Um caso complicado de se resolver

Sakura e Shaoran almoçaram com os outros, tranqüilamente, sem pressa nenhuma de acabar e levantar da mesa.

Todos conversavam entre si, Sakura conversava baixo com Aoshi e Shaoran com Sayo.

Assim que todos acabaram, Aoshi foi o primeiro a se retirar. Ia se encontrar com a namorada, aproveitar a confusão com Sakura e dar mais atenção à garota.

Sakura se levantou pedindo licença logo depois de Aoshi deixar o local. Shaoran achou que ela iria demorar um pouco mais, então terminou o assunto com Sayo e foi para o quarto dos dois, onde sabia que Sakura estava. Chegou e a viu arrumando a arma.

- Deveria ter mais cuidado, e se alguém entra sem bater? – ele fechou a porta e a trancou.

- Ninguém faz isso além de você. – ela sorriu. – Sabe, Shaoran, estava pensando em chamar o Aoshi para um apoio... O que você acha?

- Não sei... Seria uma grande ajuda, mas não sei se ele concordaria.

- Eu comentei com ele sobre o plano... Mas você o conhece há mais tempo, não sei dizer bem o que ele estava pensando. – ela deixou a arma travada sobre a cômoda.

- Não sei dizer, estava conversando com Sayo sobre o Masayuki... – ele se jogou na cama e ficou fitando o teto.

- O que tem ele? Algo errado?

- Não... Bem, não sei... – ele suspirou. – Ele anda calado, sem fazer nada de muito dinâmico... Mas Sayo o pegou conversando normalmente ao telefone com alguém...

- Isso seria um progresso, se ele não estivesse tão calado conosco... Talvez ele só esteja pressionado com a minha presença. – ela olhou para a janela. – Não o culparia por isso.

- Talvez não tenhamos que nos preocupar com ele. – Shaoran, que estava deitado atravessado na cama, jogou a cabeça para trás para olhar para a Sakura que estava em pé ao lado da cama. Riu ao vê-la.

- O que foi? – perguntou ela, se aproximando dele, enquanto o mesmo voltava a olhar para cima, fitando seu rosto.

- Mesmo de ponta cabeça fica linda. – ele abriu mais o sorriso vendo-a rir.

- Ah, é assim? – ela se abaixou e ficou com a cabeça sobre a dele, sem encostar os rostos. Passou a mão pelo rosto dele, quando ia contornar os lábios dele, teve o dedo indicador mordiscado pelo mesmo. – Ei!

- Vem aqui... – ele a puxou para mais perto e a beijou com paixão.

Sakura sentou na cama ao mesmo tempo em que Shaoran se levantava, emendando um beijo no outro. O rapaz ia se projetando sobre ela, fazendo-a deitar-se enquanto fazia o mesmo por cima dela.

Mas os dois ouvem batidas na porta e uma voz exaltada berrar do outro lado.

- Sakura, Shaoran! Abram a porta, por favor!

- Já vamos, Meiling! – Shaoran rolou para o lado e Sakura riu.

- Vou arrumar meu cabelo, senão ela vai notar. – disse ela baixinho indo para o banheiro e soltando o rabo-de-cavalo que já estava frouxo.

- Fala, Meiling. – ele abriu a porta, mal-humorado.

- Ai, Shaoran, isso é jeito de receber a sua prima querida? Eu vim chamar vocês para sair comigo e com o Seiya.

- Meiling, você sabe que não podemos sair... – Sakura disse, voltando para o quarto e se sentando na cama, com os cabelos soltos. – Temos que ser cautelosos, não queremos envolver mais ninguém.

- Mas vão ficar presos aqui?

- Não, vamos para o stand de novo daqui a pouco. Vamos resolver os últimos detalhes do plano. – disse Shaoran.

- Ah, tá...

- Não se preocupe conosco, Meiling, tudo vai acabar e vamos sair para nos divertir. É uma promessa. – Sakura sorriu para a garota.

- Tudo bem, mas me prometam que vão me chamar se precisarem.

- Claro que vamos, Meiling.

- Tudo bem então... Bom, vou indo que o Seiya está me esperando. Até mais e boa sorte. – ela saiu de lá.

- Ai, Meiling. – Shaoran suspirou.

- Não devia menosprezar a preocupação dela. Você tem um anjo que se preocupa muito com você, viu? – ela foi para a cômoda, pegou a arma e colocou na pochete enquanto o via concordar com a cabeça. – Que tal irmos agora?

- Vamos. – ele abriu a porta e fez sinal para ela passar antes.

- Muito obrigada. – ela colocou a pochete e saiu do quarto, seguida por ele.

Chegaram na delegacia e encontraram Mizuno lá, só esperando Yue.

- Está melhor, Sakura?

- Estou sim, Mizuno, não se preocupe. Agora... Onde está nosso querido amigo?

- Atrasado.

- É... Um caso perdido... – comentou Shaoran.

- Ele não costumava atrasar quando estávamos em Tomoeda... Não para assuntos da gangue...

- Não se preocupe, Sakura, não aconteceu nada com ele.

- Eu espero que não...

- Vamos ali na lanchonete, eu pago um chocolate quente para você. – Shaoran a puxou para lá.

Os dois dividiram a bebida e assim que voltaram viram Yue chegar correndo.

- Já não era sem tempo... – comentou Mizuno.

- Desculpa, minha mãe começou com frescura e só consegui sair de casa depois de muito falar...

- Se quiser eu posso ir falar com ela, Yue. Sua mãe sempre me entendeu. – comentou Sakura.

- Até descobrir que você era espiã da gangue...

- Bom, isso é...

- Vamos logo, já basta o atraso do Yue. – Mizuno entrou na delegacia.

- Ih... Esse aí acordou com o pé esquerdo hoje... – comentou Shaoran.

- Vamos logo para não atiçar mais ainda a fera. – Sakura disse e os três entraram rindo.

O delegado havia convocado todos os policias, com exceção aos que estavam em ronda, para o stand. Ninguém sabia bem o motivo, só entenderam ao vê-lo entrar com o filho e os rapazes do caso Chiba.

- Bom, desculpem faze-los esperar tanto, mas temos que andar logo com o caso Chiba. – o delegado começou. – Para isso passarei a palavra para a Srta Kinomoto. Por favor.

- Obrigada, delegado. – Sakura se afastou dos braços protetores de Shaoran, que envolviam sua cintura e tomou a posição do delegado. – Sei que são poucos aqui que confiam em mim e sei que muitos, para não dizer todos querem ver Chiba preso, ou até morto. Então vão ter que conciliar essas duas coisas. Temos como pegar Chiba, só precisamos dos homens adequados. Não viemos aqui somente para treinar, muitos de vocês perceberam nossa observação, nada discreta, eu sei, então iremos simplesmente escolher os indicados e o resto estará dispensado e fingirá que nada aconteceu.

- Espere um pouco... Por que não irá contar a todos o plano?

- Como acha que Chiba entrou na mansão Li sem ser notado? Alguém o está ajudando, não sei quem é ou o motivo, mas não vou arriscar mais gente.

- E, sem querer ser intrometido, o que a faz crer que vai conseguir atraí-lo? – um rapaz loiro, novato na polícia perguntou, com um pouco de incredulidade na voz, mas que ainda sim agradou Sakura.

- Isso não interessa, o fato é que ele irá aparecer e... – começou Mizuno, mas parou ao ver Sakura rir.

- Isso não é problema. – Sakura corrigiu. – Chiba quer a mim, vocês podem aproveitar a chance ou jogá-la pela janela. – houve um silêncio profundo após essa fala de Sakura. – Então acho que estamos entendidos. – ela se virou para Mizuno. – Como se chama o loiro?

- Jiang Yu. Por que?

- Nada, só para saber... Chame as pessoas da lista, como o combinado.

- Tudo bem... – Mizuno chamou os sete rapazes escolhidos. – O restante pode ir e obrigado pela atenção.

- Yu, poderia ficar um instante? – pediu Sakura ao ver o rapaz sair conversando com um grupo de amigos. – Quero falar com você.

- Sakura... – Yue começou, mas ela balançou negativamente a cabeça. – Você é quem sabe...

- Venha comigo um instante. – Sakura fez um movimento com a cabeça para uma sala anexada ao stand, que era a sala de armas.

- Sakura... – Shaoran segurou a cintura dela.

- Não se preocupe, não vou fugir, prometo. – ela acariciou o rosto dele e tirou a mão dele delicadamente de sua cintura. – Venha, Yu. – os dois entraram na sala e Sakura fechou a porta. – Preciso parabenizá-lo, sua pergunta realmente me desconcertou, coisa que poucos conseguem fazer.

- Bem, mas isso ainda não explica a srta ter me chamado aqui. – ele se sentou em um canto, apoiando a cabeça em uma estante de armas.

- Não me chame assim. Sakura, apenas isso.

- Certo, Sakura, o que quer comigo?

- Você me fez uma pergunta, acho que gostaria da resposta.

- Estou ouvindo. – os lábios dele se curvaram em um sorriso maroto.

- Chiba veio de Tomoeda, assim como eu. Éramos colegas de gangue... Ele me estuprou e matou minha mãe... – o sorriso desapareceu do rosto do rapaz. – Mas não estou aqui por vingança... Ele apanhou na polícia, e quer se vingar de mim. Tudo o que eu quero é não vê-lo mais.

- Eu não fazia idéia...

- Não sinta pena, não adianta agora. Se quer mesmo me fazer sentir melhor, me ajude a pegá-lo.

- Mas... Eu não fui chamado.

- Não entendeu ainda? Quero que se junte ao grupo, se aceitar, não tem mais volta.

- Não perderia essa chance por nada, acabei de entrar na polícia, você sabe disso?

- Pouco me importa, reconheço alguém com potencial quando vejo.

- Espero não desaponta-la. – ele se levantou e a encarou nos olhos.

- Você não vai... Tenho certeza. – Sakura colocou a mão no ombro dele e fitou os olhos azuis do rapaz.

- Você é quem sabe.

- Vamos agora, só quero que não comente nada com ninguém.

- Não se preocupe, não vou. – os dois saíram da sala.

- Sakura... – Mizuno ia começar a falar, mas ela balançou a cabeça e se pronunciou.

- Jiang Yu se juntará ao grupo. Eu quero treina-lo pessoalmente, preciso de clipes com balas de festim e dois coletes.

- Venha você comigo, Sakura. – disse Mizuno. – Vou com você pegar o que pediu.

- OK. – ela foi com ele, esperando um sermão.

- O que diabos pensa que está fazendo?

- Você deve ter percebido o potencial dele, mesmo sendo um novato, você vai ver.

- Sakura, não podemos perder tempo treinando um novato em missões assim!

- Me dê dois dias! O plano vai ser na quinta e ainda é segunda! Vamos Mizuno!

- Tá bem, a pele que vai ser arriscada é a sua, não se esqueça.

- Eu sei, não esquenta. – Sakura e Mizuno voltaram para o stand. – Shaoran, será que teria como usar o jardim da mansão para treinar o Yu?

- Dá sim, meu pai liberou toda a segurança para você. Só que use a parte perto do quarto, não tem muita gente lá e é mais espaçoso.

- Mais campo aberto, eu sei. – ela se aproximou dele e o beijou. – Nós vamos indo e a gente se fala depois, pode ser?

- Tá bem, não vou demorar aqui, você sabe.

- Tá bem. – ela se soltou dele. – Bem, Yu, está pronto?

- Quando você quiser. – ele desencostou da parede.

- Então vamos. Mizuno, você sabe o que fazer por aqui. – ela saiu da delegacia acompanhada por Yu.

- Sakura... Tem algo que ainda me intriga...

- Pode perguntar, percebi que algo ainda te incomodava.

- Como consegue tratar esse assunto com tanta naturalidade? Parece até que não se importa com isso...

- Não há nada que eu queira mais do que ver Chiba preso, Yu. Mas tenho consciência de que me afobar só vai estragar as coisas. Talvez esteja agindo como uma psicopata, você não seria o primeiro a me dizer isso... Mas, apesar de tudo, me controlo. Só espero conseguir manter o controle quando estivermos frente a frente.

- Como assim?

- O ódio e o rancor podem mudar totalmente uma pessoa. Não vou estar desarmada quando encontrar Chiba, espero não perder o controle e matá-lo.

- Qual seria o problema em fazer isso? Se for o que você realmente quer...

- Esse é o problema, não quero que ele morra. Conheço toda a família dele, eles não merecem isso, e também, seria fácil demais, seria como livrá-lo de tudo.

- Tirar a culpa de um assassino.

- Exatamente. Vejo que não é tão inocente quanto aparenta. – ela sorriu. – Você vai precisar de uma coisa. – os dois entraram numa lanchonete.

- Olá Yu, cumprimentou um rapaz, logo depois lançando um olhar cheio de luxúria para Sakura. – Mas quem é a sua ilustre companhia?

- Bom... Bjong Wu, ela é Sakura Kinomoto.

- É um prazer, srta Kinomoto.

- Para mim também, me perdoe a falta de educação, mas estamos com pressa. – Sakura foi até o balcão e fez o pedido.

- Onde estão indo?

- Wu, estou em meu horário de trabalho, não posso te dizer meu itinerante.

- Ela é tira?

- Não... Mas tem experiência com armas, vai me dar umas dicas, estamos em um caso difícil.

- Yu, é antiético o que está fazendo. – Sakura voltou, dando para ele uma garrafa de energético.

- Eu não disse nada, eu juro!

- Vamos logo, sabe bem que não temos tempo a perder. – ela passou por eles e saiu da lanchonete.

- Você a ouviu. – disse Yu, saindo rapidamente atrás dela. – Não precisava fazer isso com ele.

- Do jeito que ele olhou para mim, não mesmo.

- Ele é um galinha. – ela riu. – É sério, faz o que fez com você com qualquer garota.

- Gente assim é um caso perdido.

- Se bem que, se eu não soubesse que era comprometida, também te cantaria.

- Pelo menos seria mais educado, eu espero. – disse ela. – Vamos logo.

- OK.

Os dois entraram na mansão, Sakura, antes de ir para o jardim, entrou na mansão e logo deu de cara com Aoshi.

- Sakura, o que faz aqui? Achei que fossem ficar na delegacia mais tempo.

- É, Aoshi, mas houve uma mudança de planos. Esse é Jiang Yu, vou treiná-lo um pouco aqui no jardim, mas antes preciso falar com o sr Li, onde ele está?

- No escritório.

- Yu, fique um instante com Aoshi, vou falar com o sr Li um pouco.

- OK.

- Aoshi, rapidinho, está bem? – ela foi até o escritório e entrou depois de bater.

- Ela faz as coisas tão rápido que não dá nem tempo de argumentar... – comentou Aoshi.

- Como se fosse adiantar argumentar com ela... – ele se apoiou na parede. – Ela não dá uma brecha para a gente falar...

- Nunca tem resposta para as argumentações dela mesmo.

- Talvez...

- Prontinho, obrigada Aoshi. – Sakura voltou para perto dos dois. – Vamos?

- Claro.

Os dois foram para o jardim, na parte que Shaoran indicara. Sakura colocou o colete, enquanto Yu fazia o mesmo.

- Já que temos pouco tempo, seu treino vai ser mais prático. – ela pegou a própria arma, tirou o clipe e colocou um com balas de festim.

- Como vai fazer? – ele tirou o clipe da sua arma e colocou um de festim também.

- Tente me acertar, mas eu não vou somente fugir.

- OK, posso me movimentar também?

- Deve.

- Então tá. Pronta?

- Eu estou.

- Lá vou eu. – ele começou a atirar.

Os dois ficaram trocando tiros por um bom tempo, sem desperdiçar muitas balas para ao acabarem com a munição. Sakura acertava quase todas, sempre no colete. Yu também acertava, mas não tanto quanto ela.

Em certo momento, Yu acertou uma bala na perna de Sakura, perto do joelho, e ela caiu.

- Me desculpe! – ele se abaixou do lado dela. – Tudo bem?

- Não quebrou nada, eu acho... – ela se sentou.

- Vem aqui, vou te levar para um banco. – ele a ajudou a se levantar e a andar até uma mesa de madeira e a sentou lá.

- Obrigada. – ela dobrou a perna e soltou um gemido. – Não vai dar para correr, não hoje.

- Quer que eu te leve para dentro da mansão?

- Não... Logo Shaoran vai chegar e eu quero ficar aqui mais um pouco.

- Sakura? – ouve-se a voz de Shaoran se aproximar.

- Estamos aqui. – diz Yu.

- O que houve? – pergunta, ao ver Sakura sentada na mesa.

- Yu acertou minha perna.

- Desculpe. – ele pediu quando Shaoran o olhou feio.

- Não o culpe, eu corria o risco quando comecei o treinamento.

- Eu vou indo então... – Yu tirou o colete de Sakura. – Quer que eu venha de novo amanhã?

- Eu vou à delegacia amanhã, a gente se fala lá. – ela tirou o clipe da arma e entregou a ele.

- Tá bem, a gente se fala amanhã. Se cuida. – ele foi em direção ao portão e saiu da área da mansão.

- A senhorita... – a beijou. – vai ficar deitada... – de novo. – bem quietinha, ouviu bem? – ele a pegou no colo.

- E o senhor vai me mimar? – perguntou, manhosa.

- Você nem sabe como... – ele a beijou com paixão.

- Vamos para o quarto. – disse Sakura, ofegante.

- OK. – ele caminhava com passos largos, sentindo sua preciosa carga se aconchegar em seus braços. – Está tudo bem, não se preocupe. – ele sussurrou. – Não vou permitir que ninguém encoste em você.

- Eu sei, confio em você. – confirmou, sentindo o calor dos braços fortes do guerreiro a engolfar e fazê-la relaxar.

- Pronto, assim está melhor. – ele a deitou na cama.

- Obrigada.

- Shaoran, você poderia vir ao meu escritório um instante? – o sr Li passou pelo quarto e nem olhou direito para o interior do mesmo.

- Já estou indo. – ele se voltou para a namorada. – Quer alguma coisa? Um chá? Suco?

- Um suco de laranja...

- Sem gelo e sem açúcar, eu sei. – ele a beijou rapidamente. – Vou falar com meu pai e trago o suco.

Assim ele fez, falou com o pai sobre o pedido que ele havia feito de levar Sakura para a casa de campo da família. Eles iriam passar o fim de semana lá, Sakura precisava de um lugar calmo, e desde que não falassem, a imprensa não iria atrás deles.

- Aqui está seu suco.

- Obrigada. – ela tomou um gole.

- Onde foi que ele acertou a bala?

- Um pouco abaixo do joelho esquerdo.

- Aqui?

- Um pouco mais embaixo.

- Aqui? – ele teve um gemido como resposta quando apertou. – Acho que isso é um sim. – ela riu. – Vou levantar a calça e fazer uma massagem, tudo bem?

- Só toma cuidado que ainda dói.

- Eu sei, não se preocupe. – ele deu um sorriso maroto. – Vou tentar não judiar muito. – ele dobrou a calça até a altura do joelho. – Está vermelho e vai ficar roxo.

- Melhor colocar gelo, não acha?

- Vou fazer uma massagem, depois coloco.

- Tá bem.

Ele fez a massagem e depois buscou gelo para colocar na perna. Ela ficou deitada com a cabeça no colo dele enquanto o mesmo acariciava seu rosto e cabelos.

- Shaoran... Tô com frio... – disse ela com voz de criança, fazendo-o rir. – Te amo muito, você sabe disso, não é? – ela se sentou na cama e ficou encarando-o.

- Claro que sei. – ele a puxou, fazendo-a sentar em seu colo. – E você sabe que eu te amo, não sabe?

- Sei sim. – ela ficou fitando os orbes chocolate do namorado. – Quando é que vai me contar o que está tramando?

- Você quer muito saber?

- Quero sim.

- Então tá... – ele ficou olhando bem fundo nos olhos dela, como se procurasse algo bem no fundo daquelas piscinas esmeralda. – Que tal passar o fim de semana na casa de campo? Sem ninguém para nos atrapalhar ou interromper.

- Sem problemas com gangues ou polícia? – perguntou, espantada. – Hum... Tentador.

- O que acha?

- Adoraria. Era isso que seu pai queria falar?

- Era, ele vai mandar um motorista nos levar sexta no fim da tarde e nos buscar domingo de noite.

- Perfeito. – ela sorriu. – Você sempre sabe como me surpreender, não é?

- Esse é o meu charme, não acha? – ele sorriu também e a beijou.

- Shaoran, me desculpe interromper assim. – Aoshi entrou no quarto. – Tem uns repórteres malucos no hall, querem falar com vocês dois.

- Droga...

- Calma, Shaoran, pense no fim de semana. – Sakura se sentou na cama e arrumou a calça.

- Tudo bem, vamos lá. – ele pegou o gelo e entregou para Aoshi. – Pode levar isso para a cozinha para mim?

- Claro. – ele saiu do quarto.

- Vamos lá, não dói quase nada... – disse Sakura, ficando de pé.

- Vamos então. – eles chegaram no hall e viram um bando de repórteres formando uma total balbúrdia. – Por favor, acalmem-se! Iremos responder às perguntas, mas vamos fazer isso de forma organizada, sim?

- Jovem Li, vocÊs dois foram vistos na delegacia esses dias e hoje a srta Kinomoto trouxe um policial para a mansão, poderia nos explicar isso?

- Como todos sabem, quem entrou na mansão me agrediu, então estamos tentando ajudar na investigação. – explicou Sakura.

- E quanto ao policial que veio aqui?

- O delegado o enviou para olhar melhor a área. Como eu estava ajudando a identificar o invasor, Sakura veio com ele.

- Srta Kinomoto, apesar de ter sofrido agressão física, parece estar lidando muito bem com isso. Está fazendo algum tipo de tratamento?

- Uma agressão nunca é fácil de se superar, mas prefiro não recorrer à especialistas. Todos aqui na mansão me ajudaram muito a superar tudo isso. – Shaoran abriu um sorriso malicioso ao ouvir essas palavras.

- Já sabem quem foi o agressor?

- Ainda não, como eu disse, estava tentando ajudar hoje mais cedo. – Shaoran.

- E como foi que ele entrou?

- Isso também é um mistério, quando descobrirmos um, com certeza desvendaremos o outro. – Sakura.

- Há alguma possibilidade de haver um espião na mansão?

- Não podemos afirmar nada ainda. – Shaoran.

- Soubemos que estão organizando uma festa para quinta-feira de noite. Não temem uma segunda invasão?

- Não há possibilidade de uma nova invasão, a segurança foi intensificada. – Sakura.

- Srta Kinomoto, como sabe tanto sobre a estrutura da mansão? Parece-me que sabe mais que o jovem Li.

- Imagino que devem compreender que é tranqüilizante saber da segurança da mansão, assim não preciso ficar olhando por cima do ombro a cada barulho estranho que eu ouvir.

- Essa outra festa, por que a imprensa não foi convidada?

- A lista de convidados é de responsabilidade do meu pai, mas essa festa é para tradições do clã, já que quinta-feira é a primeira noite de lua cheia do mês.

- Srta Kinomoto. – uma empregada a chama. – Telefone para a srta. Disse para o jovem que estava ocupada e retornava mais tarde, mas ele não quis esperar.

- Tudo bem, peça para ele aguardar um instante, por favor. – ela se voltou para os repórteres. – Sinto ter que deixa-los, mas tenho alguns assuntos a resolver, imagino que Shaoran poderá responder-lhes tudo o que quiserem. Com licença. – ela foi para a sala ao lado e atendeu ao telefone. – Fala Yuki.

- Como sabia que era eu?

- Só você não espera retorno.

- O que você estava fazendo?

- A imprensa queria explicações.

- Como vão as coisas com Chiba?

- Escuta, Yuki, a gente pode falar nisso depois?

- Tudo bem, como você está?

- Estou muito bem. Shaoran vai me levar para passar o fim de semana no campo...

- Você achou o cara certo, ele não se abalou com nada da sua vida...

- Ele não ficou muito bem quando contei o que Chiba fez para mim e minha mãe.

- Mas ele ficou do seu lado.

- Isso foi sim. – nessa hora Shaoran entra na sala. – Bem, Yuki, te ligo depois, pode ser?

- Quando?

- Antes de viajar, pode deixar.

- Tudo bem, até mais.

- Até. – ela desligou. – Yuki se preocupa demais.

- Com você ele tem que se preocupar, de jeito que você é, poderia fazer alguma loucura.

- Está me chamando de louca?

- Não, só dizendo que falta um parafuso na sua cabecinha.

- E qual a diferença?

- Nenhuma. – ele a beijou. – Te irritei, não foi?

- Você não desiste, não é? – ela riu. – Um pouco.

- Bem, melhor se acalmar, já que vai ser a manchete favorita dos repórteres pelo menos por uma semana.

- Posso lidar com isso.

- Não são bobos, tem que se precaver para não descobrirem nada.

- Eu sei, não se preocupe. Ninguém que eu estava protegendo morreu até hoje, não acha que mereço crédito?

- Tudo bem, você merece. – ele a beijou. – Agora eu vou me trocar para o jantar, essa roupa está me incomodando.

- OK, eu te espero na sala de jantar. – eles se beijaram e se separaram.

Logo todos estavam na mesa e tiveram um jantar tranqüilo, pelo menos foi o que pareceu. Sakura conversava tranqüilamente com Sayo e Shaoran, de vez em quando olhando Masayuki comer calado e estremecer a cada olhar que ela lhe lançava.

- Não se preocupe, Sakura. Ele vai se recuperar. – disse Sayo.

- É, eu sei que ele vai. – ela sorriu tristemente.

- Não foi culpa sua. – Shaoran disse rapidamente. – Você sabe que não foi.

- É, eu sei sim... Vamos terminar de comer e mudar de assunto, pode ser?

- Tá bem.

Depois disso o jantar correu tranqüilo.

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N/A: Gente, eu sei que falei que ia acabar com o Chiba, mas, como vocês viram, surgiram outras oportunidades e acho que vai demorar mais um pouco...

Queria agradecer à Yoruki Mizunotsuki, que me ajudou muito...

Harumi! Amiga linda! Valeu pelos reviews! Te adoro e desculpa a demora na carta, mas tô sem selos e preciso de mais papel de carta... Enfim, vou mandar assim que o frio passar e eu tomar coragem pra sair e comprar selos...

Bom, resolvi começar a agradecer à todos os que deixaram reviews, então aí vai:

MiDoRi, Hime, Soi-chan (que esqueceu de deixar review no cap 13 e ainda quer que eu adiante alguma coisa... Nem pensar, vai ter q esperar...), Diogo, MeRRy-aNNe.

Não são muitos, mas todos estão no meu coração e eu adoro receber reviews... Andei descobrindo alguns que lêem e não deixam review, o que eu posso fazer? Só pedir que deixem, que me fazem muito feliz quando comentam, estou sempre aberta a sugestões...

Bjs para todos, Miaka.