voltem para o stand... Só quero um tempo sozinha... Por favor...

- Tudo bem, Sakura. – disse Mizuno. – Vamos, Yue... Shaoran.

- Sakura... – Shaoran ainda tentou falar algo, mas ela pousou um dedo sobre os lábios dele.

- Não se preocupe, logo te explicarei tudo... Quando eu estiver pronta, eu prometo.

- Tudo bem, só não saia da delegacia sozinha.

- Não vou, juro.

- Tá bem. – Shaoran acompanhou os dois e assim que entraram, perguntou. – O que aconteceu?

- Sakura disse que te contaria quando estivesse pronta... Nós não sabemos detalhes, não seria justo contarmos. – disse Yue.

- Só peço que fique de olho nela... É possível que queira correr atrás de Chiba antes de realizarmos o plano.

- Duvido... Ela não faria isso... – disse Yue. – Sakura sabe que isso seria suicídio, não faria isso conosco.

- Tem razão, mas mesmo assim é melhor não a perdermos de vista.

Os três ficaram em silêncio enquanto treinavam, estavam preocupados com Sakura. Passou uns quinze minutos e ela entrou no stand. Chegou até Shaoran e sussurrou algo no ouvido dele que ele concordou com a cabeça, se despedindo dos dois com um aceno e saindo dali com Sakura, porém sem antes pegar um clipe para colocar na arma dela depois.

Sakura e Shaoran estavam em silêncio. A garota ainda estava um tanto abalada, andava abraçada com o namorado, não querendo sair dos braços dele nunca mais, parecia ser o lugar perfeito para ela.

Shaoran, por sua vez, a abraçava firmemente, tentando passar alguma segurança para ela. Não sabia o que a atormentava, mas jurava a si mesmo que não deixaria nada acontecer à sua flor.

Chegando à mansão, Sakura quis ir ao quarto e Shaoran iria também, mas seu pai lhe chamou e ela disse que ficaria lá sozinha, não havia problema. Sakura falava baixo, sempre sussurrando no ouvido dele, como se não tivesse forças para falar mais alto.

Shaoran estava muito preocupado, falou rapidamente com seu pai e foi direto para o quarto. Chegando lá viu uma cena que fez seu coração ficar do tamanho de uma formiga: Sakura estava encolhida deitada na cama e chorando desesperadamente. Foi até ela e a fez apoiar-se em si, a abraçando.

- Calma, Sakura... Eu estou aqui, não se preocupe... – sussurrava essas palavras vagarosamente no ouvido da jovem que não parava de tremer e soluçar em seus braços. – Prometo que não vou deixar nada te acontecer, agora fica calma...

- Não, Shaoran... Eu sei disso... – disse ela, com um fio de voz. – Não é por isso que estou chorando... – ela inspirou fundo, tentando controlar as lágrimas. – Eu tenho que te confessar uma coisa...

- Pode falar, Sakura... Não há nada nesse mundo que faça com que eu me afaste de você...

- Não é isso também...

- Está me deixando preocupado, Sakura, o que foi?

- Bem... – ela se sentou direito, secou as lágrimas e parou de tremer. – Foi tudo muito rápido, não sei como consegui ficar sóbria depois do que aconteceu... Quando Chiba me estuprou, eu perdi os sentidos quando vi que a polícia estava chegando... Depois acordei na minha cama, já no dia seguinte. Naquele dia não saí de casa, mas até que estava bem, Mizuno, Yue e Yukito foram me ver assim que meu pai os avisou que eu tinha acordado. Depois desse dia, Yukito conseguiu me convencer de sair. Ele falou com meu pai que ia me fazer esquecer das coisas, amenizar a situação, e realmente conseguiu, passamos um ótimo dia juntos... Ele me levou para jogar um pouco, depois ao cinema, almoçar no meu restaurante favorito... Enfim, ele iria me deixar em casa para o jantar. Quando chegamos vimos uma viatura de polícia estacionada em frente à minha casa. Ele entrou comigo, achamos que era um policial para fazer algumas perguntas a mim... – Sakura hesitou um pouco, não sabia se conseguiria continuar.

- Você já foi muito longe, Sakura. – ele levantou o queixo dela, fazendo-a encará-lo. – Eu estou te ouvindo, continue.

- Tá bem. – ela respirou fundo. – Entramos em casa e fomos até a sala, encontramos meu pai chorando e meu irmão em estado de choque. Dei um passo para trás, algo estava errado, eu sabia. O policial se aproximou de mim, colocou a mão em meu ombro e me deu a notícia: o corpo de minha mãe fora encontrado no mesmo beco em que eu fui estuprada dois dias antes. Yukito teve que me segurar, pois minhas pernas fraquejaram naquele momento e eu quase caí no chão. Ainda estava sóbria, não chorava e nem estava em estado de choque, não sabia como, mas conseguia entender e responder a tudo que o policial me perguntava. Mas foi quando ele me mostrou a arma que foi encontrada junto ao corpo da minha mãe que eu achei que tudo estava acabado. Era a arma que eu carregava e que Chiba roubara de mim quando me estuprou... Até ali eu ainda me controlei, mas não era o último susto que eu levaria naquela noite... Tinha pensado que Chiba tinha escondido e alguém a matara, não Chiba e nem por vingança... Mas o policial me disse que um bilhete tinha sido encontrado também, e que estava endereçado para mim. Ele me entregou o envelope, por fora escrito com uma letra caprichada o meu nome. Quando abri, a mensagem estava no código de nossa gangue, e reconheci a letra de Chiba. "Minha flor, estou deixando o Japão e espero um dia te encontrar novamente. Mas não podia ir embora sem te deixar algo que não a deixasse se esquecer de mim... Talvez se não tivesse gritado, sua mãe ainda estivesse com você".

- Não acredito... Ele... – Sakura pousou um dedo sobre os lábios dele.

- Sh... Não diga isso, por favor.

- Desculpe...

- Tudo bem... Só não comenta com ninguém.

- Posso fazer uma pergunta?

- Claro, o que foi?

- Você só se lembrou disso agora?

- Bem, mais ou menos... Acho que bloqueei essas lembranças para não me martirizar mais. Tanto que, depois do que eu te contei, só lembro duas semanas depois, tudo é um branco na minha mente.

- Não se esforce para lembrar, não sofra mais... Você mesma disse, ele é louco, não foi sua culpa.

- Não me culpo... Mesmo porque não tive escolha. Ele me espancou, queria que eu ficasse calada...

- Não precisamos discutir mais isso, Sakura... Em pouco tempo tudo vai estar acabado, você vai ver... – ele a abraçou, sentindo o coração dela disparado.

- Eu sei... Não se preocupe comigo, vou ficar bem. Não sou louca de ir atrás de Chiba por vingança. – ela suspirou.

- Agora que está bem mais calma, acho que é melhor colocar isso na sua arma. – ele tirou o clipe do bolso e entregou a ela.

- Obrigada... Eu extrapolei mesmo... – eles ouvem uma batida na porta. – Entra. – disse Sakura, escondendo o clipe.

- Sakura... Tem dois rapazes procurando por você. O Mizuno e o Yue. – Sayo entrou no quarto.

- Demorou a eles virem... – Sakura suspirou. – Você vem comigo?

- Eles querem falar a sós com você, depois eu vou.

- Tá bem. – ela lhe deu um selinho e saiu do quarto, escondendo o clipe na manga da blusa.

Sakura conversou com Yue e Mizuno um pouco. Logo Shaoran se juntou a eles, combinaram de se encontrarem novamente na delegacia dessa vez para definir os participantes do plano, a coisa estava demorando demais.

Iriam se encontrar duas e meia da tarde, nesse meio tempo, Sakura e Shaoran não se desgrudaram. Shaoran estava sentindo pena de Sakura, não tinha idéia que ela tinha passado tanta coisa na mão daquele desgraçado...

Sakura sabia muito bem o que Shaoran estava pensando, não gostava da idéia de ele sentir pena, mas não tinha como convence-lo de que não precisava... Ela mesma flagrava sentindo pena de si mesma, por mais estranho que pudesse parecer.

Estavam sentados num banco na varanda, apoiados um no outro, abraçados. Se sentiam bem assim, poderiam ficar lá para sempre, somente se curtindo.

- Sakura... Eu não sei mais o que pensar... Não consigo deixar de sentir pena por você, e por mim mataria aquele desgraçado, mas... Você não quer matá-lo... Não consigo entender isso.

- Ai, Shaoran... – Sakura sorriu, fazendo o rapaz piscar os olhos para aquela reação. – Não é que eu não queira matá-lo... Mas não vou me rebaixar ao nível dele... Por mais estranho que possa parecer, só vou me sentir realmente segura de novo quando voltarmos a Tomoeda.

- Por que?

- Se Chiba voltar para lá, vai morrer em pouco tempo. Assassinato é punido com morte pela própria gangue... Chiba não vai voltar para lá, e já não há mais ninguém lá que realmente nos ameace...

- É, você tem razão... Quando pretende acabar com tudo isso?

- Antes de sexta com certeza.

- Sei... – Shaoran maquinava rapidamente, iria fazer uma surpresa para ela. Deixou escapar um sorrisinho maroto, que foi notado por Sakura.

- Por que está sorrindo? Tem alguma coisa em mente?

- Você logo vai saber... Primeiro tenho que resolver algumas coisas.

- E precisa ser agora?

- Não... Vejo isso depois, agora quero passar todo o meu tempo com você.

Eles continuaram ali, até que foram chamados para o almoço.

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N/A: Gente, eu sei que estou enrolando demais para acabar com isso, mas era para acabar nesse cap... Eu podia jurar que tinha terminado com ele nesse, só vim aqui para casa (estava passando na casa do meu pai esse feriado) para atualizar e eu vi que estava assim.

Prometo que vou tentar acabar com esse cara o mais rápido possível, mas não sei se vou conseguir manter o ritmo de atualizações essa semana, estou entrando na última semana de provas do semestre, então, se eu conseguir terminar, coloco o Heart of Sword na semana que vem, senão atualizo o academia que está um pouco mais adiantado...

Mil perdões, eu prometo tentar melhorar esse ritmo nas férias...

Beijos, Miaka.

P.S.: Yorukizinha linda, valeu pelo apoio que você me deu e pela grande ajuda... Você é um anjo...